1. Spirit Fanfics >
  2. Till My Chest is on Fire >
  3. Nineteenth shot

História Till My Chest is on Fire - Nineteenth shot


Escrita por: gureigurei e Chimm_Chimm

Notas do Autor


Poupem as pedras pro final -qq

Capítulo 19 - Nineteenth shot


HoSeok POV

 

– JiMinie? O almoço está pronto. – Jin apareceu na porta com um olhar um tanto desconfiado fazendo com que JiMin soltasse sua mão da minha quase que imediatamente, minha vontade era de gritar por aquilo.

 

– Ah, oi hyung. Eu já estou indo, só estava... – me fitou ainda inexpressivo e se virou logo depois. – ...deixa pra lá.

 

JiMin passou por ele e Jin franziu o cenho sorrindo amigável.

– Como vai, HoSeok? – eu me curvei brevemente, sabia que a primeira dama estava passando por um momento conturbado, então fui em direção ao carro para sair e deixá-los em paz.

 

– Oh, HoSeok, espera! – Jin me chamou e eu o fitei curioso. – Por que não almoça com a gente? Fiz bastante comida. – ele ainda mantinha aquele sorriso reconfortante, mas eu não podia aceitar.

 

– Eu... Sinto muito, SeokJin-ssi. Eu tenho trabalho a fazer. – sorri brevemente e voltei à andar para o carro, mas ele me impediu segurando meu pulso.

 

– Vamos, sei que seu trabalho é treinar o JungKook, não vai poder fazer isso enquanto ele estiver aqui. – hesitei, mas sabia que ele não me deixaria ir embora, então cabei aceitando; admito que ver o quanto ele ficou feliz com aquilo me deixou um pouco mais alegre.

 

Chegamos no andar de cima e a primeira coisa que vi foi JungKook deitado no colo de um TaeHyung radiante no sofá da sala; acabei sorrindo também, embora fosse meio irritante, eu ficava feliz de ver que ao menos dois de nós estavam conseguindo se distrair das merdas que aconteceram nos últimos dias.

Corri o olhar pela casa, não era nada mal, muito bem organizada, o que me fez rir soprado pelo perfeccionismo daquele tatuador. O baixinho estava arrumando a mesa e pareceu bem surpreso ao me ver, acabei por sorrir e ele correspondeu brevemente; me permiti relaxar, o clima tenso acabou ali.

Jin chamou o casal vinte para almoçar e eles chegaram em tempo recorde na mesa. Estava prestes a me sentar quando TaeHyung me empurrou para tomar minha cadeira.

 

– Ah, desculpa, hyung, é que eu gosto dessa cadeira. – ele sorriu quadrado e eu dei de ombros, mas congelei assim que notei JiMin ao meu lado e um tanto vermelho.

 

Começamos a comer, SeokJin era mesmo um ótimo cozinheiro, seu ensopado dava de dez na comida que comíamos na facção.

Em meio as conversas paralelas, JiMin e eu trocávamos olhares, eu sorria, ele sorria, e ambos desviávamos logo depois.

 

– Vocês têm notícias do NamJoon? – Jin perguntou de repente, eu sabia que estava se segurando há tempos para perguntar sobre ele. JiMin e eu nos encaramos, na verdade não tínhamos muitas informações, mas precisava dizer algo para que ele se tranquilizasse.

 

– Ele está bem, SeokJin-ssi. Jackson passou a noite o vigiando e disse que o líder dormiu como uma pedra. Deve estar acordando agora pela ressaca. – Tae e JiMin riram brevemente para descontrair e Jin sorriu distante.

 

– Ele vai ficar bem, hyung, vamos cuidar dele. – JiMin confirmou, mas eu sabia que ele estava tão aflito quanto. Delicadamente, levei minha mão livre à sua coxa por baixo da mesa e fiz um carinho singelo, e me surpreendi quando ele apertou minha mão com a sua semelhante. Sorrimos um para o outro em seguida e meu coração se aqueceu, me sentia mais calmo só de estar perto dele.

 

– Eu vou preparar algo para você levar para ele, okay, HoSeok? – Jin falou e eu assenti. – Esse idiota com certeza não vai querer comer, então por favor, enfie a comida na boca dele se preciso! Faça ele tomar bastante água e um remédio para dor de cabeça também... – ficamos em silêncio ouvindo suas ordens e eu assenti prontamente, respeitava SeokJin não só como marido do meu chefe, ele na verdade era um dos poucos que eu respeitava como hyung. – ... E também... diga que eu o amo muito. – sua voz ficou embargada e JiMin, assim como eu, começou a se preocupar.

 

– Sim senhor. – tanto JiMin como os outros me olharam surpresos, eu nunca dirigi aquelas palavras nem à NamJoon. – Eu vou garantir que ele fique bem, eu prometo. – Jin sorriu por alguns segundos e se retirou da mesa logo em seguida, deixando que as lágrimas caíssem por seu rosto.

 

– Hyung- – Tae estava prestes a se levantar, mas JungKook o segurou. O mais novo tinha razão, era melhor dar um tempo a ele.

 

 

 

 

 

 

SeokJin POV

 

Sabia que algo estava acontecendo entre JiMin e HoSeok, os dois não paravam de se encarar, trocar leves sorrisos e corar quando um olhava demais pro outro. Meu peito se encheu brevemente de felicidade por ver, não só eles, mas também JungKookie e Tae em bons termos de novo; os dois brincavam como o casal de adolescentes que eram, alimentando um ao outro, fazendo piadas, e trocando selinhos repetidamente.

Eu sabia que não era certo, mas pensar também o quão feliz todos estavam e o quão miserável eu me sentia, me deixava mais triste ainda. Finalmente tive coragem de perguntar sobre NamJoon, e para o meu alívio, pelo menos fora de perigo ele estava.

Ainda assim, eu me preocupava, não conseguia relaxar pensando no quão mal ele deveria estar; sabia bem do seu histórico com a bebida, sabia que os cortes em seus pulsos não eram brincadeira, mas acima de tudo, sabia que o que rondava sua mente agora eram só pensamentos ruins.

Mesmo bravo, magoado e chateado pelo que ele havia me dito sobre o nosso filho, além de ter agredido Tae naquele dia e assustado a todos nós, eu não conseguia evitar pensar nele; meu maior desejo era engolir meu orgulho, ignorar o quão ferido eu estava e só cuidar dele o resto do dia, mas nem tudo era tão simples. No estado em que estava, NamJoon não reagiria bem com ninguém agora, acho que nem mesmo comigo, e tinha medo de ele fazer uma besteira ainda maior, então, deixaria ele se aproximar de nós primeiro.

 

Não consegui conter minhas lágrimas ao sair da sala; Tae estava preocupado com meu estado e eu vi que ele viria atrás de mim se não fosse pelo namorado. Eu precisava desse tempo, precisava deixar que as lágrimas caíssem e tudo que estava preso sair.

Quando consegui sair do quarto, fui até a cozinha e peguei um  tupperware em um dos armários de JiMin; coloquei a comida do jeito que NamJoon gostava, desenhando um rosto feliz com alga seca e sorrindo em meio ao choro que ainda não tinha parado totalmente. Tinha certeza que pelo menos isso o faria sorrir, nem que fosse um pouco.

Preparei também uma vitamina reforçada e remédios para que ele tomasse em horas específicas, naquele estado ele não procuraria por comida sozinho, e eu queria garantir que ele ficasse forte.

Voltei pra sala com tudo em uma pequena bolsa feita de panos que eu encontrei nas gavetas. Os meninos já terminavam de comer e tiravam a mesa. – Eu faço isso, vocês parecem cansados. – eu reclamei, mas eles não me deixaram tocar em nada.

 

– Nem pense nisso, hyung, você já fez o almoço sozinho. Agora vai sentar que eu não quero cansar meu irmãozinho. – Tae se abaixou para fazer carinho em minha barriga, falando com a típica voz de bebê. – Aposto que você adorou o almoço, hum? A comida do seu appa é uma delícia, não é? – ele brincava com os tons de sua voz, e eu apenas ria, fazendo um cafuné em seus cabelos escuros. – É sério, hyung! Bebês conseguem ouvir! Temos que conversar muito com eles.

 

– Porém eu acho que ele ainda é pequeno para ouvir, meu anjo. – JungKook riu, passando seu braço sobre os ombros de Tae. – Hyung, você vai voltar para a facção agora? – se virou para HoSeok, que voltava da cozinha com um JiMin corado logo atrás, recebendo sorrisos maliciosos de todos nós.

 

– Oh, sim... Eu vou. Primeiro vou levar vocês de volta para o QG e depois levo isso para o NamJoon. Depois vamos juntos. – respondeu nervoso, era curioso como o JiMin o deixava meio perdido.

 

Peguei a bolsa que tinha feito e lhe entreguei com cuidado, junto com uma caixa com os comprimidos. Haviam muitas coisas que eu queria dizer para NamJoon, acho que não era o momento nem a hora certa, mas tinha pelo menos uma coisa que eu queira que ele soubesse.

 

Tae tinha se despedido de JungKook e estava lavando a louça na cozinha enquanto JiMin limpava a mesa então eu aproveitei para chamar HoSeok e lhe pedir um último favor, precisava que NamJoon soubesse disso.

 

– HoSeok... – o chamei e ele voltou a atenção para mim. – Diga a ele, que eu o amo muito... não esqueça.

 

– Não se preocupe, não vou esquecer. Vou entregar tudo e força-lo a comer se for preciso. – eu sorri; meus olhos estavam marejados, eu me sentia um monstro por deixar que ele passasse por tudo isso sozinho, então queria ao menos ajudar de longe, mesmo que fosse só com refeições e remédios.

HoSeok saiu logo em seguida, JiMin me deu um abraço forte e prometeu que tudo ficaria bem, JungKook me prometeu que iria se tornar alguém tão grande quanto NamJoon e que cuidaria não só de Tae, mas de todos nós, e eu sorri vendo eles se afastarem; minhas pequenas doses de alegria.

 

 

 

 

 

 

 

NamJoon POV

 

Acordei com uma dor de cabeça horrível, não me lembrava bem do que tinha acontecido, mas ao ver as juntas de meus dedos enfaixadas e contendo uma ardência terrível, eu percebi que foi algo muito ruim.

Me sentei na cama, olhei em volta e vi que estava em meu quarto, mas não me lembrava de como cheguei lá. Enquanto eu tentava normalizar a tontura antes de me levantar, Jackson entrou pela porta; seu olhar era de alívio, ele parecia muito preocupado, o que me deixou da mesma forma.

Pediu que eu tomasse um banho e descesse, eu hesitei, mas não perguntei sobre o que aconteceu, precisava mesmo de um banho para acordar.

Saí do banheiro ainda com a cabeça estalando, e o medo começou a me consumir. Me lembrava vagamente de alguns flashes, eu estava furioso com TaeHyung, e antes de ir atrás dele eu comprei algumas garrafas, depois disso eram só borrões.

Desci e encontrei Jackson sentado próximo a mesa, com o café pronto. Me sentei de frente a si, e ele explicou um pouco do que aconteceu, e quando terminou, eu tive que ser muito forte para não chorar em sua frente.

Ele não fez perguntas, nem me disse o que fazer, apenas pediu para que eu descansasse e não me preocupasse com a facção. Eu não lhe agradeci, estava em estado de choque, e quando ele saiu, eu tive vontade de quebrar tudo naquela casa incluindo a mim mesmo, mas me contive.

 

Voltei para o andar de cima e tentei não pensar, tudo que vinha em minha mente era o quão assustado TaeHyung deveria estar, e o quão decepcionado ele e Jin estavam comigo. Lembranças de quando eu era mais novo vieram à minha mente, eu não podia me deixar abalar.

Quando nosso pai morreu, Tae estava com muito medo, e se ele não tivesse me encontrado com os cacos de vidro naquele banheiro, talvez eu não estivesse mais aqui para contar essa história. Naquele dia eu prometi que nunca mais deixaria que ele ficasse com medo, que iria protege-lo, e lá estava eu outra vez, bebendo e estragando tudo.

 

Eu o magoei, e magoei Jin que muito provavelmente não queria me ver. Tinha afastado as duas pessoas que eu mais amava por pura fraqueza, e cada vez que eu pensava naquilo eu me corroía por dentro.

Deitado na cama, eu refleti mais uma vez e me vi voltando ao passado, quando não tinha Jin ao meu lado, e meu irmão precisava de mim para cuidar de si; engoli todos os meus sentimentos, angústia, raiva, tristeza, saudade, guardei tudo no meu subconsciente e decidi que não seria fraco outra vez, eu ia voltar ao meu principal e único objetivo que era mantê-los a salvo.

 

 

Acabei caindo no sono sem querer, acordei horas depois com alguém me balançando e abri os olhos rapidamente, mas fiquei aliviado ao ver que era HoSeok.

 

– Hora de acordar, líder. – suspirei e me levantei rápido, mas me arrependi no segundo seguinte, minha cabeça parecia querer explodir. – Vai com calma, você teve um dia longo ontem. Lave o rosto e desça, mandaram algumas coisas pra você. – ainda confuso e meio tonto, eu assenti e fui para o banheiro.

 

Depois de fazer minha higiene pela segunda vez, desci as escadas lentamente, ele estava na mesa com algumas sacolas; pediu que eu me sentasse e assim o fiz, esperando curiosamente para que ele me desse explicações com mais detalhes.

 

– O que aconteceu ontem? – ele desviou o olhar, parecia um pouco desconfortável em me contar, mas eu precisava saber. – Jackson disse que eu briguei com o Tae, ele está bem?

 

–  TaeHyung e SeokJin-ssi estão bem, não se preocupe. E sim, você brigou com seu irmão, mas ele não está com raiva nem nada do tipo; e acho que não preciso explicar o motivo de suas mãos estarem assim. –  olhei para minhas juntas outra vez; tinha tirado os curativos quando tomei banho, a carne viva e os arranhões mais fundos estavam se fechando, mas ainda ardia como fogo. Suspirei tentando evitar que aquilo me trouxesse lembranças do meu passado ainda mais sombrio. – Jin hyung mandou isso para você. Ele disse pra eu te fazer comer, então por favor não me faça bancar a babá. – fiquei estático mas não estava surpreso, isso era bem a cara de Jin.

 

– Ele disse mais alguma coisa? – perguntei esperançoso; normalmente odiava parecer fraco na frente dos meus homens, mas depois do que ele deve ter visto, eu já não me importava.

 

– Sim. – respondeu após algum tempo e suspirou se sentando de frente para mim. –  Ele disse que te ama, NamJoon. Muito. Seu irmão também... –  fiquei em silêncio, meu coração aqueceu no mesmo instante, como eles ainda podiam me amar depois do que aconteceu? – Não quero que pense que estou te dizendo o que fazer, mas eu sugiro que você de um pouco de espaço para eles. – o fitei alarmado, não por ser tão evasivo, mas HoSeok era o cara mais frio que eu conhecia, ouvir aquelas coisas vindo dele fazia parecer que ele tinha sentimentos. Enquanto eu estava em silencio apenas ouvindo, ele se levantou com um riso soprado. – Tem remédios nessa sacola, a primeira dama disse para você comer e depois tomar alguns. Descanse o resto do dia, vai ser melhor.

 

Ele estava prestes a sair, quando eu o chamei outra vez, faria o que Jin disse, mas não ficaria ali sem fazer nada, já fui inútil o suficiente.

Pedi ao Jung que me esperasse, e uma hora depois, já estávamos em direção à sede.

Jackson ficou surpreso ao me ver, assim como todos no local, não sabia até onde eles sabiam, mas não me importei, não era o momento.

 

–  O JiMin está aqui? – o Wang assentiu ainda confuso enquanto me fazia perguntas se eu estava bem mesmo, eu sorri, aquele chinês era um idiota infantil e problemático, mas ele me salvou, e eu seria eternamente grato. – Eu estou bem, Jackson. Onde o Park está?

 

– Er, no campo com o Jeon, mas–

 

– Jack, conversamos depois, está bem? Eu preciso resolver algumas coisas. – ainda hesitante, ele assentiu. – Agora me faça um favor, preciso que comece a treinar o Jeon a partir de amanhã. –  uma feição confusa se formou em seu rosto. – Ele já está preparado, ensine como manusear as armas pesadas e dê todos os detalhes da facção, entendeu?

 

Não dei tempo para que ele respondesse, saí em passos rápidos para o campo onde encontrei JungKook praticando a velocidade em que carregava três armas diferentes sobre uma mesa; sorri involuntariamente ao ver que ele estava indo muito bem, o garoto era um prodígio.

 

– JiMin. – chamei pelo Park e ambos arregalaram os olhos, hesitando antes de vir até mim quase correndo.

 

– Hyung! Você deveria estar descansando! Você está bem? – ri pela preocupação do baixinho, ver que tanto ele como JungKook se preocupavam comigo me trazia uma certa alegria.

 

– Eu estou bem, não se preocupe. Preciso que faça algo pra mim. – ele acenou com a cabeça um pouco hesitante. – Leve Jin e TaeHyung pra casa. – JungKook ficou tenso no mesmo segundo, JiMin abriu e fechou a boca várias vezes como se estivesse escolhendo com cuidado suas palavras. – Eu não vou voltar pra lá, vou ficar aqui na facção. Apenas leve os dois, eu agradeço muito por você cuidar deles, mas eles estarão mais seguros em casa. – ele não contestou, sabia que eu estava certo. – Mais uma coisa... você e o HoSeok vão ficar lá com a equipe de segurança. Eles são habilidosos, mas não tanto quanto vocês, cuidem deles por mim, por favor.

 

O Park tremeu seus lábios e eu sorri, ele podia pagar de durão, mas ainda era a criança sensível e amorosa de dez anos atrás.

Ele assentiu e saiu em disparada para o prédio; JungKook ficou ali parado esperando alguma ordem. Fitei o garoto de cima à baixo; ele não usava mais aquelas roupas estranhas e caras, se vestia como um garoto normal, fora do uniforme do colégio particular e do banho de dinheiro que seu pai lhe dava, e mesmo assim, parecia muito mais vivo, e ver o quanto ele tinha evoluído me fazia pensar em como fui idiota por duvidar dele.

 

– JungKook. – ele engoliu em seco. – Cuide do Tae, está bem? Eu não posso vê-los por agora, mas sei que ele está em boas mãos com você. – seus olhos foram se arregalando aos poucos. – Eu vi o quanto você evoluiu e queria dizer que eu estava errado sobre você. – JungKook estava estático, apenas ouvindo atentamente. – Sei que seu pai desistiu de você, mas se ele fez isso é porque não reconhece o filho incrível que tem... e você me orgulhou muito.

 

Eu estava prestes a sair quando o Jeon voou contra mim, abraçando meu tronco com força. Arqueei as sobrancelhas em confusão, e notei pelos seus soluços que ele começou a chorar compulsivamente.

Suspirei e decidi corresponder ao aperto; JungKook era exatamente como eu na idade dele, crescemos em universos paralelos, mas nossa história não era tão diferente assim. Ele tinha seus problemas com os pais, e queria ficar forte para proteger a pessoa que lhe deu uma razão para continuar respirando, só esperava que ele se tornasse um líder melhor do que eu era.

 

– Diga a eles que eu os amo, JungKook. Eu os amo mais do que tudo! – disse em baixo tom e ele assentiu em meio ao seu choro. Não conseguia imaginar por quanto tempo ele estava guardando aquelas lágrimas, então fiquei ali acariciando seus fios enquanto ele deixava tudo sair; tinha certeza de que nunca tinha recebido um abraço acolhedor de seu pai, e sinceramente, eu não me importava mais de ser sua figura paterna.

 

 

 

 

 

JiMin POV

 

 

Me surpreendeu ver NamJoon ali; nosso líder parecia bem melhor, mas eu ainda conseguia ver através disso, sabia que ele estava usando uma máscara para o bem de todos, e isso me emocionava. Só o fato de ele tentar se reerguer sozinho me dava orgulho.

Minha preocupação e a de JungKook era evidente, mas depois de algumas palavras de conforto, eu consegui acreditar que ele de fato estava tentando melhorar. Sai em busca de HoSeok após receber suas ordens. JungKook tinha subido de nível, e agora iria aprender, não só as técnicas com as armas pesadas, como também iria aprender sobre a facção como negócio em si.

Minha missão agora, juntamente de HoSeok, era proteger as pessoas mais importantes da vida do meu hyung, e eu o faria sem hesitar; faria de tudo para ajuda-lo nesse momento difícil, para que ele não tivesse nunca mais que recorrer a bebida de novo para conseguir suportar algo, e muito menos se machucar para isso.

 

HoSeok conversava com um dos rapazes que cuidava da distribuição de cocaína nas bocas; eu me aproximei devagar para não atrapalhar, parando para observar o quão diferente ele era quando não estava falando comigo ou com alguém da família Kim.

Sua postura era de líder, e sabia bem como botar medo em alguém. Isso era visível pela cara do garoto que levava um belo sermão que tinha errado o número de pacotes que foram entregues de manhã.

– Se eu souber que isso não foi só um engano e que você anda roubando nosso material, eu vou enfiar o cano dessa arma na sua boca e te explodir por dentro. – o rapaz tremia sob seu olhar duro; e por alguma razão eu achei aquilo sexy.

Seu olhar duro e sua voz grossa enquanto ele continuava com suas ameaças pesadas mostravam que os Jung tinham muitas razões pra serem temidos. HoSeok só parou quando me viu ali ao seu lado, não sabia a hora de chamar sua atenção então esperei ele terminar.

 – Hey, JiMin. – ele dispensou o garoto com o olhar, vindo até mim pra conversarmos melhor. – Falou com NamJoon, não foi? Eu já ia te chamar para sairmos, só estava resolvendo um lance antes. – eu tive que rir; ele falava como se tivesse ido comprar pão, e não ameaçado matar alguém. Era meio engraçado como ele mudava pra falar comigo, aos poucos eu me sentia cada vez mais especial pra ele.

 

– É, eu vi. – ele riu comigo e caminhamos calmamente até o carro. – HoSeok... Você acha que eles vão aceitar de bom grado? Não quero mais confusão com NamJoon hyung; tenho certeza que ele iria desabar caso Jin hyung não aceite voltar para casa. – ele parecia pensar um pouco, me ajudando a colocar o cinto, e como no dia anterior eu me via surpreso; ele me deixava sem reação com coisas simples, e me perguntava quando iria parar de me sentir assim.

 

 

– Eu não acho que eles vão negar. Jin hyung ama demais o NamJoon, e mesmo estando magoado ele sabe que terão bem mais segurança em casa e que a distância agora é o melhor para ambos. – ele deu a partida, saindo do estacionamento e indo em direção a minha casa.  – Sem falar que Tae só está lá porque a primeira dama está; na hora que ele decidir voltar, ele vai também.

HoSeok parecia bem convencido do plano, e tinha razão. Como esperava, Jin hyung não fez muitas perguntas, e com a nossa ajuda, arrumou as coisas que tinha trazido enquanto eu mesmo arrumava uma mala para mim, levaria roupas o suficiente para durar até o fim de semana sem precisar voltar.

TaeHyung estava visivelmente feliz ao saber que NamJoon já tinha voltado a ativa, mas Jin hyung ainda parecia preocupado.

 

– NamJoon não vai voltar pra casa enquanto vocês dois estiverem lá; ele vai ficar na facção, até... bom, até as coisas ficarem melhores. – expliquei mais uma vez enquanto andávamos até o carro. – Ele só quer que vocês fiquem em segurança, então HoSeok e eu vamos cuidar de vocês dois, ou melhor, vocês três. – vi seus olhos marejados. – Não se preocupe hyung, vocês vão ficar bem. Todos vocês. Ele nunca faria mal ao bebe de vocês.

– Eu sei. – Jin hyung entrou no carro e suspirou. – Minha preocupação é que ele pense demais em nós e de menos nele.

 

 

 

HoSeok POV

 

Já estava bem escuro quando deixamos TaeHyung e a primeira dama em casa. Falei com os seguranças que ainda estavam lá, o plano inicial era fazermos turnos alternados entre eu e JiMin para comandar e vigiar o perímetro, mas assim que o Kim mais velho ouviu nossa conversa, ele praticamente ordenou que fôssemos descansar e começássemos o trabalho no dia seguinte.

Eu tentei ao máximo negar, afinal NamJoon tinha confiado sua segurança à nós, mas aqueles dois eram muito convincentes, então acabou que depois de garantir que eles ligariam se tivessem qualquer problema, eu voltei para casa, e JiMin foi comigo.

 

O lado bom de morar bem ao lado da casa dos Kim era que podíamos chegar lá rapidamente caso acontecesse algo; eu sabia que eles ficariam bem, mas NamJoon confiava em mim, e mesmo sem saber o porquê, eu não queria decepciona-lo.

Entramos em casa, eu estava nervoso por JiMin estar ali, mas ao mesmo tempo me sentia muito em paz por ele estar comigo.

 

– O banheiro é na terceira porta à esquerda. Vá tomar um banho, depois de hoje acho que precisamos relaxar. – JiMin me olhou sugestivo e eu me senti corar até o pescoço. – N-não foi isso que eu quis dizer. – respondi mais calmo do que realmente estava, ver que ele me fazia ficar daquela forma só me deixava mais admirado, e até um pouco assustado.

 

– Não precisa ficar tão nervoso, Jung. – ele disse sorridente e andou em direção ao banheiro. – Mas talvez você tenha razão... todos nós precisamos relaxar um pouco. – o baixinho sumiu de minha visão e eu relutei, tive uma discussão interna comigo mesmo, pensando se aquilo significava algo, ou se o nosso momento tinha passado e eu estava apenas criando expectativas.

Depois de um bom tempo, percebi que precisava voltar a ser um pouco impulsivo e não pensar demais; nosso trabalho ficaria ainda mais perigoso e poderíamos morrer a qualquer momento, então eu queria aproveitar com ele enquanto podia.

 

Andei até o banheiro e sorri ao ver que ele deixou a porta aberta; segui a trilha das roupas caídas no chão, o box estava aberto, me dando uma visão do céu. Seu corpo claro ficava ainda mais lindo quando molhado, pude ver todos os desenhos em sua pele e de repente tive uma enorme vontade de tocar em todos eles.

Me aproximei lentamente para não chamar sua atenção, suas mãos apenas espalhavam a água por seus fios alaranjados enquanto seus olhos se mantinham fechados; fiquei um bom tempo apenas o observando enquanto sorria bobo, ele era tão lindo.

Após alguma discussão interna, decidi me juntar a ele. Tirei minhas roupas ainda com cuidado para que não me notasse e finalmente me aproximei, mas me surpreendi quando ele riu ainda com os olhos fechados, antes mesmo que eu o tocasse.

 

– Você ficou um bom tempo me encarando, acho que está se sentindo atraído por mim. – ele disse ainda de costas e eu sorri; uma caixinha de surpresas, como sempre.

 

– Eu tomei cuidado para não fazer barulho, como me ouviu? – JiMin se virou para mim e me puxou para que a água também molhasse meu corpo nu. O baixinho sorriu daquela forma amável fazendo meu coração palpitar mais rápido outra vez, como se tivesse algo me queimando por dentro.

 

– Por favor, somos assassinos, temos que ficar atentos. Aliás é melhor treinar sua habilidade de ser sorrateiro. – correspondi ao sorriso, nos encaramos por longos segundos; nossos rostos ficaram próximos até o ponto de nossos narizes se roçarem e ficamos naquilo por um tempo, minhas mãos foram direto para sua cintura e as suas para o meu pescoço.

 

– Você é tão diferente, JiMin... – disse em baixo tom. – Eu te quero tanto... – ainda me contendo, deixei leves selos em seu pescoço.

 

– Jung. – soltei apenas um murmúrio em um sinal para que continuasse. – Você também é diferente. – no segundo seguinte, colamos nossos lábios como se fosse a última coisa que faríamos na vida, e talvez fosse. Pela primeira vez eu não sentia medo de morrer, mas sim que eu fosse acordar daquele sonho.

 


Notas Finais


Sim, só segunda vai ter limonada <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...