História Thousand Years - Upgrade

POV CAMILA

- SE MEXA, ALLYENÍGENA! - Vero portava um megafone, e dava gritos constantemente. Meus ouvidos já zumbiam fervorosamente. - MISS BUNDA "ME COMA", PODE TIRAR AS CADEIRAS DO LUGAR, VAMOS, VAMOS! - Já falei da criatividade dela para  dar apelidos? Pois é.

- Vero, pelo amor de Deus! - Minha cabeça estava explodindo. - Ninguém é surdo, e pare com esses apelidos infames. - Tentei protestar. É, só tentei.

- NADA DE DISCUTIR EM HORÁRIO DE SERVIÇO, MADAME BUNDA "SOU DA LAUREN" - Meu Deus, me dá paciência. 

- Pare de gritar pelo menos! - Ally surgiu com uma caixa, com pétalas de rosas. 

- Oka... DINAHSSAURA, ISSO NÃO É AÍ, É DO OUTRO LADO! - Ela não tinha jeito. 

- Lucy, dê um jeito nisso, pelo amor de Deus. Ninguém aguenta mais os berros dela. - Normani sussurrou, enquanto Vero gritava com uma mosca. Cadê o cérebro dessa criatura?

Lucy, que também estava sofrendo com os gritos de Vero, se aproximou dela, e disse algo em seu ouvido, nos deixando curiosas. Vero arregalou os olhos, e agitou a cabeça em negativa. O que será que Lucy tinha dito? Todas nos entre olhamos. O olhar que Vero dirigia a Lucy era horrorizado. As duas trocaram mais algumas palavras, e Lucy voltou para perto de nós. 

- Pronto. - Vero largou até o mega fone, e estava fazendo coisas, movendo móveis dos lugares numa velocidade incrível, até. 

- O que você disse a ela? Olhem, parece que virou uma abelha operária! - Dinah comentou, fazendo-nos rir. 

- Disse que faria greve de sexo. - Arregalamos os olhos. 

- CADÊ OS GRITOS AGORA, ZANGADO? - Normani nem esperou Lucy terminar de falar, e gritou para Vero, que xingou algo que não entendemos, e sumiu, ao ser comparada há um dos anões da branca de neve.

Rimos por alguns minutos, mais logo voltamos ao trabalho. O chalé era grande, e tínhamos muitas coisas para colocar no lugar. Ligamos o som, e começamos a agir ainda mais rápido. Tudo movido a música é bem melhor. Tocava Gimme More. Todas nós cantávamos uma parte, e assim que resolvemos cantar juntas, Ally, Normani, Dinah e Lucy paralisaram. Calei minha boca instantaneamente, e percebi que até Vero tinha colocado a cabeça para nos ver. 

- O que foi, gente? - Perguntei, assustada com o olhar de todas sobre mim. 

- Você. Tem. Uma. Voz. Incrível. - Dinah falou pausadamente. - GENTE, JUNTO COM A LAUREN, SOMOS AS CINCO VOZES MAIS LINDAS QUE JÁ OUVI! - Ela começou a rodar pela sala. 

Arqueei as sobrancelhas. Até onde eu sabia, não cantava. E agora, todas me olhavam como se eu fosse algo raro, e estivesse sobre estudos. Elas ficaram falando que temos que cantar as cinco juntas um dia, enquanto terminávamos a arrumação. Lucy saiu com Vero, e as duas voltaram 40 minutos depois, com mais caixas cheias de pétalas de rosas. Eu estava cansada, então me mandaram ir para casa e descansar, afinal, aquela seria a minha noite, e eu só seria guiada para lá, no momento em que Lauren estivesse comigo. Ao que parece, ela estava sabendo do que iria acontecer, por meio de Vero. Não esbravejei, afinal, elas são melhores amigas. Provavelmente, Vero já teria contado sobre a ameaça de Lucy, o que me fez rir de novo. Fui para casa, e tomei um longo banho. Já passavam das três da tarde, e antes de ir para o chalé, eu ainda iria com Lauren para a exposição. 

Enrolada na toalha, parei em frente ao meu closet. Eu ainda passaria em casa para uma troca de roupas, então eu não tinha que me preocupar em vestir algo que combinasse com as duas ocasiões. Tombei a cabeça para o lado, e bendito tenha sido esse gesto. Dei de cara com a roupa perfeita. O sorriso em meu rosto fora enorme. No meu quarto, Upgrade da Beyoncé explodia pelas caixas de som, enquanto eu me arrumava. Prepare-se, Jauregui. Hoje vou dar um "upgrade", no placar, e fechá-lo com chave de ouro, ou não me chamo Camila Cabello. 

POV LAUREN

Vero veio aqui em casa, e já eram cinco e quarenta da tarde. Fiquei um pouco confusa, mais logo lembrei o motivo. Eu deveria dar os toques finais na decoração do chalé em que ficaria com Camila. Fomos para lá, e o local me surpreendeu. Não só pela vista externa, mais pela arrumação interior. Nem parecia obra das meninas. Fui informada de que Camila não tinha visto muita coisa. Passamos cerca de meia hora ali dentro. Eu, Vero, Lucy e Ally. Normani e DJ tinham ido para casa, tomar banho e se arrumar para a expo. Liguei o som, e elas não protestaram, até pediram antes que eu fizesse. Todas nós eramos amantes da música, e trabalhar com som era ainda mais fácil. Bust your windows, na versão de Glee, começou a pulsar diante dos fones da caixa. Logo comecei a mover meu corpo, dublando Amber Riley, interpretando Mercedes. 

Bati palmas, balançando o corpo para os lados, rodeando as meninas. Parei no meio do chalé, pegando algumas almofadas pelo caminho, fazendo um circulo, colocando mais fileiras em espirais, até formar um grande "tapete", onde nós poderíamos ficar um pouco, nos distraindo, vendo algo pela TV. As meninas riam da minha interpretação, por fazer passos semelhantes a uma maníaca as vezes, como fingir que tinha uma pedra em minha mão, e lançava-a em algum canto, fazendo uma cara de choro sofrida, por ter uma paixão platônica pelo meu melhor amigo gay. 

Me agarrei a Vero, chamando-a de Kurt, eu parecia uma macaca em suas costas. Ela correu comigo pendurada, quase me derrubando. Minha cara de pânico fez as meninas se desmancharem em gargalhadas, mais logo paramos a brincadeira, e terminamos o chalé. Paramos para ver o resultado final, e todas estavam espantadas. Suspirei, já estava quase na hora da exposição, e se passássemos mais alguns segundos ali, íamos nos atrasar. Disparamos para nossas respectivas casas. 

Em uma hora e meia eu estava pronta. Vestia uma calça de couro preto, com uma blusa preta  em gola V por dentro, e uma jaqueta também preta, com as mangas dobradas até o cotovelo. A maquiagem não era pesada, apenas destacava bem meus olhos, meus cabelos caindo em cascatas com pontas cacheadas, acompanhando a raiz lisa. Meus lábios vermelhos como sangue. A calça, não tinha espaço nem para passar vento. Ri com o meu próprio pensamento, enquanto passava perfume, e descia ao encontro da minha família, para irmos. Taylor apareceu com um chapéu nas mãos, e colocou na minha cabeça. Me olhei no espelho, nada mal. 

Estávamos todos da minha família, e minhas amigas todas no pavilhão do salão de exposições, quando duas grandes portas se abriram, revelando uma majestosa jovem de um corpo escultural. Suas curvas estavam bem acentuadas no vestido preto com laterais curvilíneas cinzas escuro, de tecido transparente. Meus olhos agarravam-se aos detalhes daquele corpo sem pestanejar. Todos ali o faziam. Suas pernas bem torneadas e definidas estavam quase todas a amostra, partindo dos pés, que calçavam um scarpin preto com mais de 18 cm. Minha boca estava seca, meu coração batia forte contra o peito, parecendo que fugiria dali, e faria uma maratona, até sair da minha boca e ir em direção daquela mulher. Meus olhos subiram para encarar seu rosto, e tão grande foi minha surpresa ao encontrar as feições de Camila, que acabei por dar passos para trás. A umidade em minha calcinha havia sido instantânea. Entrelacei meus dedos uns aos outros, olhando um tanto desconfiada para baixo, vendo que ela me encarava diretamente, ignorando todos ao redor. Ela tinha percebido minha reação, seu sorrisinho cafajeste era majestoso diante da minha coloração rosa, nas maçãs do rosto. Sua família entrou logo em seguida.

- Boa noite. - Sua graciosidade era estonteante, cumprimentando minha família e nossas amigas. - Meu amor. - Camila segurou meu rosto, encostando nossos lábios em um longo selinho. 

Ninguém ousou dizer nada. Todo o salão estava em silêncio, nos observando. Ela olhou ao redor, com uma confiança surpreendente. Ficou ao meu lado, mais alta por conta dos saltos. Nossos dedos entrelaçados combinava perfeitamente com meu meio sorriso incrédulo, misto ao dela, completamente provocante. 2x1, Camila.

A exposição estava chegando ao fim, meu quadro fora o mais premiado dentre todos os outros 150 que estavam no local. O fato mais surpreendente, é que 99% dos outros participantes da exposição, tinham mais de 40 anos, fora a cota de experiência no quesito arte. Todos estavam impressionados com minha capacidade simples, porém objetiva e detalhista de pintar. Com traços e marcas fortes, riscos bem definidos e profundos. Porém, meus olhos não haviam deixado Camila de forma alguma. Eu nem sabia mais onde estava minha tela, e sempre que pediam para tirar fotos comigo, tinha que ser guiada pelos fotógrafos. 

Meus pais pediram uma foto em conjunto, eu, Camila, e as meninas. Todas estavam incrivelmente lindas, chamavam a atenção de alguns caras, filhos dos pintores que estavam ali. Camila estava no topo, mas, dispensava todos que ousavam até olhá-la, fazendo questão de mostrar a aliança de compromisso nos nossos dedos. Posava para fotos com algumas pessoas, e dava alguns sorrisos forçados para outras, o que estava me incomodando um pouco. Não gostava de que todos estivessem prestando tanta atenção no que me pertencia. Principalmente Camila. 

Depois de longas 3 horas de evento, fomos para casa. Meus pais fizeram uma pequena comemoração por meu sucesso, chamando todos para lá. Camila e sua família estavam marcando presença, Estávamos as duas no sofá da sala, enquanto todo mundo estava na área da piscina. Camila beijava e mordiscava meu pescoço, enquanto minha mão ultrapassava as barras de sua calcinha, tocando seu clítoris úmido e escorregadio, fazendo-a gemer contra minha pele, me arrepiando. 

- Camz... - Esfreguei seu clítoris de uma forma frenética, fazendo-a se movimentar na minha mão. 

- Chegou a hora, Lauren. - Ela estava tirando minha mão dali, gentilmente. 

- Você tem certeza disso, não tem? - Camila assentiu. 

Levei-a até a porta, onde ela alegou que estaria pronta em 20 minutos. Subi para me arrumar, pegando uma mochila com umas roupas, vestindo um short vermelho curto, com uma uma blusa soltinha branca, escrito dizeres sobre New York. Era a hora de ir buscá-la. Me despedi dos meus pais, e fui em busca da minha princesa. Chegando em sua casa, ela já me esperava em frente a porta, e veio até o carro. Trocamos um selinho, onde logo depois, tratei de me dirigir até o local do chalé. A noite estava prestes a se tornar única nas nossas vidas. Era a primeira vez de Camila, e a primeira vez que eu iria fazer amor com alguém.