História THEY ARE NOT MONSTERS (Jungkook) - Chapter 38- A chegada

Íris levou todos nós à barreira

As sombras permaneceram quietas, por mais preocupado que estava, nada, nada. Nada!... Eu pensei, e talvez isso tudo tenha sido culpa minha, eu não impedi Taehyung naquele dia quando fugiu da rota, pois confiava nele… Eu devia ter previsto.

Sobre S/N? Eu não sei porque S/N aceitou, o por que me fez isso, o que ele deve ter oferecido de ter me deixado tão facilmente. Então, Íris  citou uma coisa:

"Lembra do pesadelo que a mesma teve naquele dia? Ela escondia algo de nós, desde então… Já ouvi relatos de acontecimentos parecidos, e então presumo pela a idade desde que está na terra, e como é metade humana… Pesadelos assim significa morte. Significa uma previsão. E atrelando isso à Athes, ela é poderosa… Ela pode ter pensado que isso a ajudaria de alguma maneira. E talvez a morte que ela tenha previsto seja…"

"Chega" . Eu pedi.

Nas noites da lua vermelha caçei por qualquer indício de quem a amaldiçoou, procurando livros antigos ou me instigando sobre bruxas da região. Eu falei com alquimistas, para qualquer oportunidade para nossa união… Eu procurei magias e vasculhei os pertences dos mortos...Nada. Nada.

Dizem que é difícil unir algo que nunca deveria existir, um erro para ambos os lados. Amar o que não pode ser amado. Nós  termos que passar por tudo isso para nos sentirmos em paz, e eu pensei que poderíamos ter essa paz que tanto procurávamos, então apesar de preocupado e procurando ajuda eu também estive tentando viver com ela. Planejando sair da casa de Íris… A dar conforto na nossa casa que estávamos decidindo…

Talvez eu estivesse perdido demais no meu próprio pensamento. Eu estou me culpando outra vez...Mas como posso deixar escapar alguém que me fez tão bem em décadas? Que me fez sentir o que é amar e sentir conforto em apenas ter a presença? Sentir a união dos céus e terra em uma mistura harmoniosa comigo. Eu não sei nem explicar o como sou capaz de fazer tudo apenas para tê-la…

  Desespero. Desespero.

— Apareçam — Gesticulei com o indicador, então senti toques suaves por meu corpo.

—Sim, mestre?

—Vasculhem — ordenei murmurando. Abaixei minha cabeça e retomei minha respiração incorreta e desordenada. Ajeitei meus fios e a escuridão ao redor de mim afastou-se.

—elas dizem que não há nada além de nós — Sussurraram.

Se eu pudesse controlar toda as sombras ao redor…

—O que disseram? — Hoseok perguntou e  me encarou, então levantei o olhar.

—Podemos ir.

Nos erguemos em frente à Íris. Fechamos os olhos e esperamos pela a próxima ordem até que nos avisasse que chegamos. De agrado, senti novamente uma suave dança da magia em meu corpo, então fechei os olhos preparando minha cabeça para o próximo.

E como parecia fácil atravessar um acordo, atravessar algo construído no término de uma guerra.  

— Que conveniente — Namjoon comentou e riu.

Nós íamos a cavalo.  Abri os olhos, estava preso cavalos, cavalos especiais,  para cada um nós.

A atmosfera daqui era tão perfeita… E então prestei atenção no farfalhar das árvores até voltar aos meus sentidos.

—Onde arrumou um desses? — Jin Aproximou-se dos cavalos negros. Sua pele era espessa e transitava com tons de rosa, roxo, azul. Como um preto holográfico.  

—Devemos nos apressar. — As sombras sussurram outra vez. O círculo… estávamos querendo mexer com o círculo…

—Quem acha que sou? Eu tenho contato com as terras externas. — Íris respondeu e montou no cavalo após retirar as amarras. Em seguida todos repetiram o mesmo processo. Segurei forte e apertei meus dedos com força.

Meu coração estava agitado, eu ofegava e eu sentia-me cada vez mais nervoso, como se cada pedaço do meu corpo estivesse em alerta.

E essa sensação… Eu queria arrancar essa ansiedade com minhas  próprias mãos.

As vozes de qualquer um parecia uma algaravia, exceto das sombras…

O que há de errado? Por que me sinto estranho?

"Você está quase delirando."

Por quê?

—Jungkook— Abri os olhos. Era Íris —Seus olhos… os seus olhos, eles estão vermelhos...

☪

[Em algum lugar em Acrieryt…]

Minhas mãos terminaram de congelar quando as aqueci com meu próprio poder, algo que nunca funcionara anteriormente.  Por que os privilégios de ser uma abençoada me parece ser reforçado quando menos tempo terei para usá-los?

Saímos do chalé para andar, simplesmente andar.  Depois voltaremos e descansaremos até o dia 28.

— Amanhã será dia 28… Os moradores disseram sobre o presidir dela na região. Dia 28 foi quando os prometeu voltar para uma próxima ordem. — Taehyung explicou e senti meus dedos congelando outra vez.

Por mais tempo que andávamos pensei em como aqui se tornou um local melancólico congelado. O que aconteceu com Aphyet?

E… o que será que aconteceu com minha mãe?

Por que diabos tenho que esperar tanto para conseguir uma resposta?

—Logo, controla esse lugar? O que ela dizer… eles farão? — Assentiu e senti minha bota afundar na neve. Taehyung se esquivou de um galho.

Jungkook devia estar louco, e mal aguentava pensar como o tempo deveria passar mais rápido, coisa que acontece opostamente. Eu queria explicar, dizer tudo. Não é muito minha cara sumir sem avisar nada.  

[NARRADORA POV]

—   Você sempre foi assim? O lado contrário do rebanho?  Aliada aos imortais?— Taehyung perguntou. A real intenção por trás de sua pergunta era que não queria se sentir tão culpado, culpado em esconder que sabia sobre Athes. Que fez S/N estar aqui apenas agora. Que ainda se lembra daquela cabeça sangrando, e aquele braço perfurado… Apesar de S/N ainda estar com alguns curativos, não  escutou a mesma reclamar nenhum momento.

A porção poderia ter dado perfeitamente certo, mas, nenhum comentário?

Ele não gostava nem um pouco em lembrar que sua própria mãe jogou um mal em alguém… inocente.  Taehyung engoliu seco.

— Sempre… —Ela riu — Eu nunca entendi, mas eu nunca parecia concordar com meus pais. Eu já pensei que imortais eram nojentos, repugnantes e cruéis — ambos riram irônicos — Mas parece que eu criei meus próprios conceitos do  que é certo, e o que é errado. Um dia… Eu continuei falando que não queria batalhar contra "monstros", e em uma noite… — Respirou fundo e os dois pararam de andar para tomar água. — meu pai me lançou para fora de casa, perto da floresta. "Você não acredita em nós???? Gosta tanto assim desses monstros??? Então veja o que eles farão com você!" Ele disse antes de me carregar e me jogar no início  da floresta. Minha mãe chorava e pedia para ele parar, mas ele continuou com raiva. Eu chorei muito naquela escuridão, era uma noite muito fria, até a primeira ameaça de ataque meu pai aparecer e me proteger… —Riu com escárnio — ele queria me traumatizar.

— Você não sobreviveu na noite sozinha? — a menor o olhou com desprezo.

— Eu era uma criança — Mas então lembrou do que Taehyung passou quando tinha a mesma idade. Se calou após.

[JK POV]

—  Eu sei que você ama ela... Mas precisa se controlar —  Namjoon disse quando parou de cavalgar esperando que eu indicasse o caminho.

— Eu estou calmo… — Respirei fundo e pisquei  com força espalmando a mão na testa.

E se eu amava.

A saudade em ver as estrelas de Ryven que eu sinto...

Para mim, enxergar S/N significava observar uma constelação.

—Mas você-

Puxei as cordas com força.

Meu coração disparou após parar durante alguns segundos. Escutei um "Thec" dentro do meu ouvido, e foi um doloroso som.

Não… não pode ser.

— jungkook? Qual é a direção? — Íris parou e me encarou. Uma onda gelada atravessou minha vestimenta , uma mistura de um ar harmonioso com uma horda de desespero amontoado...

Eu tentava respirar fundo, mas eu não conseguia. Chamei pela as sombras

Eu não sinto…

—E-eu

— quebrou, quebrou, quebrou, se foi, acabou.

— Jungkook? — Íris  chamou minha atenção outra vez.

—Merda, não… O seu cheiro, a sua presença, eu não  sinto nada…

Jin parou e arregalou seus olhos:

—O quê?!? Quer dizer que ela está mor-

—Não… não. Quer dizer que nossa ligação ela…  Quebrou.

S/N o que você fez…?

Íris riu e exclamou:

— Ela não é burra. O cheiro que você devia estar no guiando era o resto do resto da ligação entre vocês.

Por que você fez isso…

Senti meu rosto tremer. Eu comecei a chorar.

Eu não senti um puxar, nem um toque, nem nada, como se meu coração estivesse vazio, partido. Como se ela tivesse me deixado, e em um piscar, eu não sentia nem um sinal de vida vindo de S/N.

Como ela quebrou… ?

— Taehyung.

Irregular. Minhas mãos fixaram-se nas rédeas.

— Jungkook, seus olhos. Porra, eles estão muito vermelhos. Jungkook!— Hoseok  se aproximou, mas o meu cavalo disparou quando ordenei partida—Jungkook!

Cavalguei e o som das pisadas pesadas me atormentaram durante segundos até ir mais rápido,  Jin, Hoseok, Íris e Namjoon me seguiram.

Eu ainda tenho uma chance. Eu tenho certeza que o último resquício em que senti vinha do Norte, e não foi só porque uma maldita coisa foi destruída que será tão fácil.

Maldito seja Taehyung.

A única coisa que era nosso foi quebrado… Isso não significa que não podemos nos relacionar outra vez?

Meus dentes rangeram quando tentei parar de chorar.

— JUNGKOOK! Podemos falar com ela! Pare! — puxei com força as rédeas com o susto. O cavalo quase me derrubou ao ficar sob duas patas.

Íris havia dito e feito uma travessia em minha frente.

[NARRADORA POV]

Jungkook olhou para Íris disperso, com o coração esgazeado, ele poderia morrer com o próprio orgulho em acreditar que encontraria S/N naquela direção, mas a visão de todos que estavam lá se resumiam em cores exuberantes que já dava tédio aos mesmos, apesar de ser um local perfeitamente belo: era solstício de verão

As vestimentas pareceram pesar sobre ambos os corpos, e Íris, ofegante, desceu do cavalo e explicou:

— Você tem o resto de uma recente ligação, e eu também. Nós podemos tentar falar com ela, através disso e de uma manipulação de minhas energias. — E o que diriam? — irá durar apenas alguns minutos… é o tempo que vou conseguir aguentar.

Íris claramente estava cansada, e com um leve tom de desespero, como se suplicasse que o tempo parasse. Sibilou e chamas consumiram suas mãos, assim Jungkook desceu do cavalo.

— tente convencê-la — pediu Íris.  Um círculo luminoso abriu-se envolta de Jeon.

Nem as sombras eram capazes de determinar tal momento a tal cautela...

[S/N POV]

Meu rosto fulminou quando lavei-o com a água do rio, que como era a divisão entre a região enevoada para o resto de Acrieryt —que estendeu Aphyet—, pensei que não estivesse tão congelante assim. Taehyung riu.

Quando eu estava prestes a perguntar sobre a tempestade de neve em apenas uma pequena parte de território, senti meu corpo pegar fogo, podia jurar que era uma manifestação do meu poder me ajudando contra a frente fria, mas então ouvi uma voz.

Essa voz.

A voz  de Jungkook.

Eu perdi meu ar.

— O-o quê?— eu olhei ao redor: nada. Onde? Ele está aqui?

— O quê? — Taehyung me fitou. Me ergui e fechei os olhos. Essa voz… Essa voz… Eu estou enlouquecendo?

Eu podia discerni, com certeza é ele… Eu…

—S/N, você pode me ouvir? S/N, eu preciso que escute, por favor, onde você está?

—Jungkook? — algo me chamava dentro da minha cabeça, lá no fundo… Como eu queria ouvir a voz dele… Como eu queria que ele me tirasse desse medo.

— Jung…? Droga! É uma transmissão. S/N, não responda!  —Meu corpo tremeu, não de frio, não de medo, eu fui atingida com várias  sensações novas que me deixaram tonta.

— Sou eu… É o Jungkook…  Por favor, o que você está fazendo vai matá-la, o que é que você queira com Taehyung, o que os dois farão… Por favor, me digam, é extremamente perigoso, é uma força maior do que imaginam, a energia que se estabelece aos membros do círculo é uma nunca visto anteriormente,

— Jungkook… Eu não…

—S/N, olhe para mim, olha para mim!— Taehyung gritou apesar de eu me concentrar verdadeiramente na voz de Jungkook.

—m-me diga onde está… Eu quero você de volta… — Sua voz falhava, então essa foi uma das piores pancadas que já senti, a dor de sentir que feriu a pessoa que mais ama. Ele devia estar chorando… devia estar desesperado… — Não faça isso com você mesma, vamos voltar para casa. S/N, eu te…

— S/N!— Taehyung me puxou e me empurrou em uma árvore, o arremesso me fez reclamar de uma leve dor nas costas. E quando abri os olhos, senti lágrimas escorrerem.  

Ele interrompeu a transmissão.

— Taehyung?! — gritei. O empurrei com força, e senti meu sangue fervilhar.

— Você iria mesmo deixar isso acontecer!?— se afastou, e quando ousei me aproximar eu parei. Fechei a mão em punho.

—VÁ SE FODER — fiz uma travessia.

Ele provavelmente devia ter ficado confuso, mas ficaria ainda mais bravo quando descobrisse que, na verdade, eu havia voltado para o chalé.

Sentada, me aquecendo, e… Me desesperando enquanto sentia o meu corpo enfraquecer cada vez mais, me despedaçado cada vez mais, e o processo acelerando conforme eu chorava em saudades do que um dia ...eu prometi fazer com Jungkook.

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[Horas após]

19h

O som da palha pegando fogo na lareira.

É amanhã.

É amanhã.

É amanhã.

Desde que Taehyung me encontrou não trocamos uma palavra, ele apenas me encarou durante alguns segundos com a típica expressão de mal-humor para mim. Eu queria pedir desculpas, mas eu preferi dessa forma.  Horas e horas estive no mesmo local: em frente à lareira.

— Sairei para caçar — Avisou enquanto escutei o peso das botas pisarem no mármore.

Com certeza estava nervoso.

O cômodo  estava escuro, e através disso pensei em minha mãe outra vez, apesar de estar cética sobre tal fator. Coloquei a mão no fogo antes de responder o Kim, brincava com os formatos que fiz com as chamas.

Então me levantei indo em busca de tirar meus curativos e analisar se eu estava pronta para ser destroçada outra vez.

Foi uma dor intensa quando fui atingida no braço, mas quando me lembro, eu não  consigo imaginar, apenas… Como se aquela dor cresceu tanto que apenas sumiu…?

— Você devia ficar. — me aproximei da porta bem puída e quase quebradiça, e observei o céu e as folhas, um brilho que considero bonito e sempre me trouxe felicidade… Mas nessa neve não era nada — ...Você está  sentindo isso?

Praticamente me ignorou, menos a última frase. E então, me puxou para fora do chalé.

Aquele belo dia que observava foi apodrecendo —Literalmente — as folhas escureceram e caíram, e um cheiro entorpecente entupiu minhas narinas. E aquele frio não era nada comparado ao calafrio que senti.

Uma onda preta engoliu a floresta até quase nos atingir. Ruim...ruim… algo muito ruim...

Taehyung apertou minha mão com força. E apenas me assustei de verdade quando vi seu rosto pálido. Ficamos segundos observando aquilo destruir as árvores até processarmos.

Uma sombra percorreu até o chalé, e uma risada aguda quase rasgou meus tímpanos. Aquela figura que cresceu no meio dos troncos limpava tudo em sua frente. Uma tempestade negra.

O-o quê?

— tire a gente daqui...AGORA!— Eu engoli fundo e tentei pensar em qualquer outro lugar, qualquer um, eu não sabia, mas a pressão fez eu ir para o primeiro que pensasse. E quando fiz a travessia, nós estávamos sob o monte próximo ao início de Acrieryt.

O frio dissipou-se e meu coração acelerou. Mas que merda aconteceu?

Taehyung caiu no chão  conforme ficou trêmulo ao chegar da travessia sobre o mato verde-escuro.

Agradeci pelo o calor que senti.

Mas não estávamos salvos.

Aquilo…

Quando estava prestes a perguntar de Taehyung. Nos viramos e olhamos para trás:

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Um rosto decepcionado encarando Taehyung enquanto o mesmo estava assustado.

Um outro trêmulo me encarando.

Outros dois confusos.

E um tentando se conter.

—...J-Jungkook?—Olhei para aquele rosto perdido.

Estamos fudidos.