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História Time is Over - Última Viagem?


Escrita por: Ervadoce

Capítulo 9 - Última Viagem?


Fanfic / Fanfiction Time is Over - Última Viagem?

 

 

 

 

Wonsik e Hakyeon acertaram os detalhes de como iriam agir no passado e onde se encontrariam para retornar.

O físico passou alguns minutos programando a máquina do tempo e os dois entraram juntos na cabine. A luz azulada cresceu e eles fecharam os olhos. Quando começaram a cair Hakyeon segurou a mão do maior. Naquela realidade era a primeira vez que o médico viajava no tempo então estava com medo.

 

Quando chegaram ao passado Wonsik tratou de guia-los ao hospital onde Hakyeon trabalhava e Hongbin estava internado. O físico pediu que Hakyeon esperasse escondido e avisou que tiraria o seu eu do passado daquele hospital e o manteria afastado por algumas horas e então Hakyeon poderia conversar tranquilamente com Hongbin, mas deveria ficar atento caso algo desse errado.

Hakyeon não pretendia ficar muito tempo, apenas o suficiente para conversar e abraça-lo pela última vez.

Tudo correu como o planejado e Hakyeon viu Wonsik saindo com o Hakyeon do passado e entrando no carro do médico. Já sabia o que o físico iria usar como desculpa, afinal ele mesmo sabia que só tinha uma coisa que o faria sair daquele hospital e se afastar de Hongbin.

 

Hakyeon entrou e evitou encarar muito as pessoas, mas foi cumprimentado por diversos funcionários do local.

Chegou em frente ao quarto de Hongbin e entrou com receio.

O rapaz estava lendo e quando percebeu Hakyeon na porta fechou o livro e o recebeu com um sorriso. O médico sentiu as lágrimas se acumularem em seus olhos e seu coração ficou acelerado, mas ele tratou de segurar as lágrimas e sorriu de volta.

-Oi Binnie.

 

 

 

Wonsik tinha conseguido convencer o Hakyeon do passado que existia um estudo sendo feito em uma universidade, que poderia desenvolver um tratamento eficaz para a doença de Hongbin. Como o próprio médico tinha explicado ao físico ele estava tão desesperado por prolongar a vida do mais novo que se agarraria a qualquer chance por menor que fosse.

O físico o fez dirigir por um longo caminho até chegarem em uma universidade famosa por seu foco em estudos médicos. Quando o moreno estacionou e desceu do carro Wonsik também desceu e deu a volta ficando de frente ao menor, em um movimento repentino pegou a chave de sua mão e o empurrou o derrubando na calçada. Entrou no carro e ligou dando ré, saindo dali o mais rápido possível. Manobrou e deu a volta pegando a avenida. Olhou pelo retrovisor e viu o médico correndo atrás do carro.

-Me desculpe por isso, mas você vai me agradecer no futuro Hakyeon... Literalmente. –Falou consigo mesmo.

 

Wonsik voltou para o hospital e deixou o carro do médico no mesmo local em que estava estacionado antes. Deixou as chaves na recepção do hospital e foi para o ponto de encontro.

Se surpreendeu ao chegar no local e ver Hakyeon já sentado no banco da praça olhando para o vazio.

Sentou ao seu lado e tocou seu ombro.

-Pensei que iria querer ficar mais tempo ao lado do Hongbin. O seu eu desse tempo está bem longe, você ainda pode conversar mais um pouco com seu companheiro.

-Eu já disse tudo o que precisava. Podemos voltar ao presente? Eu não quero mais ficar aqui.

-Tudo bem.

Wonsik tirou o relógio do bolso e acertou os ponteiros. A praça estava deserta e ninguém viu quando os dois sumiram em meio a fumaça.

 

 

 

Despois de retornarem Wonsik pôde notar o desânimo do médico, mas não comentou nada. Agora era o momento de preparar tudo para a sua própria despedida.

 

Combinaram todos os detalhes novamente para que nada saísse errado.

 

-Eu tenho uma última pergunta Wonsik.

-Pode perguntar.

-O que vai acontecer comigo depois que eu... Matar você? Se a máquina não existir mais eu não vou conseguir voltar. Eu vou ficar preso no passado?

-Eu não tenho certeza. O mais provável é que você simplesmente suma daquela realidade.

-Mas e se eu não sumir?

-Tem duas balas naquela arma que eu te dei. Não erre o primeiro tiro e então você vai ter uma escolha.

O silêncio entre os dois durou longos minutos.

-Então é mesmo o fim? –Hakyeon falou.

-Pra nós eu acho que sim.

 

Nenhum dos dois falou mais nada o restante do dia.

Quando estava tudo pronto Wonsik deu a mão a Hakyeon. O médico segurou relutante e entrou na cabine junto com o maior.

 

Assim que saíram da cabine Wonsik estranhou o vento forte que soprava. Ele tinha revivido aquele dia muitas vezes e tinha certeza que o tempo deveria estar ensolarado.

Olhou para cima e percebeu as nuvens negras se aproximando. Era uma tempestade e tanto, aquilo não estava dentro do adrão.

-Você não me falou que nesse dia teria uma tempestade. –Hakyeon falou parando ao lado e olhando para o céu também.

-E não deveria ter. Algo está fora do normal. Talvez isso seja um sinal de que vamos conseguir mudar o futuro finalmente.

-Ou talvez isso seja um sinal de que algo deu errado.

-Essa tempestade não me importa no momento. Nós temos uma missão a cumprir e espero que você não desista.

-Eu não vou desistir. Eu vou te ajudar.

-Ótimo. Nós não temos muito tempo. Você sabe onde fica o colégio vá até lá e faça como combinamos.

-Certo. Boa sorte Wonsik... Foi bom conhecer você.

Hakyeon abraçou o maior de repente e se afastou sem olhar para trás.

 

 

Wonsik ficou aguardando o horário da saída de Taekwoon nas proximidades da faculdade. A chuva começou a cair e isso o deixou nervoso. Aquele dia estava completamente diferente do que deveria, será que seu plano daria certo?

Quando o físico avistou Taekwoon ele praticamente correu em direção ao outro e o abraçou apertado por longos segundos.

-Ei. O que houve Ravi? –Perguntou quando se separaram.

-Eu só estava com saudades de você.

-Nós nos vimos hoje de manhã, esqueceu?

-Pra mim isso já foi um tempo longo demais para ficarmos longe um do outro.

-As vezes você é exageradamente romântico Ravi. –Falou revirando os olhos.

-E você adora isso.

-Talvez... Vamos tomar um café antes de ir pra casa?

-Claro, meu amor.

 

Caminharam se protegendo com o guarda chuva do mais velho e ao tocarem as mãos  Taekwoon percebeu que Wonsik estava com a mão gelada e um pouco trêmula.

-Está tudo bem?

-Eu só estou com um pouco de frio. Essa tempestade me pegou de surpresa.

Taekwoon tirou o próprio casado e deu para que o outro vestisse.

-Coloque isso.

-Mas você vai ficar com frio Leo.

-Eu não estou com frio e na verdade eu gosto desse clima. Me deixe cuidar de você também de vez em quando. –Disse apertando de leve a bochecha do mais novo.

 

Quando chegaram ao café tudo parecia igual aquele dia exceto pela chuva que só aumentava do lado de fora.

O que Wonsik faria se os bandidos não aparecessem e não houvesse tiroteio? Como faria para avisar Hakyeon que deveriam mudar os planos?

 

Enquanto comiam, Wonsik tentava guardar cada segundo daquele momento. Olhava com admiração os traços daquele rosto e seu coração se apertava em ver como Taekwoon parecia feliz com um momento tão simples.

Estava tão distraído que se assustou quando percebeu a agitação no estabelecimento no momento em que os bandidos anunciavam o assalto.

Ele jamais se perdoaria se falhasse mais uma vez.

Tudo aconteceu muito rápido e Wonsik abraçou Taekwoon o derrubando no chão.

O físico sentiu o momento em que a bala atravessou o seu corpo fazendo com que perdesse a força. Sua visão estava ficando embaçada e os sons ao redor pareciam distantes, mas ainda ouviu a voz de Taekwoon gritando seu nome e pedindo por ajuda.

Segurou forte a mão do mais velho e viu as lágrimas correndo por seu rosto. Talvez ele tivesse feito tudo errado. Ele estava fazendo com que Taekwoon sentisse a dor de perder alguém que se ama. Naquele momento o físico se arrependeu de seu egoísmo. Não era justo fazer Taekwoon sofrer.

-Me desculpe Leo. Eu... amo você.

-Vai ficar tudo bem Ravi. A ambulância já vai chegar e você vai ser socorrido. Mantenha os olhos abertos, por favor.

Wonsik se sentia cada vez mais fraco. Respirava com dificuldade, sentia como se estivesse se afogando, era agoniante.

Ouviu Leo ainda falando consigo e pedindo que abrisse os olhos, mas esse parecia um esforço grande demais para cumprir naquele momento, até que tudo foi tomado pelo completo silêncio.

 

 

 

Hakyeon suava frio enquanto dirigia o carro de Wonsik. O médico torcia para que nenhum policial o parasse no caminho ou teria grandes problemas. Estava armado, estava dirigindo um carro que não era seu sem sua carta de motorista ou qualquer documento e pra completar o Wonsik daquele tempo estava desmaiado no banco de trás do veículo.

Quando traçaram o plano Wonsik tinha dito algumas coisas que poderiam o convencer a sair da escola e ir junto com Hakyeon para algum outro lugar, mas ele sabia que seria difícil, sempre foi muito desconfiado com desconhecidos. Então eles tinham um plano B.

Assim que Hakyeon percebeu que não conseguiria convencê-lo com palavras ele tirou o sedativo que tinha trazido consigo e conseguiu aplicar em Wonsik.

O efeito não foi imediato e o físico ainda lutou com o menor por alguns minutos o que rendeu a Hakyeon alguns machucados, mas no momento de adrenalina nem mesmo se incomodou.

Ele dirigiu até um local bem afastado da cidade e parou em uma estrada deserta. Com dificuldade pegou Wonsik nas costas o carregando até o meio do mato.

Deixou o rapaz caído no chão e sentou ao seu lado. Será que teria coragem quando chegasse o momento de atirar?

Começou a chover, mas o médico nem mesmo se moveu. Sentia as gotas geladas em seu rosto e isso trazia lembranças estranhas á sua mente. Olhou Wonsik caído e uma forte sensação de dêjá vu tomou conta de si. Ele tinha certeza que aquilo era uma lembrança, mas ao mesmo tempo esse lembrança não fazia sentido.

A chuva pesada caindo e o físico caído no chão desacordado... Hakyeon o tinha salvado naquele dia, no dia do enterro de Taekwoon, mas essa lembrança era realmente sua?

 

Foi tirado dos seus devaneios quando ouviu um trovão bem próximo. Talvez nem precisasse atirar. Talvez os dois acabassem morrendo com a queda de um raio em alguma daquelas árvores.

Hakyeon conferiu as horas. Era 18:17. Faltavam três minutos. Ele pegou a arma e destravou. Wonsik tinha lhe explicado como atirar, mas ele nunca tinha feito isso antes e estava nervoso. Ainda mais por ter que atirar em uma pessoa. Aquilo tudo era bizarro demais.

-Eu só posso estar ficando louco. Será que isso é real?

Hakyeon se levantou e mirou no coração do corpo caído. Não tinha como errar. Olhou o relógio 18:20.

-Chegou a hora. Me desculpe Wonsik, espero estar fazendo a coisa certa.

O som do tiro ficou perdido em meio aos trovões e a tempestade.

Hakyeon caiu de joelhos vendo o sangue escorrer e se misturar com a poça de água. As lágrimas eram inevitáveis. Ele percebeu uma fumaça surgir do chão e começar a envolve-lo. Lembrou de segurar o corpo de Wonsik.

O médico estava confuso, como estava sendo levado de volta ao presente se tinha acabado de matar o Wonsik de seis anos atrás? A máquina do tempo não deveria mais existir.

Quando a luz azul ficou forte e a sensação de queda começou ele sentiu o braço de Wonsik escapara da sua mão por mais firme que estivesse segurando.

 

Hakyeon finalmente sentiu o chão novamente e um alívio tomou conta de si. A fumaça começou a se dissipar e ele levantou receoso. Caminhou para fora da cabine e se assustou. O local estava completamente diferente do que se lembrava. Os móveis eram outros e até mesmo a cor das paredes era mais viva. Ele olhou o porta retrato em cima da mesa e seu coração acelerou. Não era uma foto de Taekwoon e sim uma foto de Wonsik.

O médico se apoiou na mesa para não cair com a tontura. Sentiu alguém tocando seu ombro e se virou assustado.

-Eu quero detalhes sobre tudo o que descobriu nessa viagem no tempo Hakyeon. – O físico falou sério e áspero.

-Ta... Taekwoon, é você?

Hakyeon se aproximou para ter certeza, mas não havia como ser outra pessoa. Hakyeon sempre via a foto de Taekwoon que Wonsik carregava consigo para todo lado.

-Você bateu a cabeça Hakyeon? É claro que sou eu. Agora sente e me conte se você conseguiu encontrar com o Wonsik. Eu preciso descobrir o que foi que aconteceu naquele dia. Eu vou fazer de tudo pra evitar a sua morte.


Notas Finais


Estamos na reta final.
Muitos nós na cabeça á vista.


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