História This is real - Capitulo 7

Eu não estava entendendo muito bem o que estava acontecendo com ele, porém, ele estava bem estranho. Assim que eu entrei em casa, fiquei feliz por minha mãe ainda não ter chegado. Subi e tomei um longo banho, com várias imagens das minhas lembranças, de tudo que havia acontecido no meu dia, porém, meus pensamentos ficaram nos momentos com Dylan...

“Seus olhos... seu toque quente... seu hálito de hortelã...seu jeito protetor... sempre aparece quando eu preciso ou quando eu realmente quero vê-lo... seu corpo perfeito...suas tatuagens...”

Assim que sai do chuveiro, olhei-me no espelho e o corte em minha testa já estava menos ruim, após me vestir, coloquei uma pomada para cicatrizar mais rápido.

Desci preparei um lanche e enquanto lanchava, resolvi ligar para Meg...

“-Meg? “

“-Isabel! Como você está? Dylan apareceu aqui e disse que você estava preocupada com o horário, aí ele te levou o mais rápido possível para o seu trabalho...”

“-Sim... me desculpe por isso... mais eu realmente ia me atrasar! E como era o meu primeiro dia, isso não ia cair nada bem... me desculpe mesmo...”

“-Tudo bem... eu entendo... só o Alex que ficou mais nervoso do que eu esperava...”

“-Como assim? “

“-Ele ficou bem estressado... ouvi ele chingando o Dylan e então jogou a máscara de proteção longe! Foi tenso! ”

“-Nossa...que estranho... mais eu já havia percebido que ele não gostava muito do Dylan...”

“-Não gosta? Ele odeia o Dylan... o motivo eu ainda não sei... mais que ele odeia, com certeza odeia! “

“-Percebi... (Sorri) ”

De repente, escutei a respiração de Meg começar a ofegar e isso me assustou...

“-Meg? Meg? O que foi? ”

O telefone permaneceu mudo...

“-Meg! O que está acontecendo? Meg! ” (Perguntei assustada)

“-Isabel... alguém vai morrer...”

“-O que? Como assim? ”

“-Um menino... um menino dos cabelos escuros... ele vai morrer... e isso não vai demorar para acontecer...na verdade vai acontecer agora...”

“-Meg? Você está sozinha? Eu vou até a sua casa.... Aonde o menino está? “

“-Você não vai vir aqui! Está louca?! “

“-Aonde o menino está? ”

“-Eu não sei...vejo mato...árvores... (Meg respirou fundo) Isabel! Fica em casa! Está perto de você! Eu vi a vendinha do Charlie! Não sai daí! “

Apenas larguei o celular e sai correndo... abri a porta rapidamente e corri o mais rápido que pude pela rua....

“Eu não sabia o que estava fazendo, se o que Meg viu era real... mais eu precisava ter certeza...eu precisava salvar o menino...ajuda-lo. “

Assim que cheguei em frente à loja do Charlie entrei na mata e logo escutei uns gemidos abafados de desespero.... Corri mais rápido e após passar por mais algumas árvores, não acreditei no que estava vendo...

Fiquei totalmente imóvel ao ver um homem com a boca no pescoço de um menino de cabelos negros.... Eu não conseguia ver direito o homem do qual estava atacando o menino, e eu não estava entendendo o que ele estava fazendo com a boca naquela região... não parecia que estavam namorando ou algo assim...o menino estava mole... quase...morto...

-Para! –Gritei o mais alto que pude.

Logo o homem olhou para mim com os olhos vermelhos...meu coração acelerou imediatamente... o homem soltou o menino no chão e começou a vir em minha direção...

-Corre... –Escutei o menino jogado no chão dizer...

Porém eu não conseguia... apenas fiquei imóvel olhando para o monstro que estava se aproximando cada vez mais...

Antes que eu pudesse reconhece-lo ou não, um lobo enorme surgiu por trás de mim, assim que o encarei, vi seus olhos azuis tornando-se vermelhos, era o mesmo lobo do qual eu havia visto hoje mais cedo... o lobo pulou rapidamente por cima de mim empurrando aquilo, logo após encarou-me como se estivesse dizendo ”Corre”. Eu com certeza queria sair dali, mais não iria fazer isso sem tirar o menino ferido de perto daquilo. Olhei para o menino caído ao chão e o lobo acompanhou meu olhar, antes que ele pudesse me impedir ou algo assim, corri em direção ao menino.... Então, o bicho, levantou-se da mata e veio em minha direção, porém o lobo foi mais rápido e o atacou novamente. Agachei e peguei o menino pelo braço, ele estava quase inconsciente, então tive que fazer um grande esforço para conseguir fazer com que ele ficasse de pé, comecei a puxá-lo, porém seu corpo era mais pesado do que eu imaginava... então para a minha felicidade, vi surgir por entre as árvores o senhor Charlie com uma grande espingarda, ele veio em minha direção com a intenção de ajudar-me com o menino ferido, porém parou de repente e apontou a arma para o lobo e a aberração que estavam lutando... Não sei de onde eu tirei forças, porém dei um grito assustado...

-Não!

O lobo olhou para mim com os olhos azuis e seu Charlie o encarou, logo depois baixou a arma e ajudou-me a levar o menino até sua loja...

Assim que entramos pela loja, seu Charlie foi imediatamente pegar seu quite de primeiros socorros e na frente da loja, vi um carro branco estacionar rapidamente... Era Meg.

Meg abriu a porta da loja bruscamente e encarou-me assustada, olhou para o menino ensanguentado estirado no chão e arregalou os olhos...

-Temos que levá-lo para o hospital Meg...

Seu Charlie veio rapidamente e ajudou a levantar o menino novamente, colocamos ele no carro e fomos o mais rápido possível para o hospital...

O menino estava com a cabeça apoiada no meu colo e sua respiração estava ficando cada vez mais fraca.... Assim que olhei para o seu pescoço, vi uma enorme mordida, rapidamente, rasguei a manga da minha blusa e coloquei no ferimento para estancar o sangue.

-Fica comigo... não dorme.... –Sussurrei para o menino.

O menino estava totalmente tonto, e não conseguia fixar os olhos em mim...

Assim que chegamos ao hospital, sai do carro o mais rápido possível e gritei por socorro....

Rapidamente vários médicos e enfermeiras vieram acudir o menino ferido. Levaram-no em uma maca após realizarem os primeiros socorros, no carro mesmo.

Meg estava assustada, seu Charlie parecia irritado com o acontecimento, porém satisfeito por ter ajudado. Assim que olhei para minhas mãos e roupas, percebi que estavam cobertas por sangue.... Assim que olhei ao redor, vi minha mãe correndo em minha direção...

-Filha! O que aconteceu? Você está bem? E esse corte na sua testa?

-Eu estou bem mãe.... Calma... não aconteceu nada comigo...esse corte, foi em casa...bati a cabeça na cômoda. –Disse acalmando minha mãe.

-Como achou esse menino? Aonde você estava Isabel?

Eu não podia falar a verdade para minha mãe.... Talvez eu não pudesse falar a verdade para ninguém por que isso seria totalmente irracional... e eu não queria apavorar mais as pessoas daquela cidade...

-Eu...estava com fome...então resolvi...ir até a lojinha do seu Charlie.... Aí ouvi um pedido de socorro... e ... fui ajudar o menino...liguei para a Meg e chamei o Charlie para me ajudar a pega-lo...aí pegamos ele e Meg nos trouxe até aqui...

Seu Charlie e Meg mantiveram se calados e minha mãe encarou-me muito desconfiada, como se não estivesse acreditando em nada daquilo.

-Senhora, foi exatamente isso que aconteceu... –Confirmou Charlie.

-Isabel! Eu não quero você andando a noite por aí! Você não entende isso? É perigoso!

-Mãe por favor, podemos deixar as lições de moral para casa? Eu já estou exausta com tudo isso... por que a senhora não vai lá dentro ver como está o menino?

Minha mãe apenas encarou-me e voltou para o hospital.

Charlie e Meg encararam-me confusos... puxei os dois para mais distante do hospital...

-Não lembro de você ter me ligado para vir buscar vocês... –Disse Meg.

-Meg... essa vai ser a história... se contarmos a verdade alguém vai acreditar? –Perguntei.

-Não... –Respondeu Meg.

-Pode fazer isso? Vão nos interrogar... temos que dizer a mesma coisa... –Falei.

-Por mim... tudo bem... – Afirmou Meg.

Olhei para o senhor Charlie...

-Eu não sei o que estava acontecendo lá... mais sei o que está querendo fazer... não sei se o certo em relação aquilo... é não falar a verdade.... Porém se contarmos, a cidade será totalmente destruída por eles...pois não terão mais que esconder quem realmente são.... Então essa será a história...

Apenas assenti com a cabeça.

-Do que estão falando? – Perguntou Meg.

Logo escutamos o barulho da sirene policial, e os policiais entraram no hospital.

Porém, não demorou muito até que viessem até nós...

-Com licença, senhorita Isabel? – Perguntou-me um policial

-Sim... em que posso ajudar?

-Precisamos de algumas informações, pode nos acompanhar?

-Tudo bem.

Após sermos interrogados; Meg nos deixou em casa.

Assim que entrei pela porta, fui tomar novamente um banho e deitei-me.

“O meu dia tinha sido muito cheio, fui atacada...salvei um menino...um lobo me ajudou... eu vi mesmo um vampiro? Ou o que era aquilo? Essas coisas não existem! Será que o lobo estava ferido? “

Logo escutei a porta de casa abrindo e fechando, depois, sapatos contra a escada e a porta do meu quarto se abrindo, era minha mãe...

-Já está deitada...

-Estou sim mãe...precisa de alguma coisa?

-Sim... preciso que não fique mais andando por aí sozinha...pode fazer isso?

-Posso mãe...o menino está...vivo?

-Esta sim... graças a Deus... perdeu muito, muito sangue... seu corpo estava literalmente quase vazio... acredita que o animal só o mordeu no pescoço? Tinha alguns arranhões pelo corpo...mais isso não conta muito comparado a profundidade da mordida... quase decapitou o pescoço do menino...

Apenas engoli em seco a assenti com a cabeça.

-Amanhã vou passar no hospital para visita-lo. –Afirmei.

-A família dele, ficará feliz em conhecer quem o salvou...

-Não foi só eu...

-Você teve a atitude... –Sorriu minha mãe.

-Apesar de ter descumprido as regras de segurança... eu estou orgulhosa do que fez por esse menino... (Sorriu minha mãe.)

-Obrigada mãe... qualquer um faria o mesmo...

-Acredite...não faria! Boa noite filha... –Disse minha mãe ao sair porta a fora.