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História Thomas - Arquivo III - Winnipeg Jones


Escrita por: TheJuliett

Notas do Autor


Oi gente! Eu demorei para caramba, eu sei, me desculpem :( Estava muito atarefada com a correria do dia-a-dia, enfim, tudo uma loucura, sem tempo para nada! Mas como podem ver eu não desisti da estória, e embora ela não tenha muitos favoritos e comentários ainda, é muito importante e valiosa para mim. Muito obrigada às pessoas que me procuraram pedindo uma continuação, isso me ajuda de verdade a me sentir motivada para continuar :D Então, sem mais delongas, aqui está o capítulo, vou tentar agilizar o próximo o mais rápido que puder! Boa leitura *3*

Capítulo 7 - Arquivo III - Winnipeg Jones


Fanfic / Fanfiction Thomas - Arquivo III - Winnipeg Jones

Verão de 2001
            Deer Isle, Maine - Winnipeg Jones 

 

"Os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são" - Shakespeare. 

 

Winnipeg Louise Jones. Peggy Lou para os íntimos, ou apenas “milagre de Deus” para sua querida e rechonchuda mãe. Winnie desde sempre fora uma vencedora e extremamente adepta a competições, afinal, conquistara ainda na barriga de sua mãe o maior troféu que alguém poderia ganhar: a vida. Christine Jones fora diagnosticada aos seus 34 anos com uma séria complicação no útero, os médicos lhe juraram e afirmaram com afinco que ela jamais poderia gestar um bebê sem que seu corpo nefasto naturalmente o rejeitasse, era como uma premonição, um maldito pesadelo, uma maldição indesejada, no entanto, não havia nada que ela pudesse fazer. Mas a desistência nunca estivera relacionada ao sobrenome dos Jones, e Chrissie não se deu por vencida, permaneceu tentando e tentando, sofreu oito abortos espontâneos seguidos e quando por fim estava prestes a finalmente se entregar àquela que cria ser a vontade de Deus, eis que surge Winnipeg. Naquela época somente uma pequena semente, mais parecida com um minúsculo grão de lentilha, porém diferente de todos os outros, sendo que ao invés de partir após os dois primeiros meses, ela foi ficando e ficando e ficando, superando todas as expectativas de seus familiares descrentes. Uma verdadeira guerreira. Conforme a barriga de Christine crescia rapidamente ela permitia-se vislumbrar um futuro promissor em que enfim poderia realizar o maior sonho de sua vida: o de ser mãe. No entanto, a vida nem sempre fora fácil para aquelas duas mulheres, e parecia que Deus, a entidade santa em toda a sua bondade e misericórdia gostava mesmo era de colocar a prova sua fé que apesar de todos os pesares sempre permaneceu inabalável e jamais se permitiu esgotar. Porém, dentre tantos episódios catastróficos, sem sombra de dúvida alguma o que mais marcara Winnipeg Jones fora o acidente de carro que sofrera aos quatorze anos de idade e que por sua vez ceifara a vida de seu amado e complacente pai. Ela jamais superou a morte do pai, talvez porque lá no fundo, no âmago de seu ser soubesse que ele era o grande motivo que a fazia levantar da cama todos os dias com um sorriso no rosto e determinação invejável, talvez porque ela também soubesse que sem ele estava completamente perdida e sem um rumo definido já que seus conselhos e experiências compartilhadas em jantares casuais acompanhados de refrigerante diet e salgadinhos de queijo demasiadamente gordurosos que despertavam a ira de Christine, nunca e em hipótese alguma poderiam ser substituídos. Todo este processo resultou em tempos difíceis e nebulosos para Winnipeg que afundou em uma depressão profunda chegando a engordar 25 kg em menos de um ano e cogitar abandonar sua maior e suprema paixão desde a infância, o vôlei. Com seus 1,85 m de altura ela era uma das garotas mais altas e habilidosas do time local da cidade, os Denver Dragons do estado do Colorado, a camiseta azul e branca com adornos em formato de chamas alaranjadas era seu maior orgulho estampado chegando a provocar piadinhas por parte de sua mãe que afirmava que a filha não retirava a peça nem mesmo para tomar banho. Winnie era o tipo de garota para a qual jamais se olharia apenas uma vez e não se sabia ao certo se tal fato resultava de sua personalidade brilhantemente ensolarada ou de sua altura assustadoramente avantajada, mas independentemente do motivo uma coisa se tornara óbvia, após sua trágica morte ocasionada em uma pequena cidadezinha sombria no estado do Maine - a qual ela fora propositalmente parar a fim de disputar uma partida pelos Denver Dragons contra o pequeno e terrível time de Deer Isle, o Deep Maine Island - o time nunca mais seria o mesmo e Christine Jones acabaria morta por puro desgosto e amargura.

[…]

Tudo começou em um ensolarado dia de verão, e sendo assim narrado este trecho assemelha-se mais a um excerto de um livro de ficção romântica, não? Mas que bela ironia não é a vida, ou melhor dizendo, a morte em sua complexa essência pouco compreendida e deveras questionada pela humanidade. Quase como uma piada de humor negro ou de extremo mau-gosto, este evento poderia ser certamente considerado como resultante de um mero acaso, mas todos sabemos que quando se trata de Thomas Hardy, seria um tanto quanto insensível e demasiadamente ridículo reduzir a si como pessoa e suas ações intrincadas à um fatídico toque do destino, e com certeza ele detestaria quem quer que ousasse fazê-lo. De qualquer modo era o início da temporada mais aguardada por Winnipeg e suas colegas magricelas do time de vôlei, uma vez que era realmente um saco rebater bolas içadas à alturas estratosféricas e sentir aquele impacto doloroso e cortante provocado pelo atrito com o objeto redondo em meio a baixas temperaturas que apenas serviam para intensificar a dor e congelar os ossos e articulações, sem mencionar, é claro, provocar terríveis resfriados que traziam consigo consequências ainda mais irritantes como um nariz congestionado e tosses agudas. Só de pensar em inverno Winnie já podia se flagrar inconscientemente como em um ato reflexo revirando os olhos em um looping debochado. Portanto, quando o calor finalmente deu as caras ela se sentiu revigorada como um balão se inflando com seu elemento crucial, o ar, como se enfim pudesse respirar aliviada. Após uma longa temporada de frio e mais frio sem cessar era mais do que bom finalmente poder sentir o sol chocando-se contra sua face pálida e quase translúcida, uma consequência de se morar em um lugar extremamente chuvoso e quase sempre coberto por uma constante camada de nuvens e gelo espesso. Quando se levantou da cama naquele dia específico, ela não pensou no pai, coisa que fazia desde sempre e até onde poderia se lembrar jamais acontecera de se passar uma manhã em que ela não se dedicasse à prática exaustiva da auto-tortura, obrigando-se a reviver todos os momentos que passara com ele - dos quais conseguia se recordar, é claro - como se praticasse um ritual matinal de sofrimento e dor, mas que ao mesmo tempo lhe trazia certa paz, pois lembrar-se do pai com afeto era a única maneira boa de mantê-lo vivo e intacto na memória de certa forma, e ela preferia fazer isto do que simplesmente apagá-lo para sempre como se nunca houvesse de fato habitado este mundo. As memórias, querendo ou não, eram tudo o que restara à ela e sua mãe a despeito de Malcolm Jones. Porém naquele primeiro dia ensolarado de verão, com um vento quente do tipo secador de cabelos soprando pela janela semiaberta de seu quarto desnecessariamente cor-de-rosa, Peggie Lou só tinha uma coisa em mente: o grande jogo que deveria ocorrer em aproximadamente 24 horas. Como uma bola de fogo carregada de energia vital e juvenil, ergueu-se da cama e enfiou-se no banheiro por 2 horas tentando domar o emaranhado infernal no qual parecia ter se transformado seu cabelo louro e extremamente cacheado, em seguida, ainda frenética e incansável tornou a atirar algumas peças de roupas selecionadas a dedo e cautelosamente após uma sessão de consultas pelo telefone com sua melhor amiga, Anna Hertman, a quem todos gostavam de chamar de Frannie, por algum motivo não explicitado desde o jardim de infância, que lhe renderam broncas por parte de Christine que bem sabia o tamanho da conta que logo teria de pagar por contar das incessantes conversas da única e milagrosa filha. No entanto, embora Winnie fosse bastante competente em ocultar de sua mãe os segredos que rodeavam sua mente, não seria capaz de mentir para si mesma e poderia até mesmo convencer algumas de suas amigas menos próximas de que estava única e exclusivamente preocupada com o grande jogo, mas ela bem sabia que a excitação maior provinha da oportunidade de poder se encontrar pela primeira vez com seu correspondente misterioso, com o qual vinha trocando mensagens pelo computador há cerca de quatro meses. Garotas de cidade grande com certeza tinham plena convicção, sendo aconselhadas pelos pais, de que manter diálogos com desconhecidos pela internet poderia ser potencialmente perigoso e certamente arriscado, culminando na grande maioria dos casos em finais trágicos, porém a mãe de Winnipeg sequer terminara o colegial e não sabia ao menos como usar o computador que para ela mais se assemelhava à uma máquina de guerra surgida na virada do milênio a fim de modernizar tudo e complicar o que para ela era bastante fácil, tendo em vista que computadores haviam surgido há apenas alguns anos e o único motivo pelo qual elas puderam adquirir um modelo fora pelo simples fato de que o prefeito da cidade idolatrava Winnie Jones e acreditava que ela tinha o potencial para ser o novo prodígio daquele lugar, e já que sua mãe não tinha condições de investir em melhorias para sua educação, ele tomou para si essa responsabilidade. Esta era apenas uma das vantagens que a personalidade de Winnipeg era capaz de conquistar, se dependesse dela mesmo que a mãe fosse acometida por um doença terminal e por obséquio as duas não fossem mais capazes de se sustentar, certamente o carisma dela seria o suficiente para conquistar todo o tipo de atenção certa que seria o suficiente para mantê-las vivas recebendo o apoio de algum cidadão ou instituição preocupada. É triste admitir, mas a garota realmente tinha um futuro brilhante pela frente. Não fosse seu descuido, não fosse sua jovem cabeça iludida e alienada pelas possibilidades de finalmente se afastar de sua cidade natal e embarcar em um romance arrebatador digno de um livro ou uma novela, não fosse a maldade e o súbito interesse sombrio de Thomas Hardy que não satisfeito em atrair presas da maneira comum passou também a se aventurar pela conveniência e praticidade que a internet proporcionava atraindo pessoas inocentes como a doce Winnie, não fosse seu jogo de palavras bem calculadas e charme superficial que a garota não poderia decodificar por detrás de uma tela iluminada, não fossem uma série de circunstâncias com certeza distintas de um mero acaso, talvez ela realmente pudesse ter se tornado a próxima presidentes dos Estados Unidos ou quem sabe alguma figura importante e renomada. Mas nada disso importa mais, se é que já importou um dia, pois seu destino estava traçado a partir do momento que passou a se corresponder com aquele homem que não era quem dizia ser, se ao menos soubesse que ele tinha garras e poderia morder. Naquela manhã após tomar devidamente o café da manhã - bacon e ovos mexidos com suco de laranja -, ela despediu-se da mãe adentrou o ônibus animada acenando pelo que seria a última vez. Se ao menos ela soubesse… Pobre, Peggie Lou.

 

[…]

- Você não para de olhar esse celular, Win! Será que pode me dar atenção por um segundo sequer? Você ao menos ouviu o que eu disse? - Frannie Hertman cutucou o ombro direito de Winnipeg impacientemente, detectando a falta de interesse notório da melhor amiga que parecia imersa em mensagens de texto inacabáveis as quais por mais que se esforçasse e muito não conseguia ler, pois ela parecia determinada em se afastar cada vez mais como um enguia escorregadia e oleosa.

- Desculpe, Fran, mas você sabe que TH não gosta de ser ignorado, da última vez que me demorei a responder ele me encheu a paciência com um monólogo sobre ‘como ignorar as pessoas é frustrante, e caramba, você me ignorou durante duas horas inteirinhas’. Homens são sensíveis, minha mãe diz que não, mas a verdade é que ela não sabe nadinha sobre homens. O único namorado que teve foi o meu pai e eles se conheceram na época do colégio, então que experiência ela pode ter, uh? De qualquer forma isso não é importante, o que é importante mesmo é que finalmente vamos poder nos encontrar de uma vez por todas! Ai, eu não vejo a hora de essa porcaria de ônibus chegar ao destino, eu quero ver com meus próprios olhos a cidadezinha pitoresca, mas especialmente linda em que TH cresceu, pelas descrições que ele me forneceu tem uma porção de lagos que congelam no inverno, mas no verão permanecem vibrantes e são perfeitos para um banho no finalzinho da tarde… Ah, e os pastos verdes e tem também… - Winnie perdeu-se em seus próprios devaneios sem ao menos notar que a amiga deixara de nutrir qualquer interesse pelo que quer que ela fosse dizer nos próximos dez ou quinze minutos. Em geral, Peggie Lou atraía as pessoas ao seu redor com seu carisma incrível e sorriso deslumbrante e tendia a conservar ótimas amizades desde a época do jardim de infância, como a própria Frannie poderia confirmar servindo de testemunha, uma vez que a amizade delas perdurava desde as primeiras fraldas. Porém, passado algum tempo que ela começara a se corresponder com Thomas Hardy, a quem conhecia pelo nome de Tyler Harper, ou apenas, TH o que julgava se tratar de um apelido carregado de intimidade reservado apenas a si na posição do que acreditava ser uma ‘garota especial na vida de um rapaz legal’, as conversas de Winnie haviam se tornado cada vez mais superficiais e pouco relevantes para suas amigas que não desejavam ficar ouvindo a cada maldito instante o quão maravilhoso era aquele suposto cara e em seguida serem torturadas com uma enxurrada de relatos maçantes sobre como TH lhe dissera que era linda e ‘oh meu Deus, ele é tão fofo!’.

- Ahn, é, legal. Nossa, que incrível, Win. Isso é realmente demais, fico muito feliz por você. Mas, você sabe… Pode ser uma cilada, não estou querendo soar pessimista, mas você nunca viu sequer uma foto desse cara, como sabe que ele não é um babaca qualquer se passando por uma pessoa completamente diferente? Não é para te desencorajar não, amiga, mas aquela minha prima que mora em Massachussets, Celia, lembra dela? Esteve aqui no verão passado e comeu um montão de bolo de morango até passar mal e colocar os ‘bofes’ para fora na festa de despedida da Carly Rosemberg. Enfim, ela começou a conversar com um rapaz na internet também e depois eles trocaram números de celular e passaram a se falar todos os dias, até mesmo por meio de ligações interurbanas, ela estava super animada e convenceu minha tia Mary a comprar uma passagem de ônibus para que ela fosse ao Texas vê-lo. Quando ela chegou lá ficou procurando o tal menino, ligou para ele e tudo, ela também não tinha uma foto, apenas uma breve descrição da aparência dele, então ficou procurando que nem uma maníaca pessoas do sexo masculino com o cabelo castanho claro e olhos verde-esmeralda. Mas podem haver uma porção de pessoas assim, não é? Quando ele enfim apareceu era completamente diferente do que ela tinha imaginado, um cara de descendência coreana, super nerd com aqueles óculos fundo de garrafa usando uma camiseta do Pac Man, tudo o que ela mais abomina nessa vida. Ela ficou muito puta, puta de verdade, e olha, que a Celia é a pessoa mais contida desse Universo, sério mesmo. Quando ela voltou para casa e a minha tia perguntou o que tinha acontecido já que ela pretendia ficar por lá durante pelo menos uma semana, minha prima simplesmente deu de ombros e disse que aquele assunto estava morto e enterrado. Quer dizer, ela deu sorte de ele não ser nenhum aproveitador barato ou charlatão, as coisas poderiam ter dado muito errado, mais do que o normal! - Frannie enfatizou o final da estória gesticulando loucamente com as duas mãos esperando conquistar da amiga um olhar chocado ou no mínimo um simples arquejo de pavor, no entanto, ao olhar de relance para a face de Winnipeg constatou que sua expressão era neutra e que esta não parecia nenhum pouco preocupada, muito pelo contrário, parecia estar desdenhando de si ao revirar enfaticamente os olhos, uma mania já muito conhecida. Aquilo a irritou profundamente, tudo bem, Frannie exagerara e muito aquela história uma vez que Celia descobriu pela webcam que o rapaz era um farsante, e sua tia jamais seria descabeçada o suficiente ao ponto de comprar uma passagem para o Texas para sua filha como se aquilo fosse a coisa mais normal a se fazer apenas porque incentivava sem questionar aquele amor adolescente. Ela se espantava que sua melhor amiga, sempre tão inteligente e observadora, não estivesse ponderando a mísera possibilidade de que aquele cara talvez não fosse quem dizia ser. Afinal, que informações ela tinha sobre ele? Sinceramente, nenhuma. Tudo o que Winnie sabia era que ele era branco, tinha olhos castanhos, usava óculos e que se tratava de um cidadão americano de uma cidadezinha no meio do nada. Suspeito, muito suspeito. E por quê ele se recusava a mandar uma foto sempre que ela pedia? Simplesmente desviava do assunto e a iludia com promessas e mais promessas de amor verdadeiro. Frannie sabia que algo estava errado, podia sentir em todas as células de seu corpo, mas não parecia ser capaz de convencer Peggie do mesmo.

- Eu sei que você está inventando isso, Anna. E acho essa sua atitude uma coisa odiável. Quer dizer, dá para ver na sua expressão que você não está nenhum pouco feliz por mim, e tudo porque o idiota do Corey Taylors não dá a mínima para você e é claro que todo mundo sabe disso, menos você. Agora está com inveja de mim, porque encontrei um cara legal, que está certo, nunca vi na vida, mas você sabe o que dizem, não sabe? As vezes se vê com o coração, e eu não acredito que uma pessoa capaz de me escrever palavras tão lindas e doces seja capaz de alguma maldade. Por favor, você não precisa disso, você é melhor do que isso, então só pare. Como uma boa amiga vou fingir que nada aconteceu e vamos retomar a conversa do ponto em que parei, está bem? - Winnie apenas suspirou pesado e após repreender a melhor amiga como se possuísse algum direito paternal sobre ela ou anos-luz de experiência pôs-se a falar sobre seu amado TH novamente.

- Como se eu tivesse alguma escolha… - Murmurou Frannie, arrasada. E então tomada pela raiva apenas ergueu-se de seu banco abruptamente e sentou-se ao lado da treinadora Carr iniciando uma nova conversa, agora sobre as expectativas acerca do grande jogo.

Winnipeg Louise Jones observou aquela cena rapidamente desenrolar-se, e em sua mente tomada pela maldade mascarada de Thomas, não pôde compreender o que fizera de errado, mal sabia ela o que lhe esperava, e se soubesse, certamente escolheria dar ouvidos à estória ridiculamente exagerada da melhor amiga.

[…]

Após o grande jogo - o qual eles ganharam sem qualquer margem de dúvida -, Winnie apanhou sua bolsa amarela gasta com os chaveiros em formatos de bolas de vôlei balançando com o auxílio da gravidade e rumou para o centro da cidade. Ao chegar lá procurou por pessoas que se enquadrassem brevemente na descrição que possuía de seu amado TH, mas nada poderia prepará-la para o que aconteceu em seguida. Fora rápido demais, frenético demais e completamente irreal. Quando aquele homem em um jaleco branco se aproximou de sua silhueta curvada sobre o banco de madeira do parque da cidade de Deer Isle, ela imaginou que ele fosse lhe pedir algum tipo de informação, a qual ela relutantemente daria apenas para que ele se afastasse o mais possível. Aquele homem possuía um olhar calculista que a estudava em todos os seus ângulos e a apavorava para caramba, uma vez que ele não parecia ter qualquer tipo de sentimento, seu rosto era uma tela branca e imutável como se ele estivesse congelado no tempo incapaz de demonstrar qualquer reação humana. Um monstro na pele de homem.

- P-posso ajudar? - Perguntara Winnipeg ao homem de jaleco.

- Sou TH. - Dissera ele apenas.

Ela sentiu o ar se esvair de seu corpo e o pânico tomar forma ao constatar que Frannie estivera absolutamente certa sobre tudo, como se tivesse adivinhado. Celia supostamente tivera sorte, caso a estória fosse mesmo verdade. Mas ela, bem, ela não teria esta sorte. E ao colocar seus olhos sobre a figura horripilantemente gelada daquele homem ela soubera imediatamente que não havia uma maneira de escapar, mesmo que saísse correndo naquele momento suas pernas a trairiam, moles como gelatina inútil, e ele conseguiria alcançá-la sem quaisquer dificuldades. Por mais que ela gritasse, ninguém seria capaz de ouvi-la. A morte lhe aguardava, certa como uma verdade palpável e amarga. E isso a apavorou ainda mais, saber que estava prestes a morrer e que não poderia fazer para evitar o pior. Portanto, quando ele - aquele homem estranho, frio e enigmático que não se parecia nenhum pouco com seu TH doce e amoroso como o próprio sol - a agarrou pelo braço, ela simplesmente deixou-se levar. Convicta de que aquele seria seu fim e de que merecia aquilo afinal, pois escolhera aquele destino ao ignorar todos os possíveis avisos que lhe foram dados. A morte foi lenta, torturante e dolorosa.

Thomas não se demorou, a manteve viva por vários dias, testou com ela as mais variadas coisas. Desde ácido à pregos. Em sua mente diabólica era maravilhoso contemplar como aquela garotinha animada e cheia de vida, sempre energética e tagarelando sobre assuntos aleatórios, desfalecia-se à sua frente, tornando-se uma criatura inútil e dominada pelo mais puro medo. Ele adorara entrar na mente daquela menina, jogar um milhão de frases idiotas que certamente a fariam se derreter, pois ele sabia que fariam, era treinado para fingir até conseguir e sem a necessidade de apresentar sua face era muito mais fácil convencer. Ele adorara cada segundo em que estivera manipulando-a, passando-se por outra pessoa, atraindo-a como um imã magnético, pois ele sabia que mais cedo ou mais tarde ela viria se encontrar com ele. Afinal, ele era mesmo um gênio maligno.

Então após muito sofrer Winnipeg Louise Jones, Peggie Lou para os íntimos ou “milagre de Deus” para sua infame mamãe estava pronta para se juntar ao finado pai.

Na manhã seguinte ela fora encontrada em condições semelhantes às outras vítimas - apenas mais uma para a conta -, mas com dizeres diferentes.

IV.

 

 

 


Notas Finais


Oi de novo! Novamente perdão pela demora. Talvez vocês tenham percebido que pulou para o ano de 2001, isso significa que sim, a estória vai dar uma acelerada no tempo e no próximo capítulo vamos ver como estão nossos personagens e que descobertas já fizeram :)
Se você leu até aqui, muito obrigada mesmo de coração, se quiser deixar um comentário ficarei feliz em saber sua opinião :) Beijocas e até o próximo *3*


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