História They Don't Know About Us.- Jortini - Três palavras, sete letras e um sentimento.

 “Talvez aí esteja o maior perigo para alguém que está em coma: que antes dele morrer de fato já tenha morrido nas palavras do outro, de quem ele depende para poder viver. Por isso é tão importante que haja alguém para cuidar,  decifrar e interpretar suas sensações e descobertas corporais.”

Tini on

Olhei meus dois amigos chorando, tentando esconder a dor para apenas me consolar, eu não sentia mais dores fortes, aquela noticia foi como uma anestesia, a única coisa que precisava era ver meu Jorge, eu precisava ver aquele rosto perfeito, seus cabelos brilhantes, senti o cheiro de seu perfume amadurado, e olhar aquelas esmeraldas verdes mesmo que naquele momento estivessem fechadas, eu só precisava...

- Doutor – chamei sua atenção – Será que posso ver o Jorge? – perguntei aflita. O médico me olhou, olhou para meus dois amigos e assentiu com a cabeça.

- Você já esta bem melhor, seu caso não foi tão grave, só seguimos os procedimentos, pois você bateu a cabeça, muito forte – respondeu olhando em sua ficha. – Mais pelo que eu vi aqui, você esta lucida.

- Sim – concordei com a cabeça.

- Sente alguma dor? – Se aproximou – Alguma coisa que não consegue lembrar? – olhou em sua fixa- Você precisa me manter informado de tudo senhorita Stoessel.

- Não senhor – abri um sorriso tímido, tentando passar confiança. – Claro que eu sentia dor, muita dor, não estava totalmente bem, e não lembrava o que aconteceu antes do acidente, mais naquele momento nada me importava, alias só me importava ver o Jorge.

- Então pode ir senhora Stoessel – O médico me encarou, desconfiado, mais me deu permissão para sair daquela cama. Encarei meus amigos, que apenas sorriram, sorri de volta e sai daquela sala.

[...]

Stephie on

Eu estava acabada, minha intenção era magoar Martina e separa – la de Jorge, não ligaria se ela tivesse sido atropelada, mais o tonto do Jorge entrou em sua frente, salvando sua amada, e agora eu estava aqui nesse hospital, esperando aflita por noticias de Jorge, enquanto era obrigada a aturar olhares desconfiados de seu amiguinho ridículo Rugg e a loura de farmácia, estava decidida a não sair daquele hospital, enquanto meu Jorge não estivesse bem e estava até pensando em mais tarde, fazer uma visita ao quarto da doce Martina...

- Stephie – ouvi uma voz me chamando. Ignorei devia ser coisa da minha cabeça, passar horas naquele hospital, estava me afetando.

- Stephie – ouvi novamente a voz e dessa vez reconheci de quem era.

- Peter o que você esta fazendo aqui? – perguntei assustada, olhando para janela, onde Peter estava escondido.

- Só me fala que ela esta bem! – suplicou, revirei os olhos já sabendo de quem se tratava. Ignorei sua pergunta e fiz outra a ele.

- Como você soube? – o encarei, disfarçando, para eu as pessoas não percebessem que estava falando com Peter.

- Eles são famosos Stephie, para se informar é só ler sites de fofoca, fico sabendo detalhe por detalhe da vida desses dois – me encarou debochado, como se estivesse falando a coisa mais óbvia do mundo.

- Entendi – revirei os olhos – Mais agora você precisa ir, você vai estragar tudo se te virem aqui, ainda mais falando comigo.

- Só vou depois que ver Martina – rebateu autoritário.

- Não- neguei com a cabeça. – Você vai agora, quando tiver noticias de sua amada, eu te ligo.

- Promete Stephie – perguntou desconfiado.

- Eu prometo Peter – revirei os olhos. Não tinha nenhum mal avisar ele, se isso o tiraria daqui, então era o que eu faria.

- Então tudo bem, vou nessa – deu um aceno indo em direção ao seu carro.

Respirei aliviada, por Peter não ter estragado tudo, pelo menos dessa vez, mais me enganei assim que ouvi uma voz irritante.

- Com quem você estava falando Stephie? – olhei para trás encarando uma loura de farmácia com os braços cruzados, me olhando desconfiada.

[...]

Mechi on

Quando minha amiga disse que estava bem, olhei para Rugg, que compartilhou o mesmo olhar cumplice comigo, sabíamos que ela não estava totalmente bem, mais não abriria mão de seus caprichos para ver Jorge, eu a entendia afinal se fosse eu em seu lugar faria pior, ainda mais se fosse o amor de minha vida que estivesse em coma. Decidimos não intervir, apenas ficaríamos espertos caso Martina pudesse se prejudicar com tudo isso.

Precisava tomar um pouco de ar, então sai do quarto indo em direção a sala de espera do hospital e me deparei com uma cena um tanto quanto estranha... Stephie conversava com alguém na janela, me aproximei aos poucos, mais quando cheguei a pessoa já havia ido embora, decidi perguntar a Stephie quem era...

[...]

Tini on

Eu me sentia fraca, muito fraca, enquanto andava até seu quarto dores fortes se manifestavam em todo meu corpo, mais posso garantir que nenhuma dor foi maior do que a que senti, quando abri a porta do quarto de Jorge e o olhei naquela cama, com seus olhos fechado, sem o brilho de suas esmeraldas verdes, sem aquele sorriso cafajeste que eu tanto amava, pálido, quase sem vida.

Meu amor – sussurrei, correndo em direção a sua cama, sentei perto de seu corpo e comecei a fazer carinho em seu rosto.

Lembrei-me do capitulo de Violetta em que Leon sofre o acidente e fica em coma. Para gravar aquele capitulo, eu estudei um pouco sobre esse estado, para cena ficar mais real.

 Quando fiz isso, lembro que descobri que quando a pessoa esta em coma é importante que as outras conversem com ela, pois isso ajuda de alguma forma e em alguns casos a pessoa ouve o que a outra diz, apenas não consegue abrir os olhos, mais escuta tudo, então respirei fundo criando coragem e comecei a falar com meu amor...

- Ei, sinto tanta falta de olhar em suas esmeraldas verdes, tão lindas, de sentir seus toques, ouvir sua doce voz, sinto falta de você meu amor, por favor, volta, você precisa voltar para mim  Yoyi, eu não vou conseguir viver sem você.

 Eu preciso tanto de você meu amor, só você sabe me acalmar, só você me entende como ninguém, você é o cara que eu escolhi para passar o resto de minha vida .

Jorge on

Eu ouvi Tini falando, ouvia claramente cada uma de suas palavras e sentia sua dor, eu conseguia sentir o que ela estava sentindo, eu fazia força, muita força para olhar em seus olhos e dizer o quanto a amava, mais eu não conseguia, meus olhos não abriam, fiz força para pegar em sua mão, mais meus braços não se mexiam, não conseguia controlar meu próprio corpo, não conseguia falar, a única coisa que conseguia, era ouvir Martina falando comigo, enquanto sofria e sinceramente se fosse para continuar ouvindo seu sofrimento eu preferia não poder ouvir.

Percebi que aquilo era um pesadelo, um pesadelo que parecia muito real, fiz de tudo para tentar acordar, mais não adiantava qualquer tentativa era inútil, me senti fraco, a mulher da minha vida estava em minha frente, se declarando para mim, enquanto a única coisa em que conseguia fazer era ouvi –la. Decidi tentar responder novamente, reuni toda força, tentando fazer com que minha mente me obedece-se. Então com muita força, consegui mover minha mão, levantei meu dedo, mais Martina estava tão distraída com suas palavras que não viu.

Tini on

Respirei fundo, enquanto lagrimas caiam sem parar, puxei todo ar, pousei minha mão em suas bochechas rosadas que naquele momento estavam sem cor... Fechei meus olhos e sussurrei 3 palavras, 7 letras e um sentimento, talvez todo sentimento de meu ser - eu te amo- selei seus lábios, molhando seu rosto com minhas lagrimas, esperando que assim como em violetta, Jorge acordasse e me olhasse com suas lindas esmeraldas verdes, fazendo com que tudo voltasse a fazer sentido, devolvendo me a vontade viver, acendendo novamente a luz em meu coração...