História There Is Love? - Amigos

A Belle foi batizada no domingo, logo após ser registrada novamente. Agora a minha filha não tinha apenas o meu sobrenome, tinha o do seu pai também.

Isabelle Mackenzie Baker Thompson.

Finalmente a Belle tinha sido reconhecida como filha de Killian perante a sociedade.

Killian estava em êxtase, um sorriso enorme estava estampado em seu rosto o tempo todo e isso também trazia um sorriso ao meu. A sua felicidade era contagiante e contaminava qualquer um no ambiente. Todos estavam felizes, principalmente Caleb e Tara que ainda estavam emocionados por serem os padrinhos da pequena. Eles pareciam amá-la ainda mais.

- Você sabe que agora tem mais responsabilidade, não sabe? - Pergunto a Caleb quando me aproximo dele.

- Sim, eu sei. Obrigado. - Diz me olhando e logo volta a olhar para a Belle que corria pelo quintal brincando com Killian e David. - É uma honra ser o padrinho dela. Então, obrigado.

- Você não precisa agradecer por isso.

- Julie... - Começa e me encara novamente - Você poderia ter escolhido o Albert que estava com você quando nenhum de nós estava, então porque eu?

- Você não sabe o porque? - Ele nega - Primeiro: por que você é o meu irmão. Não de sangue, mas do coração, que é igualmente importante. Segundo: por que você sempre esteve ao meu lado e me protegeu. Terceiro: por que você é o meu melhor amigo junto com a Tara. Quarto: você é o tio da Belle. Quinto: eu amo você. E sexto: por que você ama a minha menina e sei que faria qualquer coisa para protegê-la. Eu não poderia ter escolhido um padrinho melhor do que você.

- Obrigado. - Fala emocionado e eu o abraço. - Eu vou proteger e cuidá-la como se fosse minha própria filha.

- Eu sei. - Dou um sorriso e vou para a cozinha, onde acabo encontrando Martha e Albert conversando. - Precisa de ajuda Martha?

- Não querida, obrigada. A Belle está se divertindo?

- Você não tem ideia. Ela está brincando com David e Killian a minutos.

- Tenho certeza que ela está dando a eles um tempo difícil. - Albert diz e eu assenti rindo.

Ajudei Albert e Martha a levar mais bifes e caçarolas para o jardim onde estávamos tendo um churrasco em comemoração.

Todos comemos na enorme mesa que a Martha fazia questão de encher de comida todos os domingos, principalmente em momentos especiais. Conversamos, rimos, comemos e todos brincamos com a Belle, foi um dos momentos em que a Belle parecia verdadeira e incrivelmente feliz, e como mãe, eu estava igualmente feliz por ela.

- Hey... tudo bem se ela ficar aqui essa noite? - Killian pergunta no final da tarde.

- O que...

- Eu queria passar um tempo com a ela... Fazer o seu jantar, coloca-la na cama e ler uma história, sabe? Mas... sozinho. Tudo bem pra você? Você confia em mim para isso, não é?

- Eu... é claro que sim. Ela é sua filha, afinal de contas, você tem todo o direito de querer que ela durma aqui.

- Então isso é um sim?

- É claro que é. Mas não deixe que ela te desdobre e durma tarde.

- Pode deixar. - Diz sorrindo e eu acabo sorrindo também.

 

*****

 

- A gente deveria sair um pouco essa noite. - David fala no dia seguinte quando estamos na academia. - A gente está sempre na casa de Killian ou da Julie, não que eu esteja reclamando Julie, mas seria bom a gente sair e tomar uma bebida a noite. O que vocês acham? Como nos velhos tempos.

- A gente pode deixar a Belle com a mamãe. - Killian diz me encarando e eu assenti, sabendo que merecia e deveria passar um tempo com os velhos amigos sem uma criança por perto.

- Parece bom pra mim. - Falo.

- Sério? - Assenti - Que tal no Aaron?

- Pra mim está ótimo.

- Pra mim também. - Killian diz e Caleb também assente concordando.

- Ok, vou mandar uma mensagem para a Kim.

- E eu para a Tara. - Falo e imediatamente mando uma mensagem para minha amiga que concorda e aceita sairmos todos juntos a noite.

Fechamos a academia mais cedo e vamos para casa depois de pegar a Belle na creche. A deixo assistindo alguns desenhos com o seu pai enquanto arrumo um pouco da bagunça que a minha casa se encontra.

O tempo passa rápido e logo anoitece.

Deixo a Belle na companhia de sua avó e eu, Tara, Caleb e Killian saímos em um único carro.

Chegamos no Aaron alguns minutos depois e David e Kim já nos esperavam em frente ao bar.

- Pensei que não iriam vir mais. - Kim diz quando nos aproximamos.

- A Belle estava querendo vir com a gente, aí demoramos um pouco conversando com ela.

- Crianças. - Ela diz rindo e eu a acompanho.

Cumprimentamos e conversamos durante alguns minutos com Aaron enquanto esperávamos uma mesa ficar vaga. Ainda era segunda-feira e o bar estava lotado, o que era um vestígio de que o bar continuava um grande sucesso.

- Eu acho que nunca perguntei a você, Julie... - Kim começa a falar quando finalmente conseguimos uma mesa praticamente no fundo do bar. - é difícil sair a noite ou em qualquer horário quando se tem filhos?

- As vezes é, Kim. Antes era muito difícil porque era apenas nós duas e a Tara, eu só saia a noite para trabalhar no bar, mas ainda assim era bastante difícil. - Falo - Mas agora nem chega a ser tanto, já que tem sempre alguém pra ficar com ela caso eu precise sair. Eu já imaginava que as vezes seria difícil, mas eu não me arrependo de nada. Principalmente de ser mãe muito antes dos trinta.

- Era sempre só você e a Tara? Não tinha outra pessoa que pudesse ajudar?

- Não, era apenas eu, a Belle e a Tara. Só nós três. Uma vez ou outra o Albert aparecia, mas era apenas quando ele tinha tempo.

- E você não teve ninguém fora a Tara e ocasionalmente o Albert para ajudar? Nenhum namorado ou um casinho?

- Não. Nada. Nenhum. Era apenas nós três mesmo. Eu não tinha tempo para outra pessoa, a Belle era a minha única prioridade. - Falo e ela assente.

Conversamos mais alguns minutos sobre a Belle mas logo trato de mudar de assunto, afinal de contas, tínhamos combinado de sair como se fosse nos velhos tempo. Falar sobre criança não era o nosso tópico da noite, não importa o quanto nós amávamos a Belle.

 

*****

 

- Essa rodada é por minha conta. Vodca ou tequila? - Pergunto

- Os dois. - Responde ao mesmo tempo e eu assenti, já caminhando em direção a área do bar onde esperei pela Cami ou Aaron me atender.

- Vai demorar para você ser atendida, já estou esperando a quase dez minutos. - Um homem alto fala ao me lado.

- Não tem problema, eu espero.

- Você vem sempre aqui? - Pergunta minutos depois e eu reviro os olhos.

- Eu não estou interessada, pode poupar o seu tempo.

- Mas você não é casada, não é? Não vejo uma aliança em seu dedo. - Diz. Se aproxima e toca em meu rosto e meus dedos.

- Acho melhor você se afastar. - Falo o encarando pela primeira vez e ele sorrir. Babaca.

- Hm... já sei. Você é daquelas que se faz de difícil. Isso me atrai ainda mais.

- Está tudo bem por aqui?

Killian pergunta surgindo ao meu lado no mesmo instante em que dominó o cara e pressiono o seu rosto no balcão de madeira.

- Está tudo bem Killian, é apenas um babaca. - Falo e aproximo minha boca da orelha do babaca que se contorce sob o meu domínio. - Quando eu falo para se afastar ou que não estou interessada você tem que recuar imediatamente. Eu não vou ser boazinha novamente se isso voltar a acontecer, então aconselho você a ir embora. Agora.

O solto e ele vai embora no bar no mesmo instante.

- O que foi aquilo garota? - Cami pergunta. Cami é a filha mais velha do Aaron e chama muita atenção no bar pela sua pele pálida, cabelos ruivos e um temperamento infernal que assusta a maioria dos homens.

- Era um babaca achando que ia se dar bem, apenas isso. - Falo e ela assente.

- Pronta para pedir?

- Seis doses de vodca e tequila, por favor.

Ela assente e começa a trabalhar nas doses.

- Você está bem? Aquele desgraçado machucou você? - Killan pergunta me analisando de cima a baixo.

- Não, eu estou bem, ele não me machucou. Eu acabei com ele antes.

- É, você acabou mesmo com ele. - Diz sorrindo. - E eu nem precisei intervir.

- Eu sou fodona. - Falo sorrindo e o seu sorriso aumenta.

- Sim, você é.

- Prontinho, aqui está as suas doses. - Cami diz e coloca todas as doses em uma bandeja. - Depois você me entrega a bandeja, sem pressa.

- Ok.

- Deixa que eu levo. Você só me segue.

Assenti e caminhamos de volta para nossa mesa.

- Vocês demoraram. - Caleb diz.

- Tinha um babaca me enchendo a paciência e eu dei um jeito nele.

- Aposto que você o dominou. - Tara diz e eu assenti sorrindo.

- Exatamente isso, e ainda pressionei a cara dele no balcão.

- Jack e Verônica te ensinaram muito bem. Ficariam orgulhosos. - Ela diz.

- Que são esses? - David pergunta quando todos terminamos de tomar tequila.

- Foram meus instrutores, por assim dizer. Eles me ensinaram como me defender sozinha em qualquer lugar e a qualquer momento.

- E Jack ainda te ensinou boxe. - Tara volta a falar.

- Só um pouco. - Falo e tomo a minha dose de vodca.

- Você deveria ter esperado pra gente fazer um brinde, Julie. - Caleb fala e eu o encaro.

- Então você deveria ter me avisando antes. - Falo. Me levanto e finjo estar chateada. - Agora vou ter que buscar outra por sua causa.

Volto alguns minutos depois com outra bandeja e várias doses.

- Você é louca. - Kim diz rindo.

- Você ainda não viu nada. Até onde eu sei, essa noite é pra gente se divertir, e é isso que eu estou fazendo.

- Então vamos fazer o mesmo. - Killian diz sorrindo pegando uma dose e eu o acompanho.

 

*****

 

- Ai Deus, eu nunca mais vou beber tanto assim. - Falo me jogando no sofá do escritório de Killian.

- Lembro de você ter dito isso muitas vezes no passado e ainda assim continua bebendo. - Killian diz rindo e eu jogo uma almofada nele.

- Eu te odeio. Por que vocês me deixaram beber tanto assim?

- Você estava se divertindo e até disse que não queria voltar pra casa.

- Mentira.

- Não mesmo. - Diz sorrindo.

- Que bela mãe eu sou. - Resmungo.

- Eu acho que você é uma ótima mãe. Você só precisava se divertir um pouco, e foi isso que você fez ontem a noite.

- Você deve estar adorando me ver resmungar e de ressaca.

- Na verdade, estou sim. - Diz ainda sorrindo. - Eu tinha esquecido de como você se transforma em uma bêbada engraçada.

- Você é um idiota. E por favor, me diga que ninguém ousou pegar o celular e gravar o meu momento de embriaguez.

- Não, você deu sorte nisso.

- Graças a Deus. - Falo e resmungo novamente quando sinto uma pontada na cabeça.

- Toma, esse remédio vai ajudar você com essa ressaca.

- Obrigada. - Falo pegando o comprimido, o copo d'água que ele me ofereceu e volto a deitar no pequeno sofá sem me importar se eu estava no meu local de trabalho.

- Julie?

- Sim. - Falo e me sento no sofá para conseguir encarar Killian.

- Você acha estranho a gente conviver assim?- Não entendi, você quer dizer o que?

- Eu estou perguntando se você acha que é estranho a gente conviver bem desse jeito depois de anos longe. A maioria das pessoas não estariam tão bem como estamos.

- Bem... você acha estranho a gente se dar bem? Porque se você acha; deveríamos conversar e colocar os pingos nos "is" para o bem estar de todos, principalmente da Belle.

- Não, eu não acho. - Diz suspirando - Eu acho normal, sabe?! Diferente, mas normal. Eu já entendi a um bom tempo que você fez o que tinha que fazer. Eu aceitei isso completamente e... isso vai soar muito idiota, mas, é como se a gente não tivesse ficado tantos anos longe, separados.

- Eu sei, eu entendo.

- Eu vejo como a maioria das pessoas olham para nós. Elas ainda estranham a gente estar na companhia um do outro sem alguém querer matar alguém. - Ele sorrir e passa a mão no rosto nervosamente. Era irreal perceber que as vezes eu conseguia lê-lo como anos atrás, como se nada tivesse mudado de verdade.

- Isso incomoda você? - Pergunto.

- Não, de forma alguma. Você sabe como ninguém que eu tinha planos para nós, e perceber que um deles foi realizado e que posso ver todos os dias, me deixa muito feliz. Vivemos de uma forma que não imaginávamos e que não tínhamos planejado, mas eu amo o fato de você ter me dado uma filha, mesmo que eu só tenha a conhecido com quase três anos.

Assenti, sem saber o que dizer depois de suas palavras.

É verdade que nunca tínhamos pensado e/ou imaginando que teríamos uma filha e não estaríamos juntos, eu tinha me debatido sobre isso por meses quando estava grávida e depois que a Belle nasceu. Eu não sabia como a gente iria fazer quando eu tivesse voltado, como seria a nossa relação com uma criança envolvida no meio, mas graças a Deus tudo deu certo.

- Somos dois adultos agora. - Falo, por fim. - Não somos mais aquelas crianças jovens de anos atrás. A gente sabe que deveria esquecer e colocar algumas coisas de lado e priorizar a nossa filha, o que seria melhor para ela. Sabíamos que ela merecia mais do que ter os pais brigando, fomos e somos maduros o suficiente para entender isso. Eu acho que é por isso que a gente se dar tão bem apesar de tudo. O que passou, passou. Não podemos mudar agora. Mas podemos fazer o possível para fazer as coisas melhores para todos. E é isso que a gente faz, Killian.

Ele assente e um pequeno sorriso surge em seus lábios. Ele se levanta caminhando em minha direção e para em minha frente.

- Então... que tal sermos amigos? Acho que merecemos isso depois de tudo.

Ponderei suas palavras e assenti concordando com ele.

Me levantei e apertei sua mão que estava estendida.

- Então é isso... Amigos.

- Amigos.