1. Spirit Fanfics >
  2. There For You - Malec (EM REVISÃO) >
  3. 26. SHE IS GONE

História There For You - Malec (EM REVISÃO) - 26. SHE IS GONE


Escrita por: jwssica

Notas do Autor


Oi meus amores, tudo bem com vocês? Olha só quem terminou de escrever rápido, por um milagre divivo e caramba, fiquei surpresa com o número de comentários e já aproveito para agradecer! É sempre bom receber um feedback de vocês.

Agora vamos ao ponto aqui que foi a atitude do Magnus e vale lembrar que não estou defendendo. O.k? É apenas uma explicação para que ninguém desista da história por causa disso. O Magnus sempre foi uma pessoa muito boa e que quer ajudar as pessoas próximas dele, mas depois de descobrir os problemas familiares e as coisas ruins que aconteceram com o irmão, esse senso de bondade ficou um pouco distorcido. Ele acha que tem a obrigação de concertar as coisas e resolver os problemas de todo mundo! Tanto que por ele, se o Alec não tivesse falado para dar um tempo, ele teria ido falar imediatamente com o Harry para se desculpar. E sabemos muito bem que tem toda uma questão por trás disso, não é mesmo? A atitude dele foi errada sim e por causa dela vai abrir um ponto de discusão na história em que ele vai reavaliar as atitudes dele e perceber que não pode continuar agindo assim, pensando nos outros e esquecendo da vida dele, esquecendo de quem estava ali por ele que no caso é o Alexander. E sobre o nosso Alec nos próximos capítulos vamos ver um lado diferente dele, mais independente e confiante na dança. O.k? ~ é algo que quero muito mostrar ~

Espero que isso tenha acalmado o coração de vocês ❤ Tem muita coisa para acontecer aqui e não quero que desistam da história. O Magnus vai fazer por merecer o perdão de todos aqui, prometo!

Boa leitura xx

Capítulo 27 - 26. SHE IS GONE


Fanfic / Fanfiction There For You - Malec (EM REVISÃO) - 26. SHE IS GONE

Não preciso de outra mentira perfeita
Não importa se as críticas furam a fila
Eu vou revelar todos os meus segredos
- One Republic, Secrets


~ AUTORA

Magnus chegou ao hospital, preencheu alguns formulários para Camille e conseguiu que arrumassem uma cadeira de rodas para levá-la até o andar onde ela seria atendida. Benjamin estava no colo da mãe, o pequeno estava confuso com os últimos acontecimentos e por isso estava quietinho. Assim que as portas se abriram, Magnus empurrou a cadeira e quando chegou na sala de espera, Catarina estava lá esperando por eles. Ao olhar para Magnus soube que algo muito sério havia acontecido, tanto que se levantou imediatamente e foi até ele para abraçá-lo.

- Oh Magnus, o que aconteceu? - Ela perguntou afagando as costas dele.

- Cat... - Ele disse com a voz fraca e Catarina sentiu o peso do corpo dele recair sobre ela de uma só vez!

- Alexa, me ajuda! - Catarina não aguentou o peso dele, cambaleou e acabou caindo sentada no chão tendo Magnus desmaiado em seus braços.

- Magnus! - Camille gritou desesperada e Benjamin olhou assustado para o pai que estava desacordado no chão.

- Fiquem calmos, nós vamos cuidar dele. - Alexa disse abaixada já checando os batimentos dele e sinalizando para uma equipe de enfermeiros para retirá-lo do chão.

- O que aconteceu com ele? - Catarina perguntou para Camille enquanto assistia colocarem Magnus numa maca. - Camille! - Ela tocou o ombro da mulher.

- Mamãe, meu papai vai ficar bem? - Cat olhou para o garoto surpresa e levou algum tempinho para ligar os pontos. 

- Eu não tive escolha, Catarina. Ele era o único que podia me ajudar! Por favor, entenda.

- Você não imagina como ele estava quando chegou nessa cidade, eu nunca vi meu amigo tão quebrado e agora você volta, dizendo que não tinha escolha e ele novamente está quebrado. Não me peça para entender! 

- Catarina, não faça isso. - Alexa puxou ela para longe e ela puxou o braço de volta.

- É meu amigo que está lá! Aquela mulher...

- Ela está com uma criança, Cat. Olhe só como ele está apavorado! Não faça isso com ele, por favor. - Ela suspirou e assentiu.

- Como Magnus está?

- A pressão dele caiu e por isso ele desmaiou. -Alexa explicou. - Ele precisa se alimentar e evitar situações que causem estresse.

- Posso falar com ele?

- Claro! - Lexa tocou o ombro de Catarina. - Ele está no final do corredor.

- Tente acalmá-los, isso é algo que não posso fazer no momento. - Catarina indicou Camile e o garotinho, depois caminhou apressadamente até Magnus.

Magnus estava sentado na cama, ele encarrava o suco e o sanduíche diante dele sem vontade nenhuma de comer! Ele só conseguia pensar naquela situação com Camille e Alexander, pensava em como iria conseguir resolver tudo aquilo. Catarina entrou no quarto, cruzou os braços e o encarrou séria.

- Até quando vai fazer isso, Magnus? - Ele ergueu os olhos para encarrá-la e suspirou. - Não pode tomar o problema das outras pessoas para si e achar que isso é certo! Você está se prejudicando e me dói vê-lo assim.

- Ela está morrendo.

- Isso não é problema seu, Magnus!

- É sim, o garoto é meu sobrinho e sou a única família que ele tem! - Ele deu um gole no suco e fez uma careta, não estava bem adoçado.

- Mas isso não é tudo, não é mesmo?

- Alec terminou comigo. - Magnus segurou as alianças na correntinha que usava e suspirou. - Eu tentei explicar, mas ele não me ouviu.

- Não parece ser muito conveniente para ela chegar desse jeito e acabar com o seu relacionamento? Pelo amor de Deus, me diga que você não beijou ela. Beijou?

- É culpa minha! Unicamente minha, Catarina. O que mais você quer que eu diga?

- Você ainda sente algo por ela?

- Não, claro que não! Eu amo o Alexander.

- Mas beijou ela. Percebe como isso é contraditório? Ficaria surpresa se ele não terminasse com você. 

- Foi um último pedido e eu achei que... - Magnus deu uma mordida no sanduiche e suspirou. - Não te parece cruel deixar que alguém passe por uma situação dessa sem sentir que é amada? - Catarina sentou-se aos pés da cama e cruzou os braços.

- Você se deixou levar pela situação, pelo choque de saber que ela tem chance de ir dessa para uma melhor e acabou se complicando. Eu te amo, somos melhores amigos e por isso estou sendo tão dura com você! Pense duas vezes, três se for preciso, mas pense muito bem antes de se colocar em uma situação dessas. O.k? Você viu o que te custou. 

- Com licença. - Alexa apareceu na porta, ela segurava Benjamim pela mão e o garotinho carregava uma expressão tristinha em seu rosto. - Olha só quem eu trouxe para te ver! - A mulher sorriu e Magnus empurrou a bandeija para o lado.

- Ele se parece tanto com o Harry. - Catarina disse bem baixinho.

- Venha cá, pequeno. - Magnus fez um gesto o chamando, ele foi até lá rapidamente e precisou de ajuda para subir na cama. - Tudo bem? Onde está sua mãe?

- O médico levou ela para uma sala. - Ele olhou para Catarina. - Ela fez minha mamãe chorar. - Apontou e Magnus encarrou Catarina.

- Me desculpe, garoto.

- É melhor você sair, Cat. - Magnus percebeu o desconforto do garoto. - Conversamos depois. O.k? - Ela apenas assentiu e saiu sendo acompanhada por Alexa.

- Quando vamos embora?

- Assim que o médico disser o que preciso saber sobre sua mamãe.

- Saya takut. (Estou com medo) - Benjamim disse baixinho.

- Não precisa ter medo, estou aqui para cuidar de você.

- Não pareceu feliz em me ver - Ele disse com a voz embargada.

- Ei, ei... - Magnus o trouxe carinhosamente para seu colo. - Eu estou sim feliz em ver você! É que hoje tem sido um dia difícil. Benjamim, adultos são complicados. O.k? Nós fazemos muitas coisas erradas e agimos de forma inadequada por não saber como lidar com alguma situação.

- Por isso chorou tanto?

- Por isso ainda quero chorar. - Magnus disse baixinho e o garoto relaxou mais um pouco.

- E Alec? - A simples menção ao nome o fazia extremecer.

- O que tem ele, pequeno?

- Fiz um desenho dele na cafeteria, achei que ele era meu amigo e agora ele disse que não pode ser mais.

- Ele não disse isso para te machucar.

- É que nunca tive um amigo antes e achei ele legal.

- Nenhum amigo? - O garoto balançou a cabeça de forma negativa e Magnus suspirou. - Hm... O que acha de sermos amigos? Assim podemos nos conhecer melhor e fazer muitas coisas juntos.

- Muitas coisas? - Ele olhou para Magnus com os olhos brilhando.

- Sim, o que você quiser. 

- Parece ser legal. - Ben encostou a cabeça no peito de Magnus e ele afagou as costas do garotinho. - Mas será que o Alec vai voltar a ser meu amigo?

- É algo que só o tempo dirá, pequeno. - Ele deu um beijo no topo da cabeça do sobrinho e suspirou.

Depois que medirão novamente a pressão de Magnus e viram que já havia voltado ao normal, deixaram que ele saísse do quarto e fosse até Camille. Benjamim precisou ficar com Alexa do lado de fora da sala e isso fez seu coração apertar, aquilo não era um bom sinal! Ele adentrou e olhou de Camille para o médico.

- Sente-se, Sr. Bane. - Magnus sentou-se e trocou um aperto de mãos com o médico.

- Como ela está doutor?

- A situação é não boa. - Ele estendeu uma das mãos para Camille e ela segurou sem pensar duas vezes, precisava de apoio. - Ela precisa ser imediatamente operada, não pode esperar nem mais um dia e uma viagem está fora de cogitação!

- Ela pode fazer essa cirurgia aqui?

- Sim, estamos aguardando a liberação do plano de saúde dela. 

O tempo passou rapidamente entre preencher mais pápeis e esperar Camille ser preparada. Ele esperou um tempo na sala de espera com Benjamim, logo o médico apareceu para avisar que ela estava pronta e que eles poderiam se despedir dela.

- Seja sincero comigo, o senhor acha que ela tem chance de sair dessa e ter uma vida normal? - Magnus perguntou aproveitando que o garoto não estava por perto.

- Sr. Bane toda cirurgia é arriscada. - O senhor tocou-lhe o ombro. - Minha equipe fará o melhor para ajudá-la. O.k? Isso é o que posso garantir.

- O.k, obrigado. - Magnus o agradeceu e adentrou no quarto onde ela estava.

- Mamãe vai ficar bem, filho. - Ela afagou as costas do garotinho. - E quando eu sair daqui vamos brincar de pique esconde juntos!

- Vai correr atrás de mim?

- Vou correr o quanto puder correr. - Camille sorriu abraçada ao filho.

- Eu te amo, mama.

- Também te amo. - Ela beijou o topo da cabeça dele. - Seja um bom menino. Me promete que vai se comportar?

- Prometo. - Camille o liberou do abraço e o observou sair indo ao encontro de Alexa que estava ao lado de fora.

- Nervosa? - Magnus aproximou-se.

- Promete que vai cuidar bem dele? - Ela olhou para Magnus com os olhos marejados, Camille havia contido as lágrimas perto do filho, mas sabia que não precisava fazer isso na frente de Magnus.

- Sim, eu prometo.

- Ele é um bom garoto, não vai te dar trabalho.

- Não fale assim. Você precisa se concentrar em passar por essa cirurgia. Vai dar tudo certo!

- Sempre otimista.

- Você também deveria.

- Sr. Bane, está na hora.

- Você vai ficar bem. - Magnus despediu-se dela e afastou-se.

- Magnus, Jaga dia. (Cuide dele) - Ele olhou uma última vez por ela e saiu.


Harry limpou as lágrimas e caiu na gargalhada de algo sem sentido que Alexander acabará de dizer, o rapaz era muito fraco para bebida. Ele não ficava muito atrás, mas no momento tinha plena consciência de que estava atrasado para sua primeira aula e que logo Luke telefonaria atrás dele!

- Qual foi seu último encontro? - Alec perguntou enquanto tentava equilibrar a garrafa de cerveja na testa.

- Meu último encontro?

- É, sabe... sair com alguém e transar. - Harry riu e deu mais um gole na cerveja. Alec não tinha vergonha quando estava bêbado! Era algo engraçado. 

- Faz tempo que não tenho um encontro.

- Mentiroso! Mentiroso! Eu odeio gente mentirosa, deixa de ser mentiroso. - Alec lhe jogou a tampinha da garrafa e riu. - Você é bonito, tem um corpo sarado de dançarino e...

- Está dizendo isso se baseando no corpo do Magnus?

- Nã... Eu já reparei nos seus bíceps!

- Hmmm... digamos que não tenho sorte no amor.

- Não é essa a resposta que eu quero. - Alec desistiu de equilibrar a garrafa, deixou ela de lado e encarrou Harry que estava sentado no chão.

- Eu acho que não fui feito para relacionamentos. - Harry fechou os olhos sentindo sua mente vagar e trazer algumas lembranças sobre seu ex-namorado. O único namorado que teve!

- Não me diga que ele te traiu?

- Eu trai ele. - Com Camille para se vingar de Magnus e acabou seu namorado descobriu, Harry não conseguiu esconder dele e então eles terminaram.

- Os Irmãos Bane tem uma inclinação para traição! Eu deveria saber disso. - Alec arqueou uma das sobrancelhas e encarrou Harry com curiosidade, ele encarrava o chão perdido em pensamentos. - Onde Azazel entra nessa história?

- Você sabe sobre Azazel? - Ele perguntou alarmado.

- De bobo só tenho a cara mesmo, Sr. Anthony. - Alexander piscou para ele. - Você teve uma quedinha por ele?

- Eu não sou homem de quedinha! - Harry riu. - Diria que entre mim e Azazel rolou uma forte atração física, nada além disso.

- E não sairam uma única vez?

- Fui algumas vezes na casa dele, mas não se pode considerar isso um encontro.

- O último encontro que tive foi em Madrid. Eu dancei flamenco com uma mulher que não falava nosso idioma! Foi a primeira vez que bebi Sangria e dirigi até a casa dos seus pais, Magnus acabou ficando muito bêbado para dirigir. - A voz antes histérica e animada aos poucos foi se tornando mais baixa e melancolica.

- O objetivo de beber é afogar as mágoas e não deixar que elas te afoguem.

- Como é não amar o Magnus?

- Sério que está me perguntando isso? - Harry riu e bebeu mais um pouco, ele não entendia muito bem do "amor jovem".

- É que não consigo me lembrar de como eu era antes dele. - O celular de Alec começou a tocar e ele se levantou para atender.

- Alec é o Jace. Onde você está?

- Jace! - Alec disse rindo. - Eu estou bebendo com o Harry.

- Com Harry?! Alec, você está bem?

- Estamos nos divertindo. Diz um "Oi" pro Harry!

- Onde ele mora? Me fala e eu vou te buscar.

- Clary te contou, né?

- Claro que ela me contou! Você não estava na cafeteria quando voltei e não apareceu aqui na faculdade, ficamos preocupados.

- Eu estou bem.

- Está bebado!

- Pare de agir como se nunca tivesse tomado um porre por causa de alguma mulher. - Jace suspirou, precisaria falar de uma forma mais branda para convencê-lo de que seria melhor ele ir embora.

- Me desculpe, não foi minha intenção ser rude.

- Se você fosse gay eu não estaria nessa fria. - Alec gargalhou alto. - Você também partiria meu coração?

- Eu nunca partiria seu coração. - Ele suspirou. - Me diz onde você está, vou te buscar e cuidar de você.

- Qual é mesmo seu endereço? - Alec pergunrou confuso para Harry e ele precisou pegar o celular para falar com Jace.

- Poderia fazer o favor de descer com ele? Estou chegando.

- Sim, estamos descendo. - Jace desligou e Harry entregou o celular de volta para Alec.  -Venha, vamos descer. - Ele recolheu o casaco do rapaz, esperou pacientemente que colocasse o tênis e eles desceram juntos. Alexander apoiou-se nele enquanto desciam e quando saíram para fora, Jace estava esperando com Isabelle na calçada. - Está entregue. - Harry aproximou-se com Alexander e Izzy pegou o amigo pelo braço caminhando com ele até o carro.

- VALEU PELA CERVEJA! - Alec gritou e Harry apenas acenou.

- Você deveria ter vergonha de se aproveitar do sofrimento dele.

- Eu não me aproveitei dele, rapaz. - Anthony cruzou os braços. - Nos encontramos na rua, ele estava atordoado e ofereci uma bebida na minha casa. Seu amigo é crescidinho e sabe se cuidar!

- Não sei o que está planejando contra Magnus dessa vez, mas fica longe do Alexander! Não pague para ver o que sou capaz de fazer.

- Ui, estou morrendo de medo! - Harry fez uma careta de susto e riu.

- Eu sei do seu casinho e aposto que Azazel adoraria fazê-lo pagar por cada lágrima que ele andou derramando por ai. - Jace sorriu cúnico. - Agora não é mais tão engraçado, né? - Ele encarrou Harry uma última vez e foi embora.

- Maldito!


~ ALEC

Tudo passou como um borrão na minha cabeça e não conseguia me lembrar muito bem do que havia feito. Estava na cama, vestia um pijama que ficava grande em mim e sentia que minha cabeça ia explodir! Encarrei o relógio no criado mudo do quarto parcialmemnte ilumidado e vi passava da meia noite. Alcancei uma garrafinha d' água que estava ao lado do relógio, tomei o analgésico que encontrei na gaveta e me levantei. Caminhei devagar, ouvi vozes conforme me aproximava da porta e assim que abri reconheci uma delas sendo de Jace. Ele estava bravo! Pisquei por causa da claridade e continuei seguindo até que conseguisse ouvir direito.

- Clary me contou e eu não quis acreditar, Magnus. E agora ouvir isso de você me deixa muito puto! Como pode fazer isso com ele? - Ele está aqui! Parei no meio do corredor e fiquei ali incerto sobre aparecer ou não na sala. - Izzy, diz alguma coisa.

- Estou tentando processar. - Ouvi o barulho dos sapatos de Isabelle no chão da sala, ela deveria estar andando de um lado para o outro. - Magnus, você é uma pessoa que claramente não sabe reconhecer limites! Você não pode colocar a vida de uma pessoa acima da sua e achar que ajudar é assumir todos os problemas dela e esquecer dos seus. Entendo que estava tentando fazer, mas acabou metendo os pés pelas mãos quando não contou a verdade! Ter medo é algo natural, mas era sua obrigação ser honesto desde o ínicio com o Alec. "Olha eu fui casado, mas isso ficou no passado. O.k?" Ele não teria surtado, não mesmo e você deveria saber disso. Alec é a pessoa mais compreensiva que conheço!

- Nesse caso já não tenho tanta certeza. - Jace tornou a falar e dei mais um passo para frente. - Não deveria ter beijado ela sob nenhuma circunstância! O que estava pensando? Mesmo que Alexander não tivesse visto, acha que ele encarraria numa boa quando você dissese "Minha ex disse que estava morrendo, me pediu um beijo e eu dei." - Ela estava morrendo? - E se fosse ele que fizesse isso com você? E não ouse me dizer que perdoaria ele! Existe uma grande diferença entre ser bom e ser trouxa.

- Já chega! - Os três me encarraram surpresos. - Eu posso falar por mim mesmo.

- Santo Deus! Você não deveria estar na cama?

- E como eu poderia estar na cama com vocês dois falando alto desse jeito? - Izzy me deu um abraço e isso me pegou de surpresa.

- Alec, você bebeu muito e vomitou no carro. Jace precisou te carregar e dar banho. - Ela disse bem baixinho para mim e partiu o abraço. - Você está bem?

- Melhorando. - Respondi e me virei para Jace.

- Obrigado por me trazer para cá. - Olhei dele para Izzy e suspirei. - Podem nos dar licença? Não vamos demorar aqui, prometo. - Os dois se entreolharam por alguns instantes e saíram sem muita insistência.

- Isabelle tem razão, não sei reconhecer limites.

- Eu já sei disso, Magnus. - Me virei para ele e permaneci firme mesmo vendo-o completamente arrasado! - E você se lembra do que eu te disse dias atrás? Pedi que fosse com calma ou acabaria se machucando ainda mais! -E agora estamos os dois machucados. - Falavamos sobre o Harry, mas o concelho era válido para qualquer situação.

- Eu sei, eu sei... - Ele passou as mãos pelos cabelos e suspirou, parecia estar exausto.

- Não, você não sabe! - Disse sério e apontei o dedo para ele. - Se soubesse não estaríamos aqui discutindo sobre isso. - Magnus permaneceu em silêncio. - Você sabia que ela estava atrás de você?

- Descondiava.

- A mulher misteriosa na boate, os pesadelos... Veja quantas chances teve para me contar e mesmo assim não contou!

- Eu tinha medo da sua reação.

- Não me faça gritar com você! - Caminhei de um lado para o outro e cerrei os punhos  - Eu te pedi para não me tratar como criança, Magnus. O que te fez pensar que me perderia? Que eu sairia correndo por causa de uma mulher?!

- Muitas coisas aconteceram ao mesmo tempo. - Ele se levantou, mas permaneceu longe de mim. - Harry, mais pais... tudo isso em menos de uma semana que estavamos saindo! Eu fiquei com medo de ser muito para você suportar e não quis arriscar perder você.

- Deveria ter pensado em não arriscar quando beijou ela!

- Não significou nada.

- Não interessa se significou ou não, você quis beijá-la! - Parei de andar e levei uma das mãos ao peito. - E quanto ao garoto, quando você ia me contar sobre o seu filho?

- Ele não é meu filho.

- Ah, não? - Ri ironicamente. - E de quem mais seria? - O encarrei com uma das sobrancelhas arqueadas.

- Harry é o pai de Benjamim.

- Espera mesmo que eu acredite nisso?

- Muito conveniente para ele não te contar isso. 

- Ele me disse que nunca amou ninguém como amou ela. - Disse baixinho. 

- Alexander, o filho não é meu! - Magnus insistiu e deu um passo para frente. - Eu sou estéril. - Olhei para ele por alguns instantes, esperei ver alguma coisa... um piscar de olhos que fosse, mas ele permaneceu firme em sua confissão! - Ainda tenho os pápeis, eles vieram no meu bolso quando viajei para cá e por isso meu casamento acabou. Durante todos esses anos nunca pensei que fosse ver aquela criança e nem queria ver! Imasu uma vez me perguntou se tinha ódio da criança, mas que culpa ela poderia ter?

- Mas você disse... disse que era seu filho!

- Eu não podia partir o coração dele.

- E quanto ao meu coração, Magnus? - Fechei os olhos tentando ignorar sua presença ali e suspirei. - Podia ter dito qualquer coisa, mas disse ser o pai dele!

- Eu sinto muito muito, Alec. - Ele disse com a voz rouca. - Foi uma decisão egoísta, só pensei no arrependimento que teria caso não fizesse aquilo, mas nada se compara ao arrependimento que sinto agora.

- Não dúvido que sinta, mas agora não estou em condição de reconsiderar nada. - Olhei para ele e o vi assentir, os olhos brilhando por causa das lágrimas.

- Sei disso, Alexander. - Ele deu mais um passo. - Jace me mandou mensagem dizendo que você não apareceu na faculdade e fiquei preocupado, sai para te procurar e quando ele me respondeu dizendo que estava com Harry... fiquei muito preocupado!

- Eu estou aqui, não estou? Não precisa se preocupar comigo. 

- Precisava ter certeza de que estava bem.

- Estou bem.

- Tudo bem, eu já entendi. - Magnus recuou. - Você já sabe tudo que precisa saber. - Assenti. - Vou respeitar seu espaço, mas não pense que vou desistir de você. Eu esperei três anos por você e não importa quanto tempo precise esperar ou quanto precise fazer para merecer o seu perdão, eu vou concertar as coisas. Alexander, eu vou concertar as coisas!

- Vai embora. - Disse ao sentir suas palavras me atingirem e meu coração acelerar. Desviei os olhos dele, me virei de costas novamente e suspirei. Não podia e nem ia ceder agora! Senti seus olhos sobre mim, ouvi os passos e depois de alguns segundos a porta se fechou.

Isabelle apareceu na sala, tocou meus ombros e me virei abraçando-a forte. As lágrimas não vieram, não tinha mais lágrimas para chorar por ele, mas meu peito queimava! Izzy afagou minhas costas enquanto sussurava ao meu ouvido, dizendo palavras de conforto que aos poucos me deixaram mais calmo.

- Ele não tinha o direito de aparecer desse jeito! Jace não deveria ter falado nada sobre meu sumiço.

- Jace mandou mensagem para ele muito antes de saber de tudo, querido.

- Eu ainda amo ele! Como eu ainda posso amá-lo depois do que ele fez? - Izzy sentou-se comigo no sofá e segurou minhas mãos.

- Relacionamentos são complicados, Alec. - Suspirei.

- Eu me esforcei tanto para enfiar juízo naquela cabeça! Magnus sente que tudo é culpa dele e que ele tem que concertar todo mundo. Quando ele vai aprender que não tem obrigação nenhuma de concertar as outras pessoas? É tão difícil ele cuidar da própria vida? Que droga!

- Algumas pessoas aprendem isso da pior maneira.

- Acha que ele disse mesmo a verdade? Acha que o garoto é filho do Harry?

- Vocês conversaram sobre isso? - Jace perguntou aparecendo na sala e colocando o telefone no carregador.

- Eu me lembro de muito pouco. - Suspirei. - Talvez tenha mencionado algo, ele pareceu surpreso, mas não tenho tanta certeza.

- Acho muito estranho ele ter te chamado para beber na casa dele. - Jonathan sentou-se ao meu lado.

- Ele só queria ser legal comigo.

- Não confio nele e você também não deveria confiar.

- Talvez eu não deva confiar em nenhum Bane por um bom tempo. - Disse baixinho e passei uma das mãos pelos cabelos.

- Vai passar, Alec. - Jace tocou meu ombro. - Pode ficar aqui o tempo que precisar.

- Talvez eu deva procurar um lugar para morar. - Izzy e Jace se entreolharam. - Eu tenho algumas economias e acredito que será o suficiente para um bom apartamento. O que vocês acham? - vPerguntei apreensivo.

- Tem um AP alugando no andar acima do meu. - Sorri fraco. - Será que posso dar uma olhada nele amanhã?

- Eu vou precisar dar alguns telefonemas, mas acho que sim. - Jace sorriu.

- O que acha, Iz?

- Somos seus amigos e vamos te apoiar em qualquer coisa que resolva fazer. - A ideia de morar sozinho me deixa um pouco assustado, mas no momento sei que preciso de um tempo para colocar minha cabeça no lugar e processar os acontecimentos. Preciso fazer isso sozinho. Preciso aprender a ser um pouco sozinho!

- Obrigado. - Sorri e eles se levantaram para me abraçar. O gesto de carinho deles aqueceu meu coração! - Eu amo vocês.

- Também te amamos, Alec.


~ MAGNUS

A vida é uma caixinha de surpresas. Você acorda, faz sua correria e dorme acreditando fielmente ter o dia seguinte para fazer aquilo que não fez, mais uma chance para ser alguém melhor, mas a verdade é que esse dia pode não chegar. E esse dia não chegou para Camille, ela simplesmente fechou os olhos e se foi! Quando entrei no hospital senti que algo estava errado, Catarina estava esperando por mim na sala de espera e Ragnor estava com ela tendo uma expressão de pesar em seu rosto. Ele me viu, veio até mim e me abraçou dizendo:

- Ela se foi, Magnus. - E não tive reação. - Sinto muito. - Permaneci imóvel em seu abraço e ele se afastou me olhando alarmado.

- Onde está o garoto? - Perguntei ouvindo minha própria voz em forma de eco.

- Alexa está falando com ele.

- Magnus, você está entendendo o que está acontecendo?

- Sim, estou. - Catarina me encarrou preocupada. - O que deu errado? - A explicação veio, mas entrou por um ouvido e saiu pelo outro.

- Eu vou conversar com o médico para saber como devo cuidar do enterro. - Ouvi Ragnor dizer para Cat. - Cuide dele. Pode fazer isso? - Ela assentiu e sentou-se ao meu lado.

- Magnus, diz alguma coisa.

- Eu acreditei de verdade que ela podia sair dessa.

- Você falou com Alexander? Ele está bem?

- Eu estraguei tudo com ele, Catarina! - Escondi o rosto na mãos e ali estavam as lágrimas,  vieram sem que pudesse controlá-las. - Estrago tudo aquilo que toco!

- Não diga uma coisa dessas, Magnus.

- Só está dizendo isso para que eu não me sinta pior! Onde estava com a cabeça? Eu não estou pronto para fazer isso sozinho!

- Você não está sozinho! Olha pra mim, Magnus. - Catarina fez com que eu olhasse para ela. - Você não está sozinho! - Ela repetiu enquanto segurava meu rosto entre suas mãos e depois me abraçou.

Ficamos abraçados por incontáveis minutos e quando consegui me acalmar, ela me levou para ver Benjamim. Alexa estava com ele na capela que tinha no hospital, o garotinho estava sentado no banco com as mãos juntas e os olhos fechados fazendo uma prece silenciosa.

- Como ele está? - Perguntei baixinho quando ela se levantou e veio até mim.

- Está mais calmo.

- O que disse para ele?

- Ele sabe que a mãe dele morreu e que foi morar com o papai do céu. - Assenti.

- Obrigado por falar com ele.

- Já passei muito por isso aqui e se quer um concelho, mantenha tudo nesses termos. Nós adultos queremos explicação, razão, motivos... mas pense que ela está em um lugar melhor e sem sofrimento. O.k? - Assenti e trocamos um abraço breve.

Sentei-me no banco ao lado do garoto, observei a cruz que ficava na parede e suspirei, estava longe de ser um homem religioso. O garotinho fez o sinal da cruz e segurou minha mão por alguns instantes, mas nada disse.

- Sinto muito, pequeno.

- É verdade que todos um dia vamos morar com o papai do céu?

- Sim é verdade. - Ele olhou para mim, os olhos avermelhados de tanto chorar e afaguei seus cabelos com minha mão livre.

- Isso significa que mamãe encontrou o vovô e agora ele não está mais sozinho? - Assenti. - Quando vou ver ela de novo? 

- Um dia, Ben. - Ele me abraçou pela cintura em busca de apoio e passei um dos meus braços em volta dele.

Permaneci ali em silêncio por um bom tempo, Benjamim adormeceu e fiquei sozinho com meus próprios pensamentos. Ragnor apareceu algum tempo depois, ele tocou meu ombro e olhei para ele sentindo meus olhos arderem pelo esforço que fazia para mantê-los abertos! Ele sentou-se no banco que ficava na frente do meu e olhou para mim.

- Viajamos de manhã cedo.

- Conseguiu falar com alguém em Madrid?

- Sim, Jasmine estava entre as ligações mais feitas e falei com ela.

- Como ela reagiu?

- Ficou arrasada! O marido falou comigo ao telefone e disse que vai cuidar dos detalhes do enterro por lá. Como você está?

- Esse é o momento que você me diz: "Magnus, eu te avisei."

- Ficar remoendo não vai te ajudar em nada. Está feito, certo? Vamos resolver uma coisa de cada vez, seja paciente.

- Como eu vou fazer isso?

- Vai descobrir, Magnus. Você sempre descobre! - Ragnor tocou meu ombro. - Precisamos ir agora. Raphael já está fazendo minha mala, ele vai passar no hotel onde Camille estava hospedada para arrumar as coisas dela e do garoto. Vou te levar para casa e você vai fazer sua mala. O.k? 

- E quanto ao corpo? - Perguntei baixinho.

- Catarina vai esperar que o pessoal da funerária chegue para cuidar dela. Entendeu?

- Sim, entendi.

- Vamos.

Ragnor me levou para casa, tudo ao meu redor passava como um borrão e sentia como se estivesse no piloto automático. Cheguei em casa, fiz a mala e tomei banho. Me vesti, comi algo e fiquei sentado no sofá perto do garoto. As vozes se ecoavam na minha cabeça, Raphael chegou e falou comigo, mas as palavras não sairam para respondê-lo.

- Ele esboçou alguma relação? Estou preocupado. - Ouvi Rapha perguntar para Ragnor, eles estavam na cozinha.

- Ele chorou. Acho que está se culpando, acho não, tenho certeza!

- Não acha que devemos avisar o Alec?

- Deixem ele fora disso! - Disse alto o suficiente para eles ouvirem e fechei os olhos por alguns instantes no sofá tentando descansar, acabei pegando no sono.


Acordei vendo Alexander de pé e nu vagando pelo quarto, ele provavelmente procurava as roupas da noite anterior que foram arrancadas de seu corpo no calor do momento. Segurei o riso, ele encontrou minha camisa social e vestiu sorrindo já que o tecido cobria bem seu corpo.

- Você fica lindo vestindo minhas camisas. - Ele virou-se para mim e arqueou uma das sobrancelhas.

- Desde quando está acordado?

- Desde que estava procurando pelas suas roupas que estão no banheiro. - Ele sorriu envergonhado. - Bom dia, amor.

- Bom dia. - Alec aproximou-se sentando na beirada da cama. - Dormiu bem?

- Muito bem! - Sorri. - E você?

- Sim, muito bem! - Sentei-me na cama, bocejei e ele mordeu o lábio. - Como minhas roupas foram parar no banheiro?

- Talvez tenha sido o vinho de ontem. - Nós rimos juntos e ele sorriu.

- Não acredito que é nosso último dia aqui. - Alec disse pensativo. - Gostei muito desse lugar. Madrid é uma cidade encantadora!

- Sim, passou tão rápido. - Me aproximei dele o abraçando por trás e dei um beijinho em seu pescoço, ele se encolheu rindo por sentir cócegas. - Eu queria ter tido mais tempo com você aqui e assim poderia te mostrar os meus lugares favoritos de quando era adolescente. Você iria gostar!

- Imagino que sim. - Ele acariciou uma das minhas mãos.

- Nós costumavamos fazer uma fogueira, contar histórias e tocar violão.

- Você tocava? - Afrouxei o abraço e Alec se virou para mim.

- Tinha os dedos calejados de tanto tocar. - Pisquei. - Mas já faz tanto tempo, acho que já nem sei mais. - Ri baixo. - Veja só... é incrível como crescemos e deixamos certas coisas se lado, né?

- Está nostálgico. - Alexander tocou meu rosto.

- Nem sempre gosto de relembrar algumas coisas, elas só me fazem perceber o quanto estou ficando velho. - Disse dramaticamente. 

- Deixa de ser bobo! - Ele me deu um tapinha no braço. - Para mim Magnus Bane sempre será jovem.

- Vamos ver se vai dizer isso quando eu completar trinta anos. 

- Que seja trinta, quarenta, cinquenta... Você sempre será jovem para mim! - Alec me deu um selinho.

- Selinho é para velhos.

- Selinho é para quem não escovou os dentes e nesse caso somos nós.

- Acabo de me lembrar, foi assim que perdemos as roupas ontem. - Ele se levantou rindo.

- Talvez eu queira perder essa camisa, mas isso você só vai descobrir se levantar da cama. - Alexander piscou para mim e caminhou em direção ao banheiro. - O que você está esperando? - Ele sorriu. - Venha!


- Magnus, acorda. - Abri os olhos assustado e olhei em volta um pouco desnorteado. Onde Alexander estava mesmo? - Precisamos ir ou vamos perder o voo. - A realidade me atingiu como quem recebe um soco no estômago e apenas assenti me levantando. Benjamim já estava acordado, ele vestia um casaco com capuz e segurava o que parecia ser um lenço florido que imaginei ser de Camille.

- Está pronto, pequeno? - Ele olhou do lenço para mim e apenas estendeu os braços para que eu o pegasse no colo.

- Tem certeza de que não preciso levar vocês? - Raphael perguntou para Ragnor.

- Está muito cedo para qualquer um de nós dirigir e você precisa dormir. 

- Se cuida. - Eles se abraçaram.

- Você também! Vou te manter informado. - Ragnor despediu-se dele com um beijo breve.

- Você também, Mag. - Ele tocou meu ombro. - Foi bom te conhecer! - Rapha sorriu fraco para Benjamim, ele apenas acenou.

- Nos vemos em breve. - Disse já saindo, Ragnor veio logo atrás de mim com as malas e nós descemos de elevador para pegar o táxi que já esperava por nós. 


Notas Finais


Por hoje é só... volto assim que o próximo capítulo estiver pronto!
Beijos ****


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...