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História Tigers Players - Keep Running!


Escrita por: jikookings

Notas do Autor


Boa noite!
Estou postando hoje, porque decidi que agora as atualizações serão todos os sábados, acho que assim é mais fácil para todos nós, não é? Bem, fica muito mais fácil para mim!

Boa leitura e desculpe qualquer erro~

Capítulo 5 - Keep Running!


Jeongguk e Jimin passaram o restante da madrugada trocando beijos molhados, deixando que as línguas se conhecessem e explorassem cada canto das cavidades bucais, enrolando e entrelaçando uma na outra enquanto mordiscavam os lábios inchados um do outro até que as bocas ficassem dormentes e completamente avermelhadas. Foi apenas assim que se separaram, desejando boa noite um ao outro antes de se despedirem.

O celular de Jimin continuou apitando a cada nova mensagem de alunos avisando-lhe que haviam chego em segurança no hotel enquanto o mais velho tentava adormecer com os pensamentos à mil sobre os beijos que trocou com o seu antigo aluno. Já Jeongguk conseguiu dormir assim que se jogou em sua cama, apenas de cueca, pensando no gosto dos lábios macios de seu hyung. Hoseok já estava dormindo quando o melhor amigo entrou no quarto, mas foi difícil adormecer quando tudo que se passava em sua mente era o que Yoongi estaria fazendo e com quem.

Mas assim que fecharam os olhos e esvaziaram a mente, caíram em um sono profundo, esquecendo-se totalmente do café-da-manhã e até mesmo do almoço. O treinador apenas acordou quando um de seus alunos o telefonou dizendo que continuaria na casa da pessoa que conheceu na festa e voltaria na manhã do domingo. Mesmo preocupado, ele decidiu dar um voto de confiança no estudante e no estranho, pedindo para que tomassem cuidado.

Como era sábado pós-festa, todos acordaram tarde e decidiram passar o restante do dia no hotel. Alguns alunos iriam para outra festa naquele mesmo dia, outros passariam o dia na piscina no hotel, mas Jimin preferiu sair conhecer melhor a cidade. Já se passavam das três da tarde quando o treinador se arrumou e chamou um táxi com destino ao shopping central, onde poderia caminhar e fazer algumas compras sem peso na consciência.

O taxista não conversou muito consigo, devido à barreira linguística entre eles, mas desejou uma boa viagem ao cliente quando chegaram ao destino. O professor agradeceu e pagou a partida, entrando no grande estabelecimento, admirado com a beleza do local. Para ele, era como se Nova Iorque fosse um grande estado extremamente luxuoso, tudo que via nas ruas era bonito e elegante: desde as pessoas até os edifícios.

Passeou por algum tempo no primeiro andar, parando apenas para almoçar em um restaurante qualquer antes de subir ao segundo andar, onde as principais lojas ficavam. Comprou algumas roupas novas que estavam na promoção – por estar no período em que a cidade recebia muitos turistas –, um ou outro acessório e sapato. Saiu no prédio espelhado por volta das sete horas da noite, com algumas sacolas cheias em mãos, andando pela rua do shopping procurando por um táxi para voltar ao hotel. Planejava passar o restante da noite assistindo a um filme ou lendo o livro que comprou em uma livraria no aeroporto enquanto comia algumas guloseimas.

Mas seus olhos avistaram um táxi disponível no mesmo momento que avistou um prédio não muito alto, porém largo, com uma grande maçã de parta entre quatro paredes espalhadas. Seus olhos se arregalaram, brilhando em admiração. Era a Big Apple, a loja oficial de eletrônicos e smartphones da Apple. Até mesmo o local de venda era lindo ao ponto de Jimin pegar seu celular e fotografar.

Deixou de lado a ideia de ir embora e foi andando apressadamente para a loja, que continuava aberta e cheia de estrangeiros. Ele não sabia falar em inglês, mas conseguiu se comunicar com sucesso com o vendedor – muito atraente, em sua humilde opinião –, para quem pediu para que lhe mostrasse um iPhone branco da nova edição. O loiro de olhos azuis rapidamente atendeu seu pedido e o ajudou a configurar o celular e instalar alguns aplicativos importantes, além de tirar algumas dúvidas do cliente coreano. Ambos agradeceram mentalmente ao google tradutor e outros aplicativos de língua estrangeira por ajudarem a se comunicar melhor.

Jimin, levado pela tentação, acabou comprando um iPod Touch com o restante de seu dinheiro destinado à aparelhos eletrônicos, tendo a ajuda do vendedor para configurar o aparelho novamente. O treinador acabou ganhando uma capa da Marvel para seu celular e uma capa de plástico duro transparente para seu aparelho de música, além de películas de vidro para ambos, o que protegeria as telas caso os eletrônicos caíssem.

Por volta das oito e meia, o professor saiu da loja e encontrou um táxi para leva-lo de volta ao hotel. Demorou um pouco devido ao trânsito, mas valeu à pena esperar. Não só por sua compra anterior, mas pelas paisagens e imagens que via em meio ao caminho. O taxista podia ver nos pequenos olhos brilhantes de seu cliente o quão maravilhado ele estava. Seus olhos captavam tudo em sua volta com perfeitos detalhes.

Assim que Jimin é deixado em frente ao hotel, ele entra na recepção e vai direto para a sala de jantar. Ele deixa suas compras na cadeira ao lado que se sentou e pede uma refeição nova-iorquina para experimentar. Em meio a sua janta ele recebe mensagens e ligações de alunos o avisando que estavam saindo ou que haviam chego, e responde a todas elas com paciência. Ele se retira da mesa logo que termina de jantar, indo ao elevador e subindo para seu quarto.

Enquanto isso, Jeongguk estava tomando um banho longo e demorado, lavando seus cabelos e sorrindo debaixo d’água morna, lembrando da noite anterior em que teve os lábios do treinador grudados aos seus. Ele não conseguia parar de pensar nos beijos que trocaram até que amanhecesse, o sorriso também não deixou seu rosto desde que se despediram pela manhã; até mesmo sonhou com o mais velho.

O capitão havia chegado há poucos minutos com uma turma de colegas que se juntaram para irem ao fliperama do bairro que estavam hospedados. Todos os jogadores foram e se divertiram a tarde inteira, rendendo novas piadas internas e muitas risadas altas. Jeongguk ganhou várias partidas, acumulando pontos em cada jogo novo, podendo escolher um prêmio para levar como lembrança. Decidiu escolher um pinguim de pelúcia que achou fofo, levando-o consigo para o hotel.

Jeon, mesmo com o treinador em seus pensamentos, tentou ao máximo animar seu melhor amigo. Yoongi ainda não estava conversando com ele e, pelo que parece, eles haviam discutido pela manhã. Odiava ver Hoseok sem seu sorriso largo no rosto, era como se não fosse seu melhor amigo ali. Yoongi também estava apagado, com um sorriso falso no rosto para que ninguém se preocupasse com seu bem-estar. Jeongguk não entendia o que os dois tinham, mas sabia que não eram simplesmente amigos. Com certeza era algo muito mais complexo que isso.

Ao mesmo tempo que queria perguntar ao amigo mais velho o que houve e por que discutiram, ele também não queria se envolver em uma possível briga ou desentendimento maior. Sabia que, daquela vez, Hoseok e Yoongi teriam que se resolver sozinhos, sem ajuda dos colegas de sala. E se desse tudo certo ou tudo errado, ambos teriam os melhores amigos para os consolarem até que se sentissem melhor.

 

Jimin entrou em seu quarto e jogou suas compras na cama, indo ao banheiro para tomar um banho relaxante. Ligou o chuveiro no morno e se despiu, entrando debaixo d’água e fechando os olhos ao sentir a água não muito quente caindo em suas costas. E foi só fechar os olhos que flashbacks da noite passada passaram por sua mente, de quando foi desafiado a beijar seu ex-aluno e de como eles continuaram se beijando até que o sol nascesse, ambos encostados na porta de seu quarto.

Ele se sentia confuso com tudo aquilo. Não tinha completa certeza se o que havia feito era o certo ou errado. Em sua mente, se envolver com um aluno sempre foi algo para ser evitado ao máximo; não é apenas contra as regras de uma universidade ou colégio, mas também contra as suas próprias regras, contra o seu princípio como professor. Mas as palavras dos estudantes o deixaram sem reação: eles não eram mais alunos e professor, por mais que o mais velho continuasse sendo o responsável pelos mais novos.

E mesmo sendo, agora, ex-alunos ainda era difícil de aceitar qualquer envolvimento com um deles. Jimin admitia para si mesmo que havia gostado – e muito – dos beijos que trocaram, confessava que, se Jeongguk não fosse seu aluno ou ex-aluno, adoraria beija-lo novamente até que se cansasse. Mas esse era o grande problema: Jeon Jeongguk foi seu aluno. E ele estaria indo contra o que foi ensinado e contra o que realmente acredita se continuasse com isso.

O treinador pedia mentalmente para o capitão estivesse bêbado o suficiente para não se lembrar do que haviam feito, pedia para que ele não tentasse mais nada consigo. Entretanto, já era tarde demais. Jeongguk não parava de repassar aqueles beijos em sua cabeça e suas esperanças já haviam aumentado com apenas uma noite. O capitão já pensava na próxima oportunidade que teria para provar dos lábios do professor novamente.

[...]

No domingo de manhã, o professor saiu de seu quarto após escovar os dentes e vestir algo apresentável, caminhando lenta e preguiçosamente até a sala do café-da-manhã, onde alguns alunos já estavam presentes – estes que o cumprimentaram educadamente. Ele sorriu para cada um de seus estudantes e se serviu com iogurte e granola, sentando-se em uma mesa mais afastada.

Jeongguk estava sentando com seu melhor amigo em outra mesa, observando seu hyung à distância. Dessa vez, Hoseok não o impediu de encara-lo fixamente, apenas deu de ombros e continuou a comer sua torrada com Nutella. O treinador estava lindo na visão do mais novo: com um short preto e uma blusa da mesma cor, os fios castanhos levemente molhados e jogados em seu rosto levemente inchado – talvez por ele ter acabado de acordar. Estava realmente adorável.

Jimin notou estar sendo observado, mas decidiu ignorar, estava com muita preguiça e fome para procurar quem quer que seja que estivesse lhe observando. Estava terminando sua pequena refeição e tomando seu suco de laranja quando um homem de sorriso quadrado se sentou em sua frente com um prato cheio de ovos mexidos, bacon e duas torradas, além de um refrigerante gelado ainda fechado. O professor franziu o cenho com a quantidade de comida que seu aluno pegou para o café-da-manhã antes de sorrir pequeno, desejando um bom dia.

– Hyung, o que planeja fazer hoje? – Perguntou animado, colocando alguns pedaços de ovos em sua boca. Jimin apenas deu de ombros, ainda não sabia o que iria fazer. Talvez passaria o dia em seu quarto descansando, afinal era domingo. – O que acha de irmos ao cinema?

– Eu adoraria, Tae. – Respondeu sorrindo, vendo o mais novo abrir um sorriso largo também. – Mas você sabe que nos cinemas daqui não terá legenda em coreano, será tudo em inglês mesmo, certo? – Perguntou divertido, rindo baixo ao notar o sorriso quadrado se desmanchar aos poucos.

– Esqueci desse detalhe. – Resmungou, formando um bico em seus lábios. Jimin pensou em como Taehyung era um ser adorável com as bochechas cheias de comida, um biquinho nos lábios e a testa franzida. – Podemos ver algo por aqui, então? – Pediu animado. O treinador inclinou a cabeça para o lado, deixando seu copo de suco em cima da mesa. – Eu trouxe meu notebook, podemos assistir algum filme por lá. – Deu de ombros.

– Ah, sim... – Murmurou. – Não sei não, Taehyung-ssi. – Respondeu baixo.

– Por que, hyung? – Perguntou o mais novo chateado. – Não quero ficar sem fazer nada e não quero que você fique sozinho também, hyung.

Jimin sorriu ao vê-lo preocupado consigo. Taehyung, realmente, era adorável e com um coração enorme. O agradecia por sempre lhe convidar para sair com os colegas e nunca o deixar sozinho nas saídas, sempre caminhava ao seu lado e conversava sobre tudo com o outro – desde suas paqueras até seus problemas pessoas. O mais novo confiava no professor desde que o mesmo cuidou de si após quebrar o braço em uma partida de beisebol, logo no segundo ano do curso.

– Taehyung-ssi, não precisa se preocupar comigo, não me importo em ficar sozinho. – Falou. O mais novo, no entanto, aumentou seu bico e cruzou seus braços até que o professor mudasse de ideia. – Aish, é sério!

– Mas, hyung...! – Birrou. – Por favor, vai!

– Aigoo... – Murmurou o mais velho. Taehyung não parava de insistir e sabia ser irritante quando queria, pensou Jimin. - Aish, tudo bem!

Taehyung sorriu e levantou os braços, os balançando animadamente enquanto mastigava o que havia colocado na boca. Jeongguk continuava observando a cena, revirando os olhos vez ou outra. Queria ser tão próximo de seu treinador quanto Taehyung, queria poder conversar normalmente como dois amigos sem que fosse constrangedor para ele. E queria muito assisti-lo conversando dessa forma com seus alunos sem sentir nem um pouco de ciúmes.

– Combinado! Eu vou no seu quarto assim que tomar um banho, já que cheguei da festa ontem e desmaiei. – Disse o mais novo, rindo baixo.

– Tudo bem. – Respondeu Jimin. – Eu estou indo agora, é só apertar a campainha quando decidir ir. – Falou baixo, suspirando. – Sabe qual o número do meu quarto? – O aluno assente e ele sorri, se levantando da mesa. – Ok, até mais tarde, então.

– Até!

– Como assim até mais tarde, hyung? O que eles vão fazer? – Perguntou Jeongguk afoito, recebendo um revirar de olhos e dedo do meio do melhor amigo sem paciência.

 

Taehyung terminou de comer rapidamente, indo ao seu quarto que dividia com Minjae para se arrumar. Seu colega de quarto ainda estava dormindo profundamente quando entrou no cômodo com todo o cuidado do mundo para que ele não acordasse. Tomou um banho rápido e escovou os dentes, vestiu uma roupa qualquer, pegou seu notebook e o carregador do mesmo e foi em direção ao quarto de seu antigo treinador.

O aluno adorava passar um tempo com o mais velho, ousava dizer que se tornaram muito amigos durante esses anos de curso. Claro que o professor não dizia muita coisa sobre sua vida pessoal, mas sempre lhe ouvia e lhe aconselhava quando era preciso. E, ao contrário de Jimin, Taehyung via o sentimento de Jeongguk para consigo. Sabia que o colega tinha uma paixão platônica em seu professor e o ajudaria como podia, mesmo sabendo que Jeon sentia um pequeno ciúme de si com o mais velho.

Caminhou lentamente e prestando atenção no número das portas até chegar no quarto do professor. Apertou a campainha e esperou até que a porta fosse aberta, dando a visão do quarto e do treinador com a mesma roupa de antes. Adentrou o cômodo sem se preocupar, apenas cumprimentado Jimin, se sentou na beirada da cama de casal e colocou o notebook em seu colo.

– Então, o que vamos assistir?

Jimin riu soprado e se sentou ao lado do aluno, o ajudando a escolher um filme ou série com legenda para que pudessem assistir. Ele pegou alguns pacotes de M&M e barras de chocolate que havia comprado no shopping no dia anterior e deixou os doces espalhados pela cama, logo se ajeitando no colchão de modo que suas costas estivessem apoiadas por dois travesseiros grandes. Taehyung fez o mesmo, sem se importar em pedir permissão, deixando o notebook em suas pernas para que pudessem assistir.

E assim se passou horas: Taehyung e Jimin assistindo filmes que se passavam em Nova Iorque, terminando com uma pequena maratona de Friends, um seriado americano que também foi filmado na grande cidade. A cama anteriormente cheia de doces, agora estava repleta de embalagens e os chocolates já haviam sido todos comidos por ambos, que riam das piadas do seriado e dos filmes.

Quando trocavam de episódio ou demoravam para escolher outro filme, Taehyung tentava puxar um assunto aleatório. Quer dizer, não tão aleatório assim. Perguntou ao mais velho se ele já havia conversado com Jeongguk sobre o desafio da festa e o treinador apenas negou, envergonhado. Estava óbvio que ele não queria falar sobre isso, apenas desejava esquecer o acontecido. Taehyung sentiu o receio de Jimin ao tocar no assunto, mas continuou tentando falar sobre o beijo.

Tae tinha essa mania de insistir demais nas coisas até conseguir o que queria, e não era diferente com o professor. Acabou insistindo tanto que Jimin se abriu com o mais novo, dizendo o quão envergonhado e confuso estava por ter beijado um de seus alunos, por Deus, o capitão do seu time! Falou que esse tipo de envolvimento sempre ficou fora de questão em seus quesitos nessa profissão, mesmo sendo seu ex-aluno.

Ele admitiu para Taehyung que gostou do beijo e que repetiria se tivessem se conhecido de outra forma e isso era tudo que o mais novo queria ouvir. Ele ajudaria Jeongguk com o professor, que, em sua opinião, sempre mereceu todo o amor e carinho do mundo. O amor e carinho que ele sempre viu nos olhos de Jeongguk quando o mesmo falava sobre o treinador.

O assunto terminou com Jimin pedindo para que não comentasse com ninguém sobre o que foi conversado, pois realmente havia confiado de olhos fechado no aluno para dizer o que tanto lhe afligia. Taehyung concordou, apenas dizendo para que o professor pensasse melhor sobre o “isso nunca mais pode acontecer”, pedindo que ele desse uma chance a essa atração e à sua própria vontade se era isso que ele realmente queria.

Eles logo voltaram a assistir qualquer coisa, tentando deixar a conversa para trás. Claro que Jimin pensou por um tempo sobre o que Taehyung lhe disse, mesmo estando incerto sobre o que fazer ou pensar em relação à Jeongguk. Mas o de sorrisos quadrado não demorou para descontrair o momento com algumas piadas e risadas que chegavam a ser mais engraçadas que as piadas feitas pelos atores. Jimin o agradeceu mentalmente pelos concelhos e pela distração.

O ex-aluno e o professor apenas pararam os vídeos novamente ao ouvirem os estômagos roncarem a pedido de algo salgado que os sustentassem. O professor se assustou ao ver o horário na tela do celular, as horas passaram rápidos demais que ao menos almoçaram algo decente. Já eram quase seis horas da tarde e tudo que haviam comido, além do café-da-manhã, foram doces e mais doces.

– Hyung, o que acha que irmos a uma pizzaria que tem aqui perto? – Perguntou Taehyung, fechando o notebook e deixando-o de lado. – Já que não almoçamos nada, poderíamos jantar uma pizza grande. – Jimin não deixou de rir com o que foi dito, mas deu de ombros. Estava com fome e uma pizza seria ótimo no momento.

 – Tudo bem. – Respondeu. – Eu só preciso tomar banho e me arrumar para irmos.

– Ah, eu também! – Taehyung se levantou, pegando seus pertences e andando até a porta. – Daqui uma hora nos encontramos lá embaixo? – O professor assente sorrindo, pegando as embalagens dos doces para joga-las no lixo antes de começar a se arrumar. – Tudo bem, até depois, hyung! – Taehyung fecha a porta sorrindo e espera alguns minutos para bater na porta vizinha. Alguns segundos depois, a porta é aberta por um Jeongguk vestindo um macacão de tigre alaranjado, com o rosto amaçado de quem estava dormindo. – Que fofo! – Falou entre risos. Nunca imaginou o capitão do time vestido desse jeito ou envergonhado como estava no momento. – Enfim, se arrume, daqui uma hora vamos para Pizza Hut. – Ditou sério, se virando para ir embora em seguida.

– Hey, o qu- Taehyung! – Chamou-lhe, saindo do quarto minimamente. O que foi chamado vira-se para o mais novo com as sobrancelhas arqueadas, num pedido mudo para continuasse. – Como assim “se arrume”?

– Ué, nós vamos sair com o querido treinador e quem sabe nesse pequeno jantar você não consegue conversar melhor com ele? – Taehyung diz travesso, entrando no elevador e indo para seu quarto se arrumar, ignorando os chamados do capitão.

– Como as- Aish! – Resmungou, fechando a porta e indo à cama do melhor amigo. – Hoseok, levanta essa bunda deprimida e se arruma. Nós vamos sair.

Jeongguk se arrumou rapidamente para que pudesse chegar a tempo ao saguão, já estavam atrasados e, dessa vez, a culpa era toda de Hoseok, que se recusava a sair da cama. Depois de muita insistência e esforço, o capitão finalmente convenceu o amigo a ir consigo à pizzaria, dizendo que o ajudaria a esquecer os próprios problemas por um tempo. Hoseok ainda estava meio relutante, mas se levantou e se arrumou preguiçosamente para saírem.

– Hyung, você está parecendo uma lesma, vamos logo! – Reclamou o mais novo, batendo o pé no chão.

– Pelo menos agora você sabe como eu me sinto esperando você se arrumar sempre que saímos. – Resmungou, revirando os olhos. Calçou um tênis qualquer e se virou ao amigo, sorrindo fechado. – Pronto, apressadinho.

– Aish, só... vamos logo.

Saíram do quarto às pressas e foram em direção ao elevador, clicando no botão do térreo. Jeongguk aproveitou que uma das paredes era espelhada e a utilizou para arrumar seus cabelos e ajeitar a jaqueta em seus ombros, suspirando ansioso e receoso. Hoseok apenas revirava os olhos, olhando para o teto e pensando que merda ele estava fazendo, desviando dos seus problemas.

Jeon estava nervoso, ainda não havia conversado sobre a festa e o desafio com seu hyung e tinha medo sobre qual seria o resultado da conversa. Era claro que o treinador havia gostado tanto quanto ele, caso contrário não teria correspondido a todos os beijos naquela noite. Mas ainda assim, Jeongguk estava consciente da posição que se encontravam: um ex-aluno e um professor de universidade. Era arriscado tentar algo, ele sabia.

Mas desde que viu seu hyung, a quatro anos atrás, entrando na sala de aula com um sorriso tímido e com os olhos praticamente fechados, ele só conseguia pensar em como queria tê-lo para si. Sabia que teria que esperar se formar, ou até mesmo mais alguns anos após sua formatura, e isso o destruía. O professor poderia facilmente encontrar alguém durante aquele tempo, fazendo-o perder suas chances de conquista-lo.

Pode parecer que Jeongguk queria apenas algo carnal, mas só ele sabia o quão profundo era seu sentimento. Não era simplesmente uma atração ou desejo, era paixão que com o tempo se transformou no mais puro e sincero amor. E ele, sinceramente, se odiava por isso. Por ter conhecido e se apaixonado por Jimin quando ele era seu professor.

Ele não queria apenas beijos ou sexo com o mais velho; Jeon queria dar-lhe amor e carinho todos os dias, queria poder mima-lo sempre que pudesse, queria poder cuida-lo e protegê-lo de todo o mal que viesse em seu caminho, queria dizer palavras doces e sinceras no pé ouvido do treinador todas as manhãs, queria ser o motivo de seus sorrisos e gargalhadas, não somente de seus gemidos. Jeongguk queria seu treinador de corpo e alma.

Mas, como seu pai sempre disse: querer não é poder. Ele estava totalmente ciente de que não poderia tê-lo completamente do jeito que almejava pela forma que se conheceram. Estava ciente que a relação que deveriam ter na Coreia era de aluno e professor e então, quando se formasse, de ex-aluno e professor. Só poderia procura-lo novamente anos mais tarde quando Jimin, provavelmente, já teria alguém para ama-lo como ele tanto queria.

Porém, fora da Coreia eles poderiam ser quem quisessem. Ele poderia ter seu treinador da forma que sonhou em ter desde que o viu pela primeira vez, mesmo que somente por um mês. Essa viagem era a sua única chance de ter pelo menos uma parte do seu hyung para si. Ele não queria apenas sexo e beijos, queria carinho, queria amor; mas sabia que o máximo que conseguiria era relações carnais com o mais velho. Mas pelo menos teria algo, o que já era melhor que nada em sua visão.

Ele pensava, enquanto se olhava no espelho, que essa era a sua chance de mostrar o seu verdadeiro eu. Era a sua chance de fazer algo dar certo, de ter uma parte de seu hyung que não teria fora dessa viagem – possivelmente a única coisa que teria do outro, por mais doloroso que fosse admitir. Ele pensava que, talvez, se conseguisse o seu home run, pudesse levar o que o mostrou para a Coreia e então tentar algo por lá, com ele já formado e trabalhando e Jimin não sendo mais o seu professor ou responsável.

E foi bem ali, encarando-se no espelho com os olhos levemente ardentes e marejados, que prometeu a si mesmo que não desistira até que chegasse ao fim da viagem. Se até o último dia ele não conseguisse mais nada, ele não tentaria e não procuraria mais por Jimin; se ele conseguisse chegar à terceira base ou quem sabe fazer o home run, ele não desistira. Se estabelecia na Coreia, com emprego e casa nova, e faria todo seu esforço valer a pena; conquistaria seu hyung.

 

Quando o cubículo metálico se abriu, o capitão agarrou o braço direito do amigo e saiu em disparada para a entrada – ou saída – do hotel, ignorando os muxoxos do mais velho. De longe era possível ver o treinador ao lado do aluno mais alto que ele, esperando-os para irem à pizzaria. Eles diminuíam os passos e terminaram o caminho até eles lentamente, os cumprimentando de forma rápida.

Jimin ficou surpreso ao ver Jeongguk em sua frente, bem vestido e bem arrumado. Também ficou envergonhado ao vê-lo, lembrando-se dos beijos que trocaram na manhã do sábado. Mesmo confuso e constrangido, cumprimentou-o com um sorriso, olhando de canto para Taehyung, que sorria largo como se tivesse feito algo para se orgulhar. E foi aí que Jimin entendeu tudo: o de sorriso quadrado havia chamado o capitão para ir à pizzaria para que eles finalmente pudessem conversar sobre o ocorrido. Taehyung conseguia ser uma pestinha às vezes.

– Vamos, Hoseok! – Taehyung diz, agarrando o garoto pelo braço e caminhando rapidamente, deixando o capitão e o treinador para trás.

– Aish... – Murmurou irritado. Jimin ainda não estava pronto para falar sobre aquilo com o mais novo. Ainda estava confuso demais com tudo que aconteceu, mas não queria ser mal-educado ou grosseiro, por isso decidiu iniciar uma conversa aleatória, para descontrair. – Como vai, Jeongguk-ssi?

– Ah, bem... eu acho. – Respondeu baixo. Sentiu falta de ser chamado de “Jeonggukie”, Jimin havia voltado à formalidade. – E você, hyung? – O treinador sentiu-se estranho ao ouvi-lo lhe chamando daquela forma após os beijos, mas ignorou.

– Estou bem também. – Resmungou, evitando olhar ao mais novo do seu lado, apenas encarando o chão e os dois a sua frente.

– Hm... – A conversa acabou naquele segundo, e Jeongguk não conseguiu segurar o suspiro triste. Jimin era tão espontâneo ao seu lado antes daquela festa; o papo fluía e ninguém se sentia forçado a continuar a conversa. Também não havia esse silêncio constrangedor entre eles ou a tensão que passou a se instalar agora que estavam juntos. – Hyung, nós-

– Chegamos! – Exclamou Taehyung, virando-se para os dois e sorrindo quadrado. Jimin agradeceu mentalmente pelo aluno extrovertido; escapou dessa conversa por muito pouco. Já Jeongguk chegou a sentir seus olhos marejarem, mas fingiu não aconteceu nada. Seguiu os amigos e o treinador para dentro do estabelecimento, sentando-se ao lado de seu melhor amigo em uma das mesas. – O que vão querer?

– Eu quero uma pizza individual de peperoni e uma coca. – Respondeu Hoseok, olhando preocupado para seu amigo que continuava cabisbaixo. – E você, cara?

– Pode ser uma de queijo e a mesma coisa para beber. – Falou, dando de ombros e suspirando alto.

– Eu quero uma californiana e o Jimin uma de brócolis, certo? – O mais velho, e ironicamente o menor, apenas assentiu. – Tudo bem, Hoseok vem comigo fazer o pedido. – Mandou, se levantando.

– Por que? Você consegue ir s-

– Vamos, Hoseok. Agora. – Ditou sério.

O jogador se levantou rapidamente, um pouco amedrontado pelo tom rouco do outro. O seguiu até o balcão de atendimento, deixando Jeon e Park sozinhos na mesa, em um silêncio sufocante. O capitão queria e precisava falar sobre seus sentimentos o mais rápido possível, não poderia desistir sem ao menos tentar – era o que pensava. Jimin, no entanto, queria escapar de alguma forma de toda aquela situação, queria apenas jantar e ir embora.

– Hyung, nós podemos, por favor, convers-

– Preciso ir ao banheiro, diga a eles que eu já volto, sim? – Interrompeu o mais novo, que o olha e morde os lábios, assentindo de leve com a cabeça. Jimin não negaria que se sentiu péssimo ao ver os olhos do mais novo brilharem assim como os de Yoongi brilhou na festa: de tristeza e decepção. Mas mesmo assim ele se levantou e caminhou ao banheiro, onde ficou por alguns minutos até ter certeza que Taehyung e Hoseok já estavam de volta. Enquanto isso, Jeongguk se remoía por dentro, escondendo seu rosto nas mãos e murmurando para si mesmo.

– Merda.

[...]

Jimin voltou quando Taehyung e Hoseok terminaram de fazer o pedido, trazendo as bebidas junto. Taehyung encarou o professor com o cenho franzido ao vê-lo sair do banheiro, mas o mais velho apenas abaixou a cabeça e se sentou ao seu lado, tentando engatar em uma conversa normal com seus alunos.

Jeongguk ficou quieto o restante do tempo, comeu sua pizza em completo silêncio e cabisbaixo, perdido em seus próprios pensamentos. Os outros três sentiram-se culpados por deixa-lo daquela forma, por mais que o treinador se sentisse ainda pior por deixa-lo sozinho quando ele tentava conversar consigo sobre algo importante.

Eles jantaram com uma tensão forte no ar entre o capitão e o treinador, mas Hoseok e Taehyung tentaram descontrair o clima com assuntos diversos, ganhando a atenção de Jimin vez ou outra. Assim que terminaram de comer, foram pagar a conta para voltarem ao hotel e, dessa vez, foram todos em silêncio. O professor se sentia cada vez pior por trazer aquele clima desconfortável para o pequeno grupo.

Ao chegarem no hotel, pegaram o elevador e foram para seus quartos. Taehyung foi o primeiro a se despedir, já que o seu era em outro andar, enquanto os outros três continuaram no cubículo até que parasse no oitavo andar. Jimin, vez ou outra, olhava de soslaio ao aluno mais novo, mordendo os lábios ao vê-lo calado e distante.

Caminharam lado a lado até os quartos, entrando cada um no próprio. Jimin se jogou em sua cama assim que a avistou, fechando os olhos e batendo em sua própria testa, praguejando a si mesmo por ter feito algo tão estúpido quanto beijar um aluno – fato que acabou afastando-os e deixando-os desconfortáveis. Se sentia culpado e chateado consigo mesmo, mas era o certo a se fazer; não poderia se envolver com ex-aluno.

Hoseok abraçou seu melhor amigo assim que entraram, sabendo que o que o mais novo precisava era de um abraço e consolo. Eles se sentaram na cama do jogador mais velho – a mais próxima da porta – e Jeongguk deixou que as lágrimas caíssem sem sentir-se envergonhado por estar chorando. Hoseok já estava acostumado com isso, já passou por muitos problemas e era ele quem estava ao seu lado para lhe consolar.

– Ele não queria nem falar comigo, hyung. – Falou entre soluços, deixando que suas lágrimas salgadas molhassem a blusa de seu amigo. – Ele não consegue nem olhar na minha cara e tudo por causa do beijo. Como ele reagiria se soubesse que eu estou apaixonado por ele?! Ele me odiaria, droga, hyung!

Jeongguk desabou-se em lágrimas, deixando-as saírem livremente de seus olhos após segura-las por tanto tempo. Era difícil não pensar em desistir quando seu ex-professor ao menos conversava consigo. Como ele iria adiante com qualquer coisa quando era óbvio que Jimin não lhe ouviria? Jeon nunca desejou tanto ter conhecido o mais velho em outra ocasião.

– Ei, Jeonggukie, cara. – Seu melhor amigo lhe chama, alisando suas costas e afagando seus fios negros até que se acalmasse. – Vai dar tudo certo, cara. – Diz, sem parar de lhe consolar. Ele não acreditava mais nessas palavras, não quando as coisas não estavam dando certo para o seu lado também, mas sabia que seu amigo precisava ouvir aquilo no momento. Ele precisava de um pouco de esperança para que não desistisse completamente. – Vai dar tudo certo.


Notas Finais


Será que vai dar tudo certo mesmo? rs
Veremos no próximo capítulo <3

AAAAAAAAAAA OBRIGADA PELOS 270+ FAVORITOS EU AMO VOCÊS MUITÃO DEMAIS MESMO BICHO <3<3


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