História Through the Madness - Enjoying the freedom

" Yeah, open the doors of hell

You, sinners who made her cry

Cry tears of blood. "

Depois de meia hora caminhando, as mulheres entraram no bairro francês de Nova Orleans. Juntamente do parque Louis Armstrong, Amber viu uma banda de rua tocando música perto da estátua do músico homegeado. Ela sorriu ao ser contagiada pelo ritmo suave do jazz tocado e Krystal sorriu ao ver sua colega e amiga balançando de leve a cabeça seguindo o som animador. No lado direito da praça Jackson o Rio Mississipi se encontrava esbelto e enorme. Amber quase perdeu o fôlego, apesar da poluição atual, o rio era enorme e dava a todos uma sensação de calmaria conforme as ondas quase inexistentes se moviam. 

Caminhando um pouco mais à frente estava o famoso French Market, que desde 1791 está no mesmo lugar representando a exuberância da arquitetura francesa. De um lado do mercado havia o Cafe du Mond, o primeiro café francês dos Estados Unidos. Do outro lado havia o Flea Market, o famoso mercado das pulgas onde lindos artigos de artesãos eram postos a venda junto de antiguidades raras e bonitas que chamavam a atenção de todos os seus visitantes. 

Amber sorriu com a ideia de visitar o Mercado de Pulgas, há muito tempo ela fora em um com sua mãe, e já sentia saudade das coisas únicas que poderia ver ali. Victoria havia adorado a ideia e seguiu na frente com Amber mostrando todas as lojinhas cheias de vasos, tapetes, discos de vinil, enfeites para parede e muito mais. Krystal e Luna seguiam mais atrás vendo com calma o sol que se refletia no rio à frente. 

Victoria e Amber entraram em uma lojinha em que o vendedor era um senhor simpático sem um dente da frente. Amber sorriu animada ao ver um objeto que chamou sua atenção. Era um relógio para pendurar na parede esculpido em bronze e com os ponteiros detalhados, como verdadeiras obras de arte. Ele não era muito grande, então somente uma sacola estaria bom para Amber carregar.

Com animação, ela fez sua primeira compra no Mercado de Pulgas de Nova Orleans. Victoria também comprou um peso de papel esculpido em prata com a ponta delicada feita em bronze. Ambas estavam satisfeitas com as compras. 

Depois de um tempo tirando fotos do local, que era simplesmente belo demais para não ser registrado, Amber sentiu o estômago roncar. 

- Vejo que estamos ficando com fome... - disse Krystal sorrindo animada. Afinal elas iriam se deliciar com o melhor café da manhã de Nova Orleans, no Cafe du Mond. 

E, portanto, partiram para o café que ansiosamente as esperava. Incrivelmente, a fila de espera estava grande, mas não foi um empecilho para as garotas esperarem 15 minutos antes de entrarem no salão fenomenal. 

O estabelecimento era grande e abrigava muitas pessoas. Várias mesas no estilo de madeira escura estavam ao longo do local. Os garçons andavam pelo labirinto de mesas indo servir clientes ansiosos para desfrutar de seu pedido. Amber se sentou com as amigas e pediu um prato de waffles de banana com canela regados de uma calda de caramelo, um pedaço de uma torta de maracujá e baunilha, e um café com leite com um pouco de espuma de leite em cima para beber. Victoria sorriu para a felicidade de Amber, em poucos momentos ela pudera ver sua novata amiga feliz e segura. Mas ali, junto a todas, Amber estava no paraíso, ela notava cada vez mais a sua amizade se fortalecendo e adoraria ficar um pouco mais com cada uma das meninas, mesmo que seu coração batesse mais forte quando estava ao lado de Krystal. 

O aroma de café fez Amber ser transportada à sua infância. Ela sempre adorou café e lembrar do aroma do pó de café a recém passado, era delicioso e ao mesmo tempo triste já que levantava em seu peito uma sensação de saudades de casa. Ela pensou em mandar uma mensagem para sua mãe contando sobre seu passeio de hoje. Ainda que Amber mandasse mensagens e fizesse telefonemas constantes com sua mãe, ela viu que precisava matar a saudade da mãe mostrando como estava feliz em seu trabalho, pois ela teria as doces palavras da mãe que a reconfortariam.

O sol estava alto no céu quando saíram do Cafe du Mond. Deveria ser próximo da hora do almoço, mas todas ali estavam ainda digerindo o enorme e delicioso café da manhã que há pouco à elas fora servido. Krystal sugeriu uma caminhada pela Moonwalk, uma passarela que leva do Mercado Francês até a Canal Street, a avenida principal da cidade, já que divide a mesma entre o bairro francês e o centro moderno. Começando a caminhar, Amber notou os lindos prédios que se estendiam ao longo da Moonwalk. A arquitetura rústica francesa dava lugar ao locais cheios de detalhes da cultura africana e seguiam até os prédios envidraçados modernos do século XXI. 

Ao longo da Moonwalk, ao lado do rio Mississipi, podiam ser vistos os cruzeiros de jazz atracados esperando seus passageiros voltarem do passeio pelo centro da cidade. Muita música era ouvida pelos andares da cobertura dos cruzeiros, assim como músicos independentes tocavam seu jazz nas paradas da Moonwalk. Tirando fotos lindas do sol se refletindo no rio, Luna e Krystal surgiram em uma das fotos de Amber, esta que sorria ao ter fotografada a alegria das amigas. 

- Você está gostando do passeio? - Krystal perguntou olhando para o chão repleto de ladrilhos claros adornados por enfeites em vermelho e azul. 

Amber tirou uma foto sem querer de Krystal, esta, que sorriu e pediu para ver. A mesma expressão de paixão estava no rosto fotografado de Krystal, ela sorria e o sol refletia em seus cabelos morenos deixando um tom dourado nos mesmos. Sorrindo, Amber tirou uma foto de Luna e Victoria antes de responder a mais nova. 

- Estou adorando, de verdade. Nunca pensei que Nova Orleans pudesse ser tão charmosa. - disse sorrindo e guardando o telefone na mochila novamente. Trocou a sacola que continha seu relógio de braço e Krystal sorriu. 

- É lindo e calmo enquanto está de dia, quando anoitece você vai sentir a loucura em que o centro fica. - falou passando a mão pelos fios acastanhados em busca dos óculos escuros. 

- Espero ver de perto essa energia. - riu de leve Amber antes de fixar seus olhos em um prédio enorme, era o Audubon Aquarium of Americas, o aquário mais famoso de Nova Orleans. 

Luna, notando a expressão animada da novata, a convidou para entrar. Não querendo incomodar, Amber disse que somente estava admirando o exterior do prédio. Sabendo que a vontade de visitar o local não passaria rapidamente, Luna sorriu e conduziu as quatro para dentro do local onde compraram um ingresso para cada uma. Entraram nos túneis em tons de azul escuro e claro que representavam o mar e foram parar dentro de um corredor com fotos fixadas à parede convidando o visitante para ler as informações sobre cada animal ali presente. Todo o ambiente era rodeado de crianças curiosas ou turistas animados com os tubarões e focas. Um som característico do alto mar soava baixinho nos auto falantes, causando uma sensação de conforto. Os pensamentos de Amber forma parar em Los Angeles, sua casa. Elas parecia estar de novo nas praias surfando ou jogando vôlei com seus amigos na areia quente e gostosa. De uma forma inesperada, Nova Orleans parecia seu lar, e, era, de fato, seu segundo lar agora. 

Amber foi parada por Krystal e Victoria que sorriam cúmplices. Ambas tinham um chapéu em formato de lontra marinha na cabeça. Luma chegou por trás de Amber e distraiu a mesma para que Victoria pusesse o chapéu de tubarão branco na cabeça de Amber. Ela sorriu fracamente envergonhada pelo gesto. Soltando uma risada alegre, as quatro tiraram, juntas, fotos de seu estado atual. Os chapéus eram brindes que vinham junto com o valor do ingresso, portanto Amber sentiu-se livre o suficiente para andar com ele na cabeça. 

Depois de se aventurarem pela sessão dos jogos interativos onde tinham que adivinhar o nome dos animais, dizer o maior número de animais marinhos em 2 minutos, ajudar a coletar o lixo do fundo do mar, e ensinar as crianças sobre poluição da água, as meninas se sentiram novamente com fome. Foram em uma cafeteira perto da saída do aquário e se sentaram para comer. Amber pediu um fatia de cheesecake de mirtilo, o que dava a coloração azulada ao doce e um cupcake de baunilha, que em cima do mesmo, no chantilly azul claro, vinha um pequeno peixe palhaço feito de pasta americana. Após se deliciarem com as comidas, elas foram aproveitar para descansar e viram uma palestra sobre os diferentes tipos de pinguins. Foi uma palestra bem emocionante e didática, isso fez com que muitas crianças agitadas ficassem focadas nos palestrantes e seus pinguins e deixassem seus pais descansarem por alguns minutos. Mesmo animada, Amber quase pegou no sono, mas foi acordada pela mão de Krystal na sua. Atordoada, Amber deixou que a menina segurasse sua mão sem vergonha. 

Um tempo indeterminado se passou quando as meninas saíram do aquário. O céu estava ganhando tonalidades de rosa e laranja conforme o pôr do sol se aproximava. Andando pela Canal Street, as quatro mulheres se sentaram na grama de uma praça central ao lado do cais onde mais cruzeiros estavam para apreciar o pôr do sol. Amber não pode deixar de sorrir tocada pela amizade das mulheres ao seu lado. Quatro meses haviam se passado e ela tinha amigas que pareciam ser suas desde a faculdade. 

Amber tirou inúmeras fotos do pôr do sol e Victoria apareceu depois de alguns minutos, com copos coloridos contendo drinks especiais de origem francesa. Amber adorou o que provou, o sabor amargo de vodka misturado a alguma fruta doce deixou Amber feliz e mais uma vez animada para o que viria a seguir. Amber viu que o copo trazido por Victoria era bonito demais para ir para o lixo, e como após a compra ele era seu, Amber o guardou na sacola. 

Após o pôr do sol, quando o número de pessoas nas ruas da cidade começava a aumentar gradualmente, Luna sugeriu que fossem largar as compras no carro para poderem aproveitar o passeio noturno. 

- Por que diabos você não disse isso antes? - Victoria perguntou enquanto andavam até a casa da avó de Luna. 

- Eu esqueci... - Luna riu disfarçando o nervosismo. Todas seguiram a mesma e deixaram as sacolas pesadas no carro, ficando livres para o jantar e para enfim o passeio mais esperado do dia.

Como a Canal Street era repleta de shoppings, bares e restaurantes, as mulheres não tiveram que andar muito, para o alívio de Amber. Victoria sugeriu um restaurante perto de um shopping e todas, com muita fome, não hesitaram em seguir a mais velha. No restaurante que tinha uma boa atmosfera, amigável, Amber pôde descansar. Elas pediram pizza e hambúrgueres, afinal elas deveriam aproveitar o passeio com todas as forças que ainda tinham. Amber se deliciou com pizzas de queijo, manjericão e um hambúrguer repleto de cheddar. Após uma breve contextualização sobre o passeio noturno, as mulheres comeram uma casquinha com os mais variados sabores de sorvete. 

Quando, às 21h, Luna avisou que deveriam ir para o local de encontro para começar o passeio, Amber sentiu um frio súbito a rodear. Dessa vez não pela noite que estava fria, mas sim pelos fantasmas que começaram a seguí-las.