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História The Unknown Girl - Empty


Escrita por: KatyQueen_

Notas do Autor


LEIAM AS NOTAS FINAIS!

Boa Leitura! ~<3

Capítulo 21 - Empty


Fanfic / Fanfiction The Unknown Girl - Empty


“Você só precisa da luz quando está escurecendo,
Só sente falta do sol quando começa a nevar,
Só sabe que a ama quando a deixa ir.
Só sabe que estava bem quando se sente mal,
Só odeia a estrada quando sente saudade de casa,
Só sabe que a ama quando a deixa ir.”

“E você a deixou ir.”

– Passenger – Let her go


Diabolik Lovers
Mansão Sakamaki
2:00 A:M

 

— O... O que ele fez?

Yuma entrou em alerta, alterado. Se tinha alguém que mais odiava naquela mansão inteira, era Shu Sakamaki. E ouvir de sua melhor amiga, a pessoa mais esperançosa que há havia conhecido, falar que “desistiu dele” é por que era grave.

Mas Amy o surpreendeu, dizendo:

Nada. – abaixou a cabeça, chateada. — Ele não fez nada.

O ruivo franziu o cenho, procurando os olhos dela.

— Hã? Então por que você está assim se ele não fez nada?

— É exatamente pelo o fato de ele não ter feito nada... Que me fez desistir, Porcão. – suspirou fundo. — Agora se me der licença, quero dormir.

Acomodou-se na cama, ajeitando sua cabeça no travesseiro. Yuma por instante ficou desajeitado, afinal, não sabia o que fazer em momentos como esse e muito menos consolá-la quando se trata de relação amorosa. Então somente direcionou um olha amigável para a morena.

— Se precisar de algo, pode contar comigo.

Amy assentiu.

— Você também.

Ela fechou os olhos, tentando dormir ao sentir que Yuma se retirou do quarto. Não queria que os Mukamis fossem embora da mansão Sakamaki, mas entendia que como eles eram inimigos, portanto tinham que manter a rivalidade corretamente socializada, já que não havia a opção “deixar de lado as diferenças e ser amigos”.

Respirou fundo e pegou no sono, pensando nos flashbacks que Dylan e ela haviam feito essa noite...

Era algo inevitável para o vampiro não ir visitá-la, afinal, era ele que supostamente havia causado toda essa "confusão" que têm ocorrido na relação deles. Pelo menos a observando, conseguia poder pensar melhor e nem que fosse um pouco, se livrar daquele sentimento inundando seu peito.  


Shu Sakamaki’s POV
Diabolik Lovers
4:00 A.M

 

Vazio.

Eu não deveria me importar ou estar aqui, para começar. Mas aquela menina tem me deixado pensativo assim desde que foi embora da sala. Aquilo em seu rosto era uma lágrima? Eu não deveria sentir nada. Não por ela. Não pelo o que ela sente. Sentir nada. Só que estou aqui em seu quarto, olhando-a, com um vazio estampado em meu peito.

Droga.

Talvez seja por que ela me intriga. Não sei o que ela tanto procura em mim e não sei suas intenções comigo. O toque dela tem algo que faz ser diferente das outras noivas. Ou o olhar. As palavras. Tudo nela é diferente. O estranho é que tenho a impressão que essas diferenças tenham sido todas ligadas a mim.


"Eu vou lhe deixar em paz."
 

Respiro fundo.

Ah, como se fosse tão fácil assim. Não entendo o motivo de sua voz estar na minha cabeça e não me deixar dormir com suas tolices. Eu não consigo parar de pensar nela. E isso me deixa irritado. Impaciente.

Merda.

Isso me lembra exatamente da mesma sensação de quando tudo começou dar errado há alguns séculos, a primeira vez que me envolvi sentimentalmente com um humano. Sei disso, porque nunca o vi como alimento. E ele morreu. Talvez ela esteja se esforçando para não ser considerada como um...

 

FLASHBACK

 

Sempre quando eu tinha oportunidade, eu fugia daquela casa. Minha mãe sempre foi alguém muito comprometida, queria que eu fosse o irmão mais velho e o “herdeiro perfeito” colocando-me para estudar por horas seguidas, arrumar o quarto e fazer coisas chatas que Reiji se orgulhava em fazer.

Então eu vinha aqui para a floresta, no meio do nada, onde eu poderia chorar sozinho por ser afortunado a ter uma vida tão chata. Eu só queria brincar e ter amigos. Então era por causa do status e do meu pai – sempre ausente – que eu deveria viver assim?

Preferia sumir dali.

Encolhi as pernas e as abracei com os braços, afundando a minha cabeça. Não me importava se a grama sujasse minhas roupas. Ninguém se importava com o que eu sentia mesmo...

— Ei! Você está aí sozinho?

Segurei o meu choro e olhei para frente, encontrando um... Garoto? Ele estava do outro lado do rio, pulando nas pedras para vir a esse lado sem se molhar. Tinha cabelos ruivos, pele quase morena e suas vestimentas estavam um pouco desgastadas.

Esqueci até do que ele perguntou ao ficar atônito com sua presença.

— Você está triste? – ele pergunta e eu limpo algumas lágrimas que ficaram presas em meus cílios. — Aqui, pegue. – tenho que ser ágil para pegar uma maçã vermelha que ele joga em meu colo. E eu olho seu rosto, cujo exibia um sorriso. — Se você comer uma maçã, se sentirá melhor.

Eu olhei para aquela fruta em minhas mãos. Parecia que era a última a ser colhida e ele acabou de dar para mim, só para melhor meu humor. Eu mordi um pedaço e sorri por estar deliciosa.

— Você não é muito de falar, né? – o garoto se aproxima de mim, coçando a nuca. — Tudo bem... Ah! – parece que ele tinha se lembrado de algo. — Meu nome é Edgar. – aponta para si mesmo e estende a mão. — Vamos ser amigos?

Eu olhei para sua mão e para seu rosto, tentando entender o motivo dele estar fazendo isso. Minha mãe sempre dizia que humanos eram gananciosos e mentirosos. Só que Edgar parece ser realmente... Legal.

— Amigos?

Ele alarga ainda mais o sorriso. — Ahn... Sim. Você nunca teve amigos? São pessoas que sempre estão ao nosso lado quando precisamos. Aqueles que confiamos, nos fazem sorrir e nos entendem. São pessoas que se importam com a gente.

— E por que você quer ser meu... Amigo?

Seus olhos castanhos não desviam do meu. — Isso é simples, porque ninguém merece ficar sozinho. Assim como também todo mundo merece uma chance. Então...?

Eu aperto sua mão depois de pensar duas, três vezes. Não havia mamãe ou Reiji na minha cabeça quando disse que poderíamos ser amigos. Ou melhor, quando me dei a chance de ter um amigo. E o garoto ruivo sorri ainda mais, sentando-se ao meu lado.

— Eu sou daquela vilazinha ali atrás dessas árvores. – seus olhos vão para minhas roupas. — E você realmente não parece ser daqui... Veio de muito longe?

Confirmei com a cabeça, dando mais uma mordida na maçã. Não sei o porquê, mas aquela fruta melhorou muito meu humor.

— Ah, e seu nome é...?

— Sakamaki... – olho para baixo. — Ririe.

Ele estende a mão apertando os dedos com o dedão levantado, por um instante me dando um susto por sua hiperatividade. Normalmente sou acostumado a ver as pessoas da minha casa tão... Mortas.

E Edgar estava mais vivo do que nunca.

— Bom, Sakamaki Ririe, eu prometo que vamos ser amigos até a morte ou até que todas as maçãs do mundo acabem!

Ele continua sorrindo e eu também, afinal, meu desejo havia se realizado: eu tinha um amigo. Não estava mais sozinho e muito menos... Vazio.

 

FLASHBACK OFF

 

Quando abro os olhos, algumas gotas de suor escorrem pela minha testa. Eu não deveria estar me lembrando dessas coisas. Só que olhar essa humana, a segunda que eu tive um contato a mais do que somente o carnal, me faz lembrar de Edgar. E em como ele morreu.

A culpa foi minha.

E talvez ela – e sua persistência, humor, sorriso – se assemelham ao dele. Ela diz que se importa comigo. Só que também disse que me deixaria “em paz”, sendo que isso só me fez travar uma guerra comigo mesmo.

Diferentemente de Yui que nos chamou atenção pela qualidade de seu sangue, essa garota tem alguma coisa que ainda não descobri o que é. E ter ficar interrogando-me de perguntas que não sei a resposta, me dá sono. É verdade que seu sangue não é melhor que o de Yui, só que o gosto... De alguma forma, agrada meu paladar e me deixa satisfeito.

Então quando ela se mexe no colchão e agarra o travesseiro, deixa seu pescoço exposto e noto uma marca estranha ali. Aproximo dois passos, afastando seu cabelo para uma melhor visão de...

Uma mordida.

Franzi o cenho. Não é uma marca comum de se ver. Sei quem o fez somente pelo cheiro e pela marca dos caninos, só que por que isso está me irritando? Não sou de ficar incomodado quando outro alguém se alimenta da minha presa.

E essa garota parece ser tão inocente e vulnerável quando está dormindo, mas quando está acordada, revela sua mente suja e seus sentimentos novamente. Lembro-me de ter escutado que ela havia “desaparecido” essa noite, e agora está explicado o motivo.

Já faz um tempo que aquele híbrido está tentando me provocar.

E a mágoa que trouxe a ela por simplesmente não entender o que quer de mim, fez com que isso tenha acontecido. Eu a deixei ir, como fiz com qualquer outra noiva de sacrifício e até com Yui, e agora me sinto vazio. Como também me senti sem Edgar.

— Eu estou a perdendo.

Passei meus dedos sutilmente sobre a pele de sua bochecha, vendo-a ganhar um tom naturalmente rosado. Uma pequena lágrima escorreu pelo canto interno de seus olhos e sua voz saiu como um suspiro:

— Shuu...

Sai de lá e fui para o corredor, andando calmamente para meu quarto antes que eu a acorde. Pelo mínimo que a conheço até agora, tenho que fazer algo antes que eu estrague tudo. Outra vez.

Kauk.

Kauk.

Retirei meus fones de ouvido, desprendendo a minha gargantilha. Fui até a janela e olhei para o céu através do vidro, onde provavelmente Edgar estaria ali me vigiando agora.

— “Amigos até a morte ou até que todas as maçãs do mundo acabem”, não é? Espero que esteja feliz aí em cima por eu ter dado mais uma chance para outra pessoa fazer uma promessa, já que você não pode cumprir com a sua.

E sou capaz de destruir isso.

De novo...

 


Amy Evelyn Moon’s POV
Mansão Sakamaki
Manhã

 

À medida que abria os meus olhos com dificuldade pela a claridade do quarto, espreguicei-me abaixando o lençol, soltando um longo bocejo.

Minhas bochechas estavam meladas por algum motivo. Eu havia chorado durante a noite?

Me levantei da cama com muita preguiça, ajeitando os meus cabelos levemente bagunçados, enquanto caminhava com passos lentos para o banheiro. Iniciei minhas higienes matinais. Estava quase terminando de arrumar a cama quando ouvi um barulho da porta.

— Amy-san.

Yui chegou para perto de mim, aparentando estar preocupada.

— Bom dia, Yui... Aconteceu algo?

— Não, é que... Já são quatro e meia da tarde.

Arregalo os olhos. Eu tinha dormido tudo isso? Nunca aconteceu antes. Primeiro eu acordo com as bochechas meladas e os olhos inchados, agora eu durmo mais de onze horas. E pensar que começou, porque ontem eu disse “adeus” a Shuu...

— Já?

Hai. – a loira assentiu. — S-Sabe Amy-san, fiquei preocupada por não ter te visto ontem à noite. Yuma-kun me explicou que você tinha adormecido na hora do banho.

— É... Obrigada pela a preocupação.

Sorri meigamente para ela, vendo-a corar. Yui fez uma reverência rápida e ficou aquele clima incrivelmente desconfortável. Não tínhamos nada para falar e eu não quero que Shu Sakamaki volte à minha mente.

— Então... – tentei puxar assunto.

— Amy-san... Isso parece ser irrelevante, mas... Shu-san estava em sua porta àquela hora que eu achei que tinha desaparecido. Eu não consigo parar de pensar nisso... Aconteceu algo entre vocês dois?

Fiquei surpresa quando Yui me contou isso e ao mesmo tempo preocupada. Ele estava... Aqui? Na minha porta? Começo a passar mal só de pensar que terei que falar com ele para ver se tinha descoberto algo.

— N-Não aconteceu nada...

— Mas... – ela insistia. — Ele parecia sério demais. E depois ele-

— Olha Yui, eu não sei o que ele estava fazendo na minha porta.

Aumentei o tom de voz e deixei me levar pela raiva. Eu não queria saber mais dele. Não depois de ter sido magoada. E se for para saber dele, que não seja da boca de Yui, a garota que ele gosta e faz questão de mordê-la na minha frente.

— E-Então eu vou perguntar para ele!

Me surpreendi pelo jeito que ela respondeu, colocando as mãos na abertura de sua blusa, um pouco tímida. Eu somente permaneci com a minha máscara, fingindo não me importar pelo fato deles dois ficarem juntos.

Ela sai do meu quarto.

— Ah, claro. Fique à vontade. – sussurrei a última parte. — Porque a única coisa que você vai conseguir dele é uma mordida para te lembrar que você é só mais um... – sento na cama, sentindo a tristeza me invadir. — Alimento...

 

 

* * *

 

 

No colégio, depois de ter tido que enfrentar um inferno ao passar a viagem dentro de uma limusine que Shu também estava dentro, a Mary me ataca na mesa do refeitório, claramente ansiosa. 

— Amy! Eu preciso falar com você.

Arqueei a sobrancelha.

— O que foi?

A ruiva colocou as mãos sobre a mesa, me encarando como se estivesse prestes a explodir uma bomba. Estava prestes a abrir a boca. Então Mei senta-se conosco trazendo a sua bandeja.

— Olá, meninas. Amy, tem novidades?

Lembrei-me da minha aventura com Dylan ontem à noite e comecei a contar para minhas melhores amigas, animada. Logo elas, que ficavam insistindo para mim ter algo com ele. Primeiramente comecei a contá-las sobre o rolo que aconteceu na classe de aula, para logo em seguida falar daquela frase que arrepiou até os cabelos de minha nuca.

— Meu. Deus. Ele pediu para você deixar a janela do quarto aberta? – Mei ficou de boca aberta, causando-me risos. — Menina! Você deixou né?

O que me preocupou no meio da conversa é que Mary começou a ficar pálida, conforme eu revelava mais coisas que fizemos. Ela não comentou nada e parecia totalmente chocada, ou até... Preocupada?

— Com certeza vocês... Né? – Mei aproximou de mim com aquela cara de safada, já entendendo suas intenções.

A ruiva ficou mais branca.

— Na verdade... Não.

Pude notar a cor da pele de Mary voltar ao normal aos poucos. Aquilo era suspeito e eu queria perguntar o que tinha dado nela hoje. Ou se ela sabia de alguma coisa que a deixou desse jeito. Será que ela descobriu que Dylan é um híbrido?!

Não pode ser.

— Ah, não. – Mei ficou irritada. — Transa logo com ele!

Mei!

A ruiva bateu em seu braço, sendo que ela foi a primeira que sugeriu para que eu transasse com Dylan. Não estou entendendo seu comportamento.

— O quê?! Eu estou falando a verdade! Então se vocês não... O que ele fez?

— Bem...

Comecei a explicar tudo sobre o parque de diversões, desde as pegações até nosso beijo de despedida. Enquanto Mei batia palminhas e corava, Mary sorria fraco e notei uma gota de suor escorrer por sua testa. Ela estava escondendo alguma coisa e era importante.

— Mary, aconteceu alguma coisa? Eu achei que você ia ficar louca quando eu te contasse! Por que você está assim?

— É-É que... – ela suspirou. — Tá. Eu vou ser direta e estou aqui para te consolar, okay? O Dylan está apenas te usan-

Hey, my love.

A voz de Mary foi totalmente ofuscada pelo chamado do híbrido que acabou de aparecer ao meu lado, sentando-se no banco e passando o braço sobre os meus ombros. Mary o encarou com desgosto, antes de arregalar os olhos.

"My love"? Vocês estão namorando?!

— É só um apelido carinhoso.

Ele sorriu e eu virei o rosto, envergonhada ao senti-lo puxar a minha cintura para mais perto em apenas uma puxada com a ponta de seus dedos. Me trouxe uma sensação realmente boa quando Dylan colocou a minha perna sobre a dele, começando a acariciá-la. Nem estávamos prestando atenção no que Mary reclamava.

— Ei! Vocês estão me ouvindo?!

— Mary, pare com isso, deixe eles se pegarem em paz. – Mei estava calma.

Dylan se aproxima do meu ouvido.

— A sua amiga está com ciúmes?

— Acho que não, ela já estava estranha antes de você chegar. – respondi contra o seu pescoço, bem baixinho.

— Vou abrir o jogo logo de uma vez. – ela levantou-se, batendo a mão na mesa. Algumas pessoas até olharam para cá. — Você! – apontou para Dylan. — Só está usando ela. – apontou para mim. — Eu ouvi o que você conversou com a sua irmã! Nem tente negar, Tsubaki!

Olhei baixo. O que ela quis dizer isso? Dylan parece ser tão sincero, eu não posso acreditar que ele somente esteja me usando. Só que também não vejo razão para minha melhor amiga falar uma coisa dessas para me magoar se não fosse verdade. Tiro minha perna da sua e retiro seu braço de meus ombros por precaução.

Mas Dylan somente riu, motivado pelas palavras da ruiva que pareciam ter saído como uma piada. Puxou-me para perto mais uma vez pela cintura.

— Você entendeu errado.

— O que eu entendi errado?! Você falou que ia se aproximar de Amy para depois sequestrar a Yui, não tente mentir! – a ruiva cruzou os braços, diminuindo o tom de voz na última parte. — Você é o quê? Bandido e babaca?

— Então é verdade?

Virei para ele, inconformada.

— Bem, Aiko não quer que eu me aproxime de Amy, por isso tive que apenas mentir para ela e... – ele segura a minha mão. — Não é minha culpa se você compreendeu errado.

— Olha aqui! Eu sou a melhor amiga dela e você não pode sair falando assim, okay? Primeiro: eu não gosto mais de você. Segundo: você acabou de chegar na escola e já acha que está mandando em tudo e não é bem assim que funciona as coisas. E terceiro: ela já tem um ficante, não precisa de você.

Dylan soltou um sorriso debochado, piscando para mim, enquanto eu somente abaixo a cabeça e desvio o olhar.

— Você acha mesmo que se o "ficante" dela estivesse interessado, não teria a tirado de mim há tempos? Agora ela não precisa mais dele.

— Vem aqui, Dylan. Preciso conversar com você particularmente.

Mary saiu da mesa bufando, andando para fora do refeitório. O híbrido me deu um beijo na testa e sussurrou que voltaria logo, já indo atrás da ruiva em um andar confiante.

E com tudo isso...

— Eu não estou entendendo mais nada, Mei. – massageei as têmporas, confusa. Eu e Mei ficamos praticamente com cara de bunda para a discussão dos dois, sendo que algo inédito para mim. Não é do feitio de Mary fazer cena ou do feitio de Dylan de mentir, ainda mais para a irmã...

— Acho que a Mary está um pouco com ciúmes... Sabe aquelas histórias que a melhor amiga deixa de falar com a outra por causa do namorado? Talvez seja isso, ou ela está apenas sendo protetora demais, não quer que você se machuque... Por mais que eu acredito que Dylan nunca te usaria.

— Você acha mesmo?

Uhum. Você sente isso?

— Não... Ontem eu pude comprovar isso... Foi muito real para ser mentira. – um sorriso escapou dentre os meus lábios, até se fecharem novamente, porque eu não vou me entregar cegamente outra vez. — O que você acha que ela foi conversar com ele?

— Não sei... Acho que não é nada demais, o máximo é ela matar ele e esconder o corpo no lixo.

Engoli em seco.

— O quê?

— Haha, nada! Estou apenas brincando, boba.

 

 

* * *


 

— Diga logo, estou me irritando com seus draminhas.

Dylan colocou as mãos nos bolsos enquanto a seguia, até a ruiva parar em lugar afastado. Subiram dois lances de escada e viraram alguns corredores, até que não se pudesse ouvir a voz de nenhum outro estudante. Mary parou e colocou as mãos na cintura.

— Pare, Tsubaki. Eu sei que você está usando ela. Você é um idiota mesmo.

— Hm? – ele riu. — Você me chamou até aqui para me xingar? Haha, se for assim, entre na fila. Agora tenho que voltar para Amy, adeus.

Ele se despedia com um sorriso irônico, até Mary revirar os olhos, abrindo os primeiros botões de sua camiseta, mostrando o seu decote exaltado. Se aproximou dele e colocou suas mãos em seu peito, até encostá-lo na parede.

— O que pensa que está fazendo?

— A Amy é tão especial assim para você, Dylan?

O plano de Mary não era atrair Dylan, pois já contentava seu relacionamento com Laito, mas ela queria provar para todos que o híbrido era apenas um galinha sem valor. E quando cedesse a seu comportamento, daria um tapa estalado na cara dele.

— Vamos... Posso ajudar a esquecê-la... – a ruiva se aproximou vagarosamente de sua boca, na ponta dos pés.

O híbrido demorou um tempo para raciocinar, até soltar um sorriso atrevido e pegar os pulsos da menina, trocando de posição com ela, prendendo-os contra a parede.

Mary. – ele sussurrou próximo ao seu rosto, com os olhos mais negros. — Você é uma péssima amiga. – riu. — Não tente me enganar com esses truques imbecis. Amy é única para mim de agora em diante e não é mais uma vadia como você que vai me separar dela. – o rapaz quase quebrara os pulsos dela de raiva, para logo os soltar bruscamente e dar às costas.

Mary reclamou de dor e massageou seus pulsos, para depois fechar sua camiseta. Olhou para os lados como se nada tivesse acontecido. Afinal, Mary não ia trair a amiga, apenas queria provar que Dylan não valia à pena... E felizmente – ou infelizmente – ele havia passado no teste.

 

(...)

 

— Ei, Dylan!

Amy pulou em cima do híbrido, agarrando o seu pescoço. Por algum motivo, estava animada.

My love. – o garoto abraçou a sua cintura, suspendendo-a no ar por alguns segundos até descê-la no chão. Amy amava o jeito que Dylan a chamava. Fazia com que se sentisse amada.

— Então, sobre o que vocês conversaram? Mary não te bateu, né?

— Ela não me bateu não... – soltou um riso fraco, pensando no que iria falar. — Bem, Mary estava me explicando quais seriam as consequências se eu lhe machucasse e essas coisas de melhor amiga. – deu de ombros.

— Nada mais?

Ela cruzou os braços, um pouco desconfiada. Dylan não destruiria a amizade delas, porque Mary fazia bem a ela. E não estaria mentindo a Amy se não contasse exatamente tudo o que aconteceu, só estaria... Omitindo.

— Ei, ei, você não confia em mim? – aproximou-se mais da menina.

— Não sei se devo.

Ela sorriu mordendo os lábios, que também arrancou um sorriso do híbrido e automaticamente o fez olhar em direção a sua boca.

— Ah, vamos. Eu sei como posso fazê-la confiar em mim.

Chegava ainda mais perto.

— Ah, é? Como?

Abriu ainda mais o sorriso, assistindo-o seus rostos ficarem ainda mais próximos. Então o híbrido pegou em sua mão rapidamente, começando a puxá-la gentilmente pelos corredores.

Vamos.

Amy riu com sua pressa e sua mania de levá-la aos lugares que não conhecia.

— Onde você está me levando?

— Espere para ver. – ele gostava de andar com Amy pelos os corredores, atraindo olhares e comentários de todos os alunos que se esbarravam. Amy olhava loucamente para os lados, tentando não deixar com que nenhum dos vampiros os encontrasse, já que não queria causar problemas. — Aqui. – o moreno afirmou depois de subirem todos os lances de escada, abrindo a porta calmamente para entrar e logo fechar a porta novamente.

— O telhado? Não tenho muitas lembranças boas daqui, já que a primeira mordida de Yui foi aqui. – olhou para o banco e logo depois para a janela, sussurrando. Falava mais consigo mesma do que com ele. — Por que me trouxe aqui? – perguntou alto e claro. — Dylan...?

Ela olhou em volta, percebendo que um corpo havia desaparecido.

Fique comigo esta noite.

Ouviu-se uma voz rouca contra a sua cabeça, causando-lhe leves arrepios.

— Você sabe que eu não posso... – ela tentou virar para encará-lo, mas logo foi proibida de fazer tal ato quando o híbrido havia agarrado suas duas mãos, colocando-as ao lado de sua cabeça com os seus dedos entrelaçados nos deles, prendendo-a na parede por trás. Amy encostou a bochecha na parede e engoliu em seco.

— Podemos dar um jeito.

— Eu não sei se isso é uma boa ideia... Dormir na sua casa? – a sua voz saia como sussurros. Não queria que nenhum dos vampiros os pegasse ali, naquela posição. Ele a virou, agora cara-a-cara, ainda encostando-a na parede.

— Quem falou em dormir?

Dylan aproximou de seu pescoço, estalando pequenos beijos – fracos e fortes que poderiam deixar marcas – somente para convencê-la. A menina virou o rosto, suspirando com a sensação. Pensava seriamente em recusar ou aceitar. Então antes que pudesse tirar uma conclusão, de repente, de um sorriso malicioso no rosto do rapaz foi para um sério, irritado.

Humft. O que você quer aqui... – a sua voz saiu de desprezo, ainda segurando a garota. — Sakamaki?

— Solte-a.

Amy arregalou os olhos, corada. Por que estava tão sem graça por ter sido Shu quem os pegou ali? Se ele não queria, não podia impedir outras de tê-la. E ela muito menos podia deixar a situação descontrolar, já notando as íris de Dylan ameaçar a mudar de cor para o dourado.

— Ei, Dylan. – ela sussurrou chamando a atenção do híbrido, falando com a voz mais macia que tinha. Pareceu acalmá-lo. — Eu preciso falar com ele, pode nos deixar só, rapidinho?

O híbrido trincou os dentes.

— Eu não confio nele.

— É rápido, eu prometo. Depois pensamos naquela "ideia".

Amy sorriu meio fraco.

— Me procure no corredor, estarei te esperando. – Dylan conseguiu se acalmar e foi convencido. Soltou-a e antes de se retirar, fez um carinho em sua mão, provocando o vampiro que observava. — Não demore, my love. – sorriu exibido, saindo da sala pela a porta.

Assim que ele saiu, o sorriso tímido de Amy se desfez rapidamente, permanecendo incomodada. Desviava o olhar e parecia inquieta.

— O que você quer... Shuu?

O loiro caminhou com passos lentos até ela, fitando-a por cima.

— Pare com isso. Você sabe que me pertence.

Falou baixo, com uma de suas mãos apoiadas em seu cabelo.

— Pare de me ver apenas como um objeto, eu sou uma pessoa, okay? – ela ainda encarava o chão, mesmo tentando ser confiante. — E você deixou bem claro que não me queria.

Olhe para mim.

Ele ordena, movendo a sua mão para o queixo da menina na intenção de encontrar seus olhos.

— Não... Não encoste em mim. – Amy apertava suas pálpebras com força, sentindo o seu coração palpitar com a proximidade do vampiro. — Eu entendi que você não quer nada comigo. Só... Não tente pior as coisas.

Shu franziu o cenho.

— É você quem está complicando a situação, apenas me olhe nos olhos. – Shu ignorou o pedido dela, finalmente conseguindo mover seu rosto para cima.

— Não... – ela pressionou seus olhos com mais força, não querendo ver as íris azuis do rapaz. — Diz logo o que você quer, Shu. – mordeu o seu lábio inferior, tentando manter a sua respiração regularizada, por mais que estava ameaçando a ficar descompassada com o clima naquele local.

Ou com ele tão perto de seu corpo.

— Eu a quero de volta.

Amy abriu os seus olhos desesperados para ver o seu rosto sério, tentando buscar no fundo de seus olhos a alma arrependida dele, sentindo os seus marejarem. Seu sussurro foi sincero, pensava consigo mesma. Mas por que isso de repente? O que deu nele hoje?

— Shuu... – sua voz saiu amolecida, querendo ceder ali mesmo. O vampiro permaneceu calado, quase sem-graça, aproximando-se do rosto dela. — Já é tarde demais, não acha?

Aquelas palavras saíram rasgando a sua garganta, mas teriam que sair para fazê-lo pensar que não seria tão fácil assim. Que não voltaria para seus braços correndo.

— Hm? – o loiro arregalou os olhos, surpreso e abalado com a sua resposta. — É ele, né? – moveu sua cabeça para o lado pelo queixo que segurava, observando novamente a mordida de Dylan em seu pescoço da noite anterior.

— Você... Já sabia?

A garota engoliu em seco, livrando-se de sua mão ao segurá-la e olhando em seus olhos.

— Me responda. É aquele híbrido, não?

Franziu o cenho, em uma tentativa falha de se manter na calma.

— Talvez seja, mas isso não vem ao caso. Shuu... – Amy levou o olhar para o seu pescoço, notando que certo objeto faltava ali. — Você está sem a sua gargantilha? Aconteceu algo? Está tudo bem?

Uma preocupação repentina a invade do nada, fazendo-a colocar as suas mãos naquele local em seu pescoço por instinto. Mas era o mesmo lugar que segurava quando o beijava, e logo voltou a racionar, retirando suas mãos como se tivesse levado um choque.

— Não se reprenda em me tocar. – Shu pegou em suas mãos meio fechadas, colocando-as novamente em seu pescoço. — Diga logo que ainda me ama e que me quer por perto.

Amy soltou um suspiro. Em um ato rápido, ficou nas pontas dos pés, colocando uma mão em sua boca, enquanto a outra segurava seu pescoço, trazendo-o para frente. Beijou as costas de sua mão e fechou os olhos, como se pudesse transmitir tudo o que precisava ali. Logo se separou, deixando qualquer contato físico para trás, observando o loiro sem saber o que falar para o que havia feito.

— Você não entende mesmo a situação que está, né? – olhou para baixo. — O que você faz comigo é igual a esse beijo. Eu posso tocá-lo, fazer o que quiser com seu corpo, mas eu nunca realmente vou poder saber o que sente. – deu a volta pelo o seu corpo e caminhou para a porta. — É como se você colocasse uma barreira impenetrável. E eu só queria que entendesse que eu estou aqui para você, não somente para servir de alimento. – ela sussurra. — Amizade vem antes de tudo...

Logo se retirou da sala, sem menos olhar para trás.

 

CONTINUA...

 

 


Notas Finais


Música do capítulo: https://youtu.be/RBumgq5yVrA

Para as meninas que pensaram que eu desisti da fic, aqui estou eu brotando novamente e trazendo a série de TUG de novo! EEEEE >.<
Sério, não me batem. Estou acrescentando coisas novas e fazendo cenas mais legais... Por isso, se eu demorar, não fiquem preocupadas que eu prometi que não ia parar com a fic até terminar ela! (Inclusive, vai ter a segunda temporada) Estou de férias ultimamente e estou atualizando todas as minhas fics no máximo que consigo >.< (Vocês tbm estão em férias?)

Inclusive, se vocês desejarem uma cena que sempre quiserem com algum personagem, essa é a oportunidade de falar! Estou excluindo algumas partes e acrescentando novas, então quem sabe eu não concretizo a sua? Já vi nos comentários que alguém queria um menage (ShuuXAmyXRuki) hihi~ [vocês só pensam em hentai né, safadas?]

Amo vocês e espero que estejam bem! ~<3
Até a próxima!


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