Era sábado pela manhã. Rin acordou cedo e se arrumava para ir ao mercado comprar algumas coisas.
Algo dentro de si falava para não sair de casa, porém ela nunca fora de acreditar nesses pressentimentos e tal.
Vestiu uma calça rasgada preta,nos joelhos e uma blusa moletom cinza. Penteou as curtas madeixas e pegou sua bolsa. Saiu e foi na direção do elevador.
×××
Estava no meio de suas compras. Já se passava da hora do almoço.
No fim comprou mais do que esperava.
Andava calmamente pelos corredores do grande mercado, o carrinho que empurrava já estava cheio de coisas e ela ainda colocava mais dentro.
Foi na direção do caixa e começou a passar suas compras.
- oi baixinha! Que bom encontrar você aqui! - disse animado parando ao lado dela com um pequeno carrinho de compra.
Rin suspirou e o olhou.
- oi - disse por fim.
- minha nossa, você vai levar tudo isso? Caramba tem até pizza! - disse olhando as comprar dela. E logo foi tentar pegar um pacote de salgadinhos.
- deixa isso! - disse ela batendo na mão dele como uma mãe bate na mão do filho que quer comer da massa do bolo.
- larga de ser chata! - disse a olhando emburrado.
A atendente de caixa os olhava com divertimento e certo interesse em sesshoumaru.
- me deixa em paz, encosto! - disse o olhando irritada.
- deu um total de duzentos e trinta reais e vinte centavos, senhorita - disse a atendente.
Rin tirou seu cartão de crédito da carteira e a colocou na máquina.
- crédito ou débito? - perguntou a moça.
- crédito - disse simples.
- ok. Pode colocar a senha.
Rin digitou e logo a conta estava paga. Foi pegar as sacolas porém não conseguiu o fazer, já que eram muitas.
- Deixe-me ajuda-la - disse sesshoumaru.
- não precisa - disse o olhando e tentando puxar as sacolas das mãos dele.
- eu não pedi para te ajudar. Eu disse que ia ajudar e eu vou ajudar - disse sapeca dando ênfase no "vou".
Rin suspirou e o deixou pegar as coisas.
- e suas compras? - perguntou tentando se despistar dele.
- depois eu volto aqui e compro. - disse dando de ombros - eram só besteiras mesmo.
Rin olhou seu carrinho e realmente, só tinham besteiras ali.
Ele saiu andando na frente com todas as sacolas em mãos.
- não deixe que ele escape garota! - disse a atendente de forma mais baixa lançando uma piscadela para Rin.
Rin suspirou e saiu andando na direção que o platinado foi.
- abra o carro baixinha - disse parando ao lado do automóvel de Rin.
- para de me chamar assim - disse ao destravar o alarme do carro.
- ok ok. Que tal coisa pequena? Não melhor! Pingo de gente? - disse após ter colocado as sacolas no banco de trás do carro.
- vai se ferrar - disse indo para o lado do motorista.
Ao entrar se deparou com sesshoumaru ali, sentado a olhando sapeca.
- sai do meu carro - disse fria colocando seu sinto de segurança.
- ha vai! Me dá uma carona!? Por favor. - pediu a olhando com cara de cachorro sem dono.
- onde está o seu carro - disse o olhando e dando enfase no "seu".
- na oficia. Deu um problema no radiador. Eu vim de taxi. - disse dando de ombros e começando a colocar o sito.
- droga - disse por fim.
Ligou o carro e deu partida no mesmo. O caminho era feito em silêncio. Sesshoumaru percebeu que a rota havia mudado.
- está me levando para sua casa? - perguntou divertido.
- tenho que guardar logo essas compras. Tem coisa ai que já está derretendo. - disse sem olha-lo.
- como o sorvete por exemplo - disse olhando faminto na direção do banco de trás.
- nem pense nisso - disse ainda sem olha-lo.
- ok ok - disse fazendo bico.
Rin estacionou o carro na garagem e já foi saindo. Sesshoumaru pegou as compras e começou a seguir na direção que ela ia. Ao entrar no elevador, Rin sentiu algo estranho dentro de si. Seu coração apertou e ela sentiu como se algum perigo se aproximasse.
Sesshoumaru entrou e ela apertou o botão que a levaria para casa.
As portas se abriram e a sensação e algo errado aumentou. Foram andando pelo corredor e Rin viu que a porta do seu apartamento estava apenas encostada. Franziu o cenho, já que se lembrava bem de ter trancado. Começou a andar mais rápido. Sesshoumaru estranhou a atitude dela e começou a segui-la a passos mais rápidos, porém com um descuido uma sacola caiu e algumas coisas se espalharam pelo chão. Ele se abaixou e começou a recolher os itens.
Rin abriu a porta devagar e logo entrou. Quase teve uma parada cardíaca com o que viu sentado confortavelmente em seu sofá. Ele a olhou e sorriu. Era o mesmo sorriso, o maldito sorriso que não saia de sua mente. Os momentos que passaram juntos veio como um filme diante dos seus olhos. Os sorrisos, as brincadeiras, os gritos e a tentativa de assassinato.
Ele se levantou e se aproximou mais um pouco.
- Rin meu amor! - disse sorridente. Sorridente de mais.
- koha... Ku - disse baixinho o olhando com olhos arregalados.
- como eu senti sua falta! Rin eu vim por que eu quero me desculpar com você meu amor - disse vindo na direção dela.
- fique longe de mim! -disse quase gritando.
- Rin? Eu te amo Rin! - disse a olhando preocupado - eu vim porque não aguentei ficar longe de você. Eu ainda sou louco por você - disse tentando, novamente, se aproximar dela.
- EU JÁ FALEI PARA FICAR LONGE DE MIM! - disse agora fora de si e já derramando lágrimas. - você acha que tem o direto de invadir a minha casa na maior cara de pau, dizendo que ainda me ama? Eu odeio você Kohako! Você acabou com a minha vida! - disse derramando lágrimas grossas de dor.
Nessa hora sesshoumaru entrou apressado, após ouvir os gritos de Rin.
- Rin está tudo bem? - perguntou a olhando preocupado.
- quem é ele Rin? Não me diga que está me traindo? - disse raivoso.
- traido você? - sorriu amarga - eu não tenho mais nada com você! Eu já disse: eu. Odeio. Você! - disse raivosa ainda chorando. - sai da minha casa!
- eu venho aqui, para pedir perdão por tudo e você me expulsa? - disse irritado.
- e você acha que um simples pedido de desculpas vão apagar tudo o que eu já passei depois daquele maldito dia? - pergunto chorando mais.
Sentiu o ar faltar em seus pulmões e percebeu que logo teria outra crise se ele não saísse dali.
- eu já disse que quero me desculpar por tudo!
- sesshoumaru - chamou já com certa dificuldade - tire ele daqui, por favor.
Sesshoumaru olhou para ela e viu que a situação era séria. Se aquele babaca não saísse dalí rápido, Rin teria outra crise de ansiedade. E não era isso que ele queria.
Sesshoumaru então foi na direção do outro. Kohako era consideravelmente menor que sesshoumaru. Logo o platinados o intimidou.
- ela disse para você sair daqui, cara - disse de forma pausada e o olhando com frieza.
Kohako se encolheu um pouco.
- eu vou, mais isso não fica assim - disse e se retirou. Parou ao lado da porta - eu vou voltar Rin. Vou voltar por você - disse a olhando. Logo após ele partiu.
Rin caiu de joelhos e chorou compulsivamente. Sesshoumaru correu e fechou a porta a trancando logo em seguida. Se ajoelhou ao lado dela.
Rin não pensou muito e o abraçou. Colocou a cabeça na curvatura do pescoço dele e chorou mais ainda. Sesshoumaru sentia seu coração apertar ao vê-la naquela situação tão lamentável. Começou a fazer carinho nos cabelos dela. Rin passou ao braços pelo pescoço dele e aprofundou mais o abraço dos dois.
- vem, vamos sentar um pouco - disse calmo a ajudando a levantar.
Rin nada disse, apensas se deixou ser conduzida por ele. Sesshoumaru a sentou no sofá e se sentou ao seu lado. Rin deu impulso e o fez deitar, ficando entre as pernas dele com o rosto sobre o peito do mesmo. Não sabia o porque mais queria ficar perto dele, se sentia segura ao lado dele.
Sesshoumaru encostou as costas na lateral do sofá e colocou as mãos ao lado do próprio corpo, com medo dela brigar caso ele a abraçasse.
Ela ainda chorava e soluçava.
Ver Kohako a fez relembrar coisas que a muito queria jogar no mar do esquecimento. Sentiu de novo aquela culpa, aquela dor que a muito não sentia. Tá certo, tinham os pesadelos mais não era a mesma coisa. Agora era como estar vivendo tudo de novo.
- não acha melhor beber algo para se acalmar? - perguntou ele com a voz mais baixa e calma.
Ela apensas negou com a cabeça. Com o passar de algum tempo, puderam ouvir o barulho da chuva que caia do lado de fora. Era uma chuva forte e com relâmpagos altos. Era como se o céu estivesse compartilhando da mesma dor que ela.
Logo ela começou a sentir frio e seu corpo começou a tremer.
- eu vou pegar uma coberta pra você - disse ao tentar se levantar, porém fora impedido por ela.
- não me deixa só. Ele... Ele vai voltar e me fazer mal... Eu... Eu estou com medo... - disse baixo e voltando a chorar.
- shhiii. Calma. Juro que volto rápido - disse tentado acalma-la. Para ele era novo ver aquela Rin.
- não... Eu... Ele... - tentou dizer algo porém voltou a chorar.
- então que tal você vir comigo? Pode ser?
- po...pode - disse soluçando.
Ele levantou devagar levando ela consigo. Pegou em sua mão e saiu rumo aos quartos. Subiu as escadas devagar e quando ia entrar em um dos quartos de hóspedes ela o impediu.
- meu quarto - disse de forma baixa.
- tem certeza? - perguntou a olhando.
Ela apenas balançou a cabeça confirmando um sim.
Ele então foi na direção do quarto de Rin e entrou, não reparou na decoração já que não era hora pra isso. Pegou o Edredom de cima da cama e dois travesseiros fofinhos.
Foram para sala de novo. Sesshoumaru se sentou de frente para a televisão, com o controle remoto em mãos. Colocou os travesseiros e se aconchegou. Rin se acomodou sobre o corpo dele de novo e colocou o rosto próximo a curvatura do pescoço masculino. Sesshoumaru os cobriu com o Edredom e ligou a TV. Colocou em uma série qualquer e passou a assistir.
Rin pegou um dos braços dele e o colocou sobre seu corpo, como um pedido silencioso para ele a abraçar. E assim ele o fez.
Rin não estava raciocinando naquele momento. Ainda sentia vontade de chorar e só queria um colo para lhe amparar, e se tivesse apenas sesshoumaru ali, já servia.
Só queria um pouco de carinho e um ombro para chorar.
Sesshoumaru ainda estava estático com tudo o que acabara de acontecer. Ver a fria Rin assim tão frágil, tão entregue era algo novo para ele. E saber que ela confiou em sua pessoa era ótimo, já que antes ela não demonstrava nada em relação a isso.
Abraçou um pouco mais forte o corpo feminino, a trazendo para mais perto. Rin se remexeu e subiu mais um pouco, parando ainda mais próximo da curvatura do pescoço dele.
- sesshoumaru? - chamou ela com a voz baixa e ainda embargada pelo choro.
- hm?
- por que? - perguntou ainda de forma baixa e sem olha-lo.
- porquê o que?
- por que ficou você sempre me ajuda? - perguntou.
- bom... - disse desviando seu olhar para a televisão - nem eu sei o porque que eu sempre te ajudo. Sabe, eu sinto algo dentro de mim que apita toda vez que eu te vejo em uma situação difícil ou como daquela vez que eu te vi com os pulsos cortados. Aquilo me doeu lá no fundo. E eu não sei porquê de sentir isso - disse e deu sorriso fraco.
Rin abriu o olhos, porém permaneceu com o rosto encostado no pescoço largo dele. Será mesmo que podia confiar nele?
E se ele estivesse mentindo? E se fosse como Kohako?
Não, agora não era hora de pensar nisso.
- acho que eu vou tomar um banho - disse e começou a se levantar.
- está com fome? Se quiser posso fazer algo para comer - disse enquanto ela se levantava.
Rin apensas concordou com a cabeça e saiu, rumo aos quarto.
- Rin? - chamou e ela o olhou.
- obrigado por deixar que eu cuide de você - disse e sorriu meigo.
Rin apenas se virou e saiu andando. Só queria um bom banho naquele momento.
Sesshoumaru se levantou e pegou as sacolas que estavam no chão ainda, e as levou para a cozinha. Lá, começou a guardar tudo em seus devidos lugares, ou onde ele achava que eram os lugares certos.
Decidiu fazer algo leve. Pegou uma massa de bolo de coco e os ingredientes necessários. Agradecia aos céus por ter dado valor quando sua mãe lhe ensinava a cozinhar.
Fez a massa rapidinho e logo tudo já estava na forma, já untada. Levou ao forno e o deixou lá.
Decidiu fazer um chocolate quente, como o tempo estava frio, iria ser perfeito.
Pegou uma barra de chocolate preto e uma jarra de leite. Derreteu o chocolate em "banho Maria" e colocou o leite para ferver. Quando pronto, juntou os dois e bateu no liquidificador e colocou um pouco de creme de leite e leite em pó, para dar uma quebrada no doce.
A ver que estava pronto, deu apenas uma esquentada e guardou dentro do microondas. Olhou para trás e se assustou a ver Rin ali sentada. Ela estava com os cabelos úmidos ainda.
- que susto - disse divertido.
Ela apenas o olhou profundamente. Suspirou.
- quer conversar? - perguntou se aproximando dela.
- não sei... - disse sincera.
- sabe Rin, desabafar é bom para o nosso coração. Você não precisa carregar tudo isso sozinha. - disse de forma calma.
- mais e se você sair falando o que não deve por ai?
- você me mataria dentro de dois segundos. - disse e depois sorriu de leve.
Ela começou a refletir. Seu coração ainda estava apertado. Como queria por aquilo para fora.
E convenhamos que sesshoumaru tem se mostrado uma boa pessoa até agora.
Respirou fundo e o olhou. Decidiu contar de uma vez por todas o que lhe aconteceu.
- bem...
Continua...
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