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História The Winds of Rage and Love - Capítulo XIV - Alianças e Rompimentos


Escrita por: FuckMeanGirl

Notas do Autor


Oie!
Capítulo 14 para vocês!
Acredito que algumas dúvidas serão esclarecidas e que alguns contornos sejam definidos.
Espero que gostem, perdoem os eventuais erros e aproveitem a leitura!

Capítulo 14 - Capítulo XIV - Alianças e Rompimentos


Capítulo 14 – Alianças e Rompimentos.

 

Sansa

 

Cansada e entediada de passar todos os seus dias dentro do gabinete do Rei discutindo assuntos importantes, porém desagradáveis do Reino do Norte, Sansa comunicou a Jon que tiraria um dia inteiro para descansar na companhia de Margaery e Ericka, as duas únicas mulheres presentes em Winterfell com quem ela se sente confortável para conversar sobre diversos assuntos. Assuntos mais leves que não envolvam provisões para o Inverno e tramas sobre o Trono de Ferro. E mesmo que costurar e bordar sejam atividades um tanto monótonas, Sansa precisa disso e Margaery parece menos perturbada quando tem alguém ao seu lado. A Pequena Rosa sente tanto ódio do que Cersei lhe fizera que dorme pouco, come pouco, não conversa muito e está sempre escrevendo cartas para a sua avó, Olenna Redwyne. Margaery não é mais nem metade da garota alegre, astuta e bela que costumava ser. Sansa percebia isso. Margaery havia sido quebrada em mil pedaços e Sansa entende como é ter que ser obrigada a dar adeus à sua família.

— Eu gostaria de saber como está Willas. Sinto saudades. – disse Margaery enquanto puxava um fio da linha dourada que bordava uma rosa num fundo negro.

Ela costurava um novo vestido que demandou grandes cortes de tecido negro e linhas douradas. Sansa imaginou em qual ocasião Margaery usaria uma peça tão luxuosa como aquela estando escondida em Winterfell. Eles não ofereceriam banquetes nem tão cedo.

— Nunca mais soube de seu irmão. – Sansa disse e pensou que no passado, teria sido a garota mais feliz do mundo se pudesse ter se casado com Willas Tyrell. — Qual foi a última vez que você teve notícias dele?

— Minha avó o mandou para um esconderijo a fim de protegê-lo da loucura de Cersei. Logo após a explosão do Septo, ela conseguiu um lugar para ele e Willas está hospedado bem longe de Jardim de Cima.

Sansa não perguntou mais nada e voltou a bordar. Procurava por mais alguma coisa para dizer.

Ericka Storm está em silêncio. Apesar de ser uma ótima esgrimista e de saber lidar bem com outras armas em geral, os seus talentos para os trabalhos femininos são notáveis. Ela também costurava algo, mas era uma camisola azul e a menina terminava de costurar as rendas nas alças finas da peça de dormir. A menina Storm conhecia Willas e sabia que ele era um dos jovens mais cobiçados de Westeros, mas os seus olhos de bastarda só enxergam um único homem que mesmo sendo muito mais velho, tem um sobrenome e não está ao seu alcance.

— Lembro-me que por algum tempo Lorde Willas foi o dono dos meus sonhos enquanto dormia e dos meus pensamentos mais doces quando acordada. – Sansa finalmente disse sorrindo.

— Willas é um homem doce, galante e bom. Nós ficaríamos muito felizes se o casamento de vocês tivesse acontecido. – Margaery sorriu e a cicatriz na bochecha esquerda foi repuxada.

Sansa sentiu-se incomodada, mas tentou disfarçar. A Loba observou os cabelos longos e quase totalmente queimados de Margaery e teve uma ideia. Largou o vestido novo e as agulhas de lado.

— Margaery, o que achas de cortarmos os seus cabelos?

— O que? Por que? – Margaery também parou de bordar e perguntou confusa.

— Bom, ele foi danificado pelo fogo, mas podemos aproveitar toda a parte das orelhas para cima. Você é linda, Margaery. Não podemos deixar que os Sete Reinos se esqueçam que a Rainha Margaery Tyrell é uma das mulheres mais belas que o mundo já conheceu.

E para a surpresa de Sansa, Margaery enrubesceu e olhou para o chão. Como aquela garota cheia de vida havia se transformado naquela sombra?

— Eu não sou mais uma Rainha.

Sansa segurou as mãos enfaixadas pelas ataduras brancas e disse:

— Você é Margaery Tyrell e ninguém poderá tirar isso de você. O que acha? Posso cortar os seus cabelos? – Sansa sorriu.

— Sim, pode.

Mais tarde naquele mesmo dia, todos surpreenderam-se com a nova aparência de Margaery que desceu as escadas usando os cabelos claros bem cortados e limpos. Agora eles tinham brilho e em vez de cachos, exibiam ondas delicadas que caíam pelo rosto da moça. Jon Snow, Sor Davos, Brienne de Tarth, Podrick Payne e Tormund estavam sentados na mesa para o jantar e cumprimentaram as jovens moças que reuniram-se a eles para a refeição da noite. Todos conversavam normalmente e sorriam por vezes quando Tormund ou Podrick contavam uma história engraçada. Como era bom ouvir risadas alegres ecoando pelo salão! Sansa estava ao lado de Jon e pegava-se admirada com o jeito como ele sorri e fica constrangido quando Tormund dirigi-lhe a palavra com alguma piada maldosa na ponta da língua. Sansa gostaria de vê-lo sorrindo o tempo todo, de beijá-lo na frente de todos, de casar-se aos pés do represeiro, de carregar os seus filhos de cabelos pretos na sua barriga.

Seria mesmo muita utopia sonhar com o futuro?

Seria mesmo tão absurdo desejar uma vida feliz ao lado de Jon?

Cuidadosamente, ela colocou a sua mão esquerda sob o joelho de Jon e ele riu um pouco nervoso. Quando ela a retirou, sentiu os olhos do irmão no seu rosto corado.

Como pode ser errado amar quem o seu coração escolheu?

Por que os deuses tinham de ser tão injustos?

Por que matar os bons?

Por que ela teve de perder os pais e os irmãos?

Por que os deuses não lhe devolviam Arya e Bran?

Por que fazê-la alimentar um amor proibido?

Por que tirá-la de uma guerra e colocá-la no centro de outra?

Por que ter que escolher um lado em detrimento da morte?

Milhares de perguntas sem respostas.

Observando todos os presentes ao redor daquela mesa, ela sentiu que aquelas pessoas constituem a sua nova família. Uma família mista, diferente e nada convencional.

Prestou atenção nos olhares de todos. Eles tentam esconder que suas vidas estão ameaçadas pela Longa Noite e por uma Rainha louca que poderia queimá-los vivos, mas ali nada disso parece importar. Estavam todos despidos de preocupações e planos de guerra não fariam parte dos assuntos daquela mesa. Sansa tem certeza de que eles fariam de tudo para ter as suas vidas de volta e para isso, Sansa tem um plano: ela ajudará Margaery na sua grande vingança. Ela convenceria Jon de uma vez por todas a se unir à causa da Mãe dos Dragões que segundo as cartas de Olenna, já conta com o apoio dos Tyrell, dos Martell e dos Greyjoy. A Rainha Daenerys Targaryen representa a esperança e a Loba do Norte rezaria aos deuses para que ela não fosse mais uma louca como foram os seus antepassados. Sansa pensou que para garantir a segurança da sua família na guerra contra os Outros, as melhores e maiores casas de Westeros devem se unir e é isso que ela vai fazer.

 

Em Algum Lugar entre Rochedo Casterly e a Campina – Marcha da Guarda Real.

 

Sor Jaime Lannister, a Guarda Real e um grande exército composto por vassalos e casas que devem muito aos Lannisters marcham em direção à Jardim de Cima. Tudo fora combinado e preparado de maneira silenciosa e sem criar grandes alardes. Os moradores da capital viram quando todos aqueles homens saíram de Porto Real comandados por Jaime, mas as outras casas mandaram os seus soldados aos poucos e no meio do caminho muitos homens juntaram-se aos interesses da Coroa. Alguns por submissão e dever, outros por não desejarem ganhar uma inimiga como a Rainha Cersei Lannister e muitos por medo.

Durante todos os dias que antecederam a marcha, Jaime travou uma batalha interna contra parte da sua honra já extremamente manchada e ferida e o que resta dela. Ele deveria ou não acatar as ordens de Cersei e saquear o castelo dos Tyrell? Ele deveria destruir os Hightower e roubar-lhes todo o seu ouro por amor e devoção à Cersei? As respostas são todas estranhas, incertas e dolorosas. Quanto mais ele tenta ser alguém respeitável e digno de confiança, um golpe como esse o atinge e ele percebe que nada, absolutamente nada no mundo mudaria o modo como ele é visto por todos: Jaime Lannister, o Regicida. Jaime Lannister, o Traidor. Aquele que matou o Rei. Um homem sem honra. O Leão que não é temido, a sombra fraca e cinzenta.

Ele odeia tudo isso. Odeia ter passado toda a sua vida nas mãos da própria irmã, odeia amá-la tanto a ponto de cometer loucuras como a que estava fazendo agora. Odeia ter tido que se provar merecedor do reconhecimento do seu pai, Tywin Lannister. Jaime não quer mais ser um assassino, não quer mais ser o Leão julgado pelo Lobo. Os soldados marcham sempre adiante. Os soldados seguem o seu comandante e os soldados atendem e obedecem as suas ordens.

Talvez.

Quem sabe?

E seu ordenar? O que eles farão?

Todas essas perguntas ecoam na cabeça de Jaime.

Talvez eles me obedeçam.

Talvez eu possa fazer com que eles me respeitem verdadeiramente.

Quem sabe eu possa ser útil?

Quem sabe eu possa fazer o que é certo?

Ele refletiu por alguns minutos antes de puxar as rédeas do cavalo e fazê-lo parar de andar. Tinham somente mais um dia de marcha até chegarem a Jardim de Cima. Jaime pensou por mais um momento enquanto ouvia os homens pararem atrás de si. Bronn o encarou curioso. Ele tem que fazer isso. Uma vez na vida ele faria o que é certo aos olhos de todos os homens e de todos os deuses.

 

Estrada do Rei

 

Seus pés doem, a garganta arde e o corpo implora por uma cama.

As roupas sujas e rasgadas não a mantinham aquecida o suficiente. Os cabelos escuros estão tão sujos e grudentos quanto os de um mendigo das ruas e vielas fedorentas de Porto Real. Faz tanto frio. Ela não se lembrava mais como era sentir frio daquela maneira, mas naquela época não lhe faltavam peles grossas e quentes para cobri-la, roupas bonitas e botas feitas de um bom couro. As tranças dos seus cabelos já haviam se desmanchado, os lábios começavam a rachar e a ponta da espada incomodava dentro das calças.

Quanta sede uma pessoa é capaz de sentir?

Perguntou-se para si mesma quando viu inúmeras poças de água congeladas no caminho.

Quanta fome uma pessoa é capaz de sentir?

Sentia o estômago doer e roncar cada vez mais. A sua última grande refeição tinha sido feita nas Gêmeas e agora ela contenta-se com pães velhos e duros que suas poucas moedas puderam pagar nas duas estalagens que encontrara pelo caminho. Havia enfrentado muitas coisas do outro lado do Mar Estreito e fome foi uma delas, mas fome, sede e frio é uma soma de fatores que quase a fazia agir como uma loba sedenta por carne fresca.

Andava e andava. Ignorava as bolhas nos pés, os hematomas nas canelas e os arranhões nos braços. A cada passo era como se estivesse pisando descalça em pedras pontudas e todos os ossos do seu corpo parecem fracos demais para mantê-la em pé.

Quanta dor uma pessoa é capaz de sentir?

Ela pensava e encarava a estrada que não tem fim.

O Norte está diferente. Muita coisa havia mudado desde o dia em que ela partiu com a sua família. As estradas estão mais perigosas, o clima está mais duro, todos sentem medo, o Inverno chegou implacável. Não há frutas nas árvores, não há flores no campo, não há cor nas flores e nos pastos. Os animais morrem, as plantas murcham sob a chuva da madrugada e as pessoas sofrem com todas essas perdas. As pessoas são fracas diante de grandes ameaças e ela não quer morrer ali. Ela não quer congelar na Estrada do Rei e deixar que se corpo apodreça e sirva de alimento para os corvos famintos que ainda voam pela região.

Não, ela não permitiria isso. Ela vai aguentar. Ela precisa aguentar.

Eu sou Arya Stark de Winterfell e estou indo para casa.

Ela repetiu mentalmente e um sorriso bonito formou-se no seu rosto.

 


Notas Finais


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