Chocado e surpreso, permaneço imóvel no lugar com medo de que se eu fizer algum movimento ousado, brusco, tudo isso vai acabar e voltar ao que era minutos atrás.
É uma miragem, estou sonhando; digo a mim mesmo. Mas não parece ser um sonho, não parece ser uma miragem.
Fecho meus olhos por um minuto e quando volto a abri-los, os olhos claros ainda me fitam, deixando claro que não é um sonho, mas sim, a realização dos nossos desejos.
Meu coração salta e o nó na garganta ameaça outra vez a se desfazer e eu luto contra ele. Aperto sua mão e ela faz o mesmo, o que traz um enorme sorriso em meu rosto.
Antes que eu me mexa para chamar o médico e avisá-lo de que ela está acordada, a porta se abre e o mesmo entra no quarto.
— Vejo que ela acordou rápido. - diz se aproximando. — O seu cérebro começou a desinchar no meio da noite e eu estava esperando ter boas notícias para dar pela manhã. Eu vou fazer alguns exames e testes rápido agora, você pode voltar daqui a alguns minutos, tudo bem?
— Ok. - assinto e solto a mão da Julie, mas não sem antes fitá-la durante um tempo.
Depois de passar minutos fora do quarto vendo o médico fazer testes e exames rápido nela, volto para o quarto de Killian para lhe contar a boa notícia.
Meu irmão, Belle e minha mãe me encaram confusos e logo percebo que fiquei parado na porta em completo silêncio por um tempo, talvez até minutos. Balanço a caleça para clarear a minha mente e colocar todas as emoções de volta aos seus lugares - nem que seja por mais alguns minutos - e suspiro, cuspindo tudo de uma vez.
— Ela acordou. Eu... eu estava lá e ela acordou e...
Killian é o primeiro a reagir.
Com pressa, nossa mãe pega a cadeira de rodas para ajudá-lo a se locomover mais rápido, mas ele a ignora. E com a Belle em seus braços, ele sai andando ainda com dificuldade pelo corredor do hospital até chegar ao quarto da Julie. Quando ele a ver acordada, as lágrimas surgem e ele precisa de ajuda para se sentar.
Olhando para eles; assistindo meu irmão mais velho derramar lágrimas pela mulher que ele ama enquanto segura sua filha em seu colo, e com a mão trêmula a Julie seca as suas lágrimas, percebo que esse é o tipo de amor que todo mundo procura e deseja encontrar um dia. O tipo que anos, a distância e vários problemas não conseguem destruir. Que pode passa 5, 10, 30 anos e eles continuarão se amando. É o tipo de amor que as pessoas custam a acreditar que ainda exista, que acham que só exista em filmes e livros; mas não é bem assim. A Julie e Killian estão aqui para provar que é mais real do que se imagina. E é o melhor tipo de amor.
Eu me afasto, saio do quarto e pego o celular.
— Ela acordou. - é o que digo.
— Chego ai em quinze minutos. - Tara responde e desliga.
Quando ela chega no hospital, ela não está sozinha; David e Kim estão ao seu lado. Quando me aproximo, agradeço-a por ter ligado para eles e ela assente sem dizer mais nada.
Juntos, caminhamos em direção ao quarto, mas não sem antes eu telefonar para o Albert.
— Foi um susto entanto, Julie. - Kim diz.
— Eu sinto muito por isso. - ela responde baixinho e Killian se estica para lhe dar um pouco de água.
O médico ao ver a nossa ansiedade para ver e falar com a Julie, deixou que ficássemos no quarto por alguns minutos até precisar levá-la para fazer alguns exames mais detalhados. Desde então, tentamos aproveitar antes que ela precise ir.
O alívio é quase palpável, a felicidade ao vê-la bem, viva, acordada, é enorme e tenho certeza que será ainda maior quando ela voltar para casa.
— Eu... eu... não queria pre... pre... preoc...
— Não tente forçar a voz ou as palavras. - o médico diz, ainda no quarto. — Você sofreu um trauma na cabeça e é comum ter um pouco de dificuldade para falar normalmente por um tempo. E é exatamente por isso que eu preciso levá-la agora. Não precisam ficar assustados.
Assentimos e em questão de poucos minutos, ela é levada embora.
Aliviados, saímos do quarto e Killian me para no corredor, logo após entregar a Belle a nossa mãe.
— Eu preciso que você faça uma coisa pra mim.
POV'S Killian
Feliz. É a palavra que me define no momento.
Nunca pensei que o simples ato de alguém abrir os olhos, acordar, pudesse trazer tanta emoção e felicidade.
Mas por um momento, por um curto e infeliz momento, eu cheguei a pensar que a perderia. Eu deixei que os pensamentos ruins tomassem conta da minha cabeça, da minha mente, e me fizesse imaginar o pior. Eu não me orgulho disso. Não me orgulho por ter sido fraco.
— Acho que vou levar a Belle para casa. - minha mãe diz quando voltamos para o quarto em que ainda estou instalado. — Podemos voltar quando ela terminar os exames ou no final do dia. O fato da Julie ter acordado, não faz com que eu mude de ideia ao achar que esse não é um ambiente para crianças.
— Tudo bem mãe, você pode levá-la para casa. Eu iria pedir isso de qualquer jeito. - respondo. — Venha aqui, filha e dê um beijo no papai. - imediatamente, a Belle pula na cama, me abraça apertado e me beija minha bochecha. — Obedeça a sua avó e se comporte, ok?
— Tudo bem. - diz. — Posso tomar sorvete?
— Isso quem decide é sua avó. - respondo, diante da sua careta.
— Tudo bem... - ela desce da cama e segura a mão da sua avó. Minha mãe se despede prometendo que voltarão em algumas horas e eu assinto. Sozinho, começo a pensar nos novos planos.
*****
Uma hora depois a Julie está de volta ao quarto.
O médico nos informa que não há nenhum indício de sequela, que nada apareceu nos exames e que poderíamos ficar despreocupados.
Conversamos por alguns minutos sobre os cuidados que ela precisaria ter e principalmente, sobre quando ela voltaria para casa. As respostas do médico nos deixaram mais otimistas, felizes e com ainda mais vontade de voltar para casa.
— Eu perdi muita coisa? Em que dia estamos? - pergunta sem dificuldade, logo depois do médico ir embora.
— Não muito, eu acho. - respondo. Coloco uma mecha de cabelo atrás da sua orelha e a observo, agradecendo mentalmente por não tê-la perdido. — Você é a mulher da minha vida, sabia? Eu não sei o que seria de mim, de nós, sem você.
— Eu sinto muito por deixá-los tão preocupados e...
— Você está bem e viva, é só isso que importa. - ela assente e dá um pequeno sorriso. — Então... você vai me explicar por que tem esse... curativo (?) na barriga?
— Bem... Donovan atirou em mim. - respondo
— O que??
E então, eu conto tudo para ela. Desde que ela foi levada, até estarmos aqui no hospital. Quando termino, ela segura minha mão com força e chora. Com dificuldade, deito em sua cama e a abraço o mais forte que a nossa situação nos permite.
Quando ela se acalma, me conta tudo que aconteceu durante todo o tempo em que esteva sendo mantida na casa. Desde ser alimentada, até ter matado um dos capangas com uma escova de dentes.
— Você fez o que precisava fazer. Não se culpe por isso. Era sua vida ou a dele.
— Eu sei, eu só... - ela suspira. — eu só pensava em sair de lá, de manter o bebê bem e salvo. Era apenas eu contra três capangas, Donovan e um outro cara... Ringo, eu acho... embora eu não o tenha visto e....
— Espera... o que você disse? - a interrompo. — Você disse Ringo? - ela assente minimamente. — Ringo é um policial corrupto da equipe do Rafael, que estava atrasando a investigação a mando do Donovan. Era por isso que não conseguimos encontrá-la antes.
— O que aconteceu com ele?
— Até onde sei ele vai ser preso. - digo e acaricio seus braços e seu rosto.
— E Donovan? Ele já está preso? Morreu? - instantaneamente, minhas mãos param de acariciá-la e fico receoso. Não por ter que contar que o tiro que acertei no Donovan o deixou paraplégico, mas sim por medo dela me julgar. Donovan não é um bom homem, longe disso, mas ninguém merece perder os movimentos das pernas e nunca mais andar.
Talvez eu esteja um pouco equivocado.
Talvez, ele seja o único que de fato merece.
— Eu atirei nele e... ele ficou paraplégico. Eu o deixei paraplégico. Ele nunca mais vai voltar a andar. - digo por fim.
Ela fica em silêncio durante um minuto - poderia ser bem mais que isso - e eu começo a ficar um tanto inquieto.
— E como você está? - pergunta me pegando de surpresa.
— O que?
— Como você está? É isso que eu quero saber. - diz me encarando.
— Bem, apenas não sinto nada. - digo com sinceridade.
— Ótimo, é apenas isso que importa.
Encosto meus lábios nos seus rapidamente e lhe dou um grande sorriso quando me afasto.
— Você quer saber de uma boa notícia? - ela assente vigorosamente, pronta para mudar de assunto tanto quanto eu. — O médico me disse o sexo do nosso bebê?
— Disse?
— Sim, você quer saber o que é?
— Sim. Não, eu não quero. Ah, eu quero sim.
— Tem certeza?
— Sim, eu tenho.
— Ok, tudo bem... teremos um menino.
— Você está falando sério? - respondo que sim e seus olhos ficam nublados.
— Está tudo bem? - pergunto confuso. Será que ela desejava ter outra menina?
— Sim. - diz, enxugando as poucas lágrimas que caem. — Só estou feliz. Ele está bem? Você acha que a Belle vai ficar feliz por não ser uma menina?
— Sim, ele está bem. Perfeito. - respondo. — E querida... a nossa filha gosta de fazer coisas e brincar com o que a maioria dos garotos gostam. É óbvio que ela vai gostar. Tenho certeza que eles vão brincar muito de jogar bola, se sujar na lama e todas as outras coisas. Eles serão melhores amigos.
— Se depender de mim, ela vai continuar brincando muito mais do que apenas princesas, bonecas e "apenas coisas de meninas" - diz fazendo aspas. — E eu espero que ela fique mesmo feliz e que eles sejam melhores amigos. Quero que os nossos filhos sejam como você e Caleb.
Meu coração salta com suas palavras e eu me pergunto se é a hora certa de contar sobre os meus planos.
— Você quer começar a escolher o nome para ele? - pergunta, interrompendo qualquer chance que eu tinha de falar.
— Olá... posso entrar? - Albert pergunta da porta e assentimos. — Estou feliz de ver você, menina.
— Eu vou deixar vocês dois conversando. - saio da cama e beijo a testa da Julie demoradamente. — Eu amo você.
— Amamos você também. - diz com a mão na barriga.
Cumprimento o Albert e saio do quarto, encontrando Caleb no corredor. Conversamos por algum tempo e ele me entrega o que pedi antes de ir embora.
Espero vários minutos pelo médico para ser liberado do hospital e quando estou quase desistindo, ele aparece sorrindo, como se tivesse acabado de ganhar na loteria. Talvez seja por que resmunguei para ir embora todo o tempo desde que fui colocado nesse quarto.
Sou deixado sozinho depois de algumas instruções e ordens médicas e não demoro para voltar ao quarto da Julie.
No final da tarde minha mãe volta com a Belle e ela mata a saudade da sua mãe.
— Eu vou ter um irmãozinho? - ela pergunta depois de contarmos que o bebê é um menino e não uma menina. Eu e Julie estamos apreensivos, esperando que ela não tenha uma reação negativa.
— Sim, meu amor. É um menininho. - Julie diz acariciando o rosto da nossa filha. — Agora que você é um pouco maior, você pode ajudar a mamãe a cuidar dele.
— Posso? - com um enorme sorriso estampado no rosto ela pergunta. — Posso mesmo?
— É claro que sim, filha.
— Oh, quando ele vem? Eu posso segurar ele? Eu "quelo" dar papinha igual tia Tara fez comigo. Quando você vem, bebê? - ela jorra perguntas sem parar enquanto encosta a cabeça na barriga da Julie.
— Vai demorar um pouquinho. - Julie responde. — Mas quando o bebê chegar, você vai fazer tudo isso.
— E brincar com ele?
— Sim, mas só quando ele for um pouco maior, ok?
— Eu posso... eu posso...
— Só quando ele for grande, princesa. - digo a interrompendo. — O bebê vai ser bem pequeno quando nascer e vai precisa dormir e comer, ai quando ele for maior você vai poder brincar junto com ele.
— Mas eu posso ajudar? - pergunta nos encarando.
— Sim, pode. - Julie diz sorrindo com a animação da Belle. Ela por sua vez, volta a inclinar sua cabeça em direção a barriga da sua mãe e começa a conversar com o bebê, listar coisas que ela vai fazer para ele e o que os dois vão fazer juntos.
Antes de ir embora, ela beija a barriga, diz que o ama e que quer logo que ele chegue. Julie se desmancha em lágrimas e abraça a Isabelle por quase cinco minutos sem nunca soltá-la.
David, Kim e Tara chegam minutos depois delas irem para casa e conversamos durante muito tempo. Nenhum dos dois querendo ir para casa e se afastar da Julie. Depois de muito insistir, eles vão embora prometendo voltar no dia seguinte.
Sento na poltrona recém colocada no quarto e comunico que ficarei do seu lado durante toda a noite. Ela não diz nada, apenas sorrir de um jeito que diz o quanto me ama.
*****
Ouço sussurros e lentamente abro os meus olhos, só para ver Caleb e Julie conversando.
A conversa parece bastante séria e para não interrompê-los, fico quieto e finjo que estou dormindo.
— Sabe... eu não quero parecer um idiota, mas esses últimos dias foram os piores da minha vida. De todos nós, na verdade. Foi a pior coisa que senti desde quando descobrimos que você tinha ido embora anos atrás. Cada minuto, cada dia era mais angustiante que o outro e eu não sabia o que fazer, como agira. Eu pensei que perderíamos você para sempre. - meu irmão fala e suspira. — Eu e você sempre tivemos uma ligação forte, especial, e eu sei que a maioria das pessoas nunca entenderam bem isso, mas a gente sim... Eu amo você, Julie. E imaginar te perder foi muito doloroso, foi demais. Eu perdi a conta de quantas vezes eu pedi a Deus pra que não te levasse embora, para que não tirasse você de nós... Eu não queria perder a minha irmã. - abro meus olhos no exato momento em que Julie segura uma das mãos de Caleb enquanto ele passa a outra mão embaixo dos olhos. Ele está chorando. Foram pouquíssimas vezes que o vi chorar, mas eu sinto que dessa vez é completamente diferente das outras. — Você é minha irmã. É a mulher que me faz sentir a vontade para falar sobre qualquer coisa, é a mulher que eu quero que meus futuros filhos chamem de tia e que procurem quando eu os colocar de castigo. - ele rir e dessa vez é a Julie que enxuga suas próprias lágrimas. — Eu sei que foi um péssimo, terrível momento quando você se mudou e começou a morar com a gente, mas eu sou feliz que aconteceu.
— Eu também, Caleb. - ela o puxa para um abraço e os dois ficam deitados na cama ainda abraçados. — Você é o meu irmão também. É o irmão que eu nunca tive e que sempre desejei ter. É o melhor irmão. - eles sorriem e eu faço o mesmo automaticamente. — Eu sei que você vai negar, mas eu conheço você e sei que você reprimiu suas emoções e se obrigou a ser o cara durão e forte para todo mundo. Principalmente para Killian. Para que ele tivesse você ao lado dele e que pudesse chorar em seu ombro. Mas você não precisa mais fazer isso, ok? - o vejo assentir. — Eu estou feliz por ele ter você, porque sei que Killian não iria conseguir passar por tudo isso sem você. - eu quase digo que ela está certa, mas me paro antes que eu estrague o momento dos dois. Esse momento é apenas deles, não meu. — Você é exatamente o tipo de homem protetor e amoroso que terá uma esposa e filhos maravilhosos. Você terá uma família maravilhosa porque você merece isso, você nasceu para ter isso. E qualquer mulher terá sorte de ter um homem como você. - ele tenta falar, mas ela o interrompe. — Não diga isso a Killian, mas se eu não tivesse me apaixonada por ele aos treze, quatorze anos, eu definitivamente iria querer você para ser meu marido um dia. - eles riem e eu me esforço para não fazer o mesmo, principalmente porque sei que ela está falando a verdade. Ela com certeza teria feito isso se não tivéssemos caído de amor um pelo outro. — Mas o destino quis que meu coração pertencesse ao seu irmão e assim continuará sendo, do mesmo jeito que o destino vai fazer seu coração pertencer a alguém. Se é que já não pertence...
— Eu ainda não sei sobre isso. - ouço-o dizer baixinho e logo sei que ele está mentindo.
— Bom, tudo tem seu tempo, certo? Você vai encontrá-la a qualquer momento, tenho certeza disso. - ela diz. — Enfim... obrigada por isso, por tudo... obrigada por ter sido presente para todos eles nesses últimos dias, obrigada por ser um ótimo amigo para mim e obrigada por ser o melhor irmão de todos. Eu amo você.
Ela o abraça e consigo ouvi-la chorar baixinho em seus braços. Ele a abraça forte durante todo o momento até que ela não chora mais.
— Acho que estamos muito sentimentais. - ele enxuga suas lágrimas e ela sorrir assentindo. — Eu também amo você também. Só por favor, me prometa que nunca mais será sequestrada novamente.
Ela gargalha. — Ok, eu prometo.
— Isso é suficiente para mim. - ouço-o dizer. — Eu vou para casa agora, só queria conversar com você sem ter todo mundo por perto.
— Tudo bem, tenha cuidado.
— Eu vou ter. - fecho os meus olhos novamente para que ele não perceba que estou acordado. — Eu volto amanhã para vê-la, ok?
— Tudo bem. Até amanhã.
Alguns minutos depois abro meus olhos e encontro a Julie olhando para a porta.
— Está tudo bem? - pergunto me levantando e caminhando em direção a sua cama. A distância é pequena, mas agora, nesse momento, parece como se estivéssemos em diferentes estados.
— Sim, está. Eu só... Caleb estava aqui.
— Certo... - digo e me sento em sua cama. Ficamos em silêncio e eu a observo atentamente por alguns minutos.
— O que foi? Você está sentindo alguma dor? Podemos chamar o médico e...
— Você é incrível. - digo interrompendo-a. — Eu tenho orgulho da mulher que você é, da mulher que você se tornou. Muitas não estariam de pé depois de tudo pelo que você passou... e nós dois sabemos que você sofreu muito... A morte da sua mãe, do seu pai, dos seus avós que você nunca chegou a conhecer, depois teve aquela noite que mudou sua vida pra sempre... anos longe e depois que volta sofre um pouco mais... você é uma verdadeira guerreira, sabia disso? Eu não poderia ter escolhido uma amiga, namorada e uma mãe melhor para os meus filhos. - digo e ela me observa com uma expressão estranha. Na certa está estranhando todas as pessoas desabafando para ela em menos de duas horas. — Eu sou um homem mais feliz por poder acordar com você ao meu lado, por você ser a mulher que eu amo e minha melhor amiga, por você amar minha mãe como se fosse a sua e amar meu irmão como se fosse o seu irmão. Eu amo você por isso e todas as outras coisas que não citei... eu amo você desde que éramos jovens adolescentes e continuo te amando ainda mais hoje. Por isso... - tiro a caixa do bolso e abro. Ela me encara assustada, surpresa e chocada enquanto balança a cabeça negativamente. — Julie Anne Baker, a mulher dos meus sonhos, mãe dos meus filhos, minha melhor amiga e a mulher que eu amo... quer se casar comigo? - ela fica em silêncio por alguns segundos e quando ela abre a boca para responder, a interrompo. — Podemos nos casar na capela do hospital.
— O que? Killian... eu entendo o seu gesto mas eu não vou me casar na capela do hospital um dia depois de ter acordado. Eu não quero que o nosso casamento seja as pressas. Eu amo você, mas não é assim que eu quero e desejo o nosso casamento. - diz. — Nós esperamos tanto tempo para finalmente ficarmos juntos, sonhamos em nos casar por tanto tempo, não quero que seja em uma capela de hospital. Eu quero que seja como eu e você sonhamos e...
— Podemos fazer na academia. - digo e ela me encara ainda mais confusa. — Um dos nossos sonho sempre foi ter uma academia nossa, e você casando comigo a academia será sua também; será como sempre quisemos. A academia representa a nossa vida, cheia de lutas, obstáculos e superações, seria um ótimo lugar. - me apresso a dizer. — Isso se você não quiser se casar na igreja. Se limpar e decorar a academia, será um lugar perfeito para a nossa cerimônia. Pense. Pense no que ela representa para nós dois e como o local ganharia mais um significado. - digo. Ela me encara em silêncio ponderando e eu decido ir com tudo. Com calma, saio da cama e me ajoelho ignorando a dor que sinto ao fazer tal movimento. — Então... Julie Anne Baker, você aceita se casar comigo?
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