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História This Sh-t Is Indie as F-ck - Não direi que é perdão


Escrita por: PsychoDancer

Notas do Autor


E aí, pessoas lindas?
Muito legal ver o quanto vocês curtiram o último capítulo, fiquei muito feliz. Mais uma vez consegui postar em uma semana! Quando eu estiver em época de provas talvez não aconteça, mas enquanto conseguimos, vamos postando toda semana!
Espero que gostem da leitura
Beijinhos

Capítulo 3 - Não direi que é perdão


Fanfic / Fanfiction This Sh-t Is Indie as F-ck - Não direi que é perdão

- Você tem que me contar como foi! – Sai exclamou, olhando para Hinata que, em cima de uma escada, limpava as estantes lotadas de livros.

O Sebo Hatake pertencia a um professor de literatura da universidade que Sai e Hinata frequentavam. Kakashi Hatake conhecia o pai de Hinata, o que não queria dizer que eles se gostavam. Empregar Hinata foi a maneira que o professor encontrou de auxiliar os estudos da morena e de bônus provocar Hiashi Hyuuga. Sem falar que ela era uma ótima funcionária, por ser bem organizada.

- Não tenho, Sai. – A Hyuuga respondeu com um sorriso. Aquela história era típica de Sai. Aparentemente era comum que as garotas dividissem com os amigos detalhes sórdidos de experiências sexuais. Hinata tinha o pensamento de que algumas histórias não deveriam ser contadas. E a noite que passara com Gaara era uma delas.

- Eu contaria.

- Você sempre conta. Assim sua chantagem emocional perde o valor. Trabalhe sua estratégia. – No fundo ela até desejava que Sai falasse menos sobre sua vida sexual. Existe um limite do quanto se aguenta ouvir sobre ménage à trois, principalmente quando se conhece todos os envolvidos. As conversas com Sai sempre acabavam com Hinata tampando os ouvidos e cantando a plenos pulmões para não conseguir ouvi-lo.

Sai suspirou, sabia que aquela era uma discussão que ele não podia ganhar.

- Me diz pelo menos se ele é tão gostoso quanto parece. – Hinata apenas se concentrou em limpar a estante, fingindo que não tinha escutado a pergunta do amigo. - Ele é, não é? – Sai insistiu, e a amiga acabou rindo. Ele a conhecia para saber - Eu sabia! Então... vocês vão se ver de novo?

- Bem, ele disse que a camiseta dele era uma desculpa para que eu devolvesse. – Hinata sustentou um sorriso tímido. Queria ver o ruivo de novo, mas no fundo suas inseguranças faziam ela se perguntar se ele queria o mesmo.

- Uau. Hina, me ensina esse charme, por favor. – O amigo disse, e ela o encarou como se ele dissesse o maior absurdo já escutado na face da terra.

- Charme? Eu sou um desastre social, Sai. – Lembrava-se de quando estava conversando com Gaara e tropeçara em absolutamente todas as palavras que saíam da própria boca.

- É verdade, mas os caras parecem gostar disso. Talvez eu devesse ser mais tímido e esquisito. – Ele deu de ombros, fazendo que Hinata precisasse se esforçar para ignorar que ele acabava de qualifica-la enquanto “tímida e esquisita”, aquilo não era um exagero.

- Como se você tivesse essa capacidade. – Realmente, o amigo era impossibilitado de se considerar tímido. E com certeza se adaptava melhor aos padrões sociais que ela.

            Hinata riu, zombando do amigo e olhou para o lado contrário. Ela não saberia explicar o que a fez cair da escada se tentasse. Não sabia se tinha sido o susto de alguém na porta do estabelecimento, ou quem estava. Ao ver o moreno que a tratara feito escória na noite anterior, o riso de Hinata morreu, juntamente com seu equilíbrio. Se ela caísse daquela altura provavelmente não se machucaria muito, mas com certeza quebraria alguns discos raros que estavam na estante abaixo dela. E aquilo sairia do salário dela. Seria uma merda.

            A morena fechou os olhos esperando o impacto, mas ao invés de um impacto duro e dolorido, ela caiu em algo bem mais confortável e com resistência, impedindo que ela caísse no chão. Hinata abriu os olhos, vendo que Sasuke Uchiha havia pego ela antes que ela caísse de forma desastrosa no estoque. Não pôde evitar de corar. Será que toda vez que eles se encontrassem ela se encontraria em alguma situação humilhante? Aquilo pelo menos agia no favor dele, já que ele declarara que não gostava dela.

- Tome mais cuidado, Hyuuga. – Ele disse, colocando-a no chão com cuidado.

- O-obrigada. – Hinata colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha. Estava realmente grata, afinal, mal tinha dinheiro para pagar as contas, quanto mais um acidente de trabalho.

Os dois permaneceram em silêncio por um tempo, sem saber realmente o que falar um para o outro. Sai, também quieto, observava a cena, curioso. Não fazia a ideia de quem era o cara com a amiga, mas ele aparentava ser tão sem jeito com pessoas quanto ela.

Sasuke pigarreou:

- Você tem o White Light/White Heat, do Velvet? – Hinata se perguntava se ele estava ali apenas como cliente, mas pelo menos com seu trabalho ela tinha total controle.

- Tenho, está na sessão de discos americanos, eu estou meio ocupada mas posso te ajudar a procurar. – Ela disse, um pouco mais baixo que o comum, apontando a sessão sem conseguir encará-lo realmente.

- Não é necessário. – Sasuke deu a volta nos calcanhares e foi até a área indicada pela morena.

- Okay, quem é esse superman? – Sai sussurrou nas costas da amiga, fazendo com que ela se virasse para encará-lo.

- Sasuke Uchiha. – Hinata sussurrou, vendo os olhos do amigo se ampliarem e um sorriso sacana se formar em seu rosto.

- Hina, por que não falou que tinha conhecido ele e que ele é um gato? – Ele perguntou, dessa vez, mais alto. Hinata quase pulou em cima de Sai para fazê-lo calar a boca. O que a impediu de fazê-lo foi a voz de Sasuke.

- Porque eu fui um imbecil com ela. – Ele respondeu por ela, se aproximando do balcão com o disco que procurava em mãos. A Hyuuga, em um de seus picos de coragem, se voltou para o Uchiha.

- É. Foi. – Ela confirmou, seca. Estaria mentindo se dissesse que não se sentiu mal pelo acontecido entre os dois no Le Garage.

- Mas eu vim aqui pedir desculpa. – Sasuke sorriu de uma forma cínica, que era impossível de disfarçar.

- Naruto te mandou, não é? – Ela sorriu tão cínica quanto, sabia que Naruto não ia gostar que os dois permanecessem brigados, mas sabia, pelo pouco que conhecera de Sasuke, que ele não era do tipo que pedia perdão.

- Vocês são irritantes com esse lance de conhecerem um ao outro. – Ele riu, seco. Conhecia Naruto até mais que ela, mas não esperava que ela usaria daquele poder contra ele.

- É automático depois quatro anos de namoro.  – Ela explicou, indo para trás do balcão para acertar a compra de Sasuke.

- Deve ser. – Ele fingiu não estar incomodado por Hinata mencionar o namoro dela com Naruto. Empurrou o disco na superfície de vidro do balcão. - Quanto?

- Não precisa pagar se pedir desculpas. – Ela sorriu, desafiadora. Para se lidar com gente orgulhosa é necessário faze-los provar do próprio remédio. - Você veio aqui fazer isso e não o fez ainda.

Sai apenas observava aquela conversa bizarra sem entender absolutamente nada. Hinata não era do tipo que brigava. Ou que provocava. Ou respondia as pessoas indelicadamente. Ou que fazia isso sem gaguejar. Para ele, aquele comportamento era puramente o lado passivo-agresssivo dela esquecendo de ser passivo. E o amigo da Hyuuga admitia que a cena o entretinha.

- Já salvei sua vida, deve compensar. – Sasuke estava aprendendo que a gata medrosa só mostrava as garras para ele. Não entendia como Naruto não via quem ela realmente era mesmo depois de quatro anos com ela.

- Não compensa. – Ela disse, pegando o disco para lembrar-se do valor registrado por Kakashi por ele. - Neste caso são vinte e cinco libras.

- Certo. – Ele sacou uma nota de cinquenta de seu bolso, recebendo duas de dez, uma de cinco e o disco em uma sacola em retorno. - Até amanhã, Hyuuga. – Sasuke se virou, saindo sem esperar a resposta dela.

- Até, Uchiha. – Mas recebendo-a mesmo assim.

- Okay, nem precisa chamar o Neji. Eu fico com esse aí. – Sai se pronunciou após os segundos de silêncio que seguiram a saída de Sasuke.

- Boa sorte, ele é um idiota. – Hinata fechou o caixa, emburrada. Não sabia como esse cara podia ser tão amado por um cara como Naruto, nem como conseguiam ser amigos desde os três anos de idade. No fundo, desejava que Sai ficasse com ele para que o ex-namorado percebesse que Sasuke não valia de sua atenção.

- Eu gosto de desafios. – Sai sorriu, gostava da amiga quando ela se tornava mais humana, no quesito que não achava que todas as pessoas eram boas, internamente. Vê-la com raiva de verdade.

- Você gosta é de quebrar a cara. – Ela continuaria dando sermões pelo péssimo gosto dele, se não tivesse se distraído por um objeto que fora deixado no chão, obviamente pertencente a Sasuke. - Hm... O que é isso? – Ela pegou o pequeno saquinho com um cheiro pungente. O saquinho transparente tinha um conteúdo vegetal, isso era perceptível.

- Tá brincando né? – Sai riu da ingenuidade da amiga, como se não fosse aluna do curso de artes. Era cômico ela nem saber do que se tratava.

- Não... – Hinata sentiu as bochechas corarem. Era para ela saber o que era aquilo?

- Aparentemente o Sr. Gostoso curte uma lombra. – O moreno disse, numa linguagem que parecia estrangeira para a amiga.

- Hã?

            Sai quase bateu na própria testa. Sabia que Hinata vinha de uma família conservadora e que o pai dela provavelmente nunca teria nem mencionado drogas em casa, mesmo que o objetivo fosse puramente educacional. E obviamente ela nunca teria ouvido gírias antes. Mas fazia mais de um ano que ela nem morava mais com essa família. E que ela estava em um curso em qual as pessoas eram extremamente libertárias. Não achava que ela tinha de consumir qualquer coisa, mas achava que ela teria pelo menos conhecido gente que conversasse sobre isso.

            Bem, não era muito tarde para isso.

- Ele fuma maconha, Hinata, é isso que quer dizer. – O mais pálido explicou, de forma quase didática.

- Oh! Ele nem parece do tipo que fuma. – Os pensamentos da Hyuuga foram direto a Naruto. O loiro sempre fora completamente contrário a venda e consumo de drogas, por causa do bairro onde cresceu. Já vira gente se dar muito mal por causa dessas coisas. O Uzumaki não deveria saber que Sasuke usava maconha, isso era certo.

- Não mesmo. Bem, a gente devolve isso amanhã. Mas, esconde bem. – Sai observou a amiga colocar o saquinho no bolso interno de sua jaqueta jeans.

Hinata se perguntava sobre o que aconteceria se Naruto descobrisse aquilo. Mas sabia que, no fundo, não queria afundar a amizade (ou o que quer que fosse aquela relação) dos dois, mesmo que achasse Sasuke um idiota. Naruto merecia todos os amigos do mundo. Principalmente o seu melhor amigo.

--

Sasuke revirou o seu quarto de cima para baixo, procurando o pacote que ele embalara para entregar a um de seus clientes. Aquilo valia umas cinquenta libras, ele não podia deixar que a mercadoria escapasse assim, teria de dar uma porcentagem para Hidan, e não queria deixar seu fornecedor puto de novo. Até porque o cara era da pesada e ele levaria uma surra bem mais feia dessa vez. Droga.

Refez seus passos mentalmente e se lembrou do trabalho da Hyuuga. Com sorte, ela teria achado. Talvez não fosse sorte. Ela estava puta com ele. Talvez jogasse fora, ou pior: contaria sobre isso para Naruto. Sasuke sabia de todos os problemas de Naruto e também sabia que se o loiro descobrisse sobre seu “emprego” ia ficar muito decepcionado. Talvez furioso ou até enojado.

Não podia decepcionar seu amigo idiota. Não depois de toda a ajuda que ele lhe oferecera. Mesmo que ele soubesse, no fundo, o merda que Sasuke era, nunca tinha o abandonado. Naruto tinha o dom de ver coisas boas até nele... e provavelmente esse dom não se aplicava a somente ele. A Hyuuga podia escutá-lo e não contar nada a Naruto. Mas ele precisava tentar.

O amigo estava preparando macarrão instantâneo na cozinha, seu celular, ainda em seu quarto. A velocidade que Sasuke tomou essa decisão foi tão grande que ele nem havia pensado que o aparelho de Naruto era protegido por senha. Sasuke refletiu e chutou a primeira combinação de números que lhe veio a cabeça.

Naruto era realmente um idiota. A senha supersecreta era... 1 2 3 4.

Sasuke rapidamente copiou o número da Hyuuga para seu celular e devolveu o aparelho de Naruto ao quarto dele.

“Hyuuga, aqui é o Sasuke. Eu esqueci algo importante no seu trabalho, você achou?”

Ele aguardou. Se ele estivesse no lugar dela não iria responder. Ou iria cobrar aquele estúpido pedido de desculpas novamente. Sabia que atrás do rostinho bonito dela podia ter planos para a destruição dele.

“Sim, tá comigo. Eu te entrego amanhã.”

Ou não.

“Valeu, mas eu preciso hoje. Onde você tá?”

Aguardou mais uma vez. Ele devia estar muito mais desesperado do que pensava.

“Tô na minha casa, tô te mandando o endereço.”

Ele oficialmente tinha promovido Hinata Hyuuga de demônio para anjo em sua classificação mental. Estava devendo algo a ela, e seria o maldito pedido de desculpas qual ele recusara mais cedo.

“Valeu, já to indo.”

- Idiota, eu tô indo no mercado, quer alguma coisa? – Disse Sasuke, já pegando o seu molho de chaves.

- Vê se trás umas cervejas. – Ouviu Naruto responder do outro cômodo.

- Pode deixar.

Sasuke não mentiu, iria ao mercado comprar umas cervejas, mas ia passar logo em seguida na casa do seu mais novo anjo da guarda.

--

Hinata estava tentando encontrar inspiração para uma nova história, enquanto estava deitada no carpete felpudo. Ela estava cansada de tentar criar super-heróis para seu portfólio. A pesar de adorar ler esse tipo de história, queria poder escrever coisas mais reais. Coisas que poderiam levar as pessoas a se identificarem com o que ela escrevia. Kakashi, seu chefe e professor, dera a dica de que ela tentasse registrar mais o próprio mundo em suas histórias e personagens, porque muita gente encontraria com o que se identificar.

O grande problema na dica de Kakashi, era que o mundo de Hinata não era excitante o suficiente para atrair leitores. Ela não era Sai. Ela não conseguiria escrever sobre conflitos da juventude, uma vez que sempre tentava evita-los. A coisa mais interessante que acontecera com ela... ela se pegou desenhando um homem tatuado. Era claro que o homem era inspirado em Gaara, sua única aventura em um período de quatro anos. Amassou o papel e o jogou para longe. A pesar de Gaara ser um personagem e tanto, não conseguia imagina-lo em uma situação que atraísse uma editora a comprar a história.

Foi no momento em que ela estava quase desistindo, que ela recebeu a mensagem de Sasuke Uchiha.

“Hyuuga, aqui é o Sasuke. Eu esqueci algo importante no seu trabalho, você achou?”

Estava pronta para deixa-lo no vácuo, quando o pensamento sobre conflito. Sasuke Uchiha provavelmente era o único conflito real que ela tivera naquele período de sua vida. Talvez pudesse buscar inspiração nas discussões que envolvessem ele. Não sabia se a premissa funcionava, mas sabia que estava precisando criar, e a tentativa não deveria machucar.

Digitou rapidamente em resposta.

“Sim, tá comigo. Eu te entrego amanhã.”

Talvez tivesse exagerado quando decidiu que não gostava do moreno. Afinal de contas, ele era o melhor amigo de Naruto. E uma coisa que sabia é que se quisesse continuar fazendo parte da vida do loiro, tinha de superar as diferenças com o Uchiha, mesmo se fosse para se relacionarem como neutros um para o outro.

Recebeu a resposta.

“Valeu, mas eu preciso hoje. Onde você tá?”

Ou Sasuke era um viciado, ou ele tinha medo de que Naruto visse ela entregando o pacote para ele. Hinata apostava que a necessidade do moreno era um misto dos dois pensamentos. Realmente não pensara muito antes de responde-lo.

“Tô na minha casa, tô te mandando o endereço.”

Poucos segundos depois, se arrependeu de ter mandado aquilo.

“Valeu, já to indo.”

Principalmente quando recebeu a resposta do Uchiha. Se levantou do chão com pressa indo para o banheiro. O apartamento de Hinata era minúsculo. A sala na verdade também era quarto e cozinha. Ao invés de ter um sofá, tinha uma cama de casal de segunda mão e sua cozinha era apenas um balcão com a pia, armários fixos na parede, um frigobar e um fogão, ambos também de segunda mão. O único cômodo além daquele era o banheiro. Pia, vaso sanitário e um chuveiro que nem sempre tinha água quente, além do pequeno espelho pregado na parede. No espelho se olhou. Estava péssima. Trançou o cabelo, jogou água no rosto e escovou os dentes, para se sentir menos perdedora.

Apesar de saber que seu apartamento era um buraco, gostava de estar ali. Aquilo tudo lembrava o quanto batalhava no dia a dia. Era bom se sentir independente.

Ouviu o bater na porta de madeira. Respirou fundo antes de ir até a porta. Como um band-aid, Hinata, um puxão só.

Quando abriu a porta, deu de cara com o rosto conhecido de Sasuke. De cara fechada. Com as mãos no bolso. O que Sasuke viu foi um lembrete de que criar conceitos sobre as pessoas distorce a maneira a qual você as vê. Ali, grato por Hinata estar ajudando-o, reparou mais nela, mesmo que uma fração de segundo. Não sabia como alguém de calça de moletom, camiseta larga, jaqueta, pés descalços e olheiras enormes poderia ser atraente. Mas, de alguma forma, tinha charme. Nada que fizesse ele ficar de quatro, mas entendia o porquê Naruto ficara.

- Oi. – Sasuke disse, a voz rouca.

- Oi... – Hinata viu o jeito que ele a encarava. Claro, ela estava um completo desastre. Mais uma vez, sentiu-se em uma situação humilhante aos olhos do Uchiha. - Olha, eu... – Ela começou a levar a mão ao bolso interno da jaqueta, quando ele tocou em sua mão, em alerta para que parasse.

- Aqui não, Hyuuga, podemos entrar? – Ele torceu os lábios. A Hyuuga não sacava nada desse tipo de assunto e era bem óbvio. Quem entregava droga para alguém no meio do corredor do prédio?

- Claro. – Sentiu-se estranha, seu apartamento era tão pequeno que era como se Sasuke Uchiha estivesse entrando em seu quarto. Mas, já que aquele era o único jeito...

- Casa legal.  – Sasuke olhou em volta. Não esperava que ela morasse daquela forma. Mas os desenhos que ele presumiu que ela mesma havia feito nas paredes com certeza davam um clima mais acolhedor para o local.

- Valeu. – Ela não fazia ideia de como alguém podia elogiar sua casa, mas deu de ombros. Enfiou a mão no bolso interno da jaqueta e retirou o saquinho de plástico com maconha, estendendo-o a Sasuke. - Toma. – O moreno esticou a mão para pegar o que buscara a tarde toda. - O Naruto não sabe que você fuma, né? – Ele a ouviu perguntar, e a resposta veio em automático:

- Eu não fumo, eu vendo.

- Você é traficante?! – Hinata perguntou, bem mais alto do que ela sabia que deveria.

- Fala mais alto, a polícia do outro lado de Londres não te ouviu. – Ele rolou os olhos, ela deveria casar com Naruto. - Sou e não, o Naruto não sabe. – Guardou o saquinho no bolso de sua mochila.

- Eu deveria imaginar. – Ele soube que ela não falava do trabalho dele, e sim de que ele mantinha segredo da coisa toda.

A dúvida que ele tinha desde antes de sair de casa então se intensificou. Se Hinata não gostava dele, porque ela estava ajudando-o a manter a segredo de Naruto? Se ele tivesse algum podre desse tipo sobre ela, certamente consideraria usá-lo a seu favor. Seria possível que a gata assustada era uma pessoa melhor que ele? Bem, ele não deveria estar surpreso, ele era um ser humano de merda.

- Por que topou de devolver assim? – Sasuke perguntou, não querendo arriscar-se de entrar em um esquema de chantagem com a ex-namorada de Naruto.

Hinata suspirou. Ela não tinha certeza da resposta daquela pergunta. Sabia que Naruto gostava de Sasuke bem mais do que um amigo gosta de outro. Sabia que Naruto ficaria de coração partido se descobrisse tudo. Ela não queria partir o coração dele. Por outro lado, queria se entender com Sasuke, mas isso não admitiria.

- Por ele. Eu sei que vocês iam ficar mal se ele descobrisse... Ele gosta muito de você e eu quero que as coisas fiquem assim. – Não falaria sobre corações partidos, com certeza o Uchiha era alheio àquele detalhe. - Só não entendo porque você faz isso. – Ela olhou para ele. Cada um faz o que quer de sua vida, Hinata sabia, mas se Sasuke nem parecia do tipo que fumava, quanto mais o tipo que vendia.

- Eu não tenho grana e não quero que ele viva me sustentando. Só tocar não ta ajudando em nada. Eu não tenho nem tempo para ter um emprego tipo o seu. Sem falar que paga bem menos. – Hinata balançou a cabeça afirmativamente. Sabia bem o que era aquilo. Ela tinha um emprego para sustentar um buraco, as vezes tinha de vender uns desenhos para comprar comida. Detestava que Naruto comprasse coisas para ela enquanto namoravam, ele soava pelo dinheiro vindo da internet, não era justo. - Olha, Hyuuga... – Ela o interrompeu.

- Me chama de Hinata. – Ela detestava ser chamada pelo sobrenome. Mesmo por alguém de quem ela não gostava.

- Tá... Hinata, eu sei que a gente não se gosta, mas a gente gosta desse idiota loiro. – Ela riu, melodiosa. Era verdade, estavam os dois se sacrificando pela amizade de Naruto. Ele também soltou um riso frouxo e desviou o olhar para o carpete. - O que eu tô tentando dizer é... Me desculpa por ontem, não vai se repetir. – Sasuke olhou para ela, ela estava sorrindo.

Hinata tinha um sorriso bonito.

- Desculpado. – Ela se sentiu aliviada. Aquilo era o bastante para serem neutros um com o outro.

- Tá, certo, eu vou... – Começou a se preparar a sair quando reparou na camiseta dos Sex Pistols que ela vestia. Franziu o cenho, sabia que essa camiseta não era dela. - Essa camiseta é do Gaara?

Hinata não conseguia entender. Preferiu apenas responder, sem questionar.

- ... É.

- Ah. – Então ela havia dormido com ele. Muito bem, Gaara, sempre o mesmo. - Enfim, valeu por me poupar de levar uma surra, tô te devendo uma. – Sasuke começou a sair pela porta. Ela não pôde ignorar o que ele dissera sobre uma surra. Realmente, as coisas com quais ele se metia pareciam no mínimo... Perigosas.

- Sasuke? – Ele se virou para ela, reparando que ela não o chamara pelo sobrenome. - Vê se não se mete em encrenca. – Ele deu de ombros, era tarde demais para ele deixar de se meter em encrenca. Ele saiu, batendo a porta.

Quando Hinata viu a porta se fechar a sua frente, foi como mágica. Sentou-se novamente no chão e deixou a inspiração fluir. Ela tinha finalmente um personagem. Começou a traçar um rapaz forte, tatuado, cigarro entre os dedos, uma caixa de guitarra em suas costas. Suas características: Cabelo moreno, olhos vermelhos. Não sabia ainda como o batizaria. No entanto, sabia que história abordar, um jovem músico, deserdado, forçado a se envolver com o crime organizado para ter dinheiro que investisse em seu sonho.

Talvez tivesse potencial para tentar vende-lo para uma editora, mas precisava de pelo menos algumas páginas para inicia-lo.


Notas Finais


É, por hoje é isso, de novo um cap longuinho, mas com muito mais interação SasuHina. Como eu disse no capítulo anterior, a trama não vai ser amor e ódio. A trama vai se desenvolver em torno do Sasuke sendo a "musa inspiradora" da Graphic Novel que a Hina vai criar. Eu não posso dizer muito mais porque aí todo o resto perde a graça haha
Espero que tenham gostado.
Beijos


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