História The War - 19

Eu nem mesmo tive tempo de reagir. Assim que ouvi o grito que a Monbebe soltou, Baekhyun se afastou de mim bufando alto. De repente vi ele colocar sua mão no meu vestido e rasga-lo.

S/N – O que está fazendo? – perguntei um pouco em choque e constrangida por seu ato.

Suho – O que houve? – Suho surgiu atrás de Monbebe que ainda estava com os olhos arregalados. Será que ela nunca viu um beijo na vida? Para que gritar?

Baekhyun – S/N rasgou o vestido – ele fez um biquinho mostrando o tecido em sua mão. Abri a boca incrédula por sua falta de vergonha na cara. – A Monbebe se entristeceu. – ele lhe lançou um olhar do tipo “Se abrir a boca morre”. Ela assentiu lentamente sem que Suho percebesse.

Suho – Uau, eu não esperava por isso – ele disse um pouco confuso e com os olhos ainda cerrados – Você não odiou mesmo o vestido?

S/N – Claro que não, ele é lindo – sai de perto de Baekhyun que tinha um sorriso brincalhão no rosto. – Ele grudou na poltrona. – que desculpa horrível.

Suho – Entendi – respondeu ainda desconfiado se aproximando um pouco mais – Seu rosto está vermelho igual da vez em que te encontramos, você está bem?

S/N – Si-sim – sorri nervosa. A Monbebe que estava congelada ao meu lado não estava ajudando. – Só me senti envergonhada por ter estragado um vestido tão bonito.

Suho – Não se preocupe com isso – ele sorriu – O que não falta em Exoplanet é roupa. – ele suspirou fazendo um sinal para que eu olhasse o que estava na mão da Monbebe. Nem mesmo reparei que ela segurava as roupas que eu havia pedido.

Suho então olhou para trás de mim, vendo Baekhyun se admirando no espelho.

Suho – E o que você faz aqui? – ele cruzou os braços e cerrou os olhos novamente encarando o irmão.

Virei-me para o dominador da luz e quase implorei com os olhos para que ele ficasse calado. Antes de responder ele me lançou um olhar e sorriu de lado.

Baekhyun – Eu só vim conversar com você sobre alguns problemas da base. – caminhou para perto da base – Chanyeol me disse que você estava aqui.

Suho – Tudo bem – ele apalpou suas têmporas. – Vá para meu escritório, eu já vou. – Baekhyun assentiu e foi em direção ao corredor. Mas antes de sair lançou mais um olhar para a Monbebe – que quase caiu no chão – e acenou para mim. Me controlei para ficar de boca fechada. – Você já pode ir – ele tocou o ombro da mulher que se assustou, assustando também a Suho. Ela concordou e saiu em disparada. – Nossa, acho que ela gostava mesmo do vestido.

S/N – Você não faz ideia – ri nervosa e fui em direção a cabine, vestir ,desta vez, uma roupa confortável. Se eu continuar aqui com Suho vou acabar falando demais.

Suho – Você está bem mesmo? – ouvi sua voz enquanto eu colocava a calça. – Baekhyun lhe disse algo?

S/N – Não – respondi tão rápido que tenho certeza que ele estranhou. – Quero dizer, nós apenas conversamos um pouco. – ouvi algo como um murmúrio em resposta e depois disso ficamos em silêncio.

Esses meninos mexem demais com a minha cabeça.

(...)
 

Enquanto Suho conversava com Baekhyun em seu escritório, ele pediu para que eu esperasse por alguns dos meninos que mostrasse onde eu ficaria. Então é oficial? Eu vou até mesmo ter um quarto?

Eu sei que não é o melhor momento para pular de alegria mas acredito que mereço ter essa felicidade em meu coração. Os meninos estão ficando cada vez mais próximos de mim. Tudo bem que alguns até demais. Eu ainda não acredito que Baekhyun me beijou. Pior ( ou melhor ) eu ainda não acredito que meus lábios já entraram em contato com dois guerreiros.

Eu gostei de conhecer o outro lado de Suho. Acho que ele foi maturo o suficiente para esquecer o que eu fiz. Mas ele teria de me perdoar algum dia certo? Eu pensei que ainda estivesse sonhando.

Agora, sentada aqui na cozinha me sinto um pouco sozinha. Sei que eles estão resolvendo os problemas da cidade mas me sinto perdida. Olhei para minhas mãos e pensei no poder que um simples contato teve. Quer dizer então, que se eu me cortasse eu mesmo poderia me curar? Isso é muito útil, mesmo que eu não seja muito de me machucar.

Xiumin – Hey, o que está fazendo aqui sozinha? – acabei me assustando por ouvir sua voz assim de repente. Ele riu ao ver minha reação e se aproximou colocando seu copo de gelo na mesa. – Te abandonaram?

S/N – Suho disse que chamaria alguém para vir aqui – apoiei meu rosto em minhas mãos e suspirei – E você?

Xiumin – Eu estava tentando concertar algumas das maquinas do Chen – ele jogou sua cabeça para trás – Acho que o Chen está se vingando de quando congelei sua língua.

S/N – Pode ser – não consegui segurar minha risada ao lembrar.

Xiumin – Mas, por que você não procurou o Sehun?

S/N – Ele já está na base? – perguntei um pouco confusa, pensei que ainda não tivesse voltado.

Xiumin – Já faz algum tempo – ele franziu o cenho. – Ele não parava de falar de você enquanto estávamos na cidade. Que estranho – coçou seu queixo e fechou os olhos com força ao ouvir um grito agudo lhe chamando – Tenho que voltar para o serviço.

S/N – Ao menos você não sua.

Xiumin – Bem pensado – ele sorriu como se tivesse descoberto algo novo – Não ia ser bom ter pingos caindo sobre minha testa.

“Talvez você ficasse bonito desse jeito” pensei comigo mesma imaginando a cena.

Xiumin – S/N? – pisquei duas vezes até encara-lo – Eu disse que vou indo. Quer que eu te leve para o quarto de Sehun? Ou Kai?

S/N – Não precisa – neguei com minha mão – Eu me ajeito. – ele me olhou por alguns segundos até dar de ombros e sair andando. Bufei novamente, agora pensando em como Kai está sumido. Ele que ficou ao meu lado desde que cheguei. Sinto falta de sua companhia.

Enquanto batucava meus dedos na mesa ouvi um barulho alto no corredor. Inclinei um pouco minha cabeça para ver se alguns dos guerreiros aparecia, porém não vi nenhum deles. Pensei ter sido coisa da minha cabeça até ouvir novamente.

Desta vez me levantei. Um pouco receosa me aproximei e de novo apenas vi o longo corredor branco e vazio.

- Hey – um vento quente trombou com minha orelha arrepiando-me. Virei-me para trás mas de novo não vi sinal de qualquer pessoa.

S/N – Tem alguém aqui? – perguntei um pouco mais baixo do que eu queria. Meu coração se acelerou ao ouvir alguns passos se aproximarem – Sehun? – comecei a caminhar. – Chen? – senti alguém tocar meu ombro e quis chorar quando novamente me notei solitária. – Quem estiver fazendo isso, por favor pare – acelerei meu passo tentando abrir alguma porta. – Baekhyun é você?

Comecei a correr. Senti um aperto estranho no peito e olhei mais algumas vezes para trás até trombar em alguém. Quando vi que era Kai me acalmei e o abracei.

S/N – Que bom que é você – estranhei um pouco ele não me retribuir mas ignorei o fato logo o soltando – Eu ouvi vozes estranhas vindo do corredor e... – parei de falar quando vi que ele estava estático. – Kai?

Ele ergueu um pouco mais seu rosto e me encarou de um jeito assustador. Nunca o vi assim. Quando tentei me afastar ele segurou meu braço com força.

S/N – Kai? – minha voz saiu sôfrega. Olhei para os lados mas só havia nós dois – Kai o que está acontecendo? – perguntei em desespero até que ele piscou e vi que seus olhos estavam vermelhos. – Kai o que aconteceu com seus olhos? – ele sorriu de lado. – Você está me assustando.

Kai – Eu lhe avisei – sua voz estava diferente. Meu corpo entrou em alerta. Este não é Kai.

S/N – Ouça-me Kai, você tem que ser forte – ele apertou amis meu braço. – Você não é assim, a sombra quer te dominar. – ele riu.

Kai – Você acha que pode muda-lo? – riu ainda mais alto – Vou lhe mostrar do que sou capaz. – seu sorriso perverso foi a última coisa que vi antes dele nos teletransportar.

Meu corpo inteiro caiu no chão. Resmunguei algumas palavras até conseguir levantar. Meus braços se ralaram um pouco e me encolhi um pouco ao notar que estava escuro. Olhei para o céu, repleto de raios e notei que a minha volta não havia qualquer sinal de luz. Espera, eu nunca estive aqui. Casas, bancos, ruas.

Eu estou na cidade.

Kai – Procurando por mim? – rapidamente olhei para trás, vendo – com dificuldade – Kai segurar uma criança.

S/N – Ka...Kai o que está fazendo – minhas mãos começaram a tremer – Solte esse menino.

Kai – Por que eu faria isso? – ele acariciou o cabelo do garoto que começou a chorar – Hey, eu ainda não fiz nada com você. Mas caso seus pais fiquem triste, é a ela quem devem culpar – ele apontou para mim.

S/N – Não o machuque – senti meus olhos arderem – Você vai se arrepender de fazer isso. Ele é só uma criança.

Kai – Mas foi você quem duvidou de mim.

S/N – Você pode fazer qualquer coisa comigo – me aproximei – Apenas solte ele – Kai agarrou a criança mais a seu corpo.

Kai – Está escuro não acha? – ele olhou em nossa volta – Eu AMO a escuridão. – o garoto começou a chorar mais e eu estava a ponto de fazer o mesmo. – Cale a boca – ele acertou um tapa no rosto do pequeno.

S/N – Pare, por favor – eu estava morrendo de medo. A sombra estava no corpo do Kai e faria qualquer coisa. Mas eu sei que o meu menino, meu Kai nunca faria isso. – Não deixe a sombra te dominar, ela está brincando com sua mente.

Kai – Você é tão chata – ele bufou e segurou o braço do menino – O que acha de eu quebrar seu bracinho?

S/N – Pare – engoli o choro respirando fundo. Um sentimento de raiva estava começando a aparecer em mim. – Eu não sei o que quer comigo, mas não acha muito covardia a sua entrar no corpo de um dos guerreiros? – cruzei meus braços – Tem medo de me enfrentar sombra?

Kai – Puff, está de brincadeira? Eu apenas quero brincar um pouco – desta vez ouvi um choro ainda mais alto do menino. Devido ao escuro, eu não fazia ideia do que Kai ia fazer. – Ops.

S/N – O QUE VOCÊ FEZ? – gritei e corri até ele, mas como esperado ele se teletransportou para outro lugar.

Kai – Eu te disse que ia provar que sou mais forte que seu amiguinho, eu só quero vingança e você está me atrapalhando. – procurei por sua voz mas não encontrei sua figura.

Me assustei quando senti algo agarrar minhas pernas. Olhei para baixo e vi o pequeno menino me abraçando fortemente. Me abaixei e o peguei me meu colo. O que Kai está tramando?

Kai – Você não acha que é mais legal alguém morrer em seus braços? – girei minhas cabeça a sua procura – Eu não consegui com Lay mas posso conseguir com esta criatura pequenina.

De repente ele apareceu na minha frente. Seus olhos vermelhos brilhavam e penetravam em mim. Apertei ainda mais a criança que chorava descontroladamente e fechei minha boca que também tremia.

Foi rápido. Quando Kai colocou seus fortes braços na cabeça do menino eu gritei. Gritei como nunca na vida.

S/N – NÃO – segurei seu pulso e vi seus olhos começarem a mudar de cor. – Kai? – repentinamente minhas mãos e meu corpo começaram a brilhar. Mas não como da vez em que curei Lay. Estavam iguais as de...

Kai – Isso não pode estar acontecendo – ele colocou suas mãos no cabelo e os puxou – A LUZ NÃO... – e seu corpo caiu-se desacordado no chão.

Quando senti meu corpo ficar mais leve reparei que a criança já não estava em meus braços. Não compreendendo nada eu corri até Kai e toquei seu rosto.

S/N – Kai? – tentei abrir seus olhos e vi que já estavam com as cores normais.

Sabe quando você fica muito tempo sem respirar e proclama por ar? Kai acordou assim. Sentou-se tão rápido que assustou a si próprio.

O encarei por um tempo para ter a certeza de que não estava me enganando.

Kai- S/N o que está fazendo aqui? – ele olhou para os lados confuso. Desta vez, sem conseguir controlar, eu tapei minha boca deixando minhas lágrimas saírem. Eu fiquei tão assustada – Por que está chorando? – ele me abraçou e eu deitei minha cabeça em seu ombro. – Eu não sei o que aconteceu mas... – foi a última coisa que ouvi antes de desmaiar.

Enquanto isso na base..

Sehun – Você disse que ela estava na cozinha – seu tom era um pouco irritado. A tempos estava procurando por S/N.

Xiumin – Mas ela estava – ele coçou sua nuca – Talvez alguém tenha a achado antes de você.

Chen – Nesta base até parece disputa quem vai ficar perto dela – Sehun rodou os olhos e continuou a procura-la como águia pelos cantos.

Quando os três entraram no corredor ouviram um som alto surgir. Eles se entreolharam um pouco surpresos e Sehun foi o primeiro a correr para ver o que havia acontecido. Mas ele paralisou quando encontrou o corpo de seu irmão e S/N jogados no chão.

Sehun – O que.. o que houve aqui? – está pergunta dirigida mais a si mesmo fez sua cabeça explodir.

Afinal, o que aconteceu com esses dois?