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História THREE - shikaneji - Nós


Escrita por: itshyuuganara

Notas do Autor


Primeiro de tudo, eu queria dizer que nunca gostei de fanfics sobre gravidez masculina por um único motivo; explicações mirabolantes sobre bebês nascendo pelo ânus em vez de colocarem um personagem trans no enredo. Não tenho absolutamente nada contra histórias desse tipo inclusive queria dizer que a @CerejaDoBosque está publicando uma história perfeita de shikaneji com mpreg e é uma das poucas que eu li sem me sentir desconfortável, também não seria pra menos, a escrita dela é perfeita e ela é a rainha de shikaneji desse site.

Não sou uma pessoa trans, porém faço parte da comunidade LGBTQIA+ e sinto falta de mais representatividade nesse site. Pesquisei muito e conversei com amigues trans para que não cometesse nenhum erro ou ofendesse alguém. Contudo, se deixei algo passar ou deixei alguma expressão que possa ofender alguém, peço que me avisem e editarei a história imediatamente, e peço desculpas antecipadamente caso isso aconteça.

Boa leitura!

Capítulo 1 - Nós


― Neji, está tudo bem aí?

A voz de Shikamaru soou preocupada do lado de fora.

O garoto fungou todo o catarro que escorria pelas narinas e enxugou as lágrimas rapidamente, como se o namorado pudesse vê-lo chorar através da porta do banheiro onde se encontrava sentado no chão.

Ele escondeu o objeto fino entre as mãos e cobriu-as com a camiseta que vestia ― peça roubada do guarda-roupa do Nara ―, e respirou fundo antes de respondê-lo:

― Sim.

Sua sentença saiu mais quebrada do que ele gostaria.

Shikamaru rodou a maçaneta receoso, afinal, o rapaz estava trancado lá a pelo menos uma hora se fosse contar pelo momento em que o Nara havia chegado do trabalho, sabe se lá quanto tempo o Hyuuga estava sozinho no cômodo antes da chegada do namorado.

Procurou o garoto na altura dos olhos e não o encontrando, desceu o olhar; vendo o cabelo comprido cair sobre seu rosto que estava apoiado nos joelhos.

Shikamaru suspirou, aquela posição era conhecida por ele. Neji estava aflito.

Sabendo da pouca simpatia que o mais velho possuía por contato físico, permaneceu-se escorado na porta, sem ao menos abaixar um pouco para ficar da altura do Hyuuga. Tinha medo de que sua aproximação fosse repreendida ou o deixasse ainda mais incomodado.

Após alguns minutos em silêncio, Neji não conseguiu conter um soluço. Não havia parado de chorar nem por um segundo, contudo, era especialista em fazê-lo sem emitir nenhum som ― habilidade esta que fora adquirida após anos vivendo sob o mesmo teto que uma família conservadora e preconceituosa ―, mas ali naquele chão gelado, escondendo um segredo gigantesco da pessoa que mais amava, ele não conseguiu manter-se quieto.

Estava quebrado demais para manter as aparências.

Shikamaru interpretou aquilo como um sinal para se aproximar, e assim o fez. Sentou-se ao lado do moreno e tirou uma caixa de lenços de dentro do armário embaixo da pia. Entregou a ele como uma forma muda de dizer “chore, não vou te julgar por isso”.

Neji desabou.

Chorou, soluçou, gemeu quando a cabeça doeu, e chorou de novo. Uma caixa e meia de lenços depois, ele pareceu não ter mais lágrimas. Shikamaru permaneceu em silêncio, contentando-se com um único toque entre seus ombros para que o Hyuuga não se esquecesse de que estava ali.

Insensível? Definitivamente, Shikamaru não era. Despreocupado? Estava longe de estar.

Qualquer um que os observasse naquele momento, suporia que o Nara estava sendo negligente por ver alguém desmoronar ao seu lado e nem sequer mover um músculo. Qualquer pessoa com um coração se disporia a ajudar Neji!

Contudo, o relacionamento do casal era um tanto quanto diferente nessa questão. Além de Neji zelar primeiro por seu espaço pessoal, era extremamente restritivo com toques. Não que não gostasse de carinho e atenção, pelo contrário, Shikamaru costumava dizer que ele se assemelhava a um gatinho carente; sempre necessitando de carícias. Mas quando Neji tinha crises, ou simplesmente ficava triste, sentia aversão a interações humanas. Uma simples palavra trocada o fazia querer vomitar.

Coincidentemente, Nara era idêntico nesse aspecto.

Já houve dias em que ambos permaneceram sem trocar um olhar, perdidos demais em sua própria cabeça e problemas, sem desejo algum de até mesmo dividir a cama em que dormiam. Era um acordo mudo, se Shikamaru estava triste; Neji automaticamente dormia no sofá, e se a ansiedade do Hyuuga atacasse; o Nara passaria a noite fumando na sacada, ou pelo menos parte dela, até perceber que o namorado havia se acalmado.

Essa era a forma de cuidarem um do outro; dar tempo ao tempo.

O fato de estarem no mesmo ambiente enquanto um deles estava à beira de um colapso, significava que estavam com algum problema compartilhado e não pessoal como na maioria das vezes. Sendo duas pessoas que gostavam de sofrer em silêncio, um conflito dentro do relacionamento se equiparava ao fim do mundo para ambos. Estremeciam apenas ao ouvir a palavra “diálogo”.

Shikamaru nunca havia visto Neji chorar de tal forma, e considerando o fato de não ter sido expulso de lá como algo positivo, resolveu tentar atravessar o muro que o Hyuuga construía envolta de si em momentos de fraqueza.

― Tem certeza de que está tudo bem?

Um estalar de língua em deboche foi ouvido.

― Alguém que está bem acaba com duas caixas de lenços, Shikamaru? ― Neji retrucou sua pergunta desnecessária.

Tendo a confirmação que queria para saber se deveria permanecer ali ou não, o Nara levantou-se, já determinado a deixá-lo só por quanto tempo desejasse.

Neji soluçou:

― Estamos com problemas.

Estamos.

Verbo conjugado na primeira pessoa do plural.

Shikamaru estava envolvido.

Ele soltou a maçaneta.

― Estamos?

O corpo de Neji tremeu e Shikamaru viu seus lábios perderem o tom rosado para um esbranquiçado. Antes que pudesse se aproximar e ajudá-lo, o corpo se escorou no vaso, vomitando todo o jantar que havia comido minutos antes.

“Tudo bem”, pensou Nara. “Vômito é um dos sintomas de crise. Ele deveria estar me expulsando agora, não suporta que eu fique perto nesses momentos. Algo realmente está acontecendo”.

Shika tirou o elástico do próprio cabelo e amarrou os longos fios do namorado.

Após ter seu estômago esvaziado, ele abaixou a tampa do vaso e deu descarga. Tirou o objeto que escondia debaixo da blusa e estendeu por cima dos ombros, envergonhado demais para olhar nos olhos do mais novo.

Houve-se um silêncio.

Shikamaru sentiu o próprio estômago dar voltas e sua visão tornar-se pequenos pontos pretos. Buscou apoio no chão e tentou ao máximo não esboçar uma reação que deixasse o namorado pior do que estava.

Neji permanecia de costas para ele e o Nara teve certeza de que tocá-lo naquele momento não seria uma boa opção. Estava encolhido, tremendo e completamente constrangido. Vulnerável.

O cérebro genioso de Shikamaru trabalhava intensamente, tentando formular alguma frase que não pudesse ofendê-lo e demonstrasse sua preocupação com a sanidade mental de Neji, mas todos os seus neurônios fazendo sinapse não pareciam ser suficientes.

― Você considera isso um problema? ― perguntou receoso.

Neji tirou mais lenços da caixa e assoou o nariz.

― Sou um homem, Shikamaru ― disse nervoso. ― Homens não podem engravidar.

O mais novo suspirou. Sabia exatamente que rumo aquela conversa tomaria, e por ainda ser ignorante no que dizia respeito ao corpo de Neji, era natural que se sentisse pressionado por ter que ampará-lo naquele momento.

A disforia do menor estava crescendo a cada dia e se fazendo presente novamente em sua vida desde o momento em que teve problemas com o convênio médico e pararam de lhe oferecer as doses de testosterona que necessitava para manter o corpo como gostaria. Nem por um segundo ele e Shikamaru pensaram que a falta do hormônio por alguns meses seria o suficiente para que o sistema reprodutor de Neji voltasse a funcionar.

― Homens cis não podem engravidar, Neji ― afirmou Nara, ainda com medo de ser repreendido e mandado embora dali. ― Você pode, e se quiser seguir com essa gravidez, não será menos homem por isso.

Neji finalmente olhou para trás, deixando o rosto melancólico encarar o do Nara.

Ele sorriu minimamente. Mesmo com todas as lágrimas descendo pelas bochechas coradas, era o homem mais lindo do mundo aos olhos de Shika.

Sendo um homem transsexual que estava a alguns meses sem tratamento hormonal, Neji tinha traços bastante femininos. Shikamaru se recordava de ter prestado atenção primeiramente nos cabelos compridos do rapaz quando o conheceu, haviam se esbarrado no aniversário de Naruto e o Nara havia queimado sua camiseta acidentalmente com seu cigarro. Após alguns xingamentos proferidos para si e gritos aos ventos dizendo que o mais novo lhe devia uma camiseta nova, Shika decidiu se redimir o chamando para sair na semana seguinte, e claro; prometendo que levaria uma camiseta nova para ele.

Hinata ajudou Shikamaru a escolher uma camiseta para o primo logo após o Nara descobrir que eles eram parentes e repreendê-la por não ter o apresentado antes. A Hyuuga deu dicas sobre o que Neji gostava de fazer e quais lugares seriam bons para que o encontro durasse pelo menos meia hora, uma vez que o primo era temperamental e impaciente e não hesitaria em ir embora se algo não o agradasse.

― Shikamaru-kun... ― ela sussurrou após saírem do caixa da loja de roupas, trazendo o amigo para mais perto pelo braço. Nara abaixou o rosto quando percebeu que ela lhe contaria algo íntimo. ― Seja compreensivo com Neji nii-san. Não avance se ele não permitir, de preferência; verbalmente.

Nara olhou-a ofendido.

― Acha que eu o forçaria a fazer algo?

― Não! ― Hinata corrigiu-se. ― É que ele, bom... como posso explicar? Neji nii-san não gosta muito de contato físico e é sensível a alguns assuntos.

― Que assuntos? ― Shikamaru estava curioso.

Abriu a porta do passageiro para que a amiga entrasse em seu carro, deu a volta no veículo e fez o mesmo.

― Não flerte com ele se perceber que está desconfortável, não tente beijá-lo, se ele quiser, ele mesmo o fará; e não faça elogios ou comentários sobre qualquer característica do corpo dele.

Hinata proferiu uma lista de cuidados que o amigo deveria tomar e Nara rapidamente formulou um motivo para todas aquelas exigências.

― Neji já foi abusado?

Hinata suspirou.

― Não.

― Então por que é tão restritivo com o próprio corpo?

Nara puxou um cigarro do bolso e o acendeu, descendo a janela do carro para que a fumaça escapasse. Hinata mordia os lábios como se estivesse maluca para dizer algo que não podia.

― Se tudo der certo e Neji nii-san gostar de você, vai acabar te contando. ― Ela abriu a própria janela, incomodada com o cheiro do amigo, mas educada demais para repreendê-lo por fazer o que quisesse dentro do próprio veículo. ― Mas por favor, Shikamaru-kun, não pergunte nada.

― É meio difícil conter essa vontade depois de todo esse suspense... ― Ele sorriu de lado.

― Estou falando sério ― ela enfatizou. ― E quando ele te contar, não o julgue. Se não estiver disposto a continuar com ele, diga do jeito mais respeitoso possível.

Shikamaru mexia as sobrancelhas conforme digeria todas aquelas informações. Nunca havia marcado um encontro com alguém que fosse tão complicado assim. O que o mais velho poderia esconder que fosse tão ruim ao ponto de não o desejar mais? Shikamaru não gostava das possibilidades que surgiam em sua mente então deu-se por vencido, jogando a bituca na rua e mudando o assunto da conversa para o relacionamento de Hinata com o melhor amigo; Kiba.

No fim de semana seguinte, levou o moreno a uma cafeteria que se localizava em uma parte da cidade mais afastada do centro ― Hinata havia dito que Neji não gostava de toda a correria e barulhos de lá  ―, mas certificou-se que o lugar teria uma grande variedade de chás, já que aparentemente, o Hyuuga odiava cafés.

Shikamaru pediu um café preto, gelado e com pouco açúcar, ficando surpreso quando o menor pediu um expresso com leite e chocolate.

― Hinata disse que não gostava de café.

― Perguntou à Hinata sobre o que eu gosto? ― Neji levantou uma sobrancelha.

Shikamaru mordeu a língua. Havia se entregado de graça.

― Não queria correr o risco de te ouvir gritando, de novo, sobre como sou um idiota que não sabe nem escolher um lugar para se redimir.

Neji sorriu minimamente.

― Não gosto de café puro ― explicou ―, as outras variações são até que suportáveis.

Ambos iniciaram uma discussão amigável sobre os sabores de cafés e o assunto se estendeu até o fim da tarde, passando por tópicos como: seus respectivos cursos de graduação; amigos em comum e times de basquete. Neji aparentava ser uma pessoa tímida, mas Shikamaru percebeu que, na verdade, ele apenas não falava com desconhecidos. Assim que se sentia confortável, era impossível de acompanhá-lo de tanto que tagarelava.

Apesar de terem conversado sobre assuntos diversos, Neji não abriu a boca para revelar o segredo que Hinata havia contado que escondia. Shikamaru, movido a curiosidade para saber mais sobre aquele rapaz de olhos tão intrigantes, pagou a conta quando a noite caiu e decidiu que estava disposto a repetir a dose. Não só por estar se coçando de ansiedade para saber o que tanto Neji guardava para si, mas também, por estar maravilhado pela forma que o garoto estreitava os olhos ao sorrir.

― Não precisava ter pagado a conta sozinho ― o Hyuuga disse demonstrando certo incômodo. ― Podíamos ter dividido.

Nara sorriu.

― Se tivéssemos dividido, eu não teria um motivo para te chamar para sair de novo. Deixo você pagar a próxima.

O garoto ficou inexpressivo por alguns tortuosos segundos. Shikamaru engoliu em seco achando que aquilo pudesse ter sido mal interpretado por ele, como Hinata havia o dito. Já formulando uma frase para se desculpar, ele viu o rapaz sorrir pequeno e levantar-se da cadeira.

Neji enroscou os dedos nos fios que escapavam do rabo de cavalo do Nara e tombou a cabeça para o lado, selando seus lábios em um beijo sem línguas.

O gosto do café que haviam tomado se misturou. Nara sentiu cada pelo do corpo se arrepiar nem sequer ousou avançar com a língua, ainda movido pelos conselhos da prima Hyuuga. O beijo simples durou segundos o suficiente para Shika constatar que aqueles eram os lábios mais macios que já havia experimentado.

Neji afastou-se o suficiente para encarar os olhos castanhos do homem mais alto e contornou o desenho de sua boca com o polegar. Shikamaru estava hipnotizado.

― Peça meu número à Hinata e marcamos novamente.

Ele o selou mais uma vez, rapidamente, e saiu da cafeteria sem nem ao menos olhar para trás.

Shikamaru não precisou de uma segunda ordem para tirar o celular do bolso no mesmo instante e mandar mensagem para a amiga.

Repetiram aquele ritual por vários finais de semana.

Fizeram tudo com muita calma, deram um passo de cada vez tanto em aspectos físicos quanto emocionais. O segundo encontro proporcionou um beijo de língua, porém sem mãos atrevidas; e assuntos mais complexos como política e suas famílias. O terceiro acabou levando ambos até o carro de Shika para uma sessão de cigarros e no fim, beijaram-se por quase uma hora, parados em frente à casa do Hyuuga ― agradecendo mentalmente pelo vidro do carro de Nara ser filmado e bem escuro ―. No quarto encontro eles já estavam trocando mensagens diariamente e encontrando-se entre os intervalos de aulas da faculdade, Neji cursava pedagogia no período da manhã e Shikamaru fazia turismo no período noturno; o que deixava as tardes de ambos livres e fez com que não demorasse para que uma rotina se instalasse.

Shikamaru buscava Neji na porta da faculdade, almoçavam todos os dias em algum restaurante diferente, passeavam por lugares diversos ou permaneciam dentro do carro mesmo, beijando-se afoitamente e longe dos olhares atrevidos de quem passasse na rua. Quando o sol estava quase se pondo, Neji acompanhava o Nara até a porta da universidade e despediam-se com alguns selares. Trocavam mensagens durante as aulas do mais novo e às vezes o Hyuuga o fazia companhia quando Shikamaru não estava a fim de assistir alguma aula. No dia seguinte, o ciclo se repetia.

Quase cinco meses após o encontro na cafeteria, Nara observava o rapaz roer as unhas enquanto digitava algo para Tenten no celular. Os dois estavam dentro do carro e Shika dirigia até seu próprio apartamento. Era sábado à noite, estavam voltando do bar que foram para que o mais novo apresentasse Neji a seus melhores amigos; Ino e Chouji. E repassando rapidamente os acontecimentos dos últimos meses na cabeça, Shikamaru percebeu que ainda não sabia sobre o tão misterioso segredo de Neji.

E nem sequer sabia se gostaria mesmo de descobrir. Naquele momento, após meses tendo o garoto dividindo sua vida com ele, não se importava mais.

Seus amigos haviam gostado dele, compartilhavam suas rotinas e Shikamaru se via cada vez mais apegado ao garoto de cabelos compridos e olhos perolados.

Com o tempo, aprendeu como flertar com Neji de forma que ele não ficasse extremamente constrangido e a tocá-lo também. Não foi difícil, o garoto só era um pouco tímido e não gostava de demonstrações de afeto em público e toques sem aviso.

Nara tirou uma das mãos do volante e a colocou no joelho de Neji. Ele rapidamente tirou os dedos que roía da boca e entrelaçou suas mãos.

Shikamaru não havia entendido que aquilo era uma tentativa de tirá-lo daquela zona “perigosa”, apenas enxergou o ato como um carinho singelo que aqueceu seu coração.

Era a primeira vez que o Hyuuga dormiria na casa do Nara e ambos estavam nervosos com isso. Fazia quase cinco meses que estavam juntos e os toques de Shikamaru nunca haviam chegado abaixo da cintura de Neji, não que se importasse com isso ou estivesse com segundas intenções ao chama-lo para passar a noite consigo, contudo, tinha medo de que o garoto não desejasse dar mais aquele passo e o fizesse apenas por se sentir obrigado. Afinal, dormiriam na mesma cama pela primeira vez e Shika sabia que isso poderia ser facilmente interpretado como segundas intenções.

Jantaram comida chinesa, assistiram vários episódios de friends e conversaram sobre o encontro que haviam tido com os amigos do mais novo. Quando o Nara se levantou do sofá dizendo que iria arrumar a cama para se deitarem, foi puxado rapidamente pelo colarinho da camisa polo.

Neji o beijou abruptamente, enroscando sua língua na do outro com desejo e certa velocidade. Surpreso, o mais novo correspondeu, cobrindo o corpo dele com o seu próprio e se encaixando entre as coxas do Hyuuga. Neji enroscou as pernas envolta do quadril de Shikamaru e quebrou o beijo para gemer quando o maior investiu contra ele.

― Sh-Shika...

― Uhm? ― murmurou o Nara descendo beijos pelo pescoço pálido.

― Tenho que te contar uma coisa.

Apoiando as mãos ao lado da cabeça do menor, Shikamaru parou de beijá-lo e o observou aflito.

Após tanto tempo sem entrar no assunto que Shika nem sabia do que se tratava, ele supôs que Neji havia desistido de lhe contar o que quer que fosse. Mas o menor estava ali, respirando ofegante e com os lábios rosados inchados e totalmente entregue, interrompendo um momento como aquele para lhe contar o que tanto escondia.

Shikamaru lembrou das palavras de Hinata e tentou ser o mais cuidadoso possível.

― Diga ― sussurrou ―, não te julgarei por nada.

Os olhos brilhantes pareciam perdidos e um bico se formou em seus lábios finos. Shikamaru engoliu em seco, ele estava prestes a chorar.

Kami! O que deveria fazer agora?

Acariciou os cabelos castanhos e segurou o queixo dele, selando-o mais uma vez e reafirmando o que dissera.

― Não te contei antes, pois não queria acabar com o que temos ― sussurrou olhando para o peito do moreno. ― Me apeguei a você mais do que eu gostaria...

Uma lágrima pesada escorreu pela bochecha do garoto. O que seria tão ruim ao ponto de fazer com que Shikamaru quisesse terminar?

― Neji, eu sinto algo muito forte por você e tenho certeza de que nada irá mudar isso.

O mais velho sorriu tristonho e acariciou o rosto do Nara com as mãos.

― Não sou como você.

Shikamaru franziu o cenho.

― Em que aspecto?

Neji suspirou. Ele coçou a garganta como se algo estivesse preso nela e respirou fundo antes de finalmente confessar:

― Sou um homem trans, Shika.

Shikamaru levantou as sobrancelhas em espanto.

Como Neji havia conseguido manter aquele segredo por tanto tempo?

Como uma máquina que acaba de ser consertada, o cérebro do Nara voltou a trabalhar, ligando todos os pontos dos últimos meses que não havia entendido ou sacado que poderiam ser descritos por um nome; disforia.

Era por isso que Hinata havia pedido tantas e tantas vezes para que Shikamaru não o tocasse, o elogiasse e simplesmente fingisse que suas características físicas não existiam. Pois nem mesmo Neji sabia lidar com elas.

O garoto permaneceu de olhos fechados, pronto para a pior reação possível.

Nara entrelaçou suas mãos, Neji abriu os olhos.

― Você quer continuar com o que estávamos fazendo? ― perguntou Shikamaru.

Ele o olhou confuso.

― Quero saber se você ainda quer.

― Neji, eu quero tudo o que você quiser. ― O mais velho suspirou aliviado. ― Só estou receoso pois eu nunca me relacionei com mulh... ― Ele automaticamente se corrigiu. ― Perdão! Pessoas com vagina. Sou completamente ignorante no assunto e provavelmente não sei te dar prazer. Se você ainda quiser, vai ter que me ensinar.

Neji sorriu sincero. Ok, o mais novo havia cometido um pequeno deslize, mas era aceitável considerando que estava disposto a respeitá-lo da forma que era e que havia se corrigido antes mesmo de terminar a frase.

― Tem certeza de que não se importa com isso? ― Hyuuga ainda estava receoso.

― Gosto de sua essência, Neji. ― Ele contornou os detalhes do rosto do menor com o dedão. ― Seu corpo é só a materialização do que eu já admiro.

Beijaram-se amorosamente. Algumas lágrimas que Neji lutava para que não descessem acabaram escorrendo e Shikamaru beijou todas elas, agarrando as coxas envolta de sua cintura e conduzindo o garoto até o próprio quarto.

Ele tirou a própria camiseta e voltou a beijá-lo, percorrendo as mãos por onde tinha certeza de que seus toques não seriam rejeitados. Não se atreveu a tirar nenhuma peça de roupa do Hyuuga, esperou que ele o fizesse. Estava sentindo-se impotente e receoso por não saber tocá-lo, mas sabia que o fato de não fazer nada já significava tudo para o menor.

Ele mesmo despiu-se conforme sentia o corpo pegar fogo, e entre beijos e carícias amorosas, conseguiu interromper o ato para alertar:

― Nunca consegui ir até o final com alguém.

Shikamaru assentiu com a cabeça.

― Diga-me se se sentir desconfortável e pararemos tudo.

Os toques seguintes foram detalhadamente explicados por Neji. Dizia ao Nara onde tocar, como tocar e principalmente; aonde jamais deveria chegar perto. Shikamaru estava extremamente nervoso e com medo de ofendê-lo ou machucá-lo, mas toda sua insegurança virava pó quando o garoto gemia e pedia para que continuasse.

Amaram-se por horas. Gemeram, suaram e descobriram o corpo um do outro. Neji queria chorar só por saber que depois de tantos relacionamentos frustrados após ele revelar sua identidade de gênero, finalmente alguém o respeitava e o via como era. Nem um homem cis, nem uma mulher. Um homem trans, em um corpo trans, com uma vivência trans. Era dessa forma que gostaria de ser enxergado. Sem ser hiper sexualizado e muito menos, invisibilizado.

― Shika... ― Hyuuga respirava rapidamente contra a pele do pescoço do Nara. ― Você... foi ótimo.

Shikamaru sorriu e abraçou mais o corpo suado contra si.

― Não diga isso, ainda tenho muito o que aprender.

Neji afastou seu rosto da clavícula de Shika e observou seus olhos negros.

― Isso quer dizer que quer continuar comigo?

― Continuo querendo tudo o que você quiser ― ele repetiu a frase que dissera horas mais cedo. ― Se me quiser, estarei disposto a desconstruir todos os meus princípios por você. Se não me quiser, entenderei seu lado. Mas já me apeguei a você, Neji. Não vai ser fácil superar o que tivemos.

Neji sorriu.

Sentia que podia ser ele mesmo ao lado do Nara, nunca havia experimentado essa sensação ou se sentido seguro para terminar qualquer ato sexual. E saber que mesmo depois do ato Shikamaru ainda desejava continuar com ele, mesmo após ver todas as partes de seu corpo que mais odiava, Neji sentiu seu coração se aquecer.

Estava extremamente feliz.

Shikamaru o pediu em namoro alguns dias depois quando saíram para tomar sorvete em um dia extremamente quente. O menor havia sujado o queixo e antes que pudesse pegar um guardanapo para limpá-lo, o Nara se aproximou, lambendo o doce que escorria e beijando Neji logo após terminar. Os lábios gelados e com gosto de baunilha o fizeram delirar e ele pediu para que o garoto o namorasse automaticamente após se afastar. O Hyuuga corou fortemente por estarem em um lugar público e pela atitude um tanto quanto explícita de Shikamaru, mas sorriu de orelha a orelha quando o ouviu dizer aquelas palavras e aceitou sem pensar duas vezes.

Deixou que o maior conhecesse todas as suas inseguranças a partir daí. Contou a ele como havia sido todo o processo de descoberta do próprio gênero e orientação sexual, contou sobre a transição, a mastectomia e todo o preconceito que havia enfrentado ao longo dos anos, principalmente o que vinha da família.

Neji fora expulso de casa quando se assumiu para o tio; seu responsável e dono da casa em que morava. Hinata, sua prima, já tinha um apartamento próprio que fora dado a ela pelo pai, e abrigou o primo naquele momento; era o lugar onde morava quando conheceu Shikamaru.

Sem que percebessem, Neji foi se mudando para a casa do mais novo. Nada planejado. Conforme ia para lá, ficava mais dias e levava mais coisas, consequentemente; esquecia mais coisas. Roupas, carregador de celular, perfumes. Quando mandou mensagem ao namorado em um dia qualquer dizendo que passaria lá para pegar todas as coisas que esquecera ao longo dos dias, o Nara lhe questionou por que ao invés de pegar seus pertences, não levava o resto deles para morar consigo.

Neji se mudou na mesma semana.

Alguns meses depois, Shikamaru havia chegado em casa feliz pelos dias seguintes serem um feriado prolongado e por poder aproveitar o resto dos dias ao lado do namorado uma vez que o estágio de ambos estava tomando tempo demais em suas rotinas e consequentemente, os fazendo se encontrar poucas vezes.

Ao abrir a porta da sala e não encontrar o menor estudando ou ouvi-lo preparando o jantar na cozinha, ele estranhou.

― Tadaima! ― falou um pouco mais alto do que deveria, esperando ter alguma resposta sobre o paradeiro de Neji.

Não obteve.

Tirou os sapatos e a jaqueta jogando-a sobre o sofá, mesmo sabendo que o namorado reclamaria sobre seu ato preguiçoso posteriormente. Passou pelo escritório, quarto e não o encontrando, seguiu passos até o banheiro.

Viu Neji pela fresta da porta entreaberta puxar uma tesoura da gaveta, e chorando; direcioná-la aos fios longos.

― Não! ― Shikamaru o interrompeu, abrindo a porta e segurando o pulso do namorado.

Neji puxou o braço bruscamente e recuou.

― Me deixe sozinho! ― ele gritava. ― Vamos, saia daqui!

Lágrimas grossas escorriam por seu rosto e este se contorcia em uma expressão raivosa. Shikamaru soube que algo grave havia acontecido, Neji era sim, explosivo, mas não ao ponto de chorar de ódio ou gritar com ele daquela forma.

― Por que está fazendo isso? ― ele sussurrou tentando acariciar o rosto do Hyuuga. Neji ainda apertava a tesoura entre os dedos. ― Sabe que pode me contar o que quiser.

Neji desviou o olhar para o chão.

― Eu... ― o tom de voz era quebrado. ― Hinata foi comigo até a casa do meu tio buscar algumas roupas minhas que ainda estavam lá...

“Merda!” Shikamaru pensou. Fazia meses que o mais velho não ia para a casa dos tios e com certeza lá não era um lugar seguro para ele.

― Neji, eles tocaram em você? ― perguntou Shikamaru já temendo o pior.

― Não! ― Hyuuga negou. ― Meu tio... Shika, o m-meu tio...

Neji não conseguia falar, estava soluçando demais e suas lágrimas o impediam. Nara o puxou para seu peito mesmo sabendo que o menor não suportava afeto em momentos de crise, Neji estava deprimido demais e acabou aceitando o carinho do namorado. Ele rodeou os braços pela cintura de Shikamaru, ainda segurando a tesoura e pressionando-a contra as costas dele.

― Está tudo bem. ― Shikamaru beijou o topo de sua cabeça. ― Já passou...

Após alguns minutos chorando contra seu peito, Neji finalmente conseguiu sussurrar:

― Quando meu tio me expulsou de casa, meu cabelo ainda estava na altura dos ombros... ― ele soluçou. ― Ele se assustou com o comprimento dele e disse que... se eu quero virar homem, ao menos deveria parecer com um.

Shikamaru apertou os olhos e cerrou os punhos.

Queria socar a cara de Hiashi.

Tirou o rosto triste de seu abdômen e o fez olhar para si. Limpou as lágrimas do garoto com os polegares.

― Você é homem, Neji. ― Ele selou os lábios em um beijo rápido. ― O comprimento do seu cabelo não significa nada. Meu cabelo também é longo e eu não deixo de ser homem por isso.

― Mas Shika... ― Neji não acreditava nele. ― Não é simples assim, entende? Você não precisa reafirmar sua masculinidade para todos o tempo todo. Você não gosta de roupas femininas, maquiagem ou-

― E daí? ― Shikamaru o interrompeu. ― Desde quando qualquer uma dessas coisas interfere no seu gênero, Neji? Uma mulher deixa de ser mulher por usar cuecas?

― Não.

― Então! O fato de você gostar de usar saias, ter o cabelo até a altura da cintura e se maquiar às vezes, não te faz menos homem! Porque nenhuma dessas coisas tem gênero, nenhuma delas.

Neji fungou e soltou a tesoura. Shikamaru agradeceu mentalmente, estava funcionando.

Ele se olhou no espelho e limpou as lágrimas, parecia julgar o próprio reflexo.

― É mais difícil do que parece, Shika.

O mais alto assentiu.

― Sei disso, já ouvi coisas parecidas por ser gay, algumas de amigos muito próximos e isso me machucou demais. Claro que pra você deve ser muito mais dolorido, porém, não precisa provar nada pra ninguém, Neji. ― Shikamaru guardou a tesoura e observou o namorado com ternura. ― Também não quero que faça nada para me agradar. Vamos jantar com meus pais hoje e quero que se vista como quiser, sem pensar neles ou em mim. Está tudo bem se quiser ir de saia e estará tudo bem se decidir vestir calças. Ninguém vai te julgar por isso e te garanto que minha casa é um ambiente seguro para você e sua personalidade.

Neji não esperava que o dia em que fosse conhecer os sogros chegaria tão cedo. No momento em que Shikamaru disse aquelas palavras, ele quase saiu correndo sem olhar para trás. Nunca havia sido apresentado aos pais de nenhum de seus namorados, todos eles davam desculpas sobre isso e o garoto tinha certeza de que era por sentirem vergonha dele. Estava nervoso, tinha medo de ser julgado e não atender as expectativas dos Naras. Entretanto, Shikamaru havia afirmado que seria um lugar seguro para ele, então contou até dez mentalmente e buscou se acalmar, aceitando o convite e preparando-se psicologicamente para ultrapassar mais aquele obstáculo.

Após repassar esses e mais alguns acontecimentos na cabeça, Shikamaru voltou ao presente, onde Neji ainda chorava por carregar uma criança em seu ventre.

Ele não conseguia imaginar o tamanho do sofrimento do rapaz.

― Você me disse que não estava menstruando...

― Menstruei mês retrasado e depois não veio mais ― Hyuuga desviou o olhar, odiava falar sobre aquele assunto. ― Não achei que meu útero estivesse em condições de gerar um bebê e você sabe que não gosto de falar sobre isso. Sou bem resolvido com essa parte do meu corpo, mas somente quando estou tomando hormônios. Definitivamente, odeio sangrar. Me deixa disfórico demais.

Shikamaru balançou a cabeça em afirmativa, surpreso pelo namorado ter falado tanto sobre um assunto que sempre evitava.

― E não me contou por que iria se sentir desconfortável?

Neji balançou a cabeça em negação.

― Não te contei porque você não poderia fazer nada a respeito. Estou sem testosterona, iria continuar sangrando, você sabendo ou não. Não queria te preocupar com algo que você não pode me ajudar.

Shikamaru mordeu o interior da bochecha.

― Sei disso, Neji. Mas eu poderia ter te feito companhia e sei lá, maratonado alguma série com você e te distrair enquanto os dias não passassem. Até cozinharia pra você se me pedisse. ― O Hyuuga sentiu suas bochechas ruborizarem e olhou para os dedos das mãos. Sabia que o Nara odiava cozinhar e vê-lo oferecer aquilo o fez se sentir especial. ― O que eu tô querendo dizer é que mesmo que não possa resolver seus problemas, quero que saiba que é livre pra compartilhá-los comigo. Às vezes só o fato de contar nossas angústias para alguém, faz com que elas fiquem menores. Somos um casal, isso significa que não precisa passar por tudo sozinho. Estou aqui para você como você está para mim.

Neji não conseguiu conter um sorriso. Arrependeu-se de todas as vezes que sofreu calado quando havia uma pessoa tão gentil dormindo ao seu lado na cama, e que estava disposta a ajudá-lo com o que precisasse. Entretanto, todo aquele belo discurso de Shikamaru o lembrava que só estavam ali devido a uma terceira pessoa. E isso o incomodava demais.

― Podemos parar de falar sobre esse assunto?

Shikamaru assentiu rapidamente, percebendo que naquela hora, a melhor alternativa seria ficar em silêncio.

― Oh, sim! Claro, me desculpe.

― Tudo bem.

Permaneceram quietos por mais alguns minutos, um confortando o outro com a própria presença. Era possível ouvir o som das respirações se misturando e Neji havia parado de chorar. O teste de gravidez estava no chão, entre os dois rapazes, e ambos encaravam os dois riscos vermelhos que pareciam gritar com eles e para eles.

Shikamaru não conseguiu continuar calado quando Neji começou a roer as unhas, hábito que só se repetia quando estava extremamente nervoso.

― O que quer fazer agor-

― Abortar ― Hyuuga o interrompeu.

Nara respirou fundo. Não queria que o namorado tomasse uma decisão precipitada. E sabia que lá no fundo ― bem no fundo mesmo ―, estava feliz pela possibilidade de ter filhos biológicos com ele. Tinha medo de que quisesse aquela criança tanto quanto ele e acabasse abortando por medo do julgamento alheio.

― Tem certeza?

Neji suspirou e suas mãos começaram a tremer. Os olhos se tornaram marejados novamente. Ele encarou o rosto do mais novo, completamente perdido.

― Não.

― Ainda temos tempo para pensar sobre isso, legalmente você pode abortar até a décima segunda semana.

Hyuuga mordeu os lábios e brincou com os anéis entre os dedos, certamente, não era o tempo de gravidez que o incomodava.

― Vai me apoiar se eu quiser tirar?

Shikamaru sorriu sincero.

― O corpo é seu, Neji ― Ele apertou uma das mãos do garoto que parou de tremular assim que recebeu o carinho. ― E eu nem consigo imaginar como sua cabeça deve estar uma confusão agora. Te apoiarei em qualquer decisão que tomar. ― Neji sorriu, sentindo um peso sair de cima de suas costas. ― Tem algo que eu possa fazer pra te ajudar?

O Hyuuga pegou o teste e o guardou dentro de uma gaveta, tirando o objeto do campo de visão do casal e negligenciando aquele assunto por alguns minutos.

Ele respirou profundamente e preparou-se psicologicamente para o que pediria ao Nara. Quando acreditou que estava pronto, de olhos fechados murmurou:

Me abrace.

Shikamaru só percebeu que o namorado estava realmente falando sério quando estendeu os braços para ele. Sem hesitar, enlaçou um braço pela cintura do Hyuuga e com a outra mão soltou os cabelos longos que ele mesmo havia prendido, alisando-os com os dedos e aspirando o cheiro gostoso que eles exalavam. Beijou o topo da cabeça de Neji e disse:

― Estarei aqui se quiser que continuemos sendo apenas dois. ― Neji sorriu contra o peito dele. ― E ficarei extremamente feliz se quiser que nos tornemos três.

Neji mordeu o lábio.

A ideia de ter algo crescendo dentro de si já não parecia mais tão assustadora assim.


Notas Finais


Sei que muitas pessoas não gostam de comentar e apenas favoritam as fics que leem, mas eu realmente PRECISO de opiniões, pois estou muito insegura com essa história. Sério, críticas construtivas são muito bem-vindas e elogios também. Novamente, se você é uma pessoa trans e acredita que algo que escrevi aqui possa ofender alguém, peço que me avise e editarei a história.
Obrigada por lerem!

(pedidos de oneshots podem ser feitos pelos comentários ou pela mensagem privada, é só dizer qual casal de Naruto você gostaria de ler + o plot se houver, se não tiver algo em mente, eu desenvolvo a história do zero!)


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