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História Time 7 - Capítulo 80



Capítulo 80 - Capítulo 80


- Poderia ser mais direta? – Mahina começava a ficar preocupada.

                - Mahina... – Tsunade apertou os lábios, ela detestava dar más notícias. – Eu sinto muito, mas você está com câncer.

                Mahina não conseguiu se mover, em completo choque.

                - Câncer literalmente no corpo inteiro.

 

               

                Não, eu não quero tratamento. Sim, eu estou bem. Não, não diga a ninguém.

               

 

                - Mahina-chin. – Disse Sasuke. – Não pode ficar na cama o dia inteiro.

                Mahina o ignorou, permaneceu com os olhos fechados, encolhida sob o lençol. Pôde ouvir os passos de Sasuke, ele se deitou a seu lado na cama.

                - O que está acontecendo? – Ele sussurrou. Primeiro Tobi, depois as duas semanas apagada, agora isso! Sasuke não conseguia entender.

                Ele ficou ali, também parado, apenas esperando alguma coisa.

                Mahina sabia um pouquinho mais que Sasuke, apenas um pouquinho. A descoberta de câncer arrancou toda a sua animação, ela escolheu por se esconder em sua cama e ficar ali até que alguém a arrnacasse de lá a força.

                Ao dormir, Mahina suou, mesmo sem calor, ela suou.

 

                O tempo passa mais rápido quando temos no calendário sua morte destacada com um círculo. Tsunade lhe deu duas semanas, no máximo.

                Duas semanas. O que são duas semanas? Se fosse para esperar, se fosse para ser consumida pelo medo e ansiedade preferiria morrer logo.

                O que ela poderia fazer? Contar a alguém? Não contar? Deixar tudo a cargo da surpresa?

                Mahina não sabia, mal saíra da cama, nem falara. Sasuke começava a ficar extremamente preocupado, tentava fazê-la sair um pouco apenas para receber sol no rosto, todavia não quis utilizar da força.

                No espelho, em uma das raras vezes em que Mahina se levantava, via seu corpo magro, mais do que o normal. Era um serzinho minúsculo e desprezível naquele banheiro. Ao sair, foi para a cozinha enfiar alguma coisa pela goela, não existia fome.

                Sasuke a acompanhou, seu dedinho indicador ansioso batucou algumas centenas de vezes a bancada enquanto Mahina cortava pacientemente o pão.

                - Está tomando o seu remédio? – Ele perguntou. – Onde está o seu remédio? Não estava no criado-mudo.

                Mahina assentiu preguiçosamente com a cabeça. Enquanto mordiscava o pão, com as duas mãos com a força de uma só.

                - Por que ficou apagada por duas semanas?

                Mahina encolheu os ombros.

                - O que Tsunade lhe disse quando acordou?

                Mahina encolheu os ombros novamente.

                Sasuke bufou, se levantou e foi para o quarto. Mahina voltou sua atenção para a merda do pão em suas mãos, sem gosto, sem graça, fútil. Desistiu de comer, o deixou abandonado no prato.

                No quarto ela viu Sasuke remexendo em suas gavetas.

                - Você vai voltar para Konoha. – Ele disse. – Lá tem tratamento adequado para você.

                Mahina o olhou indiferente, pegou as roupas dobradas na cama e as devolveu para as gavetas.

                - Mahina-chin... – Sasuke murmurou. Mahina pôs o dedo na frente da boca dele, Sasuke se calou. Tudo ficou em silêncio.

                Mahina aproximou-se do namorado, em silêncio, e tateou seu rosto com delicadeza. Sasuke a fitou, em silêncio, e a envolveu pela cintura. Abraçaram-se, em silêncio, leram as ações e não as palavras.

                Sim, havia um problema. Havia um problema, sim.

                Em silêncio.

                O beijo, frio e prolongado, silencioso e transtornado. Cale-se, shhhhhh, silêncio.

                Sasuke afundou os dedos compridos nos fios brancos, em silêncio, e ainda assim, em completo silêncio, ele foi incapaz de descobrir qual era o problema.

                Havia um problema. Apenas isso, havia um problema.

                Ele notou tardiamente que o que Mahina desejava lhe dar não era um beijo, uma despedida sim. Era uma despedida.

               

 

                À noite ficaram deitados no telhado, olhando as estrelas. Desde aquela cena de tentativa de despedida não disseram, no caso, Sasuke não disse nada.

                Juntinhos sob uma manta morna, hm.…, tão bom. Mahina adormeceu rapidamente, não queria mais ver, nem escutar, nem qualquer coisa, queria apenas aquietar seu estado de espírito. Foi levada para o quarto, não acordou durante o trajeto. Agora, deitados na cama, eles dormiram sem dormir.

                Horas se passaram até Mahina acordar. Viu Sasuke ainda dormindo a seu lado, saiu furtivamente. Ajeitou seu vestido curto e velho que usava para dormir, foi para a sala e deitou no sofá. O tecido estava frio, as poltronas desconfortáveis como nunca.

                Ficou ali olhando o teto, mórbida e sem esperanças. Seus olhos começaram a pesar, a pesar... a pesar.... Apagou. Pronto, agora conseguiria descansar? Descansar de verdade?

                Óbvio que não. Óbvio. Óbvio... (Chega de repetições.)

                Novamente naquele castelo estranho, só que desta vez deitada na gigante cama. Hesitou em abrir os olhos, mas quando os abriu optou por não voltar a fechá-los.

                - Veja quem acordou. – Zetsu Negro comentou. Ele estava sentado no chão, apoiado na parede, pulsos sobre os joelhos flexionados.

                Mahina se sentou, o lençol escorregou para seu colo. Sentiu frio, muito frio. Ela voltou a se cobrir.

                - Aqui é um pouco frio. – Disse Zetsu Negro. Ele se levantou, andou em direção a Mahina. – Não vai falar nada?

                - O que você quer? – Ela disse baixinho, voz rouca.

                - E claro que você diria isso. – Zetsu resmungou. – Mas, bom, já deve ter percebido seu pequeno probleminha.

                - Sasuke-kun vai perceber... – Mahina disse. – Que é um genjutsu.

                Zetsu Negro se aproximou dela, pendeu a cabeça para o lado, risonho.

                - Não. Não. Não. – Ele disse. – Não me decepcione.

                - Não posso estar aqui. – Mahina se cobriu mais com o lençol. – Esse lugar nem existe.

                - Não está usando a cabeça. – Zetsu sentou-se ao lado de Mahina. – Tadinha, está tão deprimida.

                - Pare de enrolar. – Disse Mahina. – Estou aqui fisicamente. Onde é aqui?

                - Uma outra dimensão, basicamente. – Zetsu deu de ombros. – Deve saber que seu nível de chakra está aumentando de forma anormal para qualquer ser humano.

                - E agora estou com câncer. – Mahina fechou os olhos, a resposta era tão óbvia. – A quantidade excessiva de chakra está fazendo minhas células se multiplicarem descontroladamente.

                - Bingo! Precisamos dar um jeito nisso, entende?

                Mahina assentiu com a cabeça.

                - Não pode ser aqui, não quero destruir o quarto. – Zetsu disse consigo mesmo. – Vamos lá para fora.

                Zetsu levantou da cama, foi até o armário velho e abriu.

                - Escolho este, para ficar dramático. É térmico. – Jogou na cama um vestido. – Sabe, a antiga dona deixou vários vestidos aqui. Ela adora eles. – Disse com nostalgia.

                - Quem viveria em um lugar como este? – Mahina resmungou. Catou a roupa e olhou pra Zetsu Negro.

                - Oh. – Ele notou que era a sua deixa. Quando ouviu a porta se fechar, Mahina saiu de debaixo da coberta e olhou para o vestido. Não olhou por muito tempo, fazia muito frio. Já vestida notou que, realmente, o vestido esquentava. O costureiro era um verdadeiro artista.

                Era um vestido transpassado, decote de coração. A cintura era destacada e, consequentemente, o busto também. Um quinto de seus seios ficava exposto, as mangas iam até os pulsos, a saia ia até os pés. A tecido branco era rendado, delicado, qualquer manuseio incorreto iria despedaçá-lo.

                Mahina se abraçou adorando o calor, abriu a porta do quarto e fitou Zetsu Negro. Ele se levantou do chão, apenas isso pelos próximos segundos.

                A genética é algo maravilhoso. Ela e “Ela”, quase idênticas. Ela...e Ela...

                 - Vamos lá para fora. – Zetsu segurou a mão Dela--- a mão de Mahina. Do lado de fora, em um grande pátio, Mahina foi guiada para ficar afastada das colunas de mármore. – Talvez doa.

                - Talvez?

                - Vai doer. – Corrigiu Zetsu. – Pronta?

                - Não. – Disse Mahina. – Vamos logo com isso.

                - O que eu vou fazer é retirar a quantidade em excesso de chakra do seu corpo, o problema não irá findar.

                - Apenas procrastinar.

                - Exato. – Disse Zetsu. – Para findar precisaríamos interromper a multiplicação exagerada, e isso está além de minhas capacidades. Na verdade, eu nem saberia por onde começar.

                - Talvez eu encontre um jeitou. – Mahina disse.

                - Tudo bem, então. – Zetsu se aproximou dela, segurou-a pelos ombros. Mahina fechou os olhos, com medo.

                A princípio nada aconteceu, tudo permaneceu calmo e quentinho. Até que o frio rondando sua cabeça voltou, começou a ficar tonta, os tornozelos ameaçaram deixar-lhe na mão. O frio, não um simples frio, era aquele gelado, que dói com o contato, aquele que se esfregado queima.

                Mahina mordeu o beiço, não iria gritar. Lágrimas escorreram, lutou para racionar. Precisava pensar em alguma coisa.

                Por que doía tanto? Chakra estava sendo retirado de seu corpo. Chakra é energia. Energia produz calor... Sem calor há frio. Frio intenso dói para um c***.

                Chega. Chega... CHEGA!

                Não aguentava mais, até a água das lágrimas faziam suas bochechas gritarem de dor. Não imaginou que seria tanto sofrimento a ter de passar, seu corpo ficava molenga.

                Apagou.

 

                Zetsu abriu os olhos, agora consciente. Ergueu seu corpo, olhou ao redor. Fora lançado contra a parede por um colapso de chakra.

                Andou até Mahina, não tropeçou nos cacos de gelo criados pelo colapso. Se agachou perante a coisinha minúscula, bela e apagada.

                - Isso foi mal... – Disse Zetsu Negro. – Muito mal. Mal. Mal. Mal.

                Pegou-a nos braços com delicadeza, era a hora de devolvê-la para casa.

 

 

                - Onde esteve? – Sasuke perguntou. – Oh, deus, onde esteve?!

                Mahina se levantou da cama, olhou para o namorado completamente desnorteada.

                - E que roupa é essa?

                - Não sei. – Mahina murmurou, saiu da cama e quase cai no chão. Sasuke a segurou. – Eu estava fora.

                - É, eu percebi. – Disse Sasuke. – Eu exijo explicações.

                Mahina olhou para Sasuke, ele parecia transtornado, cansado por tê-la procurado durante toda a noite, zangado por tantos mistérios sem motivo. Ela sentiu culpa, muita culpa.

                Então ela contou, contou de modo resumido, todavia não deixou nenhum detalhe de lado. Sasuke, após escutar, sentou na cama e ficou em silêncio.

                - Tobi nunca vai contar o que é. – Ele afirmou depois de um tempo. – Você se sente bem?

                 - Agora sim, bem melhor.

                Mais um momento em silêncio. Sasuke se virou para a namorada e a abraçou docemente.

                - Eu te amo. – Ele disse. Mahina deu um sorriso terno e retribuiu o carinho, fechou os olhos.

                - Eu também. – Ela respondeu.

                - Precisamos encontrar um jeito de resolver isso.

                - Sim...

                - Nós vamos resolver isso. – Sasuke disse querendo transpassar confiança, ele não estava muito confiante.

                - Sim.

                Se encararam, pupilas dilatas. Iniciaram um beijo calmo, sem pressa, amoroso.

                Sasuke beijou seus lábios, seu queixo, a ponta de seu nariz. Sorriu consigo mesmo.

                - Sabe – ele disse. – gostei desse decote. Normalmente você não usa decote.

                - Tarado. – Disse enquanto voltavam a se abraçar. – Você é muito tarado.

                Sasuke afundou o rosto em seu pescoço, respirou fundo.

                - Muito tarado.

                Ele repetiu isso como um mantra.

                Muito tarado. Muito tarado. Muito tarado.

                Muito tarado. Muito tarado. Muito tarado.

                Muito tarado por você. Apenas por você. Tarado ao máximo com você. 



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