1. Spirit Fanfics >
  2. The World Through Her Eyes >
  3. Forever

História The World Through Her Eyes - Forever


Escrita por: GiovannaBaccio

Notas do Autor


M a I s
mesmo com poucos comentários, voltei rapidinho com mais, porque meu coração vai explodir com essas duas T_T

Capítulo 15 - Forever


–‌ Carm, hey! –‌  Chamou a loira ouvindo a morena entrar pela porta da frente algumas horas mais tarde. 

–‌ Hey, cupcake. –‌  Carmilla abraçou a loira com força, como se pudesse, finalmente, se prender a um lugar seguro. Para muitos autistas, lugares novos podem se apresentar desafiadores, e por mais que tenha sido ela mesma quem insistiu para que fizesse isso sozinha, não estava imune à sobrecarga sensorial que a atividade poderia lhe causar. 

–‌ Foi tudo bem? –‌ Laura perguntou legitimamente curiosa. Gostaria de saber todo e qualquer detalhe da vida da mulher e, se possível, depois guardar as informações na forma de um scrapbook. 

–‌ Hmmmm.... –‌ Um murmuro foi tudo o que Carmilla respondeu, e, mais uma vez, sua expressão dizia o que Laura precisava saber. Com o tempo, a Hollis finalmente parecia estar aprendendo a ler o desconforto no rosto da amada antes que ela precisasse lhe dizer. 

–‌ O que precisa que eu faça por você? –‌ Perguntou solícita, porque decidiu que seria a melhor namorada do universo (talvez assim, ela decidisse ficar), e a apoiaria em 100% das coisas que ela precisasse. 

–‌ Escuro. –‌ Respondeu em um suspiro, se permitindo evidenciar o cansaço. Às vezes Carmilla ainda esquecia que não precisava fingir ser neurotípica com Laura, e que não havia problemas em demonstrar como o mundo a afetava perto da namorada. Era díficil de lembrar, depois de tantos anos acostumada a fingir para se encaixar; Carmilla havia se especializado em masking. 

Laura simplesmente lhe sorriu e a pegou pela mão, a levando para escada acima, para o quarto que dividiam. A loira fechou as janelas e abriu os cobertores na cama para Carmilla deitar. Não tinha um cobertor ponderado, mas a mais nova secretamente esperava que seu abraço apertado desse conta da demanda. 

A escritora, que apenas precisava do escuro e da leitura para regular seus sentidos naquele momento, a agradeceu silenciosamente, apertando a mão da namorada da forma como a loira costumava fazer, e a puxou para se deitar na cama consigo. Laura havia ficado com o papel de fazer a concha maior, e metade dos seus objetivos na vida envolviam simplesmente passar o máximo de tempo justamente assim com Carmilla: envolvendo-a em seus braços. 

Parte de si estava profundamente orgulhosa em saber que estava sendo verdadeiramente útil para a mais velha e para suas dificuldades. Havia colocado na cabeça, desde a discussão entre as duas, que não mais ignoraria o autismo da mulher, e percebeu que só dariam certo caso isso fosse levado em consideração em todos os passos e decisões que dessem juntas. Não mais podia fingir que não existia, e faria questão de estar ao lado da morena quando essa parte dela demandasse atenção; como agora. 

–‌ Foi tão ruim assim? –‌ A loira perguntou depois de alguns minutos da mulher lendo fanfic na tela amarelada do celular. 

–‌  Bem, considerando que passei uns vinte minutos só olhando para ela, sim. O problema mesmo é que falar muito me cansa, ainda mais falar sobre mim. –‌ A morena se virou para encarar a namorada, depositando um beijo na ponta do nariz ao final de sua fala. 

–‌ Nesse caso, estou orgulhosa de você. Por ter ido e ter encarado isso; Sei que não queria. –‌ Elogiou, desenhando com os dedos os traços do rosto da mais velha. 

–‌ Não, não queria. –‌ Admitiu em um sussurro, encostando sua testa na da outra. 

–‌ Elanor Roosevelt uma vez disse: Faça todo dia algo que te assusta. –‌  Não era a coisa mais romântica a dizer no momento, mas julgou que seria um fato interessante para que Carm guardasse. 

A morena nada disse, contemplando em silêncio as palavras, mas Laura não pôde esperar. 

–‌ No que está pensando? 

–‌ Tem uma menção à Eleanor no livro The Prom. –‌ Carmilla lhe respondeu, e Laura sorriu, porque era obvio que ela daria um jeito de fazer a conexão de qualquer coisa à literatura lésbica, devido à sua imensa paixão. 

–‌ Já assistiu ao filme? –‌ Ofereceu. 

–‌ Só umas quatro vezes. Faz meu coração acelerar. Gosto das músicas. –‌ Explicou. 

–‌ Quer assistir mais uma vez? –‌ Chegou ao ponto em que queria chegar, porque assistir filmes com Carmilla significava criar ainda mais boas memórias nos braços da mulher, e era o que seu coração clamava constantemente. 

–‌  Não poderia jamais recusar uma oferta tão tentadora, cupcake. –‌ E a morena finalmente conectou seus lábios, com ternura e sem a menor pressa. 

Mas… Ao invés do calor, ou da agitação que Laura sempre sentia quando beijava a morena, Laura sentiu desespero. 

Desespero porque seus dias estavam contados, e aquele beijo poderia ser um dos últimos. 

Desespero porque sabia que aquele era o romance da sua vida, porque duvidava que algum dia pudesse amar de novo alguém da forma como amava Carmilla. 

Desespero porque a partir dali Carmilla só iria escapar cada vez mais entre seus dedos e não havia nada que pudesse fazer. 

–‌ Carm… –‌  Chamou, encerrando o beijo, deixando a outra confusa. Ainda com as mãos no rosto da morena, Laura tentou a encarar nos olhos, mas o contato durou apenas poucos segundos antes de Carmilla desviar; havia esquecido que Carm não conseguia olhar nos olhos por muito tempo, mas se martirizaria por isso mais tarde. 

–‌ Sabe que eu também te amo, não sabe? –‌ Carmilla a interrompeu, com a expressão séria em seu rosto. –‌ Pode me dizer qualquer coisa. 

E então Laura começou a chorar.

Porque ainda estava sensível por conta da conversa com seu pai. 

Porque havia sido a primeira vez que Carmilla dizia que a amava. 

Porque o que queria pedir era para que Carmilla ficasse, mas parecia nunca ter coragem o suficiente. 

–‌ Hey, Cupcake… Eu… Me desculpe? –‌ A morena não entendia por que sua namorada estava chorando, mas se levantou, pronta para lhe lançar centenas de pedidos de desculpa, porque lhe partia ao meio que sua Laura, sempre tão animada e energética estivesse tão frágil quanto naquele instante. 

A loira, contudo, apenas se agarrou à Carmilla, com força, seus dedos fincando no torso da morena quase com força o suficiente para machucá-la, ainda mais com a condição de hipersensibilidade da outra. 

–‌ Fala comigo, Laura… –‌ Pediu, engolindo em seco. Não fazia ideia do que fazer.

–‌ Só fique comigo, Carm, por favor… –‌  O pedido da loira era para que Carmilla ficasse para sempre; Apenas lhe faltaram palavras o suficiente para completar. 

–‌ Claro que fico, cupcake. –‌ A resposta da morena dizia respeito apenas ao futuro próximo. Laura sabia, mas quando Carmilla ajeitou seus corpos para abraçá-la melhor, decidiu fingir, apenas por um segundo, que significava mais. 

Que era para sempre.

 


Notas Finais


O que vocês acham que vai ter que ser feito nesse empasse? :'((( Não quero que a Laura sofra, mas a vida da Carm não é lá. Como acham que vai ser resolvido?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...