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História Thirsty - Adeus Humanidade.


Escrita por: caramelpuddin

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 53 - Adeus Humanidade.


Fanfic / Fanfiction Thirsty - Adeus Humanidade.

/ Kathie Quinn /

- Os vampiros têm a capacidade de desligar as suas emoções, ou seja, desligar a sua humanidade. Imagina isto como se fosse um interruptor que temos no nosso cérebro. Basta desligares esse interruptor e toda a dor, remoroso, arrependimento, medo, tudo isso irá desaparecer. Não terás mais esses sentimentos e essas emoções serão esquecidas até que, eventualmente, voltes a ligar o interruptor. Mas se o ligares de novo, tudo vai voltar e assombrar-te-á por um tempo interminável ou até mesmo para a eternidade.

Não posso confiar nele, o que não me diz que ele está a inventar tudo isto? Mas também pode primeira verdade que diz desde que nos encontramos pela primeira vez…

- Como é que o faço? – Pergunto.

Eu sei que não devo confiar nele, devia ser a última coisa a fazer… mas se esta é, possivelmente, a única forma de me livrar desta culpa, de esquecer o que fiz com estas pobres pessoas… Então, eu vou fazê-lo. Vou desligar este interruptor.

- É o melhor… - As mãos pálidas de Jonathan pegam nas minhas cobertas de sangue e, por isso, não tão pálidas quanto as suas. Desvio os olhos das minhas mãos, não suportando mais aquilo que sinto só de olhá-las. – Mas há um problema. – Encaro-o. - Por seres uma humana-vampira, pode não resultar. Não sei como funciona esse teu lindo cérebro, não faço ideia se tens esse interruptor. Todavia, vamos tentar! – Aperta as minhas mãos e sorri, por momentos sinto-me um pouco melhor ao vê-lo sorrir, é como se tivesse o Niall aqui, a sorrir para mim. Isso reconforta-me mas não me surpreende.

– Apenas fecha os olhos… - Sigo as indicações de Jonathan, sem saber ao certo porque o estou a fazer. Algo dentro de mim diz-me para o fazer, porque é o mais certo. - E pensa no quanto não queres mais sentir essa culpa, essa dor. Pensa no quanto queres ver-te livre desses sentimentos, para sempre.

Estremeço e franzo o cenho com as imagens de mim própria a matar aquelas pessoas a avassalarem o meu cérebro. A forma como me alimentei insaciavelmente delas, a forma como tratei os seus corpos depois de mortos e o quanto me senti bem a fazê-lo. O sangue a escorrer pela minha boca, as minhas mãos mergulhadas nas entranhas de um dos humanos, a forma como sem piedade decapitei outro… Aquela não era eu. Era outra mulher. Aquela que costumava assombrar-me quando me olhava ao espelho, a mesma que me incentivou a alimentar-me de Emily e Heather quando estávamos sozinhas no banheiro da escola enquanto elas me reconfortavam na altura em que o Justin descobriu o que sou. Aquela é a vampira dentro de mim, que tenho lutado para a manter domada desde o meu aniversário. Ela está sedenta e não tem qualquer pingo de compaixão.

Jonathan solta as minhas mãos, segurando-me pelos ombros para me manter quieta. Não consigo abrir os olhos, as imagens que passam diante dos meus olhos como um filme estão a impossibilitar-me de o fazer. Estou em choque, não aguento…!

- Vamos Kathie, desliga! – Aperto os olhos fechados e as mãos sobre as minhas coxas, tentando ao máximo livrar-me das memórias. – Desliga esse maldito interruptor! – Jonathan grita e então acontece… As imagens desparecem assim como a culpa e tudo o resto. Não sinto nada.

A risada de Jonathan é a primeira coisa a quebrar o silêncio e com um sorriso de canto, abro os olhos.

- Adeus humanidade. – Digo sem qualquer pingo de emoção na voz, o que faz Jonathan rir ainda mais, completamente maravilhado. Ele conseguiu – mais uma vez - aquilo que queria, assim como eu consegui o que queria. Só se esqueceu de mencionar que assim como os maus sentimentos e emoções, os bons também desapareceriam. Mas agora, isso não importa mais. Uma nova Kathie acabou de nascer, mais forte e determinada a viver a vida de forma que a antiga nunca pensaria. Ela era mesmo sem graça, demasiado… Aborrecida e dedicada ao lobo que dizia tanto amar. Poupem-me, a única pessoa que amo, sou eu e mais ninguém. O amor-próprio é tudo hoje em dia.

- O que me dizes de um passeio, minha linda e implacável Kathie Quinn? – O seu sorriso é malvado e entendo muito bem quais são os seus planos.

- Eu digo que é uma excelente ideia, estou farta deste lixeiro onde me fechaste. Preciso de ar fresco e, quem sabe, de mais alguma coisa. – Nos meus lábios brota um sorriso totalmente perverso e malévolo.

Agora é que começa a diversão!

 

/ Justin Bieber /

De braços cruzados no centro do celeiro mantenho-me em silêncio enquanto espero que todos se acalmem e se sentem. Só de observar o comportamento deles sei que estão ansiosos, confusos e, acima de tudo, sentem-se desiludidos com o que descobriram e com o que aconteceu há poucos minutos. Há muito que devia ter-lhes contado acerca da Kathie, eu sei, mas não podia fazê-lo sem antes falar com ela. É o segredo dela, que pode colocar a sua vida – e a de todos nós - em risco se as pessoas erradas o souberem. Eu confio na minha matilha, mas não era um segredo meu para compartilhar com eles e é isso que tenho de fazê-los entender.

- Como pudeste esconder-nos uma coisa destas Justin? – Adam é o primeiro que ousa fazer a primeira pergunta, sentando-se num dos velhos e empoeirados sofás espalhados pelo celeiro.

Normalmente, é onde estou agora mesmo que o meu pai costuma ficar quando junta toda a matilha quando há algum problema ou até mesmo quando é apenas uma reunião de rotina. Não sou o Alfa, mas a matilha percebe que estamos num momento delicado, que preciso da ajuda deles, e do qual o meu pai nem sonha…Só preciso de mantê-los comigo e o meu pai o mais longe possível. Ele não vai aceitar nada disto, muito menos o facto de estarmos lado a lado com os vampiros para encontrar a Kathie. Sem os vampiros poderemos demorar muito mais a encontrá-la, isso é um facto, e todo o tempo é precioso.

Só espero que já não seja tarde de mais. 

- Sentem-se e eu responderei a todas as vossas perguntas. – Peço, erguendo o olhar do chão de areia enquanto muitos deles ainda estão em pé.

- A pergunta mais importante nem é essa! Todos já desconfiávamos que a Kathie não é normal… Estamos surpreendidos que ela seja um deles, mas não somos tão idiotas assim! – Josh levanta-se de cima do fardo de palha, no fundo. Está irritado e isso é compreensível. – A grande pergunta é: Como é que pudeste alinhar com o sanguessuga? Eles estão a tramar alguma, está na cara, e tu caíste! Nós odiamos os vampiros e nem paraste um segundo para olhar para nós ou pensar que ao concordares com a ajuda deles, também nos estás a arrastar contigo! 

- Devíamos chamar o Jeremy, ele saberá o que realmente fazer! Ele é o Alfa, não o Justin. – Rookie, a garota de cabelo rosa pálido sentada junto de Jennifer assim como Farah, levanta-se. Antes de puder sequer dar mais de três passos na direção da porta do celeiro sinto a fúria a circular nas minhas veias e Jennifer apercebe-se do meu estado, então agarra no braço da amiga e puxa-a de novo para o sofá lançando-lhe um olhar de aviso assim que a loira olha para ela com uma expressão intrigada. Agradeço-lhe com um olhar e Jennifer sorri sem mostrar os dentes.

Não esperava que depois de tudo o que lhe fiz passar que continuasse a apoiar-me, e hoje surpreendeu-me. A Jennifer sempre teve uma grande facilidade em odiar e desprezar as pessoas que não lhe dão aquilo que quer, foi criada como a filha mais nova e, portanto, é a mais mimada. Contudo, fico extremamente grato que pelo menos um deles esteja comigo.

- Posso não ser o Alfa, a minha intenção não é substituir o lugar do meu pai, mas pensava que podia contar com os meus amigos para me ajudarem quando eu mais preciso. Fomos educados para nos ajudarmos uns aos outros, não para virar as costas quando possivelmente um de nós erra ou está desesperado por não saber o que fazer para encontrar a pessoa que mais ama neste planeta. Peço desculpa, de verdade, por não ter contado que ela é uma humana-vampira, devia tê-lo feito, mas também têm de entender que não era uma decisão minha! – Vagueio os olhos pelos rostos de cada um deles e em todos vejo uma expressão diferente. - Sim, a Kathie é um deles… E daí? O Imprinting não desapareceu quando o vampirismo despertou e isso significa alguma coisa! Significa que não devo desistir dela apenas por causa da sua natureza, ela fez-me perceber isso porque… Sabem que mais? A Kathie que conheci continua a mesma até hoje, nada mudou, e muito menos os meus sentimentos por ela mudaram, aliás a cada dia estão mais intensos! E neste momento, ela precisa de mim, assim como eu preciso de vocês para a trazer de volta a casa, onde ela pertence!

Respiro fundo, sentindo que estou no meu limite antes de me descontrolar a sério. O silêncio preenche o lugar enquanto eles se entreolham. Posso estar a soar insano, tenho a noção, mas muitos deles não sabem o que estou a sentir de verdade. Apenas um deles consegue confirmar o que estou a dizer… Só ele sabe o que é ter um Imprinting e aquilo que ele trás.

- Thomas. – Chamo à atenção do garoto ruivo encostado à parede do celeiro junto da porta que até agora estava a olhar para o chão.

Ele é um dos irmãos mais velhos de Jennifer, para além dele ainda tem mais dois, mas nenhum deles é lobisomem, pelo menos o gene ainda não se manifestou. Ele encara-me e apenas com a troca de olhares entre nós percebe o que quero dizer.

– Tu sabes… Cara, imagina como te sentirias inútil por não fazeres ideia de como resgatar a tua namorada das mãos de um vampiro com mais de 500 anos! – Percebo que está a pensar e sabe que tenho razão. - Não irias querer os teus amigos, a tua matilha, do teu lado disposta a fazer de tudo para te ajudar, mesmo que isso implica-se envolveres-te com vampiros?

- Eu faria de tudo para protegê-la e tê-la de volta em segurança!

- Exato! – Levanto as mãos no ar e viro-me para todos os outros. – Não podem julgar-me por ter concordado com isto, a Kathie está em perigo, não posso perdê-la mais nenhuma vez e a próxima vez pode ser definitivamente… Malta, preciso de vocês… Então, quem é que está comigo?

A incerteza e o medo instalam-se no celeiro, assim como silêncio e as trocas de olhares.

Um movimento à minha frente chama-me à atenção. Jennifer levanta-se e com uma expressão séria e assente para mim.

- Sabes que podes sempre contar comigo.

Assinto, sentindo-me um pouco mais aliviado por pelo menos um deles acreditar em mim e concordar com esta confusão e estupidez desesperada.

- A Kathie é minha amiga, sendo humana, vampira ou humana-vampira. Eu alinho se isso significar que a Kathie fique bem. – Zara também se levanta e troca um olhar com Jennifer e depois comigo, que agradeço com um assentir de cabeça.

Olho para os restantes que começam também a levantar-se. Adam, Farah, Thomas, Cole e até Rookie… Por fim, observo Josh, ainda sentado no fardo de palha com os olhos sobre mim. Se estivéssemos na nossa forma de lobo, conseguiria dizer o que ele está a pensar, mas visto que não estamos apenas posso concluir algo através da sua expressão corporal e talvez o que os seus olhos transmitem. Principalmente medo, vejo isso em todos eles, nos seus olhos. Até eu estou com medo… Medo de perder a Kathie para um vampiro ou vários, medo de perder algum dos meus amigos por causa dos meus erros e tantas outras coisas…

- Josh?

Lentamente e uns segundos depois de o chamar, ele levanta-se com uma postura rígida e uma expressão séria. Vejo o olhar apreensivo de Zara sobre o namorado, ela está preocupada com o que ele possa a vir fazer. Josh é um pouco imprevisível, faz as coisas sem muitas vezes, pensar duas vezes e depois arrepende-se. Ele já era assim antes da sua primeira transformação, mas com o seu lobo interior desperto ficou ainda mais inconsistente. Nunca sabemos o que esperar dele.

- Não vou ser o único a não concordar com esta loucura, então conta comigo. Apesar de não gostar nada desta aliança com os vampiros, faço-o apenas por ti e pela Kathie…


Notas Finais


Neste capítulo ficam a conhecer um pouco mais sobre a alcateia.
Espero que tenham gostado, beijos


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