História Tinha Que Ser Você - Harry Styles Fanfic - Capítulo VIII

Harry estava deitado na cama com os dois braços atrás da cabeça. Ele encarava o teto, pensativo. 

– Filho? – a voz da sua mãe ecoou no quarto, fazendo ele virar seu rosto e vê-la na porta – O Richard está na porta!

Harry suspirou e, ainda encarando o teto, respondeu:

– Ah, sim... Pode deixar ele entrar.

Ele demorou um pouco para levantar e pegar a mochila em cima da cadeira giratória perto da escrivaninha. Odiava acordar cedo mas aquele era um bom dia, ele iria fazer algo diferente com Kate e Richard.

Enquanto passava as alças pelos braços, seus olhos bateram em um porta-retratos ao lado do computador. Era a foto que ele e Hanna haviam tirado no aeroporto há  cinco anos atrás quando ele foi morar fora. Harry pegou o porta retrato e sentiu seu peito se apertar com a saudade. Ele olhou para os cabelos castanhos alaranjados dela batendo na cintura dele, os braços da amiga ao redor de seu pescoço. Será que eles voltariam a ser amigos desse jeito? Provavelmente não com essa confusão de sentimentos que ambos vem sentindo.

Harry passou o polegar pelo vidro sobre a figura de Hanna e voltou a pousar o porta-retratos na escrivaninha.

– Harry? – a voz de Richard se fez presente, enquanto ele adentrava no quarto de Harry – Pronto?

– Estou. Vamos!

***

Hanna vinha evitando Harry desde o dia da conversa no cinema. Ele não tinha mandado nenhuma mensagem ou algo do tipo, então ela viu isso como um sinal claro de que ele também estava precisando de um tempo para ele.

Duas semanas se passaram e mais uma vez sábado, o dia em que terminava a parte fácil da faculdade, porque na próxima semana seriam as provas na faculdade. Então por conta disso, decidiu aceitar o convite de Kate e Richard e irem acampar perto de uma cachoeira localizada há mais ou menos uma hora de Holmes Chapel.

O celular dela vibrou em cima da pia do banheiro, com uma mensagem de Kate:

"Bom dia flor do dia, eu e Richard já estamos na sua porta, está pronta?"

O relógio marcava sete da manhã e Hanna já estava pronta, vestindo uma calça jeans, coturnos marrons e uma regata branca, com uma jaqueta jeans por dia. Na janela o céu estava azul, mas por ser cedo o frio ainda era presente.

Cuspiu o resto de pasta de dente que estava em sua boca e lavou o rosto. Era sábado de manhã e sentia como se estivesse se recuperando de um atropelamento, a semana havia sido puxada.

Hanna secou o rosto e respirou fundo enquanto amassava um pouco o cabelo, deixando-o mais ondulado. Pegou a mochila e desceu as escadas, gritando um tchau para a mãe e saindo para a manhã gelada que dava as caras no vilarejo.

Mas assim que saiu pela porta, se deparou com quem ela menos esperava, Harry Edward Styles.

Ele estava encostado no carro do Richard, enquanto Kate e Richard riam de alguma coisa. Hanna respirou fundo e soube que aquilo era uma armadilha que Kate havia feito para reaproximar os amigos.

Desceu os degraus de sua varanda e logo se aproximou de todos, com um sorriso calmo no rosto.

– Bom dia! – ela disse com a voz baixa.

– Bom dia! – Kate disse animada – Vamos?

– Vamos! – Richard respondeu animado.

Hanna sorriu em confirmação, não conseguia manter o olhar em Harry, mas sabia que ele estava olhando para ela. 

Richard deu a volta no carro, entrando no banco do motorista enquanto Harry entrou ao seu lado, no passageiro, junto com Hanna e Kate que sentaram no banco traseiro do carro.

E ali começou uma viagem que iria marcar a vida dos quatro amigos.

***

Estavam dentro do carro cerca de uma hora, e todos conversavam como se nunca tivesse existido sequer um afastamento entre os quatro. Era um dia como outro, mas não para eles, finalmente teriam a chance de curtir como curtiam quando eram adolescentes.

O carro passava em alta velocidade pela rodovia e a paisagem era linda. O interior da Inglaterra era um dos locais mais lindos que Hanna já vira, e sabia que o mundo não conhecia aquilo, o que é uma pena.

O dia estava incrível, nenhuma nuvem no céu e o sol começava a brilhar com mais intensidade. Richard fez questão de fazer uma playlist para a viagem, e a música que tocava no momento era Nine In The Afternoon do Panic! At The Disco.

– Eu estou muito animada! – Kate falou – Não tem nada melhor do que preservar as amizades antigas.

– É bom relembrar os velhos tempos, não é? – Richard perguntou.

– Onde nós éramos todos amigos... – Kate continuou.

– E não se pegavam. Não é, Kate e Richard? – Hanna disse e então Kate e Richard ficaram em silêncio por alguns segundos, mas Hanna conseguiu ver pelo retrovisor lateral Harry dando uma risada abafada.

– Mas o importante é que ainda existe amor entre a gente, não é Hanna? – Kate disse num sarcástico, enquanto Richard dava uma risada e Hanna lhe apontava um dedo do meio.

Eles chegaram cerca de dez minutos depois. Os rapazes montaram as barracas em um lugar incrível, nos pés de uma cachoeira límpida e calma. Fizeram uma fogueira com alguns galhos que tinham ali por conta das arvores ao redor, e colocaram algumas comidas para assar na pequena churrasqueira que levaram.

Horas se passaram e Hanna se manteve o mais distante possível de Harry. Não o destratava ou dava respostas ríspidas, falava apenas o necessário. 

Hanna conversava algo sem nenhuma importância com Kate, mas volta e meia seus olhos iam na direção de Harry, que retribuía alguns olhares. Aquilo a matava por dentro. Hanna sabia que eles iriam conversar e o pior, sabia que seria ali, naquele acampamento incrível que eles estavam fazendo.

– Kate, eu vou te matar... – Hanna falou de repente, fazendo Kate rir.

– Por quê? – Kate disse rindo.

– O que deu na sua cabeça chamar o Harry?

– Ele é nosso amigo! – ela disse simplesmente – E o Richard não ia ficar sozinho com nós duas. Nós bebemos e ficamos bêbadas, só falamos besteira... Ele tinha que ter um amigo aqui.

– Tem lógica, mas não justifica! – Hanna disse e logo em segunda afundou sua cabeça na água, voltando à tona poucos segundos depois – Você sabe pelo que estamos passando...

– E foi por causa disso que eu achei uma ótima solução o chamar pra vir... – ela disse dando um beijo na bochecha de Hanna – Vocês precisam conversar e não conversariam nem tão cedo se não fosse por nós dois.

– Obrigada pelo favor! – Hanna falou de forma sarcástica, saindo da água, sendo seguida por Kate e colocando um short jeans que estava na beirada do lago, ficando apenas com a parte de cima de seu biquini.

– Meninas, o almoço está pronto! – Richard disse num tom de voz alto, despertando a atenção delas para ele.

– Graças a Deus! – Kate começou – Estava morrendo de fome.

– Não é comida cinco estrelas... – Harry disse esticando um prato para Hanna, que sorriu em agradecimento – Espero que goste.

– O que temos para comer? – Kate perguntou olhando para a fogueira, vendo alguns salsichões e peixes.

– Harry trouxe uns hamburgueres artesanais e tentamos assar, mas se não der certo, tem isso – Richard disse olhando para a fogueira.

Hanna deu um sorriso de canto ao se lembrar dos hambúrgueres artesanais que fizera com o Harry quando eram mais novos. Continuava sendo um dos pratos favoritos dela.

Todos se serviram e Harry cedeu o lugar ao lado de Richard para que Kate pudesse se sentar ali, deixando assim, o local ao lado de Hanna vago, onde ele se sentou dentro de poucos segundos.

– Richard, já pediu a Kate em namoro? – Hanna perguntou puxando assunto, enquanto comiam. 

– Ela não quer namorar comigo... – Richard disse rindo, tirando uma risada de todos.

– Mentira! – Kate disse rindo – É porque está meio cedo para namorarmos.

– Ela sempre diz isso! – Richard revirou os olhos, fazendo todos rirem. 

– Mas vocês já dormem um na casa do outro, não é? – Harry perguntou e ambos confirmaram com a cabeça – Fazem relações? – confirmaram novamente – Só ficam um com o outro? Não ficam com nenhuma outra pessoa? – confirmaram mais uma vez – Isso já é um namoro.

– Claro que não! – Kate disse rindo.

– Que palhaçada! – Harry disse rindo, colocando uma garfada com hambúrguer na boca.

– Palhaçada? – Kate repetiu, parecendo surpresa – Não me levem a mal, mas não existe palhaçada maior do que você e a Hanna.

– Amor... – Richard a repreendeu, com a boca cheia de comida.

– Não Richard, eles são nossos amigos, temos que falar com eles! – ela disse voltando a olhar para os dois a sua frente – Vocês precisam se entender! Acho que estão esquecendo que são amigos desde criança... Os dois sempre estavam juntos e hoje estão estranhos um com o outro. Cara, vocês são o Harry e a Hanna, não parece certo ficar esse clima baixo astral entre vocês.

– Kate, você está maluca... – Hanna disse revirando os olhos.

– Estou Hanna? – ela disse olhando nos olhos da amiga – O Harry fica magoado por alguns beijos que você deu no Zayn? Você se exclui da vida social e se tranca com suas neuras dentro do quarto porque não consegue bater o olho nele... Tem algo de muito errado nessa história.

– Isso é uma fase, Kate – Harry disse desconcertado.

– Sinceramente, essa fase precisa passar logo porque eu e o Richard queremos muito curtir com vocês de novo, como nos antigos tempos onde éramos quatro amigos reais! – ela disse mastigando algo – Vocês precisam conversar de verdade para resolver isso, ou sei lá... Talvez procurar um quarto para transarem e ver se essa tensão sexual que está rodeando vocês é de verdade ou é apenas ilusão da cabeça de vocês.

– Kate... – Richard a repreendeu mais uma vez.

– É o que eu acho, ou conversa ou paga pra ver... – ela diz dando de ombros, colocando uma garfada com hamburguer em sua boca.

– Você está maluca! – Harry disse rindo, negando com a cabeça.

Mas ambos sabiam que Kate não estava maluca, tudo era verdade. Eles precisavam conversar, eles eram Harry e Hanna.

– Eu não faço sexo facilmente, viu Harry? – Hanna tentou deixar a conversa com um ar irônico, porque o clima havia pesado e ela sabia disso.

Deu um gole em sua garrafa de cerveja e todos enquanto ouvia a risada de todos.

***

O dia inteiro Harry e Hanna não trocaram muitas palavras, ambos sabiam que a tensão entre eles os impedia de tentar se aproximar um do outro. As palavras trocadas por eles eram algo bem raso e simples, geralmente em concordância.

Hanna olhou no relógio e o mesmo marcava sete horas da noite, era uma noite quente, diferente das demais por ali. Kate e Richard estavam na cachoeira, mergulhavam e riam como duas crianças que nunca tivera visto aquilo na vida, enquanto Hanna estava sentada em um tronco próximo à beirada da cachoeira e Harry estava em uma cadeira próximo à fogueira.

O barulho da água era reconfortante aos ouvidos de Hanna, misturados ao som da música Have You Ever Seen The Rain do Creedence Clearater Revival que vinha da caixa de som do Richard, deixava o clima incrível naquele começo de noite.

– Olha... – Hanna escutou a voz de Harry e quando virou o rosto, o viu se aproximando dela – Só para deixar claro, não existe nenhuma tensão entre a gente... – falou enquanto se sentava no tronco ao lado dela.

Hanna deu um sorriso, confirmando com a cabeça. Ele tinha as melhores formas de começar uma conversa, como sempre.

– Ah... Não? – Hanna sorriu de canto.

Mas sabia que estava mentindo. Existia uma tensão entre eles e era muito forte.

– Nós somos amigos desde criança... – ele continuou.

– Exato! Não tem o porquê existir uma tensão entre a gente agora, nessa altura do campeonato – ela falou, arrancando uma risada dele.

– Você está bem? – ele perguntou olhando para ela, que olhava para frente e logo voltou seu olhar para ele.

– Estamos bem! – ela disse sorrindo calmo, fazendo ele confirmar com a cabeça – Já sabe responder o que está acontecendo com a gente?

– Nem em um milhão de anos eu saberia responder – ele disse respirando fundo, voltando seu olhar para Kate e Richard.

– Verdade. 

– Hanna, vamos esquecer essa parte chata que vivemos? Nossa cabeça está bagunçada demais... 

Hanna respirou fundo e confirmou com a cabeça. Podia fingir que nada acontecera, que não havia sentido nada diferente por ele. Poderia fazer e estava disposta a fazer se ele quisesse. A verdade é que ela sentia falta da companhia dele.

– Posso tentar esquecer! – ela disse sorrindo.

– Pode? – ele arregalou os olhos, com um sorriso no canto da boca.

– Vou averiguar a situação para ver se consigo esquecer essa palhaçada entre nós – ela disse rindo, arrancando uma risada dele.

Por instinto natural, Hanna fez carinho na bochecha dele com o polegar, que estava corada por causa da quentura da fogueira que ele estava próximo.

Hanna olhou para ele, seu coração deu um pulo quando viu a imensidão verde a encarava. Os olhos deles eram lindos e conseguiam ficar mais lindos depois de um dia de sol e banho em uma cachoeira. A expressão dele era calma e serena, com um sorriso nos lábios.

– Senti falta desse carinho... – ele disse com a voz rouca.

Hanna engoliu em seco, dando um sorriso calmo.

– Eu não estou sendo sincero com você! Acho que não consigo...– ele falou de repente, despertando ainda mais a atenção de Hanna para si – Então n fuja de mim, tá legal?

Ela respirou fundo com um sorriso de canto e confirmou com a cabeça.

– Eu... – Harry começou – Ainda pensando em tudo o que passamos e pra falar a verdade, não consigo pensar em outra coisa.

– E pensou o que? – ela perguntou com um sorriso de canto, achava fofo Harry tentando se expressar.

– E... Ainda é tudo confuso e novo e eu não sei de muita coisa, mas eu tenho certeza de algo: eu sinto sua falta, Hanna. E ficar longe de você não vai me ajudar a pensar melhor e achar uma solução para isso tudo que está acontecendo entre a gente... – ele engoliu a seco – Eu não paro de pensar no nosso beijo na festa da Bettanie e como ele mexeu comigo, em como eu me tornei um bicho quando eu vi você com o Zayn, e eu acho que nós já sabemos a resposta para isso tudo.

– Harry... – Hanna tentara o interromper.

– Mas acho que posso deixar tudo isso de lado porque eu não quero me afastar de você, Hanna – ele disse firme, com os olhos mais brilhantes do que nunca.

O estômago de Hanna despencou, ele estava abrindo mão de sua própria vontade por conta de Hanna. Esse era o Harry amigo, o Harry coerente que amava a amiga e queria a presença dela.

Hanna deu um sorriso calmo e respirou fundo, ainda olhando para Harry.

– Nós vamos ficar bem, Harry. – ela disse sorrindo, agora acariciando por vontade própria o rosto de Harry – Nós somos melhores amigos desde sempre, e sempre ficamos bem, não é?

– É... – Ele disse sorrindo, confirmando com a cabeça.

Hanna respirou fundo e perguntou:

– Mas como você está? E seu namoro? – disse rindo, implicando com o rapaz.

– Ainda vai insistir nisso? – ele perguntou sorrindo – Cadê o Zayn?

– Eu e Zayn decidimos ser apenas colegas. 

– Sério?

– Sério! – ela falou com um bico nos lábios, parecendo pensativa – Eu não podia ficar com ele pensando em outras coisas...

Ou pensando em outra pessoa, pensou consigo mesma.

– Sinto muito por isso– Harry falou, fazendo Hanna arregalar os olhos em surpresa

– Sente mesmo?

– Não muito... – ele fala simplesmente, fazendo Hanna dar uma gargalhada – Eu e Bettanie nunca namoramos, eu não estou mentindo. Nós só tinhamos sexo em comum, mas não dá pra conviver com uma pessoa vazia, então paramos qualquer coisa que tínhamos. 

– Ela está sabendo disso ou amanhã ela vai bater na porta da sua casa e vocês vão para o motel mais próximo? – Hanna implicou, fazendo Harry rir.

– Eu faço isso? – perguntou rindo – É claro que ela sabe, nós conversamos semana passada.

– Ela aceitou de boa?

– Mais ou menos... – ele fez um bico com os lábios, pensativo.

– Que merda! – Hanna falou pensativa e logo voltou seu olhar para Harry – Mas pelo contrário, eu não sinto muito; – disse tirando risos dos dois.

– Que saudade de você! – ele disse a puxando para mais perto, a acolhendo em seu peito – Podemos tentar ser amigos de novo? – ele perguntou com a voz um pouco mais baixa enquanto a abraçava, e então Hanna se soltou do abraço e ergueu seu olhar para ele.

– Não sei, amigos não querem beijar na boca um do outro... – ela disparou.

Ou falava agora ou não falaria nunca. Pode ser algum dos efeitos da bebida, ou simplesmente o momento. Mas ela queria falar e falou.

 – Quê? – Harry perguntou ainda desconcertado.

– Quer que eu repita que quero beijar sua boca?

– Hanna... – Harry disse com um sorriso de canto, incrédulo – Você está falando sério?

– Muito! – ela disse confirmando com a cabeça.

– Então beija.

Harry sentiu o coração falhar em algumas palpitações ao ouvir as palavras que foram ditas por Hanna. Ela queria, ela confessou.

No mesmo instante Harry passou uma de suas mãos na nuca dela e enroscou em seu cabelo, a trazendo para si. Seu estômago deu voltas e mais voltas quando seus lábios finalmente tocaram os dela. Ele viera querendo fazer aquilo há semanas, tinha praticamente sonhado com aquele momento.

Com uma mão ele segurou a nuca de Hanna enquanto o outro braço a segurava pela cintura.

– Você quer isso tanto quanto eu – ele roçou os lábios nos dela, logo após uma mordida no mesmo.

Ele se inclinou e tocou nos lábios dela mais uma vez. E depois outra. E mais outra. Até Hanna segurar o rosto dele e permitir que ele aprofundasse o beijo de vez.

Harry nunca se sentira tão nervoso na vida, Hanna nunca estivera se sentindo tão certa. Pela primeira vez na vida achava que era a coisa mais maluca e certa que estava fazendo. Sentia as mãos tremendo por insegurança e o estômago revirando. Seu coração batia em um ritmo completamente descompassado, mas eram sensações boas.

Puderam ouvir Kate e Richard ainda na cachoeira gritando em comemoração pelo que estavam vendo, o que fez Hanna e Harry darem um sorriso entre o beijo.

As mãos de Hanna no rosto de Harry estavam limitando seus movimentos, então ele as tirou dali delicadamente e as pousou em seu tronco. Hanna apertou o tecido da camisa dele quase que imediatamente, como se precisasse se segurar em algo. Infelizmente, ela acabou apertando também o corpo de Harry.

– Desculpa... – ela sussurrou entre o beijo.

– Shhhh... Não tem problema.

Harry estava tão hipnotizado por ela que ele nem conseguia ligar para apertos no corpo. Ele segurou em sua nuca novamente, e a puxou para ele.

O beijo era quente, tinha carinho, tinha desejo, tinha amor. Hanna se entregou à Harry ali, queria beijá-lo e estava beijando. Tinha que saber o que era o sentimento que eles estavam sentindo um elo outro, tentou não reprimi-lo desta vez.

Harry sentiu Hanna passando cuidadosamente com as unhas pela pele de seu braço, lhe dando um gostoso arrepio por toda a espinha.

Àquela altura ele já precisava de ar. Soltou os lábios de Hanna e se abaixou para beijar delicadamente seu pescoço. Era algo delicado, porém intenso e demorado. Hanna suspirou e ele viu a pele dela se arrepiar.

Ele tinha noção de onde estavam, sabia que teriam que parar por ali mesmo, mas queria mais do que nunca poder levá-la para sua cabana e passar o resto da noite com ela daquele jeito gostoso.

– Droga, Hanna! – ele disse antes de conseguir se conter, dando alguns selinhos para finalizar o beijo – Se eu soubesse que seria desse jeito, nunca teria deixado ninguém tirar você de mim.

– Me tiraram de você e estamos aqui. Então talvez tenha sido bom... – ela disse sorrindo e ele confirma com a cabeça, sorrindo – Isso não foi certo! – ela disse rindo.

– Foi ruim? – ele perguntou e ela negou – Então foi certo. Nós estamos solteiros e se faz bem a mim e faz bem a você, não é errado.

Ela sorriu e ele passou a mão pelo rosto dela, olhando os olhos dela. Harry amava os olhos de Hanna, sempre de um tom diferente de castanhos, sempre tão fáceis para ele de se ler.

– Não era para a gente ter feito isso... – ela disse olhando nos olhos dele, com um sorriso de canto.

– Hanna... – Harry revirou os olhos, com um sorriso no rosto.

– Porque agora eu vou querer mais vezes. – ela respondeu de forma séria, mas logo abriu um sorriso, o que fez o coração de Harry dar uma cambalhota.

– Isso é fácil! – ele disse sorrindo, se aproximando novamente dela para lhe beijar.

– CASAL! – Kate disse gritando da cachoeira – PARA COM ESSE GRUDE UM POUCO E VEM PRA CÁ!

– Vamos? – Hanna disse sorrindo para Harry, que estudou cada movimento dela.

Ela se levantou do tronco, tirou o short jeans que estava usando, ficando apenas de biquini. Harry sabia que não podia olhar para ela daquele jeito, ela não era um objeto. Então tentou ao máximo encarar qualquer ponto de distração que estivesse por perto.

– Vai entrar? – ela perguntou, acariciando os cabelos dele e levando o olhar de Harry para si.

– Vamos! – ele disse sorrindo, pegando Hanna no colo rapidamente, fazendo-a dar uma risada por conta da surpresa, indo em direção à água.

***

Hanna teve sonhos estranhos. Estranhos demais para falar a verdade. Não sabia ao certo o que era, mas sabia que havia sido estranho. Foi despertada de seus sonhos por uma voz masculina que sussurrava seu nome.

Ela teve dificuldade para abrir os olhos, mas quando os abriu teve certeza de que era algum tipo de sonho dentro de outro sonho. Por que Harry estaria dentro da cabana dela a acordando? E por que ele estava sem camisa?

– Hanna? – ela sentiu os braços serem sacudidos.

A cabeça de Hanna latejava como se alguém tivesse martelando um prego nela. Com muito esforço e ajuda de alguém que ela supôs ser realmente Harry, ela sentou.

A claridade machucou os olhos de Hanna quando ela tentou abri-los. Ela os piscou várias vezes e os esfregou até conseguir focar o rosto de Harry.

– Meu Deus. O que houve? – sua garganta raspava violentamente. Ela queria água – Que horas são?

– São... – Harry puxou o celular do bolso da calça, verificando a hora.

Só então Hanna reparou que ele estava realmente sem camisa. Espera um minuto. Se ele estava na cabana dela, sem camisa, a acordando de manhã, então significava que...

– São oito e cinquenta, e...

– Harry, o que houve ontem à noite? – ela perguntou de um modo tanto quanto desesperado.

Por conta dos jogos de virar bebida que brincaram na noite anterior, Hanna passou um pouco dos limites, não se recordando de quase nada da noite anterior.

Harry piscou, meio atordoado sem entender a pergunta que Hanna fizera. Ela já estava completamente desperta e tentava ignorar a dor de cabeça. Eles não podiam ter... Não era possível, ela não se lembrava de nada.

Harry olhou para os olhos arregalados de Hanna e depois para seu tronco nu e percebeu o que estava acontecendo ali. Ele começou a sacudir as mãos, desesperado:

– Ah, não, não, não. Não é nada disso que você está pensando.

– Então quer dizer que nós não...?

– NÃO! Jesus, Hanna, não.

Hanna fechou os olhos e suspirou aliviada. Não poderia ter transado com Harry Styles!

– Quer dizer, não que eu não quisesse, mas nunca faria isso sabendo que você estava bêbada – ele disse firme, olhando nos olhos dela – Isso é estupro.

– Que bom que você pensa assim – ela disse sorrindo de canto, olhando para todos os cantos da barraca, se localizando – Bom dia! 

– Bom dia! – ele falou sorrindo – É... Kate e Richard foram tomar café em algum lugar, não sei, acho que era coisa de casal... – ele disse revirando os olhos, o que fez Hanna sorrir – Então eu trouxe isso pra você.

Ele olhou para seu lado, levando o olhar de Hanna consigo e vendo uma bandeja com café da manhã. Não era um café cinco estrelas com croissant e coisas do tipo, mas era o suficiente só por ele ter feito algo do tipo. Tinha alguns pães, frutas, biscoitos e suco, mas nada disso importava, o que importou realmente foi a preocupação de Harry em fazer algo legal para Hanna.

Ela gostou daquilo. 

– O que você fez com o Harry Styles que eu conheço? – ela perguntou sorrindo, olhando para o rapaz – Ele uma vez me disse que nunca agradava ninguém...

– Eu gosto de te agradar – ele disse dando de ombros, colocando a bandeja entre eles.

Hanna sorriu enquanto estudava os gestos de Harry. Ela estava ferrada, sabia disso.

– O que aconteceu ontem? – ela perguntou, enquanto servia suco nos copos.

– Nós curtimos! – ele disse com um sorriso sapeca – Nós ficamos na cachoeira, comemos algumas coisas, nos beijamos... Bastante! Você e Kate dançaram ao som de Cardi B, você ficou bêbada e dormiu no meu ombro, então eu te trouxe pra cá.

– Meu Deus... Que vergonha! – Hanna falou rindo, dando uma mordida no pão.

– Não precisa ter vergonha de mim, né? – ele disse rindo – Ainda sou eu, o Harry.

– É... Ainda é o Harry – ela disse sorrindo.

Sabia que não esqueceria essa viagem, sabia que eles haviam se curtido muito na noite anterior, e diferente de tudo que sentiu, ela estava bem com aquilo. Estava bem em estar com Harry, e sabia todas as palavras que foram ditas e  queria mais daquilo.

Ou seja, ela realmente estava ferrada!

***

Por volta das cinco da tarde, Richard e Kate deixaram Harry e Hanna na rua de suas casas. Era mais uma tarde de domingo, uma tarde bonita e com algumas poucas nuvens no céu que estava em cores laranja e roxo. Era mais uma semana se iniciava e começou de uma forma bem diferente para os dois. Eles estavam em paz.

– Bom, acho que eu sigo para ali... – Hanna apontou para sua casa – E você segue para ali... – ela apontou para a casa de Harry.

– É! – ele disse respirando fundo, não queria se separar de Hanna, mesmo sabendo que ela estava na casa ao lado da sua.

Hanna sorriu ao ver a reação de Harry, ficou murcho ao olhar para sua casa.

– Está tudo bem?

– Eu gostei... – ele começou – Eu gostei de ontem e de hoje.

– Eu também! – ela disse sorrindo, passando o polegar nas bochechas dele – Foi bem legal.

Ela o conhecia tão bem que mesmo sem ele ter dito as palavras certas, ela entendia o que ele queria falar. Algo como que ele havia gostado de ter ficado com ela e de tudo que curtiram juntos, inclusive os diversos beijos entre eles.

– Então, amanhã a gente se fala... – ele disse sorrindo de canto, dando um beijo no topo da cabeça de Hanna, seguindo em direção a sua casa.

Hanna deu uma risada, sabia que Harry estava sem jeito.

– Styles! – ela disse num tom um pouco mais alto, fazendo Harry parar de andar e se virar para ela – Que palhaçada é essa? – ela perguntou com um sorriso no rosto, deixando Harry confuso.

Não sabia do que ela estava se referindo.

– Que palhaçada? – ele perguntou enquanto ela andava em sua direção, se aproximando dele e parando a poucos centímetros de distância dele.

– Nós somos amigos há muito tempo para eu saber que você está sem jeito... – ela disse calma, vendo-o sorrir de canto, negando com a cabeça – E somos mais íntimos ainda pra saber que você não queria se despedir de mim com um beijo na minha cabeça.

– Não mesmo! – ele disse sorrindo.

c Então se despede direito de mim – ela falou olhando nos olhos dele, fazendo ele dar um sorriso.

Hanna não estava ligando se alguém fosse ver, até porque qualquer um que passasse pela rua veria os dois. Ela não ligou para nada disso, só queria se sentir bem.

– Podemos nos beijar aqui? – ele perguntou confuso, não sabia o que Hanna queria deles.

– Você quer me beijar aqui? – ela revidou a pergunta com um sorriso no rosto.

– Eu te beijaria em qualquer canto, Dunne!

E imediatamente Harry a abraçou, um abraço calmo, apertado e quente demais. Assim que a soltou, ela ergueu seus olhos para ele, vendo-o sorrir e aproximar seus lábios dela, lhe dando um beijo calmo.

Hanna passou seus braços pela nuca dele, acariciando-o ali. O beijo seguia em um ritmo calmo, cheio de carinho e amor, mas o braço de Harry enlaçava seus quadris com firmeza. Hanna pousou as mãos em seu tronco e o empurrou gentilmente.

– Tenho que ir.... – ela disse quase que num sussurro, vendo-o sorrir e confirmar com a cabeça, a puxando para mais um abraço.

– Depois a gente se fala? – ele perguntou e ela confirmou com a cabeça.

– Qualquer coisa me manda uma mensagem! – ela disse dando alguns passos para trás, ainda mantendo contato visual com Harry.

– Obrigado pelo fim de semana! – Harry disse de forma calma, fazendo Hanna sorrir e confirmar com a cabeça.

– Tchau, Harry! – ela disse andando na direção a sua casa.

– Tchau, Hanna! – ele falou subindo os degraus da varanda dele.

Definitivamente, Hanna Dunne e Harry Styles estavam ferrados.