História Through the Dimensions - I dont believe

A semana havia passado rápido, já era sexta feira, eu estava extremamente curiosa, o Justin havia me falando que era nesse final de semana, e eu estava muito curiosa, o que esse moleque iria aprontar? Era estranho, por mais que eu o conhecia, ele não sabia nem quem eu era, isso era completamente estranho.

Estava atravessando o espelho, iria me encontrar com o Justin, eu estava com saudades dele, essa semana havia indo o visitar semana sim e semana não, e ontem eu não tinha ido o ver, eu queria estar com ele a todo dia e toda hora, mas minha mãe já estava começando a ficar no meu pé, ela já estava começando a desconfiar dos meus pequenos sumiços, pelo menos agora ela trabalhava, eu e só teria que voltar antes dela chegar, ou eu teria que ouvir todo aquele discurso de que não era seguro sumir assim.

Era definitivamente estranho agora, sempre que eu encontrava minha “mãe” pela casa, ela não trocava uma palavra se quer comigo, ela apenas me encarava com um olhar furioso e agora eu nem mais via ela com aquele olhar tenebroso e negro, e eu agradecia isso todos os dias. Também tentava me acostumar com a ideia de que Justin era um semideus, e ela era um demônio, denominado de guardião, pra mim era tudo tão confuso, mas Justin disse que aos poucos eu iria entender e assim que ele tivesse autorização ele me contaria o que podia.

Parei em frente a casa do Justin esperando que algum me atendesse e logo fui surpreendida por um abraço apertado e eu não pude evitar de sorrir envolvendo meus braços em seu pescoço.

-estava com saudades – ouvi sua voz sussurrar próximo ao meu ouvido me deixando completamente arrepiada e pude ouvir sua risada.

- eu também estava – sussurrei de volta envolvendo meus braços em seu pescoço. – mesmo tendo se passando apenas um dia sem te ver – completei a frase soltando uma risada e ele agora desviou seu olhar pra mim com um sorriso nos lábios.

-um dia sem você pode parecer a eternidade – ele comentou roçando nossos lábios.

-já falei pra parar com isso – disse um pouco sem jeito, não importa quanto tempo eu passava com ele, eu nunca iria me acostumar com esses elogios, eles sempre me deixavam sem graça.

-impossível está sem você sem elogiar todas as suas maravilhosas qualidades – ele fez de novo e em seguida soltou uma risada sapeca – ta vendo, é automático – ele riu.

- você é um tremendo de um chavequeiro sabia? – comentei e sorri ouvindo sua gargalhada.

-qual é, eu tenho meus charmes – ele comentou jogando o cabelo pro lado e piscou pra mim, me fazendo rir.

- então quer dizer que tudo isso é um jogo de sedução? – o olhei semicerrando os olhos o fazendo rir.

-claro que não my dear, eu não quis dizer isso – ele disse se explicando e me dando alguns selinhos - vous savez, avec vous, c'est différent et tu es spécial – ele disse em francês com uma cara convencida, provavelmente querendo me deixar confusa o que me fez rir.

-alors dire que vous pouvez parler le langage de l'amour – comentei o fazendo rir.

-pelo visto você também – ele disse rindo e me puxando para dentro.

-como aprendeu? – perguntei curiosa enquanto ele me arrastava escada a cima para seu quarto.

- meu avô era francês e bom ele não falava inglês, ele me ensinou algumas coisas, então eu acabei aprendendo, era a única forma de nos comunicarmos, e de certo modo era engraçado, porque alem do meu avô e do meu pai, eu era o único que sabia falar francês, então de certo modo era engraçado – ele disse e sorriu se jogando agora em sua cama. – mas e você?

-bom – ri me sentando ao seu lado na cama – meus avós são franceses, minha mãe nasceu na França, eu nasci na Califórnia, mas morei lá dos meus 7 aos 13 anos junto com a minha mãe e o meu pai – disse com um sorriso de lado.

-e por que voltou? – ele me perguntou curioso e interessado no que eu tinha a dizer.

- bom, depois de um tempo as coisas foram complicando por lá, minha mãe acabou tendo uma briga feia com minha avó e então ela decidiu voltar a Califórnia, onde ela e meu pai se conheceram.

-entendi, mas...como veio parar em Atlanta? – ele perguntou um tanto receoso.

-bom... – soltei um logo suspiro- depois de voltar a América, meus pais começaram a se desentender e acabou que três anos depois de tantas brigas eles acabaram se separando – suspirei e senti seus braços envolverem minha cintura – e nesses dois anos minha mãe meio que surtou, ela ficou em depressão durante um ano e ano passado que ela voltou a trabalhar e se recuperar quando meu pai se casou novamente, ele não chegou a ter filhos, e minha mãe começou a ficar mais protetora comigo desde então, e esse ano ela teve essa ideia de recomeçar em um lugar novo, ela me deu a desculpa sobre ter novas oportunidades de empregos, vivermos melhor e então ela resolveu vir para Midtown já que voltar para Champ de Mars na França estava fora de cogitação em seus planos. – disse enquanto olhava paras minhas mãos enquanto meus dedos brincavam de se enroscar um no outro, o que me parecia a coisa mais legal a se fazer naquele momento.

Depois de um tempo em silencio do mesmo jeito que estávamos resolvi levantar o olhar e o encarar, ele me olhava com tanta ternura, e ainda abraçava minha cintura, ao perceber que eu o olhava ele sorri e me deu um selinho e me puxou para que eu me sentasse no seu colo e eu sorri o abraçando e deitando minha cabeça em seu ombro, o olhei e o mesmo tinha um sorriso protetor nos lábios enquanto acariciava meus cabelos.

- vous êtes ma princesse – ele disse com um sorriso nos lábios o que fez abrir um sorriso de rasgar os lábios.

- et vous êtes mon ange – ao dizer isso pude ver seu sorriso aumentar, ele definitivamente sabia me deixar feliz.

                                                      (...)

Havia passado a tarde toda com o Justin, o que me fez um bem tão grande, eu estava tão feliz, ele havia me deixado assim, ele era realmente incrível.

Encarei meu diário, essa semana com a faculdade e minhas visitar repentinas na casa do Justin, eu quase não tinha tempo de escrever, as melhores horas para escrever era nos dias que eu não ia a casa do Justin ou quando eu voltava da casa dele, a noite, porem as vezes eu ficava tão cansada que depois de comer iria logo dormir.

Me sentei na escrivaninha de frente pra janela e abri meu diário pegando minha pena.

“Novo amor,

Tanta coisa está acontecendo ao mesmo tempo comigo agora, depois de tantas coisas, eu havia conseguido entender – ou ao menos achar que entendeu – o que eu entendia pelo Justin, eu não tenho certeza se posso chamar isso de amor – ainda, talvez – mas eu tenho certeza de que é um sentimento forte, quando não estamos juntos parece que falta um pedaço de mim, como se a cada vez que eu voltasse pra casa, uma parte de mim ficasse dentro do espelho, e eu sinto isso, de certo modo, isso é verdade, porque agora Justin faz parte da minha vida, ele pertence a ela, e eu não posso negar isso, e agora tira-lo da minha vida seria algo completamente difícil e complicado, eu não sei se teria coragem de tirá-lo de minha vida, e definitivamente, eu não quero.

Bom, o Justin, digamos o da vida real – o da minha dimensão – eu encontrei-o no twitter, não exatamente no twitter, mas eu o encontrei na internet, isso é extremamente ótimo, quer dizer, eu o achei de verdade, porem ele mora no Canadá, isso é longe, muito longe, fora que mesmo se nos encontrássemos, sempre há uma coisa pra atrapalhar, quer dizer, como ficaria o Justin, o meu Justin? Ele tem medo que eu esqueça dele, mas isso jamais aconteceria, eu nunca conseguiria o esquecer, nem que eu quisesse, mas como seria? Seria completamente estranho eu estar me envolvendo com um Justin e conversar com o outro, isso é estranho.

O Justin da minha dimensão – assim como resolvi por fim chama-lo – disse que tem uma surpresa pra mim, o que é um tanto engraçado, nós nem nos conhecemos... quer dizer, ele não me conhece, e tem uma surpresa pra mim, é também estranho, por que ele ao menos sabe quem eu sou, quer dizer, creio que ele não sabe da existência do espelho que existe um semideus idêntico a ele dentro do espelho, isso é estranho, mas de jeito, ele é tão lindo que poderia ser considerado sim um filho do deus da beleza como Apolo ou Afrodite. – mas isso não vem ao caso agora –.

Eu ainda tenho algumas duvidas devido ao espelho, o Justin – da outra dimensão – me contou a verdade, mas é ainda tudo tão estranho pra mim, ele disse que “minha mãe” é o guardião, e ele é o semideus, mas se ele é o semideus de anos e anos atrás, o que ele ainda está fazendo no espelho, pelo que eu sei, semideuses tem poderes, mas não são imortais e por quanto tempo ele está lá? Como ele conseguiu viver por tanto tempo, é como se ele fosse parte do espelho, e se ele faz parte do espelho por que não pode ser morto pelo guardião se é ele que me prende lá? E quais são os segredos que o Justin não pode me contar? O que aqueles supervisores são? O que eles guardão? É tudo tão confuso e tão complexo que é difícil imaginar, ter hipóteses é fora de cogitação.”

Suspirei encarando agora a folha escrita e sorri comigo mesma lembrando de todo o tempo que passei com o Justin e certamente isso não pode ser escrito ou descrito em papel algum, é algo perfeito que minha mente vai gostar de recordar para sempre.

Abri o notebook após me sentar na cama e abri rapidamente o twitter com certeza o Justin poderia me falar alguma coisa sobre sua surpresa, eu realmente estava ansiosa, mas havia me esquecido completamente. Encarei seus tweets vendo se havia alguma dica ou coisa do tipo, mas nada, realmente nada que falasse sobre sua surpresa.

“Hey, eu estou curiosa sabia?”

Mandei a ele com total certeza de que ele não me falaria exatamente nada, mas eu tinha que tentar, aquela curiosidade está me matando por dentro.

“Acho que pela hora sua surpresa só conseguirá chegar amanha pela manha, então acordando cedo mocinha Americana”

Ri comigo mesma lendo aquele tweet, porem eu não sei se minha curiosidade aguentaria até amanha, a semana havia passado tecnicamente rápida devido meu tempo passado com o Justin – da outra dimensão – mas agora não havia nada que eu pudesse fazer parar que me distraísse ou tirasse toda minha atenção dessa surpresa que me consumia por dentro, o que era até que engraçado.

- Emma? Cheguei querida – ouvia a voz da minha mãe ecoar pela casa, já que a porta do meu quarto estava aberta.

- tudo bem, estou aqui em cima – gritei em resposta e a ouvi falar algo, mas não conseguia entender o que ela havia dito, mas não dei muita importância.

“tudo bem menino canadense, estarei acordada, pode deixar comigo”

Encarei a tela do notebook em cima das minhas pernas, isso era estranho, era estranho conversar com ele, nós conversávamos como amigos, mesmo ele não sabendo quem eu sou, e era estranho conversar somente como amigo, sendo que eu tenho um relacionamento amoroso com o outro ele, isso definitivamente faz um nó em minha mente.

“isso é bom, eu preciso sair agora, então amanha nos falamos e fiquei bastante curiosa tudo bem?”

Sendo dessa dimensão ou não Justin Bieber era certamente um idiota, e isso era uma coisa encantadora que ele tinha e me fascinava.

“tudo bem então, pode deixar que curiosa eu já estou”

Ri do que eu havia escrito e fechei o notebook vendo que ele não responderia mais, encarei a janela por alguns minutos e vi um caminhão de mudanças parar em frente a minha casa, na calçada da casa daquele casal de idosos, e fiquei ali olhando por alguns minutos, enquanto os senhores conversavam com os entregadores e alguns levavam algumas coisas para dentro da casa, o que era estranho é que eu pensei que eles já havia pego tudo, haviam se passado uma semana ali, e o resto da mudança chegar agora e a essa hora. Ok eu não tinha nada haver com isso.

Havia descido e jantado junto a minha mãe, conversamos algumas coisas, nada de mais, ela me contou sobre o trabalho novo e como ela estava bem, falei algumas coisas sobre a faculdade e falei sobre meu interesse sobre cursar fotografia o que ela achou legal, depois do jantar eu havia tomado um banho e agora me encontrava jogada na cama encarando o teto pensando sobre a tal surpresa.

                                                           (...)

Encarei a janela por onde entrava a claridade e me levantei com tremenda preguiça, e fui cambaleando até o banheiro, eu tecnicamente não dormi essa noite, estava pensando tanto na surpresa do Justin que não consegui dormi por meia hora direto, acho que acordava de 20 em 20 minutos, eu estou muito cansada.

Terminei meu banho saindo do banheiro depois de vestir minha roupa, fui até minha cama abrindo o notebook e entrando no twitter sem nenhuma delonga, eu ainda estava morrendo de curiosidade.

“estou acordada e super curiosa para minha surpresa”

Mandei pra ele sem verificar seus últimos tweets.

“olha, não é que você acordou cedo mesmo, isso tudo foi curiosidade?”

Definitivamente, ele era um idiota, e não sei como, mas isso me encantava.

“pra falar a verdade, não consegui dormir nada”

Confessei mandando, na verdade fiquei meio insegura de mandar isso, não queria parecer tão desesperada, mas mandei mesmo assim, ignorando qualquer mensagem que minha mente dizia para não mandar.

“desculpa, não queria tirar sua noite de sono”

Ele mandou de um jeito brincalhão me fazendo rir.

“mas então qual sua surpresa que me deixou tão curiosa a ponto de tirar minhas noites de sono?”

Eu não estava o vendo, mas tive certeza que ele deu um daqueles sorrisos maravilhosos quando leu esse tweet.

“Bom... eu não queria falar assim, perderia a graça”

Ri lendo aquele tweet, o que ele queria dizer com aquilo? E por acaso teria outra maneira dele me contar?

“e como pretende contar então?”

“tem como me passar seu numero? Por DM, te juro que não sou nenhum maníaco”

Gargalhei lendo aquilo, ele era muito idiota, isso me fazia ter certeza de que ele era mesmo o Justin, ninguém conseguiria ser mais idiota que esse garoto.

Mandei meu numero pra ele por DM e fiquei encarando a tela do notebook com o celular ao meu lado, esperando que ele falasse alguma coisa por algum lugar. Ouvi o celular tocar me fazendo paralisar, mas não pensei duas vezes em atender.

- alô? – tive que forçar a garganta já que minha voz havia saído falha.

- alô – sua voz rouca e suave ao mesmo tempo me fez estremece. – Emma?

Eu simplesmente não conseguia falar ou me mexer, eu acho que fiquei sem falar por uns dois minutos, voltei a si quando percebi que ele iria desligar.

-Oi – disse tentando não parecer desesperada – Justin? – perguntei tendo certeza que era ele mesmo.

-sim sou eu – ele soltou aquela risadinha que tanto me encanta.- é a Emma certo? – ele perguntou com certa insegurança me fazendo rir.

-sou eu sim senhor que não é maniaco – disse e pude ouvir sua gargalhada.

-pois é, viu como pode confiar em mim – ele disse em um tom brincalhão me arrancando outra risada. – mas voltando ao assunto, ér... onde você mora? – ele perguntou parecendo medir sua palavras.

-ãhm? – perguntei confusa e ouvi sua risada completamente sem graça.

- é onde você mora, bom... eu sei que é meio estranho, mas... eu queria saber – ele disse sem graça.

-bom eu moro em Midtown – ri.

-AAAH, serio? – dava pra perceber a agitação que ele estava me o que me fez rir e ele deu uma tossidinha tentando disfarçar, mas eu já havia percebido.

-serio – ri – mas ainda não entendi onde você quer chegar. – ainda estava bastante confusa com tudo isso.

-ér...bom... você sabe a rua que você mora?

-bom... eu acho que eu tenho anotado aqui. – me levantei apoiando o celular no ombro enquanto procurava o papel com o meu endereço, levou um certo tempo até eu achar, mas assim que eu achei passei pra ele, sem problema algum.

-ooh meu deus isso é serio? – ele dessa vez não tentou conter sua animação me fazendo rir.

-serio ué, por quê? – perguntei entre risadas.

-é... olha, me fala que cor ta o céu – ele disse rindo me fazendo gargalhar.

- o que?

- é me fala que cor ta o céu.

Me levantei rindo e fui até a janela abrindo a mesma e olhei pro céu.

-bom, ele ta azul bem claro, o dia vai ficar bonito – comentei rindo fraco enquanto olhava as nuvens.

-ok – o ouvi rir – agora me diz, que cor é a casa em frente. – ele perguntou abafando a risada.

Ri confusa e desci meu olhar até a casa em frente e eu simplesmente congelei, de inicio eu não acreditei, pensei que era algum tipo de miragem ou coisa parecido, mas quando pisquei algumas vezes tive certeza de que o que eu vi era real, mesmo não parecendo o que eu via era a mais pura realidade, podia ouvir sua risada do outro lado da linha enquanto via seu belo sorriso ao longe, seus olhos eram fixos em mim, e com a distancia era difícil distinguir o rosto um do outro, mas eu tinha certeza, certeza absoluta que era ele que estava ali, era ele rindo no jardim do vizinho ele era ele mesmo rindo bem na minha frente.