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História Three - Um dia como os outro, porém com três caras


Escrita por: Min_Kikoo

Notas do Autor


OHAYOOO!!

Primeiro capítulo após o prólogo, no dia certinho e pah! Eu fico tão feliz quando eu posto o capítulo no dia certo, porque é uma coisa rara — quem lê minhas histórias tá ligado(a) na demora.

Teremos uns personagens novos, muito importantes para o desenvolvimento das nossas protagonistas hehehe

Boa leitura:3

Capítulo 2 - Um dia como os outro, porém com três caras


POV’S YUKI

Não que, por hoje ser sexta-feira, eu esteja muito animada para o fim do dia e tals, mas sim porque hoje é sexta-feira e no fim do dia é começo do fim de semana.

Talvez seja uma lógica complicada de se entender.

A preguiça para levantar às seis da manhã estava grande, mas a vontade de tomar um cafézinho é maior e, ainda mais, tem Jaeke que fica encarando a porta, na esperança de que magicamente ela vai abrir para ele sair. Sentei na cama, dei aquela espreguiçada da boa, que prazer nenhum é comparado a essa sensação — talvez esteja ficando um pouco demais.

Escovei os dentes e tomei um banho para despertar, que me deu mais vontade de voltar para debaixo das cobertas do que ir trabalhar. Peguei meu livro e desci as escadas acompanhada do meu filho peludo, indo diretamente para a cafeteira e colocando a cápsula de macchiato, muito bom para começar o dia, abri meu livro na página marcada, afim de ler enquanto esperava minha bebida ficar pronta.

Não fazia muito sentido, a protagonista está apaixonada por um cara, mas namora outro cara que também tá apaixonado por outra moça. Por que ninguém toma uma iniciativa de terminar? Talvez, estejam sem confiança de que vão levar um fora dos outros dois amantes… mas mesmo assim, eles não se amam!

Corri até o quarto, apenas peguei meu celular e voltei, abri o Instagram e fui nos directs, onde ficava o grupo de debate que, por um acaso, já estava bem movimentado em plena seis da manhã de uma sexta. Vi que tinha um user que colocou um texto sobre o mesmo livro que eu estava vendo.


“Se a protagonista não quer terminar o namoro, isso quer dizer que ela ainda ama sim o namorado, mas ela se sente atraída pelo outro cara. Acredito que não seja amor de verdade, somente uma atração sexual ou porque ele é bonito — pela descrição dada por ela.

Já o namorado dela, o outro protagonista, ele sim dá muitos sinais óbvios de que está apaixonado de verdade pela outra moça, mas, ao ver o quão amado está sendo pela própria namorada, ele não quer a magoar e acaba também vacilando em terminar o relacionamento por gostar do jeito que é cuidado pela protagonista.”


Sem noção do que ele falou, certeza que esse cara não sabe usar palavras.

Entrei no perfil, vante_th era o nome, não tinha o nome verdadeiro da pessoa, algumas fotos dele. Decepcionada estou. Um cara tão bonito com um neurônio só, okay, é a opinião dele, mas vamos entrar em consenso. 

Determinada a somente mostrar alguns pontos de vista meus, sobre o livro e sobre o palpite desse user, estralei meus dedos e comecei a digitar.


“A protagonista não termina o namoro por algum motivo oculto, não porque ela não quer e isso quer dizer que ela ainda ama o namorado, ela não ama o atual namorado e sim o outro rapaz, isso é bem explícito por ela. Pode até ter atração sexual, bem, com certeza tem, mas eles também se amam e isso é mais que óbvio.

Realmente, o protagonista deixa bem óbvio que ele também está cegamente apaixonado pela outra moça, mas não acho que ele não toma a iniciativa de terminar o relacionamento por gostar da simpatia da atual namorada.

Acredito que eles nunca terminam isso por não serem totalmente confiantes de que não vão levar um fora dos amantes e fica nesse looping de confusão.”


Deixei o celular de lado e fui pegar meu café, que já havia ficado pronto há uma cota, isso se já não estava frio. Ia voltar a minha leitura, até ouvir o celular vibrar e minha curiosidade de saber se era realmente alguém que comentou na meu debate ou até aquele  user que respondi marcando a mensagem dele.


“@blu_etree foi apenas um erro a parte de a protagonista não querer terminar o relacionamento e esse ser o motivo concreto para ela namorar ainda o outro protagonista, mas acredito sim que ela ainda o ama e somente sente atração pelo outro cara.”


Não é possível… deixei bem claro, não só, o livro também deixa bem claro que a protagonista abertamente diz que está apaixonada pelo outro rapaz e não o namorado dela.


“@vante_th você leu mesmo o livro ou pegou um resumo da internet?”


– Que cara insistente! – Resmungo sozinha.

– Brigando com alguém assim tão cedo, Yuki? – Ouvi a voz de Nina nas escadas e logo a imagem dela apareceu.

– É só um user do grupo de literatura. – Bem, era só isso, mas estou levando a sério.

– Vocês são loucos, incluindo a Kiko. – Colocou a chaleira no fogão para esquentar água.

Aí está dois fatos que diferem muito a Nina do que a maioria — apenas eu e a Kiko — tem como normal: ela não gosta de ler e não bebe café.

Ouvi meu celular vibrar novamente e desbloqueio a tela, vendo que era novamente o tal vante_th.


“@blu_etree ainda estou lendo, estou na metade, no ápice do problema da história. Não peguei resumo nenhum, muito pelo contrário, tentei me esquivar ao máximo de spoilers e afins.

Talvez você é que está engabelando aqui, pois meu argumento está mais que óbvio!”


Ele só pode tá de brincadeira…


“@vante_th parece que estamos no mesmo nível, na mesma parte do livro e não estou engabelando nada, como pode ver tenho total atenção a história, já que meu argumento faz mais sentido!”


Foram alguns minutos em pé, somente digitando e resmungando, nem ligando muito para a presença de Yomozuki ali, só tinha foco para vencer aquele debate árduo.

Não é a primeira vez que me bato com alguém assim, acontece muito por minhas palavras e jeito insistente no meu argumento, mas esse cara user também parece ser duro na queda. Vai ser difícil, mas não pretendo desistir. Minhas habilidades digitando não são tão ágeis comparadas com a de Mitsuya — nada menos esperado de uma coisa que passa quase o dia todo na internet — no caso, metade do dia e madrugada adentro.

– Yuki? – Mas isso não me interfere, ainda consigo digitar e pensar rápido. – Yuki? – Vou vencer esse debate antes de chegar a hora de ir trabalhar. – Yuki-san!

– Tá gritando por que? – Olho para minha prima na entrada da cozinha.

– Porque faz séculos que tô te chamando. – Usou um tom de deboche. – Tô saindo.

Ah, era só isso.

Após ver Nina sair, a porta fechando era meu alarde de que estava na hora de me arrumar para ir trabalhar. Esse user é mais difícil do que pensei, pelo visto, vou ter que deixar para finalizar essa guerra no horário de almoço.

Simplesmente, tomei meu café, mas era impossivel não responder aquele user desaforado, cada mensagem com toda confiança e orgulho no pico ia de mim e voltava desse ser. Meus cabelos vão cair de estresse! 


"@blu_etree aposto que não tem muito conhecimento da literatura, é isso!"


"@vante_th quem não conhece é você! Isso que se passa na sua cabeça é tão sem noção."


Enviei a última mensagem e comecei a limpar a mesa, não vou me estressar e estragar o meu dia com algum idiota na Internet. Não mesmo. Depois de lavar a louça, vou para meu quarto e começo a me arrumar para ir trabalhar.


POV’S KIKO

Ah… acordei.

O fato da persiana do meu quarto brigar com a luz solar, fazendo o cômodo ficar eternamente escuro, é o que mais me faz não querer acordar, além do ar condicionado. Nossa, que estranho. Sabe, há alguns anos, vivíamos reclamando do calor e brigado por um ventilador. 

As vezes paro para pensar no quão sortuda fomos ao ganhar aquele jogo e, ainda mais, em termos a Yuki que, por algum motivo desconhecido, assistia a vídeos na internet sobre investimento — mas recomendo que procure um profissional, nós somos meio doidas e fomos na fé de investir em um tal ouro não sei o que.

Depois de um momento reflexivo, sento na cama e olho para Golpa, cada dia que passa ele tá maior e, o que eu vou fazer com esse cachorro gigante?!

– Ohayo, Golpa-kun. – Desejo ao cachorro.

O de sempre: escovar os dentes, beber café, tomar banho, esquentar o almoço e ficar assistindo dramas até as meninas chegarem.

Liguei a TV e meu notebook , coloco a novela e ouvia, dando total atenção às cenas mais importantes,pois prestava atenção no e-mail que me foi  respondido da tal empresa que queria me contratar como coreógrafa. De tanto assistir dramas em que as pessoas são enganadas com falsos e-mails de falsas empresas, tenho que verificar. Porém, era o nome de uma empresa muito conhecida e não acho que seriam tão burros assim para usar um nome tão conhecido, até joguei o endereço no Google Maps.

Precauções.

Dei uma olhada nos dados do meu canal, havia ganhado mais dez inscritos e vinte e cinco likes!

– Muito obrigado, novos Pandas! – É, eu agradeci em voz alta.

Nomeei meus inscritos assim quando atingi dez mil pessoas, na verdade, foi a Nina que deu a ideia, já que uso desde sempre um panda como símbolo e avatar em tudo haver com o canal.

Dei mais uma olhada, um aviso de que meu último vídeo tinha sido monetizado, esse que não era de dança, já que os que tinha música de outra pessoa eu não ganhava monetização. Enfim, a vida. Entrei no banco virtual, lá estava dizendo que mais alguns dólares haviam entrado.

Então, tá tudo beleza.

– Não! – Grito. – Sai dai, o verdadeiro assassino tá ai! – É, estou falando com a TV.

Dei um suspiro de alívio quando o outro protagonista — o cara que a moça fica no final — apareceu, mas foi aí que olhei para porta e vi minhas primas me encarando.

– Ah, oi gente. – Saudações como se nada tivesse acontecido.

Elas negaram com a cabeça e saíram rumo a cozinha, levantei as pressas, afim de contar e ouvir algumas novidades.

– Adivinhem quem ganhou mais de mil dólares com o último vídeo de dicas para iniciantes no hip hop?

O choque foi tanto que Nakamura ficou nervosa e quase deixou os hashis caírem da mão, assim como Yomozuki se engasgou com a água que bebia.

– Mais de mil dólares… – Yuki disse mais para si do que para mim

– Como você ganha dinheiro sendo que parece que é um zumbi que não sai da frente de um notebook?

– Esse é o ponto, Nina-chan. – Cruzo os braços, me achando super foda. – Acredite, dá trabalho gravar, editar, fazer upload e monetizar um vídeo. – Não estava mentido.

– Também queria ganhar dinheiro assim… – Choramingou Nina.

– A gente fala como se a gente não tivesse uma conta bancária com vários zeros agora. – Minha prima mais velha nos lembrou.

Todas paramos um momento, aquela auto reflexão.

– Verdade! – Começamos a rir.

– Talvez isso seja meio nojentinha e metida de se falar… – Yuki continuou. – …mas é verdade.

Assim seguiu nosso almoço, contei que recebi um e-mail de confirmação para minha entrevista hoje, Nina contou que ainda estava com problemas no caso do empresário injustiçado e Yuki confirmou o lançamento do novo aspirador robô.

– Sério mesmo, a gente vai ter um, né? – Pergunto.

Cara, para muitos, aquilo era só um aspirador, mas para mim era uma inovação de aspirador. Temos dois aspiradores robôs em casa, um no andar de baixo e outro no de cima, mas, imagina o seguinte: você está em casa de boa e quer ouvir uma música, aí tem que levantar para ligar a caixa de som. O aspirador funciona por voz. E, ainda mais, quando está descarregando, ele mesmo usa a bateria reserva para ir até o suporte carregador. Magnífico!

– É, Kiko-chan. – Para minha maior felicidade em duas horas acordada, resposta positiva da Nakamura.

– Oh, meu Deus… – Comentou minha outra prima. – Quantos anos você tem mesmo?

Dei língua para ela e resmunguei um palavrão, recebendo o mesmo de volta.

– Duas crianças! – Nossa prima mais velha decreta.

Nós terminamos de almoçar, fui a perdedora no pedra, papel e tesoura e tive que tirar a mesa, pelo menos, temos a belíssima maquina de lava louça. Limpei a mesa e fui para o meu quarto me arrumar, pois tinha que ir para minha entrevista.

– Nina-san… – Chamo manhosa, claro, estou tentando extorquir algo.

– O que você quer? – E ela sabia bem disso.

– Me dá uma carona? – Sorri. – A empresa é pro mesmo lado que o escritório, sabe…

Ela estreitou os olhos e negou com a cabeça.

– Por que não vai de moto? Sabe que não vou poder te buscar. – Abriu a porta da frente.

– O carro da Yuki tá na frente e já está mais que no hora de eu sair, ainda tem o motivo de eu ter esquecido de trazer a chave do quarto e estou  com preguiça de subir um lance de escada por uma chave.

– Tá, que frase grande só pra dizer que está com preguiça! – Sorri vitoriosa e a segui até o SUV vermelho.

Não demorou muito para chegar, afinal, o escritório não era tão longe de carro, logo a empresa também não seria.

– Valeu, querida. – Digo enquanto colocava a alça da mochila no ombro.

– Como vai pra casa? – Perguntou. 

– Posso pedir um carro de aplicativo, ou pegar ônibus. – Explico simplista.

Não me importava muito, os ônibus da Coreia são relaxados a noite.

Passo pela porta de vidro, vendo a imensidão daquele lugar e me espantando com tão coisa, vou até a recepção e peço informação. o que foi um pouco difícil, pois a moça disse que não tinha nenhuma entrevista marcada para hoje. Comecei a pensar nos golpes. Mas ela interfonou para o tal gerente e me indicou onde deveria ir.

Entrei no elevador e subi até o quinto andar, indo diretamente para a sala quatro, indicada no papelzinho que me foi entregue. Bati na porta e ouvi um entre em meio a uma fala em outra voz.

– …acho que você já é suficiente… – O rapaz se interrompeu ao me olhar.

– Com licença, Jung Hoseok?– Perguntou direcionando meu olhar para o rapaz do outro lado da mesa.

O rapaz a sua frente ainda me encarava e aquilo estava começando a me incomodar, não sei se estava me irritando, com vergonha ou desconfortável.

– Oh, finalmente nos conhecemos, Mitsuya Kiko! – Ele deu a volta na mesa e se aproximou com a mão estendida. – Muito prazer, sou, como estranhamente titularam, gerente coreógrafo.

– O prazer é todo meu. – Aceito o cumprimento de sua mão e sorri abertamente. – Bem… na recepção me informaram que não haviam marcado nenhuma entrevista para hoje, devo ter cometido algum erro ao ler o email ou não era hoje… – Digo meio incerta.

– Primeiramente, sente-se. – Me indicou a cadeira ao lado do rapaz de pele incrivelmente branca. – Esse é Min Yoongi, nosso principal produtor aqui. – Apresentou o metralhadora de olhares, que apenas cumprimentei com um curvar de cabeça e recebi o mesmo cumprimento. – Realmente, isso não será uma entrevista de emprego, nós te enviamos aquele e-mail para marcar essa reunião e assinar o contrato, claro, se você quiser.

Ele me passou o contrato enquanto dizia resumidamente tudo que estava escrito ali: salário, tempo de expediente, benefícios, regras. 

– Nós encontramos seu canal na internet, bem, na verdade, foi ele. – Apontou para o Min ao meu lado, esse que olhou para o Jung como se quisesse esgana-lo por revelar aquilo.

– Como assim?

Ele coçou a nuca e começou a ficar vermelho, achei fofo, não vou mentir e me sacrificar por esse comentário arco-íris.

– Acompanho seu canal há um tempo e… – Respirou fundo. – Quando fizemos a reunião de planeamento do novo grupo, Hoseok mencionou que todos os coreógrafos que já temos estão muito ocupados e precisávamos de uma nova pessoa para coreografar as músicas, lembrei que havia se mudado para a Coreia fazia uns anos, e bem…

Como… como esse cara tá ligado que não sou daqui?

Minha família paterna é totalmente coreana, ou seja, tenho tantos traços que nem difere, também sou fluente na língua e tenho pouco sotaque, mas quase ninguém sabe que me mudei de país, tipo, pessoas aleatórias que nunca vi. Tirando que fiz um vídeo dos três de trabalho para a mudança, então significa que esse cara me acompanha há um tempo muito considerável.

– Bem, nós te achamos assim e, sem querer apelar, estamos um pouco apressados e com urgência. – Hoseok se explicou. – Suas habilidades explicando verbalmente são difíceis, mas você muito bem como ensinar a dança usando o seu próprio corpo. As coreografias que você criou são incríveis e vejo que você tem a vibe para o estilo desse grupo. – Finalizou. – Aguardaremos ansiosamente a sua resposta

Meu olhos não saiam daquele Min Branquelo, estava tão surpresa em encontrar um quase fã, bem, é a primeira vez que me bato com um inscrito, não sou lá essas coisas de famosa, mas mais de quientas mil pessoas me assistem e uma delas está na minha frente e um produtor muito foda de uma empresa muito foda.

– Posso ter uma caneta? – Ambos os dois me olharam surpresos. – Essa empresa tem ótimas condições e me trará muito benefício pelo que li aqui no contrato.

Todo desajeitado, parecendo ter esquecido que tinha um porta-lápis cheio de canetas na sua frente, Hoseok começou a vasculhar as gavetas atrás de uma, mas Yoongi me entregou uma das que estavam ali em cima. O sorrisinho de canto que ele deu. Que maldito! Me fez estremecer por algum motivo e desviei o olhar por tal motivo.


POV’S NINA

Eu odeio aquele velho!

Não é possível, dei minha alma ao diabo na vida passada, porque esse caso estava mais que óbvio e tudo foi por água abaixo por causa daquele velho.

O empresário, que era meu cliente no caso e vítima, deu testemunho e ajudou com provas claras de que está sendo injustiçado, mas infeliz do vice-presidente dele é a desgraça em pessoa. Oh homem desgraçado. Sempre tinha um álibi confirmado para tudo, dava um jeito de manipular provas a seu favor e, pior de tudo, tinha sim uma tortura psicológica e manipulação no chefe dele. 

O caso foi dado como encerrado agora no fim da tarde, quando o infeliz jogou milhares de bombas no velho e o coroa aceitou tudo de bom grado, ele aceitou todas as acusações, mas não foi preso e somente — "somente" — teve que pegar uma multa de oitocentos mil dólares. 

Me encontrava em mais uma balada, mas não estava nem um pouco animada para curtir e dançar, só queria beber e ouvir música. Nunca estive tão puta na minha vida. Talvez uma balada não seja o melhor lugar para extravasar e descarregar estresse do trabalho, mas virou um costume meu.

– Você está bem? – Um voz soou ao meu lado, um voz feliz, até  já ia formular um "dá o fora daqui", então vi o rosto do dono da voz melodiosa.

Que homem!

O homem de cabelos negros e piercings trajava uma camisa social vinho, um decote que eu diria que a camisa estava quase a aberta, as mangas arregaçadas, mostrando o braço fechado de tatuagens, a calça de couro colada na pernas, me deixando doidinha só encarando o monumental par de coxas ali cobertas. 

Que homem!

– Oh, sim! – Forcei um sorriso, afim de não parecer que estava secando o corpo dele inteiro. – Posso ajudar?

Ele sorriu de canto, se ajeitou no banco do bar, se virando de frente para mim e lançando um sorriso travesso.

– Você parece incomodada com algo e, sem querer parecer um galanteador, seu rosto é bonito demais para ter essa expressão tão abalada.

Não sei vocês, mas eu tô me perguntando a quanto tempo esse cara deve tá me olhando.

– Apenas alguns problemas no trabalho. – É, era um problema, pois, se eu tivesse ganhado o caso, teria recebido mais do que recebi.

Vi os olhos grande e curiosos percorrerem meu corpo, de cima a baixo umas três vezes, logo dando mais um de seus sorrisos travessos.

– É algum tipo de trabalho formal? Assim, está usando roupas formais demais para uma balada. – Se explicou. 

– Sou advogada. 

Os olhos dele se triplicaram de tamanho. Não entendi…

– Wow… – Deu um risada soprada. – Que incrível!

– Incrível?

Ele umedeceu os lábios e desviou o olhar.

– Minha mãe é advogada chefe de um escritório. – Disse ainda sem me olhar. – Na verdade, é meio estranho ter praticamente ter dado em cima de uma provável subordinada da minha mãe. 

Eu ri.

Poxa, será que é um filhinho da mamãe que finge ser o filho perfeito e esconde a imagem de garanhão?

– Nosso chefe é homem. – Curta e um pouco rude.

Que pena… – Riu soprado.

Qual é a desse cara?

– Seria bem mais interessante se você fosse empregada da minha mãe, eu acho. – Ele fez uma expressão pensativa tão inocente que quase acreditei, até aquele sorriso travesso voltar. – Me chamo Jeon Jungkook. 

Fiquei uns segundos ponderando entender qual é a daquele cara, mas decidi arriscar.

– Yomozuki Nina. 

– Hm, você é japonesa? – Arqueou uma sobrancelha e eu simplesmente assenti com a cabeça. – Você fala muito bem a nossa língua…

– É, fluência. – Talvez eu esteja sendo rude demais.

– Sabe o que significa "quer comer um ramyeon"? 

Que porra de frase é essa?

Quem pergunta para a mulher que está dando em cima se ela quer comer miojo do nada?

– Está com fome? – Perguntei. 

Ele sorriu e levantou do banco.

– Posso ter o seu número? – Tirou o celular do bolso.

Meio relutante, peguei o aparelho e digitei meu número e nome, entregando de volta para o senhor sorrisinho. 

– Procure saber o que significa essa frase, é importante saber o convite que lhe fiz agora.

Ele deu as costas para ir embora, mas segurei sua mão antes.

– Vamos dançar? – Sugeri.

Se ele quer fazer joguinho, chegou a minha rodada. 

Antes de sairmos, virei o resto cerveja, na pista de dança, uma eletrônica genérica tocava e comecei a dançar, tendo o olhar fumegante do rapaz em mim. Me sinto quente. Ele começou a dançar também, estávamos cara a cara, mas eu virei de costas e fiquei dançando assim.

Sinto que ele não vai me tocar sem permissão.

Tateio atrás de mim atrás de suas mãos e o puxo para mais perto, fazendo seu chocar com o meu, seus braços de cada lado do meu corpo foram largado em sinal de que o local não era proibido. 

As mãos grandes me seguraram com delicadeza, o corpo musculoso se movimentava em sincronia com o meu e aquilo era tão bom. 

Beber sentada não foi uma boa ideia, nem percebi que tinha bebido uns sete chopps e três doses de tequila, agora está fazendo efeito, minha vadia interna está saindo sem permissão.

– Tão linda… – A voz grossa sussurrou no meu ouvido, me fazendo estremecer e arrepiar. 

Me virei de frente, descendo minhas mãos pelo peitoral definido, até as coxas fartas, dando uma leve apertada ali e vendo o rapaz me encarando com uma expressão todo libidinoso.

– Essas coxas são uma perdição… – Confesso. – Você inteiro é uma perdição!

Dessa vez, eu sorri.

Voltei a dançar com o rapaz, mas, como um filme, parecia que tinha sido cortado, a cena havia acabado ali, pois eu acordei na minha cama, com uma dor de cabeça horrenda.

– Ah, acordou, senhora advogada? – Yuki apareceu no quarto com um tigela de sopa de ressaca.

Se chama de ressaca porque o sabor fica mil vezes melhor de ressaca, recalcados dirão que é só para curar ressaca.

– Yuki, como eu cheguei em casa? – Minha cabeça não parava de latejar.

O moreno tatuado veio te trazer.

Oi?

Me sentei na cama com certa pressa e senti minha cabeça me castigar.

– Moreno tatuado? – Ela assentiu.

Do nada, Kiko aparece bocejando e coçando o olho.

– Quem é tatuador? – Perguntou com aquela voz de alce, vindo diretamente para minha cama e se jogando. 

– Ele… ele entrou? 

– Só pra te botar na cama, afinal, tendo um cara fortão daqueles eu ia gastar minha pouca energia pra te carregar? –  Fez uma expressão de deboche.

– Espera, e como ele descobriu meu endereço?

– Eu vou lá saber, menina! – Deixou a tigela no criado-mudo e saiu do quarto. – O que eu fiz? – Me perguntei. 

Posso ter feito muita merda, tipo, ter dado a senha do meu cartão, a senha da conta bancária, meu CPF, ou até ter contado minhas drásticas histórias amorosas. E se ele só queria extorquir dinheiro de mim? Ou ele abusou de mim?! Tenho que conferir se está tudo okay lá embaixo! 

– Quanto esse tatuador cobra? – Mitsuya resmungou com a cara no travesseiro.

– Ah, cala a boca! – Jogo uma almofada nela.


Notas Finais


Mas quanto é que o tatuador cobra? Kkkkk

Até mais 😍


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