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História There For You - Malec (EM REVISÃO) - 25. BROKEN HEARTS CLUB


Escrita por: jwssica

Notas do Autor


84 anos depois e eu voltei!

Bom dia amores, tudo bem com vocês?
Novamente passei por um bloqueio e dessa vez foi muito pior, então precisei adiantar um pouco as coisas. Espero que gostem do capítulo! Ah e não se preocupem, vou escrever um flashback da chegada deles em um "capítulo futro."

Preparem os lenços, vocês vão precisar 💔

Boa leitura xx

Capítulo 26 - 25. BROKEN HEARTS CLUB


Fanfic / Fanfiction There For You - Malec (EM REVISÃO) - 25. BROKEN HEARTS CLUB

Te amar foi luz do sol, mas então caiu uma tempestade
E perdi muito mais que meus sentidos
Porque te amar teve consequências
- Camila Cabello, Consequences


~ AUTORA

A vista da boate logo cedo era bastante tranquila. As luzes estavam apagadas, poucas pessoas circulavam por lá e as únicas que pareciam realmente estar ali para fazer algo, era o pessoal responsável pela faxina. No ponto de ônibus que ficava do outro lado da rua estava Camille e dessa vez ela não estava sozinha, Benjamim balançava os pés e olhava de forma curiosa para baixo vendo uma trilha de formiguinhas na calçada. O pequeno pensou em comentar com a mãe sobre os bichinhos, mas ao notar o olhar dela preferiu dar-lhe um cutucão de leve e esperar que ela voltasse sua atenção para ele.

- Sim, meu amor.

- Mamãe, o que estamos fazendo aqui?

- Viemos atrás de uma informação.

- Eu precisava estar aqui? - O garotinho perguntou pensativo. - É que a senhora nunca me leva quando sai. - Jocelyn não estaria disponível aquela manhã e Camille interpretou isso como um sinal, talvez fosse melhor estar com o filho e assim não teria motivos para sair correndo. Ela estava ali por ele!

- Sim. - Ela levantou-se devagar do banco, ajeitou a bolsa que carregava o cilidro de oxigênio nas costas e segurou uma das mãos do filho o ajudando.

Os dois conseguiram atravessar sem muita dificuldade e logo chegaram ao outro lado da rua. Camille respirou fundo antes de entrar, ela passou por alguns senhores que seguravam esfregões e chegou até um pequeno lance de escadas que dava acesso aos bares e a pista de dança central.

- Bom dia. Posso ajudá-la? - Scoot perguntou. Ela reconheceu o homem que havia lhe ajudava da primeira vez e sentiu-se envergonhada quando ele aproximou-se e apareceu reconhecê-la.

- Eu preciso falar com o Magnus. Ele está?

- Quem é Magnus, mamãe? - Pela primeira vez Scott pareceu notar o garoto e se ele não estivesse sóbrio talvez não teria levado o susto que levou! O garotinho se parecia muito com Magnus e a falta da resposta só fez uma voz bem lá no fundo de sua mente gritar: "ELE É FILHO DO MAGNUS!"

- Filho, mamãe está tentando conversar. - Ela disse carinhosamente. - Depois eu te respondo. O.k? - O menino assentiu e olhou em volta de forma curiosa.

- Não, ele não está aqui.

- Sabe onde posso encontrá-lo? O assunto que tenho para tratar com ele é urgente e infelizmente não tenho tempo para explicar.

- Acho que não precisa explicar. - Ele olhou do garoto para ela e piscou. - Magnus não mora muito longe daqui e acredito que ele já tenha chegado de viagem. Que dia é hoje?

- Terça-feira.

- Ah sim, ele chegou ontem. - Scott bateu com o dedo indicador da própria cabeça.

- Pode me passar o endereço?

- Posso levá-la.

- Mesmo? Eu realmente posso ir de ôninus.

- Essa hora eles são cheios e imagino que não é para confortável para alguém que está com uma criança.

- Isso é verdade. - Camille concordou sorrindo fraco e Scott retribuiu o sorriso.

- Quer que eu ligue para ele para avisar ou...

- Acho melhor não. - Ela não queria correr o risco dele dizer "não" sem ao menos ouvir os motivos dela.

- Tudo bem. - Scott bateu uma das mãos no bolso e sentiu as chaves ali. - Sendo assim podemos ir. - Ele indicou a saída e eles começaram a caminhar.

- Onde vamos, mamãe?

- Visitar um amigo, Ben. - Camille explicou.

- Ben é o nome dele?

-Na verdade é Benjamim.

- É um nome bonito! E o seu? - Ele perguntou já apertando o botão do controle para destravar as portas do carro.

- Camille. - O nome era familiar, mas Scott não conseguiu se lembrar bem. A única certeza que teve ao abrir a porta do carro dele para ela e o filho é que ele estava carregando o passado de Magnus de volta para ele!


O caminho até o apartamento de Magnus foi demorado e silencioso. O fluxo de manhã era um dos piores, muitas pessoas indo trabalhar de carro e o transporte público lotado! Camille não fez menção de falar ou perguntar nada, ela parecia apreensiva e Scott já imaginava bem o motivo. O pequeno Ben havia cochilado tendo o banco traseiro todinho para ele, estava deitado e tinha um dos dedos na boca. Quando Scott estacionou o carro em frente ao prédio, Camille retirou o cinto de segurança com sua mão trêmula e voltou sua atenção para Scott.

- Tem certeza de que ele está aqui?

- Sim, ele não costuma sair pela manhã. - Ela assentiu. - Magnus mora no décimo segundo andar e a porta dele é a mais moderna que tem naquele andar.

- Obrigada pelas informações e pela carona.

- Foi um prazer! Precisa de ajuda para carregar o garoto?

- Não precisa, ele é leve. - Camille desceu devagar, fechou a porta e abriu a porta traseira para pegar o filho. Assim que conseguiu, fechou a porta e acenou para Scott que mentalmente desejou-lhe "boa sorte" em sua conversa com Magnus.

As pernas estavam bambas, mas Camille tomou coragem e entrou. O coração saltava descontrolado no peito, mas ela pegou o elevador e apertou o número 12. Foram os segundos mais longos de toda sua vida! Quando as portas se abriram, Camille encarrou o corredor vazio por um tempo e desceu antes que as portas se fechassem novamente. Ela encontrou a porta moderna que Scott havia lhe dito, era preta e tinha duas faixas na cor prata como detalhe. Duas batidas foi o máximo que conseguiu bater na porta já que precisava dos dois braços para segurar o filho. A porta foi aberta, mas não era Magnus... era o rapaz da cafeteria! Alexander estava uniformizado e carregava uma mochila nas costas.

- Bom dia. Em que posso ajudá-la?

- Bom dia. - Ela respondeu tentando escolher as palavras que usaria com ele. O que deveria dizer? - O Magnus está? Preciso falar com ele.

- Ele foi no mercadinho da esquina comprar alguma coisa. - Alec disse pensativo. - Não me lembro bem, mas entre, por favor. - Ele cedeu espaço para que ela entrasse. - Você trabalha na boate?

- Não, na verdade somos velhos amigos. - Camille respondeu ainda sem saber o que dizer. Aquele era o namorado de Magnus e pela aliança no dedo dele, imaginava que era um compromisso sério! Magnus ficaria furioso se ela dissese algo que poderia colocar em risco aquele relacionamento, ela tinha certeza disso.

- Imagino que sim. - Alec sorriu. - Quer deitar seu filho no quarto? Acho que o sofá não será muito confortável para ele. - Camille assentiu. Benjamim estava com o rosto escondido na curva do pescoço da mãe e por isso Alec não o reconheceu! Ele indicou o corredor para Camille e esperou pacientemente que ela voltasse, estava atrasado.

- Obrigada por me oferecer um lugar para deitá-lo. - Ela disse ao sentar-se no sofá. - Meus braços já estavam doendo. - O problema respiratório causava muita fadiga. O curto percurso da sala até o quarto lhe deixou sem fôlego!

- Quer um copo d' água? - Ela assentiu e Alexander buscou rapidamente um para ela. - Aqui.

- Obrigada. - Camille agradeceu e segurou o copo.

- Alec! - Ela extremeceu ao ouvir a voz de Magnus. - Ainda está ai?

- Ele chegou. - Alec sorriu e caminhou para abrir a porta.

- Você já vai? Achei que fossemos tomar café da manhã juntos. - Magnus disse adentrando com várias sacolas em mãos, ele passou rapidamente pela sala e não viu Camille!

- Amor, eu estou atrassado. - Alexander riu baixinho, passou pela sala e fez um gesto com as mãos para Camille. Ele quis dizer: "Espere um pouco."

- Vai mesmo me deixar tomar café da manhã sozinho?

- Você não vai estar sozinho. - Alec se aproximou dele e sorriu. - Tem uma pessoa esperando por você na sala. - Naquele momento Magnus imaginou qualquer um de seus amigos, menos Camille! Tanto que ele já estava pronto para fingir que estava bravo com Catarina por ela não ter ido no almoço que Ragnor fez para receber ele e Alexander no dia anterior quando eles chegaram de viagem. O sorriso dele desapareceu ao vê-la e Camille sentiu o nó se formar em sua garganta! Magnus não esboçou reação. - Ela chegou agora pouco e disse que são velhos amigos! Imagino que tenham muito para conversar. - Alec deu um beijo na bochecha dele. Estava atrasado e havia prometido para Clary que chegaria no horário! - Eu vou indo, o.k? Pode ser que eu venha para o almoço. - Ele disse já caminhando. - Foi um prazer... qual é mesmo seu nome? Deixa para lá! Vou adorar conhecê-la quando voltar. - Alexander saiu e fechou a porta atrás de si.

Magnus estava no mesmo lugar, os olhos fixos em Camille e nenhuma palavra. Ela queria dizer algo, qualquer coisa, mas não conseguia! Também olhava para ele e tentava se convencer de que aquilo era mesmo real. Havia tanto entre eles, tantas palavras não ditas, lágrimas para serem derramadas e saudade um do outro.

- O que você está fazendo aqui? - Magnus precisou ser forte para fazer aquela pergunta sem deixar uma única lágrima rolar.

- Eu preciso da sua ajuda.

- Você veio até aqui para pedir minha ajuda?

- Eu não queria, Magnus. - A voz dela se tornou afetada pela vontade de chorar e Camille não consguiu olhar para ele. Doía muito olhar para ele! - Mas não tive escolha.

- Como espera que eu acredite em você? - Ele sentia uma necessidade absurda de se defender naquele momento e por isso fez aquela pergunta! Magnus precisava saber o motivo dela estar ali antes de pensar em se envolver em algum problema. 

- Você disse que não queria me ver nunca mais. - Ela suspirou. - Acha mesmo que se eu quisesse contrariá-lo esperaria três anos para fazer isso?

- Qual é o problema?

- Magnus, eu sinto que estou morrendo. - Aquelas palavras causaram impacto e Magnus sentou-se imediatamente sentindo que o mundo estava desabando sobre sua cabeça!

- Como assim?

- Eu adquiri esse problema respiratório por causa do cigarro.

- Você havia parado. - Magnus olhou para ela e sentiu-se estranhamente irritado com aquela informação. - Você ferrou seu pulmão pelo maldito cigarro?!

- Me deixa falar, por favor.

- Olha pra mim. - Ela olhou e já havia lágrimas escorrendo por suas bochechas, mesmo assim Magnus manteve-se firme. - O que aconteceu? Você não voltaria ao vício por qualquer coisa.

- Tem muito até chegar nessa parte. - Magnus assentiu. - Enfim, esse problema se agravou ao longo do último ano e preciso fazer uma cirurgia. É uma cirurgia muito arriscada e temo não sair viva dela, Magnus. - Camille fez uma pausa. - Por isso preciso que cuide do meu filho.

- Cuidar do seu filho? - Magnus perguntou indignado. Era muito para processar! Ele levantou-se e caminhou de um lado para o outro. - Tem noção do que está me pedindo? Eu não posso fazer isso!

- Magnus, por favor. - Ela estava quase implorando

- Você deve ter outra pessoa! Qualquer uma! E seu pai? Seu pai não poderia cuidar do seu filho?

- MEU PAI MORREU! - Camille sentiu um aperto forte no peito e por um breve momento sentiu o ar faltar no pulmão de tamanho que foi seu esforço ao gritar. - Eu não teria vindo atrás do Harry se ele ainda estivesse vivo e muito menos atrás de você, Magnus.

- Quando ele morreu?

- Pouco tempo depois que Benjamim nasceu.

- Eu estive em Madrid esse final de semana e meus pais não disseram nada.

- Eles cortaram relações conosco depois do que aconteceu. - Camille secou em vão as próprias lágrimas.

- Eu gostaria de ter ficado sabendo. -Magnus disse num tom de voz mais baixo, ele realmente estava sentido. Gostava muito do pai dela! Ele era um bom homem.

- Você não imagina quantas vezes eu pensei em te ligar. - Camille desabafou lembrando-se de como foi e ainda era difícil lidar com aquela perda.

- Poderia ter me ligado.

- Não, eu não poderia. Eu tenho um filho do seu irmão e não importa quanto tempo passe Magnus, você nunca vai conseguir olhar para mim sem se lembrar disso! - Ela sorriu triste. - Nem eu consigo não me lembrar, imagine você. - Eles ficaram em silêncio por alguns instantes.

- Como Harry reagiu quando vocês se encontraram? - Magnus desviou daquele assunto na tentativa de aliviar um pouco o peso que sentia sob os ombros, ele queria refletir um pouco antes concluir se podia ou não ajudá-la.

- Ele disse que não se importa comigo ou com o meu filho e que se eu quisesse continuar recebendo a pensão, deveria ficar longe dele.

- Você achou mesmo que ele fosse te ajudar?

- Torcia para que pudesse. - Ela suspirou e passou uma das mãos pelos cabelos. - Não é como se eu tivesse muitas opções, Magnus. Eu tenho amigos, mas cada um tem sua vida e os próprios filhos para cuidar. - Camille fechou os olhos por alguns instantes e levou uma das mãos ao peito. - Você pode me ajudar?

- O que você está me pedindo é algo muito sério. - Magnus suspirou.

- Não se sinta na obrigação de me ajudar, Magnus. A última coisa que eu quero aqui é atrapalhar sua vida!

- Eu pareço ser o tipo de pessoa que te deixaria desamparada em um momento como esse?

- Você não é mais nada meu, Magnus.

- O garoto sabe sobre quem é o pai dele?

- Eu fui honesta sobre muitas coisas, menos isso. -As lágrimas voltaram e ela abaixou a cabeça. - Partiria o coração dele.

- É algo que ele não precisa saber.

- O que quer dizer com isso?

-cCamille, eu vou te ajudar. - Magnus não sabia de onde aquela coragem estava vindo, mas ela veio e ele disse aquelas palavras sem qualquer tipo de peso. Ele sentia em seu coração que aquilo era o certo!

- Ben vai achar que você é o pai dele. - Ela disse baixinho. - Você não quer que isso aconteça. Você disse que... - Camille parou de falar ao sentir o toque dele em seu ombro, ela não esperava que Magnus chegasse perto dela! O toque dele era o mesmo de anos atrás e transmitia uma segurança tão grande que nada no mundo poderia atingi-la naquele momento.

- Eu vou conversar com o meu namorado e prometo que seu filho será bem cuidado. - Ela olhou para ele e foi impossível controlar que mais lágrimas viessem! Num impulso Camille o abraçou, passou os braços ao redor dele e o apertou com toda força que tinha. Magnus permaneceu imóvel por alguns instantes, mas ele não era feito de pedra e o recentimento que tinha dela estava rasgando seu peito! Devagar ele passou os braços ao redor dela e retribui o abraço sentindo seu mundo entrar de volta no eixo.

- Eu sinto muito, sinto muito mesmo por tudo. - Camille disse baixinho. - Foi um erro estúpido e egoísta! Não queria machucar você, Magnus. Me dói muito o modo como as coisas acabaram entre nós e eu... Se te dói me ver novamente, eu juro que se sair viva dessa cirurgia você não precisará nunca mais me ver novamente. - Magnus partiu o abraço e segurou ela pelos ombros. Camille olhou para ele surpresa vendo as lágrimas rolarem pelas bochechas dele!

- Eu sei que você sente muito, também lamento por ter ido embora e deixar tantas coisas mal resolvidas. - Ele suspirou. - Mas não quero não te ver nunca mais, Camille. Nós somos adultos e podemos muito bem dar uma vida normal ao garoto! Pare de dizer que vai morrer, por favor, tenho certeza de que seu filho precisa muito de você. - Magnus abraçou ela novamente e permitiu-se chorar, era tudo que ele queria fazer naquele momento. 

- Alexander tem sorte de ter você. - Camille disse ao inalar o cheiro dele e fechou os olhos inebriada. - Você foi o único homem que amei e depois de você apenas Benjamim. E eu rezei muito... rezei para que encontrasse alguém para amar, Magnus. Você merece tanto!

- Você também merece alguém. - Ele afagou igualmente as costas dela. - Não pode se culpar pelo resto da sua vida e achar que não merece ser feliz, Camille. - Magnus partiu o abraço e sorriu para ela, Camille retribuiu igualmente e o rosto dela se iluminou! Ela aparentava ser mais nova tendo os cabelos escuros, o problema respiratório não permitia muito esforço e por isso ela estava mais magra.

- Obrigada. - Camille disse o observando e tocou o rosto dele, Magnus não havia mudado muito. Ela pretendia falar alguma coisa, mas o barulho do telefone interrompeu aquele momento entre eles e Magnus achou melhor atender.

- Oi amor, sou eu. Tudo bem? - Era Alec e Magnus sentiu-se estremecer ao ouvir a voz dele. Precisava falar com ele! - Estava ligando no seu celular, mas você não atendeu e achei que não estava em casa.

- Eu estou aqui.

- Percebi. - Alexander riu baixinho. - Eu estou voltando para casa, esqueci os presentinhos que comprei para Izzy e Jace em Madrid, eles estão me cobrando. Como estão as coisas com sua amiga?

- Você já está chegando? - Magnus olhou para Camille e ela apontou para o corredor indicando que estava indo lá, ele imaginou que ela estaria indo no banheiro.

- Sim.

- Quando você chegar quero conversar com você.

- Parece ser algo sério. Tudo bem?

- Sim, mas eu realmente preciso te contar algo que fiz e foi um erro.

- Você está me assustando.

- Vamos resolver tudo aqui. O.k? - O barulho que veio do corredor assustou Magnus. - Preciso ir.

- O que está acontecendo?

- Aqui nós conversamos. - Ele desligou e foi em direção ao corredor.

Magnus caminhou pelo corredor e quando aproximou-se o suficiente da porta do banheiro viu que Camille estava caida no chão tendo dificuldade para respirar. Ela estava sem o cilindro de oxigênio, ele estava caido longe dela e ele imaginou que fosse esse o problema! Ele se ajoelhou rapidamente, pegou-a em seus braços e tentou acalma-la.

- Mag... - Ela levou uma das mãos ao peito.

- Se concentra na sua respiração, você consegue.

- Acabou. Não consigo. Me... ajuda... - Magnus pegou Camille em seus braços e levou ela rapidamente até a varanda. Ele sentou lá com ela, era possível ver o suor frio escorrendo pela lateral do rosto dela e as lágrimas vieram pelo alívio em sentir o ar novamente nos pulmões.

- Melhor? - Ela segurou forte na mão de Magnus e olhou para ele.

- Está piorando.

- Vou te levar ao hospital.

- Eu não vou aguentar a viagem de volta. - Camille sentiu-se incomodada com a própria blusa de gola, ela sentia-se sufocada e Magnus percebeu. - Estou ficando cada vez mais fraca.

- Tira essa blusa e toma um banho, o.k? Eu te ajudo e depois vou te levar ao médico.


~ MAGNUS

Eu não conseguia colocar em palavras meus sentimentos naquele momento, não podia simplesmente deixá-la desamparada... ela não tinha ninguém com quem contar além de mim! Pensar na morte de Phill me deixou de coração partido e conseguia sentir a dor. "Fugir tem consequências." Pensei enquanto segurava seu corpo frágil embaixo do chuveiro, Camille estava falando sério quando disse que estava fraca e pensar no estado dela me preocupava. Ela havia comentado que o garotinho estava dormindo no quarto de Alec, mas não espiei pela porta para vê-lo, ainda não me sentia preparado naquele momento! Estava em alerta, Alexander chegaria logo e só queria contar tudo para ele.

- Está pronta para sair? - Perguntei estando de costas para ela.

- Sim, eu estou pronta. - Disse baixinho e abrindo o box devagar. O tempo todo que estive no chuveiro com ela, estava vestindo uma bermuda e só havia tirado ela agora pouco substituindo por uma toalha. Tomei Camille em meus braços e carreguei ela para fora do banheiro, seus braços estavam em volta do meu pescoço.

Caminhei com ela até meu quarto, coloquei ela sentada na cama e fui até meu closet para pegar alguma blusa mais confortável para ela usar. Não foi muito difícil encontrar e quando voltei, vi as lágrimas rolando por sua bochecha. Me aproximei dela, sentei-me ao seu lado e passei um dos braços pelos ombros dela.

- O que foi? - Perguntei baixinho.

- A minha ficha ainda não caiu. - Ela explicou rindo baixinho entre lágrimas.

- Por isso fugiu de mim na boate?

- Oh sim, eu estava apavorada! Me desculpe por isso.  - Camille secou as lágrimas, mas elas continuaram vindo. - Eu me assustei quando ouvi você correr atrás de mim. Sabia que era eu?

- Imaginei que sim, mas estava tão apavorado quanto você e achei melhor não pensar muito no assunto.

- Acho que passei muito tempo longe de você e acabei me esquecendo de como seu coração é grande.

- Eu perdoei meus pais e pude conversar muito com eles, principalmente com meu pai. Ele abriu meus olhos, disse que não deveria te julgar e isso me fez refletir bastante. - Olhei para ela. - Achei que fosse impossível te perdoar pelo que aconteceu, mas ultimamente tenho deixado meu coração me guiar e se ele diz que é certo te ajudar, farei isso! Eu não posso fingir que você não significou para mim, seria como negar os sete anos mais felizes da minha vida e isso não posso fazer.

- Magnus, você fez muito por mim nessa última hora e sei que não tenho o direito de te pedir mais nada, mas eu queria muito um beijo seu. - Eu pensei em dar uma resposta negativa, mas me engasguei com as minhas próprias palavras e me lembrei de como fiquei apavorado ao vê-la caida no chão! Ela poderia ter morrido. Ela podia não aguentar a viagem e muito menos uma cirurgia, senti meu coração apertar no peito. Não queria negar o que poderia ser o último pedido dela para mim e foi por isso, unicamente por isso que segurei seu queixo e lhe dei um selinho. Um simples encostar de lábios e me afastei dela sentindo meus olhos arderem pelas lágrimas, era um último pedido... soube disso quando olhei nos olhos dela!

- Era sobre isso que queria conversar? - A voz de Alexander me despertou e me virei para olhá-lo. - Poupe suas palavras, eu já vi o suficiente! - Ele saiu caminhando e saltei da cama correndo atrás dele.

- Alexander, espera! - O alcancei na sala e segurei seu braço. - Não é nada disso que está pensando.

- Então me diz, o que eu estou pensando?! - Alec puxou o braço e se afastou de mim cruzando os braços.

- Ela é minha ex-esposa, Alexander. - Ele me fitou por alguns instantes e pude ver seus olhos se encherem de lágrimas. - Eu deveria ter contado antes, mas fui casado e não contei por medo da sua reação. - Tentei explicar da forma mais calma possível e dei um passo em sua direção.

- Sabe como isso faz essa situação parecer ainda pior? Acho que não. - Ele riu sem vontade. - Eu já sabia de tudo!

- Sabia? - Perguntei surpreso. - E não me disse nada?

- EU QUERIA ESPERAR O SEU TEMPO! SEU MALDITO TEMPO, MAGNUS! - Ele apontou para mim. - Eu vi o álbum de casamento e descobri seu segredo, mas não achei certo te cobrar aquilo. Não era o momento de cobrar nada, você tinha muito para lidar naquele momento e não parecia justo!

- Alec. Amor... -vTentei me aproximar.

- NÃO CHEGA PERTO DE MIM! Você não imagina como foi os últimos dois dias, não imagina como foi difícil dizer para mim mesmo que não importava nada daquilo e que estavamos bem juntos. E por um breve momento tinha me convencido disso, me convencido de que você não sentia mais nada por ela!

- Eu não sinto nada por ela!

- MENTIRA!

- Alexander, você precisa acreditar em mim. Isso tudo não passa de um mal entendido e se você me deixar explicar, eu juro que vai entender exatamente o que aconteceu aqui!

- OLHA NOS MEUS OLHOS E DIZ QUE NÃO SIGNIFICOU NADA! DIZ, MAGNUS!

- Ouve ele. - Não precisei me virar para trás para saber que Camille estava ali.

- Com todo respeito, não se meta!

- Alexander, por favor.

- Não. - As lágrimas já rolavam por sua bochecha. - Você me fez amar você, Magnus! Você me fez ignorar todas as verdades que estiveram diante do meu nariz o tempo todo e não quis encarrar, não quis pensar que talvez você poderia não amar tanto assim.

- Isso não é verdade, Alec! - Consegui alcançá-lo e o segurei pelos ombros. - EU TE AMO E VOCÊ SABE DISSO! - Eu o vi empalidecer ao olhar para o canto e rapidamente olhei para trás. Camille estava tentando conter um garotinho pequeno que parecia querer saber o que estava acontecendo! Ele olhou para mim e fiquei paralisado.

- Você tem um filho? - A voz de Alexander me despertou e me dei conta do beco sem saída em que estava. As lágrimas vieram e não pude conter, não pude conter o sentimento de que precisaria fazer algo do qual não me orgulharia! Alec iria me odiar para sempre.

- Magnus, você não precisa... - Camille segurava o garotinho que já lutava para tentar ultrapassá-la para chegar até mim.

- É meu filho.

- PAPAI! - O garotinho gritou já chorando e logo senti o aperto do pequeno na minha perna. Eu me abaixei, peguei o garoto e afaguei suas costas tentando acalmá-lo.

- Me desculpa, Alexander. - Disse olhando para ele. - Por favor, me desculpa. Nada disso muda o que sinto por você! - Estendi minha mão na esperança de que ele me desse uma chance, mas ele permaneceu imóvel enquanto nos encarrava.

- Muda sim. - Ele respondeu limpando as lágrimas. - Isso é o que você sempre quis, não é mesmo? Uma família! 

- Eu não queria que fosse assim. - Lamentei e realmente lamentava! Era o coração dele ou do garoto e eu não poderia fazer isso, não podia partir o coração de uma criança que não tinha o pai e poderia perder a mãe.

- Mas nós somos amigos. - O garotinho disso apontando para Alec e ele sorriu triste. Como assim amigos?

- Nós não podemos ser amigos. - Alexander se aproximou de mim, apenas o sucifiente para pegar minha mão e colocar sua aliança na palma dela. - Acabou, Magnus. - Disse e saiu sem olhar para trás.

- Magnus, vai atrás dele. - A voz de Camille chamou minha atenção, mas não consegui tirar os pés do lugar. - Vai atrás dele!

- Eu não posso e você sabe o motivo. - Abrecei o garotinho que estava nos meus braços e chorei silenciosamente sentindo mãozinhas afagarem meus cabelos. Aquela única palavra dita por ele ecoava na minha cabeça e sentia doer dentro de mim de uma forma inexplicável!

- Papai. - Eu me sentei no sofá, Camille ao meu lado e ajeitei o garotinho em meu colo.

- Oi pequeno. - Disse sem saber como começar um diálogo com ele.

- Você é igualzinho ao meu sonho! Esperei muito para te conhecer.

- Eu também.

- Filho, mamãe precisa te contar uma coisa. - Camille começou e eu fiz um gesto impedindo-a. - Não é o que esta pensando, Magnus. - Suspirei e assenti. - Eu e seu papai não estamos mais juntos, somos apenas...

- Amigos? Eu sabia, mamãe. - Ela pareceu estar surpresa pela revelação do garoto.

- Como?

- Papai é o amigo daquela história que me contou. - Seus olhos escuros me observaram atentamente.

- Que história? - Tentei em vão conter as lágrimas, mas elas continuavam vindo e a expressão do garoto me preocupava.

- Sobre pedir desculpa por ter feito algo de errado. - Camille explicou.

- Quantos anos você tem?

- Três. - Ele me mostrou nos dedinhos.

- É muito esperto para sua idade  - Baguncei seus cabelos e ele riu. Uma risada encantadora! Ele era uma miniatura de Harry e aquilo não me assustava, não como nos pesadelos que costumava ter antigamente.

- Magnus, eu ainda acho que precisa ir atrás dele.

- Quem é ele?

- O namorado do papai.

- Tem um namorado? - Benjamim perguntou surpreso.

- Não podemos ter essa conversa agora. - Disse olhando para Camille. - Ele tem razão para estar bravo comigo. É tudo culpa minha! Isso não teria acontecido se eu tivesse explicado nossa história antes, mas não fiz isso e agora ele me odeia. - "Ele me odeia" senti o impacto das palavras e fechei os olhos por alguns instantes! - Não adianta eu ir atrás dele agora, ele vai acabar se machucando ainda mais e não quero isso.

- É culpa minha, Magnus.

- Eu fiz o que fiz por querer, você não me obrigou.

- Parem de brigar! - O gatorinho disse se encolhendo nos meus braços, ele parecia assustado e confuso.

- Não estamos brigando, filho. - Camille disse de modo que ele pudesse ficar mais calmo.

- Esse assunto encerra aqui. - Ela suspirou e assentiu.

- É melhor se vestir, eu preciso ligar para Catarina e avisar que estamos indo.

- Indo? Mas acabamos de chegar.

- Vamos levar sua mamãe ao médico. - Expliquei calmamente e ele assentiu. - Vai ficar tudo bem, o.k? - Benjamim assentiu.

Camille não demorou para se vestir e logo veio ficar com o garoto para que eu pudesse me vestir. A aliança de Alexander ainda estava comigo, fiquei um tempo olhando para ela até que decidi colocá-la juntamente com a minha em uma correntinha para usar no pescoço. Peguei a primeira roupa que encontrei pela frente, estava sem ânimo algum para me vestir e depois apenas lavei o rosto para deixá-lo um pouco menos inchado por causa das lágrimas! Peguei meu celular, ainda estava trêmulo e liguei para Catarina.

- Agora se lembrou que eu existo? - Catarina disse dramaticamente e riu logo depois. - Me desculpe por não ir no almoço ontem, Mag. Sinto tanto sua falta!  Temos que marcar de sair e assim pode me contar como foi a viagem. Você leva o Alec, eu levo a Alexa e podemos sair em um encontro duplo! Que tal?

- Você está no trabalho?

- Que voz é essa, Magnus?

- Responde.

- Sim, estou no trabalho.

- Preciso de um especialista para examinar Camille.

- Camille? Você está com ela?

- Catarina, por favor... você consegue fazer isso por mim?

- Magnus, o que aconteceu?

- Nós conversamos ai. Pode ser? Estou indo.

- Tudo bem, pode trazer ela.

- Obrigado. - Desliguei e suspirei pesadamente.

- Magnus?

- Ela vai arrumar um especialista para te examinar. - Forcei um sorriso. - É melhor irmos, não vai ser bom pegar trânsito.

- Você não precisava ter mentido para ele.

- E partir o coração de uma criança?

- Mas partiu o coração do Alec.

- Alexander é forte e mesmo que não queira mais nada comigo, vai me ouvir na hora certa.


~ ALEC

Eu não conseguia ver claramente por causa das lágrimas que não paravam de escorrer, não conseguia parar de chorar e não tinha certeza se queria... meu coração estava em pedaços! Não queria voltar ao trabalho, mas precisava e assim que entrei no estabelecimento Clary veio ao meu encontro com os olhos arregalados.

- Meu Deus! Você está bem? - Eu abracei ela sem conseguir falar uma única palavra e senti o afago dela nas minhas costas. - Eu não sei o motivo das suas lágrimas, mas chore o que for preciso. O.k? Estou aqui. - Ela me levou para os fundos e fiquei me perguntando onde meus amigos estavam, eles deveriam estar aqui esperando por mim. - Isabelle recebeu uma ligação do Simon, parece que ele não está muito bem e Jace levou ela para encontrá-lo no hospital, logo ele volta. O.k? - Apenas assenti e ela sentou-se comigo no banco que ficava no vestiário. Apoiei minha cabeça em seu ombro e chorei por incontáveis minutos! Tudo estava uma verdadeira bagunça na minha cabeça e não conseguia acreditar no que havia acontecido.

- Acabou, Clary. - Disse baixinho sentindo pontadas na cabeça, estava esgotado.

- O que acabou?

- Meu namoro.

- Mas o que aconteceu?

- A ex dele voltou, ele estava beijando ela quando cheguei e os dois tem um filho. - Levei uma das mãos até minha cabeça. Estou arrasado! Eu não acredito que me deixei ser enganado desse jeito.

- Tem certeza de tudo isso?

- O que são sete anos perto de um mês? Eu sou tão idiota por ter acreditado nele!

- Você precisa se acalmar, Alexander.

- Eu não quero ficar calmo. - Estava bravo, mas não tinha mais força para gritar ou expressar minha raiva!

-Não acha isso tudo muito estranho?

- E quando não foi estranho? Primeiro o Harry, depois os pais dele, agora essa ex e um filho! É muito para digerir, Clary.

- Alec, eu acho que você agiu de forma precipitada terminando com ele.

- Quando eu liguei, ele me disse que precisava conversar comigo e que havia cometido um erro. Assim que abri a porta, vi as roupas espalhadas pelo chão e encontrei os dois no quarto! Ele disse que podia explicar, mas percebe como uma explicação diante de tudo isso não parece valer nada? - Ela ficou pensativa. - Você diz que fui precipitado, mas e se fosse você vendo o Jace com uma ex-namorada no quarto beijando ela na cama?! - Me levantei e suspirei passando uma das mãos pelos cabelos. - Não foi minha intenção ser rude com você, eu sinto muito.

- Você está chateado e confuso, eu te entendo. O.k? - Clary levantou-se e se aproximou de mim. - Mas acho que ele merece uma chance de se explicar, Alexander. Percebe como os acontecimentos mexeram com você? Imagine como ele deve estar se sentindo com tudo isso! Eu estou preocupada com você e com ele também, somos humanos e chega uma hora que é muito para suportar sozinho.

- Eu estou me sentindo tão quebrado e confuso. - Disse baixinho. - Acho que preciso ficar sozinho. Você poderia me deixar sair agora? Prometo que vou compensar isso amanhã.

- Não se preocupe, tire um tempinho para si. - Ela beijou minha bochecha. - O que digo para Jace?

- Encontro com ele mais tarde e conto pessoalmente. Pode ser? - Ela assentiu. - Obrigado, Clary.

- Se precisar de algo é só me ligar. - Assenti e segui caminhando para fora da cafeteria.

O vento gelado me causou arrepios e abracei meu próprio corpo enquanto caminhava sem rumo pelas ruas. Toda vez que fechava os olhos via ele beijando ela e o jeito como se olhavam era tão intenso, havia tanto naquele olhar e pensar naquilo me deixava muito mal! Inconsientemente já traçava meu perfil e o dela, Camille é uma mulher muito bonita e eu... "Sou apenas um garoto estúpido." Pensei. Chutei uma latinha amassada que estava no meu caminho e segui caminhando com as mãos nos bolsos. Lembrei-me de Benjamim, filho de Magnus, eles se pareciam tanto... Como não desconfiei antes? Os traços do rosto, os olhos puxados e o cabelo escuro arrepiado, igualmente as fotos de Magnus quando criança. Sorri tristemente, agora são uma família... uma família que ele sempre quis ter e agora tem! Exatamente como ele sonhou e eu não faço parte disso. Fui desperto dos meus pensamentos assim que esbarrei em alguém, virei-me para trás para me desculpar e as palavras ficaram pressas na garganta quando Harry me olhou com surpresa. Ele era um reflexo de Magnus e me doía olhá-lo nesse momento!

- Olá Alexander. Está perdido?

- Não, eu só estava andando para espairecer um pouco. - Dei de ombros e ele sorriu assentindo. - Me desculpe pelo esbarro, não estava prestando muita atenção e...

- Por isso perguntei se estava perdido. - Disse como se fosse óbvio. - Você está bem? Parece um pouco abatido. - Quando ele me fez aquela pergunta uma ideia maluca e tentadora passou pela minha cabeça e não via como aquilo poderia dar errado. Afinal, o que mais poderia perder?

- Na verdade, eu não estou nada bem. - Suspirei.

- O que aconteceu? - Ele aproximou-se e tocou meu ombro.

- Descobri que Magnus foi casado por sete anos.

- Ah, então ele te contou?

- Não, eu descobri.

- Quer tomar uma bebida? Você pode me contar como descobriu e quem sabe talvez possa te ajudar.

- Apenas um drink. - Ele assentiu.

- Vamos. - Harry indicou o caminho. - Moro logo ali! - Apontou um dos prédios e nós caminhamos em silêncio até lá.

O apartamento era simples, bem organizado e pelo cheiro havia sido pintado recentemente. Pendurei o casaco perto da porta, retirei os sapatos assim como ele e me sentei no sofá olhando em volta. Ele tinha alguns quadros pendurados na parede, se tratava de algumas fotos dele dançando e com uma grande turma de dançarinos! Em todos elas Harry estava acompanhado por pessoas diferentes e não havia uma única foto de sua família.

- Eu só tenho cerveja. - Ele me entregou uma garrafa e sentou-se ao meu lado no sofá.

- Obrigado! - Dei um gole. - Seu apartamento é bonito.

- Foi o melhor que consegui por aqui, eu não vim para cá numa situação financeira muito boa. - Ele riu baixinho. - Mas não estamos aqui para falar sobre mim. - Harry deu um gole na própria cerveja e me encarrou.

- Eu vi o álbum de casamento dele por acaso.

- Ele ainda tem o álbum?

- Nós fomos para Madrid no final de semana. - Harry engasgou com a própria cerveja e ficou em silêncio por um tempo. - Conheci seus pais.

- Minha mãe está bem? Responda apenas sim ou não, não quero detalhes.

- Ela está bem. - Dei mais alguns goles na cerveja. - Sente sua falta.

- Imagino que sim. - Ele respondeu de forma melancolica. - Enfim, você viu o álbum... E depois?

- Eu fiquei arrasado por não saber o que fazer e não quis perguntar nada já que essa viagem foi cheia de descobertas.

- Hm... quando é que essa história fica interessante? - Harry apoiou os pés na mesa e deu um longo gole na cerveja, parecia entediado.

- Eu quero que você me conte o que sabe sobre Magnus e Camille. - Harry riu.

- Sério? - Ele me encarrou por longos segundos. - Uau! Isso parece mesmo ser sério.

- Achou mesmo que eu viria aqui só para jogar conversa fora?

- Magnus nunca amou ninguém como amou ela. - Harry disse sem rodeios. - Mas você sabe, não sabe? Seus olhos não te deixam mentir e sei que chorou por isso.

- Você não sabe de nada! - Me levantei abandonando a garrafa vazia de lado e o encarrei.

- Você também não e por isso está aqui, Alec. - Ele bebeu calmamente e deixou a garrafa igualmente vazia na mesinha de centro. - O que aconteceu? - Não respondi e ele se levantou. - Hm... ele beijou ela? Ah, Magnus... danadinho! - Harry riu. - Ainda tem faísca ali e por isso você está tão bravo, né?

- Foi um erro ter vindo aqui. - Ele estava rindo da minha cara! Debochando do meu sofrimento. Que tipo de pessoa ele era? Me lembrei das coisas que Asmodeus me contou, mas não justificava, nós sempre podemos escolher quem somos e ele escolheu ser indiferente as outras pessoas. Dei de costas para ele pronto para ir embora, mas ele segurou meu braço e me virei o encarrando com raiva!

- Me desculpe, não foi minha intenção. O.k? Não é nada pessoal com você e sim com Magnus. - Harry disse sério. - Não menti, ele realmente amou muito ela! Eles se casaram com dezessete anos, Alexander. Quem se casa aos dezessete?

- Ela o traiu com você.

- Isso não vem ao caso.

- Ele disse que traição é algo impedoável.

- Alguma vez nesse tempo que vocês estiveram justos, você o viu não perdoar alguém ou alguma situação? É quem ele é, Alexander! Magnus não suportaria perder alguém que ama e por isso ele perdoou Camille.

- Eles tem um filho. Você sabia?

- Um filho? - Ele pareceu surpreso. - Ah, isso é novidade. - Harry riu e pelo tom da risada parecia já estar ficando alterado por causa da bebida.

- Eu terminei com ele. - Disse baixinho. Ele saiu caminhando até a cozinha, voltou de lá com mais duas cervejas e me entregou uma. Harry estendeu sua garrafa, bateu de leve na ponta da minha como se fosse um brinde e disse:

- Bem vindo ao clube dos corações partidos, Alexander.


Notas Finais


Tá todo mundo bem? Espero que sim!

Vai ter continuação e essa treta toda está apenas começando. 🔥

O que vocês acham que vai rolar? Não se esqueçam de me dizer, leio todos os comentários e respondo assim que tenho tempo. 😊

O próximo já está sendo escrito, então espero aparecer aqui muito em breve! Beijos e até o próximo capítulo. *****


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