Rin abriu os olhos e piscou algumas vezes para se acostumar com a luz. Que estranhamente incomodava seus olhos, já que era costume seu, deixar todas as cortinas da casa fechadas.
Olhou em volta e viu que estava na sala de estar, e não em seu aconchegante quarto. Se sentou e sentiu um Edredom sobre suas pernas e parte da barriga. O analisou e viu que era de um dos quartos de hóspedes que havia em seu apartamento.
Flashes dos últimos acontecidos vieram a sua mente. E a última coisa que lembrara ter visto foram, as duas orbes douradas de sesshoumaru. Colocou uma das mãos sobre a testa e suspirou.
Sentiu um delicioso cheiro vindo da cozinha. Decidiu levantar e ver que raios estava acontecendo ali.
Levantou devagar e foi, a passos silenciosos, na direção da cozinha.
Ao entrar se deparou com sesshoumaru ao pé do fogão preparando o que parecia ser, panquecas e bolo.
Ele pareceu não perceber sua presença ali.
Ele tinha mesmo ficado ao seu lado até aquele momento?
Ao perceber a presença da menor lhe sorriu simples.
- bom dia - disse ele lhe olhando. E rápido voltou sua atenção para o panqueca que parecia passar brevemente do ponto.
- o que faz aqui? - perguntou o olhando séria.
Ele sorriu anasalado.
- agradecer não mata, sabia? - disse sorrindo enquanto balançava a cabeça em negação. - você acabou desmaiando lá na faculdade e eu não tive outra opção a não ser te trazer pra cá - disse a olhando.
Rin suspirou.
- e por que dormiu aqui? - perguntou cruzando os braços e lhe fitando séria.
Ele provavelmente dormiu ali, já que quando acordou também viu o outro lado do sofá com um Edredom em cima.
- queria que eu te deixasse aqui sozinha? Claro que não! Vai que você tem outra crise de ansiedade?!. Não poderia te deixar aqui sozinha - disse a olhando sugestivo.
Rin ficou um pouco surpresa. Como ela sabia de suas crises de ansiedade? Claro, ele a viu passar mal, mais aquilo poderia ser de qualquer outra coisa.
- como sabe disse? - perguntou ela.
- a enfermeira que disse - falou dando de ombros. - há proposito, desculpa por não ter colocado você para dormir no seu quarto. É que eu achei que você não iria gostar se eu entrasse no seu quarto. Então eu peguei um Edredom de um dos quartos de hóspedes e coloquei você no sofá. - falou calmamente enquanto mexia a massa do bolo de chocolate.
Nisso ele tinha acertado. Se ela estivesse acordado em seu quarto e ficasse sabendo que fora ele quem a pôs ali, haaah mais com certeza iria ter barraco. Hooo se ia.
- tomei a liberdade de fazer o café da manhã. Não se preocupe que minha mãe que ensinou muito bem como usar cada utensílio de cozinha - disse rindo de leve.
Ele pretende mesmo tomar café da manhã ali, com ela? Quanto mais ele consegue ser atrevido?
- você não vai tomar café da manhã aqui - disse séria.
Ele sorriu alto.
- mais é claro que vou! Oras, onde mais eu iria? - perguntou ainda rindo.
Mais será possível! Ele sorri por tudo?
E lá vai outro suspiro se cansaço. E pensar que vai ter de suporta-lo durante mais nove anos inteiros, na faculdade. E por falar em faculdade, que horas eram?
Procurou pelo seu celular e nada, também não estava com seu relógio de pulso. Droga.
- não se preocupe. Eu liguei para a faculdade hoje cedo e disse que você não estava se sentindo bem. E que eu fiquei responsável por cuidar de você. Eles disseram que não tem problema já que você e eu nunca faltamos - disse de maneira calma e sem olha-la.
De certo modo se sentiu aliviada por ele ter feito isso. Só não iria falar me voz alta, isso nunca.
- agora se senta pra tomar café da manhã - disse ele.
Ela suspirou e fez o que o maior falava. Espera... Desde e quando o obedecia? Há dane-se! Estava como fome.
Ele colocou três panquecas em um patro raso e colocou um pouco de Nutella em cima das mesmas. Logo após lhe entregou, foi até a geladeira e pegou o suco que tinha feito. Colocou em um copo e entregou a ela.
Rin nada disse, apenas começou a comer.
- de nada - disse sarcástico.
Ela nada disse. Sesshoumaru já estava se acostumando com esse jeito dela.
- você já se sente melhor? - perguntou enquanto se servia.
Ela o olhou rapidamente.
- sim - disse por fim.
- o que causou essa ansiedade em você? - perguntou simples.
- não é da sua conta - disse ríspida.
Ela não queria relembrar seu passado. Já basta a mensagem que Kohako lhe enviou.
- aunt! Essa doeu - disse fingindo falsa cara de dor - só se cuida. Ansiedade não é uma coisa para se brincar - disse mais sério.
Ela o olhou e tão logo voltou sua atenção para a comida novamente.
- isso faz parte de um passado que eu quero esquecer - disse e se surpreendeu consigo mesma por ter se aberto, mesmo que pouco, com ele.
- as vezes é bom falar o que está preso dentro do nosso coração. O nosso coração é como uma máquina; se você não fizer revisões, trocas de peças ou óleo, uma hora ou outra ela vai pifar. Por que não fala o que está preso a sete chaves ai dentro - falou apontando para o coração dela.
Rin suspirou. Só que dessa vez não era de cansada, estava mais para ponderando sobre o que fazer ou o que falar a seguir.
Era mesmo uma boa ideia? Podia mesmo confiar nele?
- não quero falar sobre isso - disse com pesar.
Por mais que ele estivesse curioso para saber o que raios havia acontecido com ela, decidiu não pressionar. Afinal, já era um grande avanço ela não ter lhe respondido rispidamente de novo.
- tudo bem. Quando quiser conversar e só me chamar - disse simples.
Ele se levantou e foi lavar a louça suja. Rin apenas o observava.
- e meu carro está na garagem? - perguntou calma ainda o olhando.
- há é mesmo! Ainda bem que você me lembrou. Ele está lá no estacionamento da faculdade. Não teve como eu o trazer então eu decidir deixar lá e hoje, quando você já se sentisse melhor, a gente fosse lá para busca-lo. - disse sem olha-la.
- tudo bem - disse por fim.
Ele tinha mesmo pensado em tudo.
- sua mochila eu coloquei em frente a porta, do que eu julguei ser seu quarto. - disse a olhando rapidamente.
- eu vou tomar um banho - disse e saiu da cozinha, rumo as escadas.
Ao chegar no segundo andar viu sua mochila em frente a porta do seu quarto, como ele havia dito. A pegou e entrou no mesmo. Por hora só queria um banho bem gelado.
Entrou no banheiro e logo ligou na água gelada, sentindo seus pelos se arrepiarem com o repentino contato com a água fria.
O que estava acontecendo consigo? Em outros tempos ela NUNCA permitiria que, ele, sesshoumaru estivesse ali, logo ao lado, na sua cozinha.
O que ele tinha que a deixava tão desarmada a esse ponto? Como ele conseguiu fazer com que ela, quase, veja bem, quase, se abrisse e contasse todo o seu passado para ele?
Eram tantas perguntas...
Ele já sabia de mais. Sabia de suas crises de ansiedade, sabia que tinha um passado complicado, sabia seu endereço, tinha seu telefone e já tinha entrado em sua casa.
É... Sesshoumaru já era mais íntimo do que ela gostaria.
Terminou seu banho e escovou os dentes. Saiu do banheiro vestida no roupão roxo que tinha por ali. Foi na direção do seu closet e optou por uma roupa mais confortável. Vestiu um short de pano mole que ia até o meio de suas coxas e uma blusa de manga comprida, já que o tempo ameaçava chover, mais tarde.
Saiu do quarto e se deparou com sesshoumaru saindo do quarto de hóspedes.
Ela a olhou e sorriu.
- estava só guardando o Edredom que havia pegado. - disse simples.
Rin o olhou melhor. Ele não era feio, não, longe disso. Os cabelos platinados em um corte longo, os olhos dourados que mais pareciam ouro. O porte físico definido, nada de exagero, mais tudo em seu devido lugar.
Saiu andando e deixou ele para trás. Droga! Estava pensado de mais nesse ser.
- que horas você vai querer ir buscar seu carro? - perguntou ao correr um pouco para alcança-la.
- sei lá - disse dando de ombros e começando a descer as escadas que davam para a sala de estar. Já que tinham duas, uma dava na sala de jantar e a outra, como dito antes, dava na sala de estar.
Foi na direção das cortinas e quando ia as fechar, ele a impediu.
- não fecha. Deixa sua casa tão bonita com elas abertas - disse ao segurar o braço dela.
Rin sentiu uma leve corrente elétrica passear pela seu corpo quando sesshoumaru a tocou. Tratou de sair do toque dele.
- minha casa, minhas regras - disse fria.
- não perguntei de quem era a casa. Só disse que não é para fechar essas cortinas - disse com um sorriso sapeca.
Como ele ousa?
Rin o olhou com raiva e decidiu deixar isso pra lá. Ele não iria desistir e ela não estava com cabeça pra isso.
Só sabia que isso só estava começando...
×××
Já tinha ido pegar seu carro e agora estava em casa novamente. Assitia algo aleatório na TV.
Logo seus pensamentos foram parar direto no platinado.
O que será que ele havia feito consigo? Será que podia confiar nele?
Só sabia que ele entrou, e que não sairia tao fácil assim...
Contiua...
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