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História This is my last chance - Ackermans


Escrita por: niveaffrs

Notas do Autor


Esse capítulo é do ponto de vista da Mikasa.

Sempre que o ponto de vista for diferente do Eren, eu vou deixar o nome do personagem em itálico para identificar logo no início do capítulo. Quando o próximo voltar a ser do Eren, eu coloco o nome dele no topo para deixar indicado também que voltou a linha de pensamento dele.😊

Boa leitura!📖

Capítulo 4 - Ackermans


Mikasa

Tão logo entro em casa fico no vitral da porta espiando Eren, que continuou observando por uns segundos a minha porta até finalmente se virar e retomar o caminho para a casa dele.

É costumeiro ele tirar uns cochilos enquanto voltamos para Shiganshina, e ainda vez ou outra roncar e me fazer passar vergonha no trem, mas hoje ver Eren falando enquanto dormia me provocou arrepios. Eu quis perguntar diretamente o que ele sonhou, mas pareceu que ele não saberia responder. Mas por que os eventos de hoje me afetaram tanto quanto ele?

Apesar de fazermos parte da mesma turma na escola e do mesmo círculo de amigos, estarmos sempre juntos, não somos próximos como eu e ele somos de Armin, por exemplo. Acho que Armin é a pessoa que nos aproxima, e para falar a verdade, eu não me permito ser mais íntima do Eren igual posso dizer que sou do Armin. Tenho a impressão que no primeiro momento que eu der mais abertura, ele irá me fazer sofrer, mas…

-Oi, Mikasa! Vai ficar parada aí?

Saio do meu devaneio suspirando derrotada. Lanço um olhar irônico para o meu tio, Kenny Ackerman, que está me encarando com olhar de quem está pedindo para eu falar algo com o que ele possa me atazanar pelo resto do século. Ele interpreta bem o estereótipo de “tio chato”, o tipo que faz zoação com qualquer coisa, por mais mínimo e insignificante que seja. Quando eu era criança costumava achar legal esse lado dele, principalmente quando Kenny não deixava meu primo Levi em paz. Mas agora que eu cresci, também virei alvo dele, e ele sabe encher a nossa paciência em bem pouco tempo.

-O Senhor não tem mais casa não? - eu provoco, tirando os sapatos e finalmente entrando e indo até a sala de jantar, onde Kenny e meu pai estão. Pelo cheiro minha mãe já está na cozinha preparando o jantar, e meu pai está sentado na mesa olhando algumas papeladas. - Boa tarde, papai!

-Tarde, querida! Atrasou por que? - meu pai me perguntou, tirando os olhos dos papéis e me fitando.

-Primo, primo...não seja indiscreto! Provavelmente a Mikasa e aquele menino que sempre vem com ela estavam dando uns ama…Uh! - antes que Kenny termine de falar, eu dou um soco nas costelas dele.

-Cala boca, Kenny! - perdi o costume de chamá-lo de tio tão logo entrei na adolescência e ele começou a me irritar tanto quanto tenta irritar Levi.

-Você não tem jeito mesmo, não é, Kenny? - exclama minha mãe, saindo da cozinha - Hum, esse cachecol é novo?

-O que? Ahn… o Eren me emprestou… - eu respondi, ficando envergonhada e baixando o tom da minha voz.

-Falei que ela estava de rolo com o tal...Ai! - minha mãe bateu na cabeça de Kenny com a colher de pau que estava em mãos antes que ele começasse.

-Nem comece ou vou te expulsar antes da janta! Vá logo, Mikasa, antes que Kenny te perturbe ainda mais!

Dei risada e corri para o meu quarto. Pelas histórias que papai me contou, a família Ackerman era mais conhecida como um clã, já que não éramos em tantos descendentes vivos. E os que existiam estavam espalhados por Paradis em seus próprios grupos que dificilmente entravam em contato um com o outro. Meu pai costumava ser um Ackerman solitário até conhecer minha mãe na época de faculdade dela, e mamãe é descendente dos Azumabito, do país Hizuru, e veio para Paradis por meio de intercâmbio, e acabou ficando de vez, tão logo eles começaram a namorar.

Assim que nos mudamos para Shiganshina, além da amizade com o Dr. Grisha Yeager, meu pai acabou se aproximando de alguns parentes que já residiam por aqui, meus tios Kenny e Kuchel Ackerman, que são irmãos, e meu primo Levi, filho de Kuchel. Assim acabamos virando uma espécie de mini clã da região. 

Meu pai e Kuchel acabaram virando sócios ao abrirem uma corretora de imóveis em Shiganshina, enquanto que Levi, que é uns 10 anos mais velho que eu, gerencia uma franquia de lojas de chá, além de trabalhar ainda na primeira loja que ele abriu, no centro de Trost, e minha mãe produz para as lojas dele alguns itens de confeitaria, como doces, bolos, etc. A corretora e a franquia de lojas viraram os negócios da família. Kenny não comenta muito sobre seus trabalhos, que não têm relação com os de papai e Levi, mas ele é uma espécie de detetive particular para a polícia central de Paradis. Pelos negócios serem em conjunto, Kenny, Levi e Kuchel acabam sempre vindo até nossa casa com frequência, quase como se morassem aqui. É uma tradição.

Chegando ao meu quarto, largo minha mochila no chão para começar a me trocar e tomar banho antes do jantar, porém travo na hora de tirar o cachecol, e fico encarando o meu reflexo com ele no espelho grande que tenho em uma porta do meu armário. Ele ainda está ao redor do meu pescoço da mesma forma como Eren o enrolou, e quando respiro fundo sinto o perfume de Eren impregnado no tecido tomar conta dos meus sentidos.

Só de lembrar do momento em que ele me deu o cachecol, de parecer que ele estava prestes a me beijar, meu coração volta a acelerar e sinto meus olhos se encherem de lágrimas novamente. Por quê?

Eren, você sentiu o mesmo que eu? No momento em que enrolou o cachecol em mim, de repente o mundo pareceu parar de girar para você também?

O que eu faço? O que?

Ouço o barulho de Levi e Kuchel chegando para o jantar, e me apresso para tomar banho, saindo dos meus devaneios e tentando bloquear seja lá qual o sentimento que quer despertar em mim hoje.

Pela irritação de Levi, Kenny já deve estar enchendo a paciência dele. Acho que o jantar hoje vai servir para me fazer parar de pensar em você, Eren.



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