História Tiro Cego - Capítulo dois

Um novo dia havia começado, ao invés do despertador, Yoongi se acordou com seu celular tocando, era domingo, o dia de seu descanso, mas para sua tristeza uma reunião tinha sido marcada de ultima hora, não entendia o motivo, sobretudo, não podia contestar a vontade de seu pai que para si era lei.

Ainda com sono tateou a cama, sentiu um vazio ao seu lado, sentindo logo após uma pontada em seu coração, então tudo não passava de um sonho, foi o que pensou, ate ouvir um barulho vindo do banheiro e depois sentir o colchão afundar no momento que o moreno retornou a deitar do seu lado circulando sua cintura fina com os longos braços, inesperadamente um pequeno sorriso bobo surgiu em sua face.

- Bom dia. – Namjoon disse baixinho ao pé de seu ouvido com uma voz rouca que o fez se arrepiar.

- Bom dia. - Se virou para poder ver a face do companheiro, o mesmo tinha a boca entreaberta, olhos fechados, exalava tranquilidade. Yoongi não era do tipo “bobo apaixonado”, onde ficava horas e horas suspirando ou sorrindo apaixonadamente, mas aproveitou que o outro não estava lhe olhando para cariciar seu rosto, ate chegar aos lábios carnudos, onde deslizou suavemente seus dedos ate por fim deixar um selar.

- Desse jeito vou ficar mal acostumado. – Agora era Namjoon que sorria mostrando suas lindas covinhas e apertando o menor junto a si.

- Aah, tenho que ir trabalhar.

- Você tem que ficar aqui comigo. – Namjoon apertou ainda mais o pequeno Yoongi.

O dia mal tinha começado e ambos travavam uma “batalha”, toda vez que o pálido tentava se levantar, o moreno lhe puxava e o abraçava, pareciam duas crianças, porém depois de alguns minutos Min finalmente saiu vitorioso, deixando na cama kim emburrado e preguiçoso.

- Eu estou indo, mas tarde eu volto se quiser pode ficar aqui, e depois a gente faz algo bacana. Prometo que não demoro.

- uhuuum... – murmurou Namjoon como resposta.

Naquela manhã Namjoon ficou um bom tempo deitado, pensando em tudo que havia acontecido, quando enfim teve coragem para se levantar, percebeu que o mais velho havia saído sem comer nada, olhou o relógio da cozinha que marcava quase meio dia, ligou para seu hyung ouvindo uma mensagem gravada dizendo que o telefone estava desligado, na mesma hora Kim deduziu que novamente o menor iria se perder em meio ao trabalho, não pensou duas vezes, iria ver seu precioso amado.

Demorou cerca de vinte minutos para está arrumado e vestido com as mesmas roupas da noite passada, qual o mais velho fez questão de lavar, não iria vestir as roupas de Yoongi, pois certamente ficariam um tanto quanto pequenas para si e muito menos ia para casa somente para se trocar.

Mais vinte minutos foram gastos ate Namjoon chegar à empresa, quase todos do lugar lhe conheciam, realmente, quando mais novo vivia grudado em seu hyung, e por tal motivo não foi difícil chegar até a sala de Min.

- Toc toc. – Falou debochado encostado na porta, vendo Yoongi distraído, olhando para o além. – Posso entrar sr.?

- Hum? Namjoon? O que esta fazendo aqui?- Questionou friamente

- Nossa que recepção, desse jeito vou ate embora.

- Não, não, não, me desculpa. Estava com a cabeça no mundo da lua. – Coçou a nuca sorrindo de lado. – Entra

Namjoon balançou a cabeça positivamente, adentrando o local com cautela, olhando os moveis bem moldados que decoravam a sala mediana, era tudo simples, mas tinha ate que um ar de luxo conforme a organização bem feita que possuía.

- Você demorou... Pensei em vir aqui e te levar pra almoçar, mas pelo visto está ocupado ainda.

- Na verdade eu já terminei, ia agora mesmo pra casa...

Yoongi arrumou cuidadosamente os documentos que estavam sobre sua mesa, o que não demoraria muito se Namjoon não tivesse insistido pra ajudar e ter acabado derrubando uma pilha de pastas.

O branquinho certamente ficaria furioso, pois sua cabeça já estava doendo e seu corpo estava cansado demais, sobretudo, quando se abaixou para ajudar o maior viu sua expressão, ele mordia os lábios e fazia um careta, sabia que o mesmo estava se sentindo horrivelmente culpado, conhecia muito bem Namjoon e sabia que ele odiava esse seu lado atrapalhado, então tudo que fez naquele momento foi começar a rir, recebendo olhos atentos sobre si.

- Hyung do que esta rindo?

Yoongi não respondeu, continuava rindo, ate que mesmo sem entender Namjoon começou a rir junto consigo.

Aquele era o efeito que um tinha sobre o outro, tudo melhorava em passe de magica.

Pouco tempo depois novamente ambos se encontravam sentados em uma mesa de restaurante e o silêncio se fazia presente, não era algo incomodo pelo contrário, tudo que trocavam naquele momento era caricias entre as mãos e olhares acompanhados de sorrisos.

- Então... Estamos namorando agora?

A pergunta de Namjoon fez Yoongi se engasgar com a comida que estava em sua boca.

O pálido sabia que o outro não era nada romântico, e pelas historias contadas pelo mesmo, nunca se importou com essas coisas de namoro, nunca tinha escutado o mesmo mencionar algo sobre o assunto.

- Eu não sei. – Disse baixo e sem jeito enquanto apertava as próprias coxas.

- Eu quero namorar você hyung. – Namjoon certamente não sabia como ser romântico em um pedido de namoro, na verdade, nem se quer sabia fazer o pedido.

- Certeza? E nossa familia? – Porém estava longe de Yoongi também saber e se importar com isso.

- Vamos viver o nosso amor, quando chegar a hora a gente conta. Eu.... Só quero estar do seu lado... Ou você não quer ficar comigo?

- Eu... Eu também quero ficar com você. – Yoongi ficou corado, era difícil vê-lo assim, aquela visão era a verdadeira obra prima feita pela natureza para Namjoon que apoiava seu rosto em uma das mãos, enquanto acariciava os dedos finos de seu hyung que lhe deu um chute na perna reclamando que o mesmo estava o encarando demais.

Naquela tarde Yoongi e Namjoon pareciam um casal de jovens no inicio do namoro.

O maior arrastava o pálido pelos cantos, o mesmo nem se quer reclamava, estava amando tudo aquilo, nem ser quer se importava mais com o cansaço que estava sentindo antes de sair do trabalho.

No final da noite ambos se encontravam sentados em meio a uma sala de cinema, nem ligavam por serem os únicos vestidos de terno assistindo um filme infantil, o que importava naquele momento era compartilhar o grande saco de pipocas que estava em meio às pernas do maior, que se dividia em tomar um cole de seu refrigerante, comer, roubar beijinhos, acariciar as coxas do pálido e entrelaçar os dedos com o mesmo, sobretudo, o que realmente era primazia para ambos era viver o amor que há tempos estava guardado.