História The Walking Dead: Path Of Death (S-1) - Um Novo Dia

O zumbido da frequência do rádio encobria o som dos passos sorrateiros dos caminhantes que se aproximavam. Olivia Davis, uma mulher venusta de longos cabelos escuros e no início dos seus 30 anos de idade era responsável por cuidar de sua irmã mais nova, Emma Davis, de 15 anos e o seu pai Arthur Davis de 65. Viviam refugiados e intocados em sua casa enquanto o resto da vizinhança já havia morrido ou fugido de todo o caos que se instalava. Sentada à mesa de jantar e de frente para seu pai, Olivia procurava por alguma notícia importante no rádio, porém tudo o que escutava eram chiados de um velho rádio abatido pelo tempo.

— De novo nada? - Indaga Emma enquanto repousava encostada na parede da sala de jantar ao lado de uma janela tapada com tábuas, porém com brechas visíveis assim como todas as outras da casa.

— Nada, nós estamos ficando sem opções. - Respondeu Olivia, passando a mão sobre a cabeça em sinal de preocupação.

— Nós vamos achar um jeito, querida. - Retrucou Arthur enquanto tocava a mão da primogênita em consolo.

— Mas não tem outro jeito! Os suprimentos estão acabando, estamos sem eletricidade, e eu não posso me arriscar lá fora enquanto tenho que cuidar dos dois.

— Você tem razão Olivia, eu imagino como deve ser difícil ser a pessoa responsável, mas saiba que não podemos desistir nunca, deixe eu e sua irmã ajudar.

— Não, é muito perigoso, não posso correr o risco de perder vocês aí fora.

— Nós queremos te ajudar Olivia pelo menos uma vez! ‐ a mais nova comenta batendo a cabeça em desgosto brevemente com repulsa na parede — Caramba, pro bem de todos, ficar aqui sentados enquanto você corre perigo lá fora é um tiro no pé. - Emma suspirou antes de ser surpreendida por um braço putrido que saia da brecha da tábua na tentativa de cobrir a janela agarrando sua blusa com a mão, numa tentativa de puxa-lá para perto e morde-la. Ao mesmo tempo outros mordedores apareciam nas janelas da sala de jantar, pressionando as tábuas com os braços, tentando entrar.

Olivia não pensa duas vezes e pega sua machete, avançando-a contra o braço da criatura errante que era rapidamente decepado, jorrando sangue por toda ela e sua irmã. Arthur volta rapidamente da cozinha onde trás consigo duas facas, para ele e Emma a entregando em seguida.

— NA CABEÇA! ACERTEM NA CABEÇA E PROTEJAM AS BARRICADAS! - Berrou Olivia desesperadamente enquanto atravessava a lâmina de sua machete no crânio duro do caminhante que havia tido o seu braço decepado.

Arthur e Emma terminam sozinhos de executar os outros errantes que estavam aglomerados nas janelas do cômodo, terminando com suas roupas assim como a de Olivia e o chão da sala de jantar infestado de sangue escuro e viscoso.

— Foram todos - Emma resmunga com a respiração ofegante e com as mãos apoiadas nos joelhos. — É disso que eu falo quando precisamos te ajudar, Liv.

— Acho que sair depres... - Olivia é interrompida por um chiado que não ouvia faz tempo. Finalmente a tão esperada transmissão no rádio.

— Alô? Alguém está acompanhando essa transmissão? Se estiver, estamos abrigando refugiados numa área segura própria que não fica muito longe daqui, quem estiver ouvindo vá até a praça principal amanhã a tarde, desarmados que nós iremos buscá-los. - a voz rouca e grossa falava apressadamente enquanto os três familiares estavam estáticos processando tudo o que ouviam.

Arthur suspirou aliviado sentindo seu corpo vibrar com as lágrimas que queimavam em seus olhos ao abraçar suas filhas. Talvez essa fosse a luz no fim do túnel que tanto aguardou desde o princípio do fim.