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História Tempo (INCOMPLETA) - Help, Promessas e Maluquices


Escrita por: HarrisonGuitar

Capítulo 9 - Help, Promessas e Maluquices


CAPÍTULO IX

- John Lennon! – entrei em casa, já gritando pelo espertinho

 Olhei pela sala e ele não estava lá, nem na cozinha. Por um instante, tive medo de que ele tivesse desaparecido de vez, talvez voltado pro passado. Corri pelas escadas até meu quarto, ninguém. Meu coração disparou, eu tinha o que dizer pra esse pestinha antes que ele fugisse de volta pros anos 60.

- Precisa gritar? – sua voz atrás de mim quase me deu um infarto e me fez sair rolando pelas escadas. Levei a mão ao peito, dava pra sentir os batimentos fortes. No entanto, eu tinha me aliviado por vê-lo ali, perto. Eu não deveria me sentir aliviada por isso, mas me sentia, sem saber exatamente o motivo ou como esse sentimento passou a existir. Enfim, o encarei depois do susto, ele tinha claramente saído do banho (e estava com o MEU roupão). Suspirei, estava intrigada com outras coisas que não me permitiam prestar atenção em seu cabelo molhado ou no fato de ele também estar utilizando minha toalha pra se secar

- Você realmente pensou em roubar a composição do Paul, não foi? – cruzei os braços, parada em sua frente. Ele deu de ombros, como se não fosse nada importante. Bufei, estávamos lidando com um assunto sério que a criança em minha frente parecia não notar – Quando você voltar, vai realmente fazer isso, não vai?

- Por que parece tão preocupada? – me encarou, irritadinho como sempre

- Porque isso já foi mudado em todos os lugares, como se você já tivesse alterado o tempo – retruquei, largando os braços e me encostando na escada – O mundo inteiro acha que a composição é sua, os sites noticiam isso, eu pareci a única idiota no editorial hoje dizendo que ‘Hey, Jude’ era do Paul!

- E o que tem de mal isso? Prefere que seja do Paul, é? – John se encostou ao meu lado, completamente indiferente à situação

- Você sabe que é dele, não se faça de idiota – o interrompi, meio impaciente – A questão é: suas decisões de agora, ou possíveis decisões, estão afetando o presente e o passado e eu sabia que isso aconteceria... Merda

- Não foi uma grande mudança, não precisa se preocupar tanto – passou por mim, descendo as escadas. Ele realmente vai agir como se não fosse nada? Claro, porque tudo até agora só está sendo benéfico a ele. Desci logo atrás, parando no último degrau. Ele me encarou – O que foi?

- Isso é só até agora, John; foi uma pequena mudança por enquanto, mas e se depois... – suspirei, eu nem sabia o que dizer. Estava com medo das possíveis alterações, do tipo ‘Flashpoint’ (os amantes de quadrinhos como eu entenderão). Eu tive um trauma quando era criança, aquela série Smallville passava na televisão e sabe o que acontece quando Clark Kent tentou voltar no tempo e salvar a Lana da morte? O pai dele morre. É desse tipo de desastre que tenho medo – Quanto tempo vai demorar até que você descubra certas coisas e tenha vontade de alterar tudo? Eu não sei até onde isso seria bom

- O que você tem tanto medo que eu descubra? – se aproximou, me encarando de mais perto, mirando diretamente meus olhos. Como se eu pudesse responder... respirei fundo e desviei o olhar, queria fugir da pergunta – Eu não vou tentar mudar minha história, Marcela

 Meu coração palpitou estranhamente, talvez por um quase fantasma me chamar pelo nome. Talvez também pelo fato do fatídico dia 08/12/1980 voltar à minha mente. Como eu confiaria nele dizendo que não mudaria nada? Qualquer pessoa mudaria sua morte se soubesse a data e as circunstâncias, principalmente num caso como o do John. E o que mudaria no mundo? Até quando ele viveria se passasse daquela noite? Ainda estaria vivo? Os Beatles teriam se reunido? Existiriam mais álbuns? As carreiras dos outros artistas seriam afetadas? Não podíamos arriscar.

- Você já me disse que eu morri há alguns anos, Marcelita – fez uma careta, como se a informação fosse assim tão simples. Eu realmente tinha falado, mas achei que ele não tivesse decorado. Droga. – É isso que te deixa aflita?

- Não só isso – respondi, sem graça, quase sem voz

- Eu não ligaria nem se eu morresse agora – retrucou, sério, se virando e indo pra sala. Foi uma frase que me deixou um pouco abalada, digamos. Por que ele diria isso? Quer dizer que só nós gostaríamos de apagar sua morte enquanto ele na verdade achou-a um presente divino? Não, estamos falando de épocas diferentes. Em 1980 John parecia estar feliz demais pra dizer uma coisa dessas, mas em 1965... Talvez seja sua era depressiva? Eu deveria classificar isso como uma era? Não, eu deveria tratar como algo sério. Mas eu não posso me intrometer em sua vida, mesmo se for pra ajuda-lo, certo? Se eu tentasse acabar com esse seu pensamento, clássicos como ‘Help’ deixariam de existir?

 Pensando bem, estamos às vésperas de ‘Help’, que foi lançado em agosto de 65.

- O que foi? – me tirou do mundo da lua, rindo da minha cara óbvia de desespero

- Nada – terminei de descer as escadas, resolvendo não tomar nenhuma decisão, pelo menos não por enquanto – Só me prometa uma coisa – parei em sua frente e suspirei. Eu já sabia que suas ações mudariam o passado e o presente, como esperado, então tinha prevenir um dano maior – Me prometa que nunca vai tocar nas minhas biografias, nem nos livros, nem assistir ou ler algo sobre você mesmo

- Okay, eu prometo – ele respondeu, mesmo meio desconfiado. Não parecia uma palavra muito confiável, mas eu não teria saída – Com uma condição

- Sabia que tinha sido fácil demais – bufei, revirando os olhos

- Me fale o que houve com os outros nesses anos – me encarou, sério, uma das únicas vezes que eu o via realmente sério – Eu prometo que não direi nada pra ninguém, nem mudarei nada

- John, eu não posso – tentei desviar daquilo, mas seu olhar permaneceu em mim, quase que invasivo, era como se ele fosse ler meus pensamentos a qualquer momento. Eu sabia que ele não desistiria e talvez fosse menos grave contar algo sobre os outros que algo sobre ele mesmo – Tudo bem, você venceu

- Quem ficou mais rico? Eu ou o McCartney? – cruzou os braços, com uma careta idiota. Eu ri, sem acreditar que suas perguntas seriam realmente bobas daquele jeito. Se ao menos ele imaginasse como os dois seguiram vidas completamente separadas depois dos Beatles

- Provavelmente o Paul – respondi, ainda rindo, entrando em sua brincadeira

- Nós dois brigamos? – perguntou, tão sério quanto antes, me pegando de surpresa. Seria um spoiler se eu respondesse, mas... Como ele sabia?

- Por que fez essa pergunta? – tentei me conter de dizer a verdade

- Eu sonhei com isso – retrucou, parecendo confuso. E me deixando mais confusa ainda. Um sonho? Ele seria então capaz de ter um tipo de visão do futuro? Como se já tivesse vivido tudo? Eu podia responder que não e deixa-lo como o John de 1965, ou podia dizer que sim e tentar prevenir as brigas que tanto fizeram ambos se arrependerem depois. Meu cérebro brigava com meu coração de beatlemaníaca

- Posso te aconselhar algumas coisas? Não leve tudo muito a sério se não quiser – respondi, vendo meu lado fã ganhando de meu lado racional. John assentiu, curioso pelo que eu diria – Não se arrependa no futuro por não ter criado seu filho direito; nem tente colocar prioridades entre seus amigos e seus amores; e cuidado com as palavras sobre Jesus... Seja você mesmo, John, as pessoas te admiram assim mesmo

- Você é meio maluca às vezes, sabia? – me encarou, rindo e apenas dei de ombros. Nada faria sentido agora, eu sei, mas talvez um dia ele me entenda – Eu gosto disso


Notas Finais


*gente, no começo da história eu uso o albuns 'Beatles for Sale' como lançado no dia 6/4/1965. eu juro que procurei no amigo google sobre a data (pq sou um terror pra procurar) e apareceu essa data
agora estou com medo pq tá aparecendo 1964 rsrsrsrsrs medo
enfim, ignorem a pequena falha já q é uma fanfic k


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