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História The World Through Her Eyes - Soup


Escrita por: GiovannaBaccio

Notas do Autor


E se eu contar para vocês que assisti um filme e vi o pai da Laura? O ator se chama Enrico Colantoni e toda vez que ele aparecia eu gritava "Olha o pai da Laura!"
A Danny tb apareceu em uma série da Netfliz, mas apenas por alguns segundos. Foi no primeiro ep de O legado de Júpiter e ela está loira!!!!
Me alegra ver essa galera fazendo sucesso. Se passaram alguns anos, mas todos eles moram no meu coração.

Capítulo 5 - Soup


Por mais que o clima tenha ficado mais leve, ainda assim estava estranho. Esquisito; Desconfortável.

— Não que eu queira soar muito inquisitiva, mas por quê acordou tão cedo? — Perguntou Laura, evitando olhar diretamente nos olhos da morena e criando uma leve distância entre elas.

— Eu tenho um compromisso. — Carmilla respondeu dando os ombros, como se não fosse importante, quase misteriosa; Claramente não queria dar informações. Laura diria que de maneira até mesmo sexy, mas provavelmente era um feito decorrente do fato da morena ainda estar de toalha.

Sem querer pressionar a estrangeira, a loira decidiu se retirar do quarto e ir tomar seu próprio banho. Era o dia da aula de literatura lésbica, afinal. Infelizmente a última do semestre. Não a perderia por nada no mundo.

Quando a jovem Hollis saiu do banheiro, a morena aparentemente já havia saído. Após se arrumar e descer, confirmou as suas suspeitas: Carmilla havia saído sem tomar café da manhã. Isso fez com que ela torcesse a boca levemente. Precisava se certificar de que a morena tivesse ao menos três refeições por dia. Não mais porque estava escrito na lista, mas agora porque realmente se importava com ela. Não precisava encher a mulher de perguntas para saber que ela estava tendo dificuldades com transtornos. Sabia que o importante era deixar que ela tomasse conta de si própria, mas ainda assim queria, de alguma forma, incentivá-la. Definitivamente precisava conversar com sua amiga psicóloga.

Com isso em mente, despediu-se de forma rápida do seu pai e saiu bem antes do horário da aula, na intenção de conseguir bater um papo com Perry no meio tempo.

 

 

— E sabe desde quando isso tem acontecido? — Perguntou a ruiva do outro lado da mesa da cafeteria, limpando a maionese do sanduíche que havia ficado em sua boca enquanto conversava com a Hollis.

— Na verdade, eu tenho medo de perguntar mais sobre isso. E ela não é exatamente do tipo que fala abertamente sobre as coisas. — Responde a loira, brincando com a borda do copo de isopor de café à sua frente.

— Me parece certo esperar que ela inicie as conversas sobre isso. É o tempo dela, afinal. Sabe se ela tem um terapeuta aqui? — Por mais que não conhecesse a mulher, Lola Perry estava genuinamente disposta a ajudar a estrangeira. Claramente era alguém importante para Laura, afinal.

— Não sei...? Ela deveria ter?

— Com toda a certeza. Ela claramente tem depressão, para começo de conversa. O pai dela parece ser alguém que se preocupa com ela, então com certeza ela fazia tratamento na Suíça. Sei que não quer ser muito assertiva, mas precisa interferir se ela não estiver se tratando adequadamente. Até porque ela provavelmente toma medicamentos e interromper isso de maneira abrupta pode ser ainda mais prejudicial. — Tomou um gole do próprio café ao terminar o breve discurso. — Sei que ela não é a sua responsabilidade, mas incentivá-la a se tratar e ajudar a procurar profissionais adequados é um simples trabalho de um bom amigo.

— Claro que eu ajudaria ela com essas coisas. — Laura resistiu à vontade de revirar os olhos, porque era óbvio. — Eu só quero que nos demos bem e que ela fique bem.

— Para você poder começar a dar em cima dela? — Questionou a ruiva com um sorriso sugestivo, evitando contato visual para que Laura passasse pelo processo de se envergonhar sozinha.

— Como você-

— Somos amigas desde de o colégio, e você é simplesmente terrível para esconder coisas de mim. Pode enganar LaF, mas não a mim. — Perry termina com uma piscadinha amigável. — Pode me ligar durante as férias sempre que precisar. — Termina recolhendo as suas coisas e acenando para a amiga. O próximo período começaria em breve.

A conversa deixou a loira pensativa, mais do que antes, mas ao menos agora tinha um plano de ação traçado, o que já era mais do que esperava obter da conversa. Perry teve que ir porque a aula começaria em breve, e também a sua.

 

 

— Bom dia, classe. — Como de praxe, a professora Cochrane chegou carregando diversas pastas e folhas nas mãos, apenas para deixá-los desleixadamente em cima da mesa. — Como já havia dito semana passada, a universidade estava trabalhando para trazer uma convidada com um certo grau de especialização em literatura lésbica e, embora eu os tenha deixado no escuro, hoje posso informar que conseguimos trazer nossa especialista estrangeira que está no Canadá. — Por pura animação, a professora bateu palminhas enquanto sorria largamente para a sua turma.

Todos os estudantes, empolgados com a nova notícia, em contraste com o clima de pré-férias, fazem burburinhos localizados, comentando com os colegas do lado.

— Classe, por favor, queiram receber Carmilla Karnstein.

Foi muito rápido. A mulher morena entrou na classe, acenando timidamente enquanto todos faziam diferentes tipos de barulhos acompanhados da salva de palmas.  Mas tudo isso parecia distante de Laura. O barulho parecia estar incomodando Camilla, principalmente o das palmas. O olhar da morena se tornou perdido por um tempo, quase como se não soubesse direito em qual som focar. Laura então percebeu de forma nítida algo que pensava ser apenas coincidência: Carmilla mexia com as mãos quando ficava nervosa. Era bastante sutil, na verdade. Talvez por isso a loira tenha demorado tanto para reparar que era um hábito. A morena juntava as mãos e arrastava a unha do polegar sobre os dedos da outra mão. Repetidamente. 

 Por um breve segundo seus olhares se cruzaram e por mais que a loira quisesse fazer perguntas, a morena foi a primeira a desviar os olhos, como todas as vezes. Ainda assim, Hollis soube. Ela soube que Carmilla já sabia desse encontro e escondeu dela.

Mas por quê?

Para tirar sarro? Para fazer uma surpresa?

Se Hollis conhecesse a Karnstein por um pouco mais do que uma semana, saberia que Carmilla havia feito isso para tentar impressioná-la, mas não se conheciam tão bem assim.

— Bom dia, pessoal. — Carmilla então parecia ter vestido uma máscara; entrado em um personagem. Um personagem que andava na frente da classe com a confiança de quem de fato sabia o que estava fazendo. — Me deram uma aula inteira para falar sobre o que me viesse à mente, e eu sou muito grata por isso. — Levou a mão ao peito depois de se apoiar, quase sentando, na mesa da professora Cochrane. Suas palavras soavam confiante, mas logo voltou com o gesto na mão.

— Assim, gostaria de falar brevemente sobre o livro que lerão para o próximo bimestre. Conte para as abelhas, ou como eu prefiro, Tell it to the bees, tem um título deveras curioso. A autora, Fiona Shaw, se inspirou em um poema de Kipling, chamado The Bee-boy’s Song. A canção do Garoto-Abelha. Como muitos de vocês devem saber, Kipling é o cara que escreveu a peça infantil chamada O livro da Selva, que conta as aventuras do menino-lobo, Mowgli. — Gesticulava bastante enquanto explicava, e era quase como se, por um momento, suas mãos ganhassem vida própria para ilustrarem o que dizia. As frases eram longas, coisa que Laura havia percebido que Carm fazia apenas quando falava sobre algo que realmente amava. Era… Encantador. Sim, era encantador assistir Carmilla existindo com tanta paixão. 

— Eu então vou ler para vocês o poema que serviu de inspiração para o título.

 

“Esconda dos seus vizinhos o quanto quiser,

Mas tudo o que aconteceu, para nós, você deve dizer

Ou então não lhe daremos mel para vender!

 

Uma donzela em sua glória

No dia do casamento dela,

Deve contar a ela a história para as abelhas

Ou então elas voarão para longe.

Voe para longe - morra -

Sumir e deixar você!

Mas se você não enganar suas abelhas,

Suas abelhas não vão te enganar.

 

Casamento, nascimento ou velório,

Notícias através dos mares

Tudo em que você estiver, triste ou feliz

Você deve dizer as abelhas.

Diga-lhes vindo ou indo,

Onde estão os fãs de Fanners,

Porque as abelhas são

Tão curiosas quanto o homem!

 

Não espere onde estão as árvores

Quando os relâmpagos tocam

Nem odeie onde as abelhas estão,

Ou então eles vão embora.

Um pinheiro afastado – zumbindo distante -

Qualquer coisa para te deixar!

Mas se você nunca lamentar suas abelhas,

Suas abelhas nunca vão lamentar por você.”

— E a questão é: Por que esse título e por que esse poema? Bem, meus caros, a história se passa logo após a segunda guerra mundial. — Retira da sua bolsa a própria cópia do livro em questão. — A médica Jean Markham herdou a casa de seu pai e, com ela, alguns apiários. A doutora vivia em uma sociedade que a via como uma aberração, por ser formada em medicina e por exercê-la, e também por ser inteligente ao invés de “bonita”, segundo os padrões para a época. Ela sofria pressão por não ter se casado. Já Lydia Weekes, mãe de Charlie Weekes e passando por um processo de separação com Robert Weekes, era a perfeita mulher da sociedade dos anos 50. Mãe carinhosa, esposa dedicada, trabalhava nas fábricas de tecelagem e tolerava o marido. — Carmilla suspira fundo antes de continuar, mais uma vez mexendo nas mãos antes de deixá-las livres mais uma vez . — Muito da perspectiva geral é contada sob os olhos do pequeno Charles, que faz amizade com a doutora depois de se envolver em uma briga, e começa a confiar nas abelhas para contar as atrocidades as quais o seu pai submetia a sua família. Por isso, quando sua mãe e a sua amiga doutora desenvolvem uma amizade extremamente próxima, Charles não entendia, mas sabia que não poderia dizer a qualquer pessoa, apenas às abelhas. Perguntas? — Virou-se para a classe, como se finalmente se colocasse disponível para uma interação vinda de fora de seu mundo interior.

Toda a classe permanecia em silêncio absoluto com exceção do barulho dos lápis e canetas registrando avidamente o máximo de palavras que conseguiam. Laura mal conseguia fechar a boca. Carmilla era incrível, e sabia coisas incríveis, e sua paixão pelo tema era incrível. Esse, sem sombra de dúvidas, era o assunto dela, o ambiente que ela dominava e assim intensificava suas melhores habilidades. Era simplesmente fascinante assisti-la ali.  

— Não? Pois bem, continuando. — A morena então se desencostou da mesa e se colocou a dar passos lentos pela frente da sala enquanto falava. — Esse é um livro bom para estudar a forma como a sociedade se comportava quanto à homossexualidade. Outro livro extraordinário da época é Carol, ou como vão encontrar o título, O preço do sal. — Carmilla discretamente olha para Laura na primeira fileira, sendo que era um dos assuntos que haviam conversado anteriormente. — Escrito no início dos anos 60, também conta sobre um casal e as dificuldades sociais que encontraram para manter a guarda de uma criança sendo que a mãe era apaixonada por uma mulher.

— Agora, eu sei que muitos de vocês vão sair dessa aula e ir correndo para assistir ao filme, porque eu tenho certeza de que vocês já sabem que tem um filme. — A atenção da classe se desfaz em risadas, que morrem rapidamente assim que a palestrante dá sinais de que continuará a fala. — Mas a minha frase principal é: A mídia é apenas um auxiliar. A essência inteira está no papel. Ou seja, tudo bem assistirem aos filmes, desde que tenham lido as histórias e assim possam compará-los. Por experiência própria, os livros geralmente são melhores do que os filmes. Por exceção, claro, de Disobedience. — Apenas alguns alunos riram, visto que nem todos os estudantes conheciam a obra. — Nada supera o cuspe das Rachels. — Brincando, Carmilla juntou ambas as mãos como se agradece aos céus pela cena.

— Agora, saindo do contexto mais relacionando ao curso de vocês, eu gostaria de comentar rapidamente sobre a história da literatura lésbica antes de encerrar. — O som na classe foi de várias folhas de caderno sendo viradas, como era típico de se fazer ao começar uma nova matéria como tópico. — Nós, mileniuns, a geração Y, vivemos na era de ouro da literatura lésbica. — Com isso, Carmilla finalmente começou a escrever os tópicos pelos quais passava no quadro. — Por conta da facilidade de divulgação, produção, reprodução e, fiquem chocados, aceitação. Nunca antes, tirando a Grécia antigo, a homossexualidade foi tão bem aceita, entre aspas, como na atualidade. A história marca a literatura lésbica desde que mulheres começaram a conseguir publicar coisas. Isso vem da nossa querida Lésbica Original Sappho de Lesbos, de quatro mil antes de cristo, com as poesias mais fofas que eu já li, passando por um longo período patriarcal até ressurgir depois da primeira revolução industrial, onde conhecemos Anne Lister, que eu sei que vocês estudaram esse bimestre. — Mais uma vez Carmilla, quase acidentalmente, olhou na direção de Laura. — Depois vem nomes como Virgínia Woolf, a influência das irmãs Bronte, as Janes e assim se segue. Desde então o progresso tem sido linear, até o ponto em que Fiona Shaw, autora de Tell it to the bees, e Patricia Highsmith, autora de Carol, impulsionadas pela terceira onda do feminismo, a que incluía o feminismo interseccional e tinha como slogan a liberdade sexual, foram capazes de alavancar uma onda gigantesca de publicações que vem crescendo cada vez mais em qualidade e diversidade. — Com uma reverência teatral, Carmilla encerra os tópicos da aula, sendo aclamada com assovios e palmas enquanto todos da classe se levantaram para aplaudir cada vez mais alto. Mais uma vez Laura percebeu o quanto os sons estridentes pareciam tirar a mulher de eixo, e em meio ao que parecia ser o caos, o olhar perdido da morena foi em direção à Laura, na busca de algum conforto familiar.

— Eu vou deixar o meu número profissional com vocês para futuras dúvidas com os próximos livros. — Explicou enquanto escrevia o número de telefone na lousa após esperar o barulho diminuir com a boca levemente torcida. Só então Laura percebeu que não tinha o número da estrangeira, e se sentiu incomodada.

— Podemos entrar em contato para assuntos além da matéria? — Perguntou sua colega Elsie sugestivamente ao fundo.

— Depende, é você quem vai me ligar? — Carmilla responde com uma piscadinha, mas depois dando risada, dando a entender que aquilo havia sido uma brincadeira e deixando a mulher sem uma resposta concreta pelo quão direta havia sido a pergunta.

Sem entender direito, mas entendo perfeitamente o motivo, Laura se sentiu profundamente incomodada. Estava certo que era difícil não reparar que Carmilla era, além de super atraente, absolutamente genial. Principalmente depois dessa aula. Hollis estava cada dia mais atraída pela mulher, sem ter a menor ideia de como parar.

Depois da aula Carmilla parecia alguém inacessível, não apenas metaforicamente, mas também literalmente visto que todos os estudantes formaram uma rodinha ao redor da palestrante para fazer perguntas e tecer elogios, alguns até mesmo pediam para que Carm assinasse suas cópias de Dive Into Your Sea, obra mais popular da morena. Ainda não podia acreditar que não havia assimilado que a escritora e sua colega de quarto eram a mesma pessoa. Pelos Deuses, o nome era super raro! E por causa desse abismo que se estabeleceu entre as duas, Laura só conseguiu ver a mulher novamente quando a mesma voltou para casa, um pouco depois de sua chegada.

— Então, Cupcake, o que achou da aula? — Ela ficava linda quando esbanjava toda essa confiança, pensou Laura.

— Informativa. Quando ia me contar que era meio que uma celebridade? — Sentada no balcão da cozinha, a Hollis passava os olhos pelas primeiras páginas de Tell it to the bees enquanto tomava um copo de suco.

— Bem, eu não vi necessidade de contar, e você também não perguntou. — A morena deu os ombros, tipicamente. Todo tipo de raciocínio com a morena parecia ser direto e lógico. Começou a se questionar por que ela mesma fazia as coisas parecerem mais complicadas do que deveriam. 

— Você almoçou antes de vir pra casa? — Questionou a loira, sabendo que a mulher tampouco havia tomado café da manhã.

— Eu comi alguns biscoitos da sala dos professores. — Olhava para baixo, como se olhar na direção da loira fosse revelar todos os seus segredos e, agora que havia reparado que aquilo de fato era uma mania, não conseguia deixar de perceber todas as vezes que Carmilla fazia os movimentos com as mãos. 

— Eu entendo que não esteja com fome, mas precisa comer. — Laura tentava o seu tom de voz mais suave, e ainda assim o menos condescendente possível, mas havia pouco que pudesse fazer para evitar que soasse como se estivesse infantilizando a escritora.

— Eu sei disso, okay? — Fora da personalidade que havia exibido na última semana, dessa vez Carmilla soou rude, deixando a loira sem palavras, ou coragem para seguir a conversa. — Me desculpe... — Sussurrou o pedido segundos depois de perceber que havia tratado de maneira injusta quem apenas queria ajudar seguido de um suspiro lento.

— Tudo bem. — A estudante forçou um sorriso.

— E você? Almoçou? — Carmilla lançou a pergunta, recebendo um não da outra mulher. — Então teremos sopa. — Colando sua bolsa de lado, a morena começa a abrir os armários e a geladeira, pegando todos os ingredientes dos quais precisaria.

— Precisa de ajuda? — Oferece por mera educação.

— Eu aprecio a boa vontade, mas ambas sabemos que a cozinha não é um dos seus grandes talentos, Cupcake.

 

Enquanto Carmilla cortava as cenouras, Laura, sem perceber, lia em voz alta o livro, descrevendo o pequeno Charlie correndo com o seu barquinho na mão em direção à sua mãe. Por isso, Carmilla tentava fazer o mínimo de ruído quanto possível, cortando os legumes suavemente para não interromper a concentração de sua colega de quarto. Laura era interessante, e fofa. E se importava com ela, mesmo quando ela agia diferente das outras, e aquela sensação era quase viciante. A morena poderia se acostumar com isso.

 


Notas Finais


Vou começar a ameaçar vocês dizendo que só vou postar mais capítulos se houverem comentários :v


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