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História TK - Sobre todas as bandas de rock - Epílogo


Escrita por: namsahi_

Capítulo 41 - Epílogo


21 de abril de 2006

 

(Não me vem à mente maneira melhor e mais clichê do que começar esta carta a não ser como certa música que você gosta, então...)

 

Love of my life,

 

Neste momento, certamente você está dando aquele seu leve sorriso e se perguntando por que raios eu estou te escrevendo uma carta se já existe e-mail em 2006. É que acho que eu ainda sou das antigas, e por falar em antigas, hoje ouvi The Beatles tocando em um café, quando fui com as meninas ver as cerejeiras. Logicamente, não pude deixar de sorrir e de me lembrar de você! Ainda acho engraçado o fato de você nunca ter me mostrado essa banda enquanto nos conhecíamos seis anos atrás, já que é uma das bandas mais famosas de todos os tempos. O mais engraçado é que, quando fomos embora de Gyeongsangnam-do, você dividiu seu Walkman comigo na viagem de ônibus e o que tocava era "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" — a música e o álbum. Você lembra, Tae? Eu te perguntei que banda era e você respondeu. Como sempre, eu não conhecia, então você riu, me disse o nome da música e brincou:

— Pensei seriamente em montar uma banda chamada "Lonely Hearts Club" se você realmente me deixasse. Ou me juntar a um clube desses, deve existir um em algum lugar...

— Você não precisa mais de um Lonely Hearts Club, Taehyung — falei e entrelacei meu mindinho ao seu.

Lembro também que depois, enquanto ouvíamos Beatles, você me falou sobre Rush, Eagles, KISS, Heart, The Cure, The Police, The Doors, Oasis, uns caras que acho que se chamavam Bob Dylan e Eric Clapton (este com a música mais triste do universo!) e provavelmente uma pá de bandas e cantores que eu já não lembro ou nem prestei atenção na hora porque estava ocupado demais sentindo meu coração bater rápido e feliz — e, é claro, observando como você tinha ficado incrivelmente mais bonito com dois anos longe. Me perdi observando as suas pintinhas e o modo como uma pálpebra sua é diferente da outra. Sabe como isso é tremendamente encantador? Eu senti tanta falta disso naqueles anos e também sinto agora com você longe.

Um dia antes de você partir para a Alemanha, fomos visitar sua mãe. Eu não te disse isso na época e não tive a oportunidade de dizer depois, sendo assim, te digo agora: essa foi uma das coisas mais bonitas que você já fez para mim, porque me senti realmente parte da sua vida depois de tanto tempo — na verdade, até mais do que antes. Lembro de ter ficado do lado de fora da sala onde a urna da sua mãe estava e ouvi suas palavras baixas com todo aquele silêncio. "Mãe, eu trouxe alguém para te conhecer... eu tenho certeza de que você vai gostar dele. Ele é muito especial para mim, assim como você, então espero que, de onde estiver, esteja feliz em conhecê-lo também". Eu entrei quando me chamou e até hoje consigo me lembrar do seu olhar quando disse "mãe, este é o Jeongguk, o amor da minha vida". Nunca tive tanta certeza dos seus sentimentos e dos meus quanto tive naquele momento.

Ah, Taehyung... você é o amor da minha vida e eu não consigo imaginar como seriam meus dias se eu não tivesse feito a loucura de ir te encontrar em Haeinsa. "Por que você veio até aqui? Eu ia voltar para nossa cidade", você riu na época e eu te bati de leve, mas hoje rio também. Ainda bem que eu fui até você, ainda bem que as coisas aconteceram como aconteceram, porque agora sei que te amo ainda mais.

Então, acho que cheguei na razão de eu estar te escrevendo isso: lembra que uma vez eu disse que te escreveria um posfácio se você fizesse uma enciclopédia sobre rock? Bem, não é preciso dizer que, obviamente, você não a fez, mas vez ou outra essa ideia ainda me acomete. É por isso que estou aqui agora, com essa caneta na mão — e começo a pensar se deveria mesmo me entregar à tal situação embaraçosa e te escrever todos os meus sentimentos em uma carta quilométrica, cheia de sentimentalismo à la romance água com açúcar... mas, é, claro que sim, eu devo! Eu devo, porque esconder sentimentos nunca foi saudável para ser humano nenhum. Então eu preciso escrever sobre você e sobre essas duas coisas esquisitas que você me mostrou... e com isso quero dizer: o Rock N' Roll e o amor.

Então estou aqui para falar sobre todas as bandas de rock que eu não conhecia antes de conhecer você.

E vou começar pelo começo, logicamente. Aquele começo em que te vi pela primeira vez ao som de Queen. Killer Queen, para ser mais específico. Ah, mas acho que você já está cansado de lembrar, né? O Jeon Jeongguk mesquinho, cheio de pose e de frases afiadas para te deixar sem lábia. Você era ótimo com as palavras, se quer saber. Tão ótimo que eu sempre me via por um triz de cair nas suas palavras bobas, precisando sempre brigar comigo mesmo e me lembrar do que estava fazendo ali. Quebrar o seu coração! — era isso que eu estava tentando fazer. Não é preciso dizer que em pouco tempo eu me apaixonei por Queen. E por você. Freddie Mercury e Kim Taehyung possuíam alguma coisa bem única. Na verdade, o conjunto todo do Queen tinha alguma coisa tão única quanto você, e eu ainda não sei dizer especificamente o que é — só sei amar.

Depois, não por recomendação sua, mas por teimosia minha, veio o Elvis Presley. O cara da loja me disse que eu tinha que começar pelo tal "Rei do Rock". Se era mesmo o rei do rock, até hoje eu não sei. "Aposto que você ouviu algo para conversar comigo", foi o que você me disse naquele barzinho, tão convencido (e irritante!) e tão certeiro: é óbvio que eu tinha escutado Elvis Presley só para poder puxar assunto com você, eu nem conhecia rock, cara! Acho que nunca me rebaixei tanto — ou nunca estive tão desesperado. Naquela época, quando ouvi aquele CD, eu não imaginava que acabaríamos como estamos agora. Não imaginei nenhuma das coisas que nos aconteceram. Eu só imaginava quando quebraria seu coração e esfregaria na cara do Jimin que eu conseguia tudo que quisesse. Hoje em dia, quando ouço o Elvis cantar "take my hand, take my whole life too, for I can't help falling in love with you", só o que consigo fazer é tentar ter um vislumbre do futuro (acho que é culpa dessa parte de "pegue a minha vida toda"). Você nunca se pergunta como eu e você estaremos daqui alguns anos? Bom, eu sim. Imaginei isso vendo as cerejeiras. Mas antes que eu me perca em divagações sobre isso: Guns N' Roses.

Naquele dia em que ouvi Guns N' Roses pela primeira vez, tocamos piano juntos e você me emprestou seu CD favorito deles, me dizendo para escolher uma música preferida. Não lembro exatamente quando foi, talvez eu já esteja confundindo a cronologia das memórias, mas eu te disse que a música que eu mais tinha gostado fora November Rain, e você disse que aquela era sua música preferida (pensando bem, acho que foi quando te obriguei a ouvir Britney Spears). "Acho que pessoas com a mesma música preferida estão conectadas". Fala sério, você queria muito aquelas 80 pratas, né? Foi a coisa mais brega que você já me disse; mas, de qualquer forma, me derreteu e me fez te ouvir mais. Acho que eu era tão imprevisível que, com poucos dias, você praticamente já me conhecia.

E o nosso primeiro beijo veio logo depois, ao som de Jimi Hendrix! Aquele solo de guitarra completamente doido para mim, as suas mãos me segurado, o seu beijo me enlouquecendo, o calor me subindo. Acho que os solos de guitarra do tal Hendrix conseguem potencializar alguma força maior que existe por aí. Tenho certeza de que ele é meu guitarrista preferido! O modo como as notas musicais dele pareciam dançar na guitarra me fazia me sentir voando no céu ou tendo algum sonho psicodélico cheio de cores e de sensações. E eu nunca te falei nada, mas eu adorava o adesivo colado na sua geladeira com aquela frase dele: "quando o poder do amor superar o amor pelo poder, o mundo conhecerá a paz".

E quando você cantou "Can't take my eyes off you"... não preciso dizer nada além de que provavelmente foi o ponto alto da minha vida, aquela encenação ridícula do meu filme preferido. E depois entramos escondidos na loja do seu pai e ouvimos Led Zeppelin. Quando nos beijamos, eu soube que estava prestes perder a aposta, então pedi que só tocássemos piano. Naquela noite, eu vi uma coisa em você que não sabia existir, e eu me apaixonei ainda mais. Você era completamente diferente do que eu te julgava, e a cada segundo eu te adorava mais. Você era uma mistura interessante e instigante das suas "várias caras", assim como Led Zeppelin era na mistura daquela guitarra com aquela voz sedutora que se completavam (sem falar naquela bateria com som tão diferente das outras, qual era o segredo daquela banda?)

Sei que não tem rock envolvido, mas me veio à mente agora aquela vez em que te joguei na água, as mãos na sua garganta. Acho que nunca te pedi desculpas, então: desculpe! Eu estava muito doido, era tão imaturo e sensível... e você tinha ferido meu orgulho me deixando sozinho quando eu já tinha decidido perder a aposta.

Voltando... Aerosmith nos deu uma tatuagem ridícula. Por que você não me impediu?! Mas quer saber? A verdade é que adoro imaginar que quando você me segura perto da costela, as metades do coração se completam. E Aerosmith também me ensinou que eu podia ser bem sexy se quisesse... Céus, nunca deixe ninguém ler essa carta!! Ah, e depois que terminamos, descobri que eles tinham algumas músicas muito boas para ouvir e sentir saudades suas. Angel, I don't wanna miss a thing, What it takes... ouvi todas pensando em você e chorando. Ele cantava "Você é meu anjo, venha me salvar nesta noite", e eu chorava. E também havia algumas músicas que me faziam me sentir um pouco menos vazio no meio daquela minha rotina outra vez. Acho que aqueles caras sabem mesmo escrever coisas inspiradoras. "Continue sonhando até seus sonhos se realizarem". "Então, de todos nós do Aerosmith para todos vocês, onde quer que estejam, lembrem-se: a luz no fim do túnel pode ser você. Boa noite!"

Acho que já estou perdido no tempo. O que lembro agora é que, depois de eu conhecer sua mãe, almoçamos samgyeopsal e passamos a tarde toda dançando na sua casa vazia pela última vez. Eram tantas músicas dos anos 70 que me senti no meio do Woodstock, mesmo que eu não soubesse quais bandas tocaram lá... mas sei (porque você me disse e eu procurei depois) que Jefferson Airplane tocou, e nós dançamos Somebody To Love como dois doidos com a voz da Grace Slick! Também dançamos com a voz da Janis Joplin e quando a guitarra eletrizante do Jimi Hendrix encheu meus ouvidos, eu comecei a chorar. Você me perguntou "ei, o que foi? Está tudo bem?", e eu te respondi entre os soluços: "não acredito que perdemos tanto tempo, eu não quero que você vá embora, mas também quero que vá porque você vai fazer um mestrado incrível! Eu só queria poder ter tido mais tempo juntos, eu te amo muito", então você me puxou para perto, me beijou com carinho e disse "eu também te amo. Vai passar rápido e depois eu não vou te deixar nunca mais". Enxugou minhas lágrimas com seus dedões e, dessa vez, me puxou para dançar. Também dançamos ao som de algum álbum dos Beatles, mas logo no início você começou a me contar sobre as medonhas teorias da conspiração que envolviam a banda, o que me fez sentar para te ouvir melhor. Então nos deitamos no chão e ficamos abraçados e de mãos dadas, conversando baixinho sobre tudo que tinha acontecido naqueles últimos dois anos. Depois, pedimos sua última janta na Coreia do Sul e ouvimos The Cure (cujo ritmo de "Just like heaven" me fazia dançar com o tronco enquanto comíamos sentados no chão) e Oasis. Antes de dormirmos, você me disse do modo mais piegas possível, mas que me derreteu todo: "you're my wonderwall". E eu te respondi a única coisa que tinha decorado das músicas deles: "fique comigo, ninguém sabe como as coisas vão ser".

Sabe, talvez eu não me lembre de tudo, acho que eu nem cheguei a aprender muito sobre rock. Não sei o nome de todos os estilos, não sei o que faz uma guitarra ter o som tão diferente da outra, não sei todos os ícones e ainda não sei de cor todas as músicas para cantar com você. Não sei o que aprendi com Pink Floyd além de que não precisamos de educação opressiva e que meus velhos medos ainda estão aqui comigo. Acho que eles e tantas outras bandas tinham mais o que dizer e eu não os ouvi direito. Pode ser que Dire Straits tenha me dito que algumas pessoas acham que música não é trabalho de verdade, e pode ser também que eu tenha entendido errado. Não sei bem o que aprendi com Fleetwood Mac... quem sabe algo sobre "só há trovões quando chove" e "jogadores só te amam quando estão jogando", mas não tenho certeza se realmente entendi tudo isso. E se "jogadores só te amam quando estão jogando" é mesmo verdade, eu não sei, porque acho que eu já te amava mesmo quando ainda jogava.

No entanto, algumas poucas coisas eu aprendi. Aprendi que a mistura de gêneros musicais muitas vezes torna as coisas mais interessantes. O que é melhor do que música clássica e Rock N' Roll juntos? (Talvez eu e você, hum?) Aprendi que as aparências enganam e que amor é uma coisa complicada demais para simplesmente se julgar: você só pode sentir, não pode entender. Que pessoas incríveis no mundo da música fizeram coisas horríveis e eu ainda não sei se devemos boicotá-los ou separar a arte do artista. Aprendi que os 27 anos são uma idade medonha para artistas e que agora eu tenho força suficiente para tomar minhas próprias decisões. Uma coisa não tem nada a ver com a outra nessa lista, mas estão todas juntas no canto do meu cérebro denominado "o que eu sei". Sei que dançar com quem você ama é a coisa mais divertida do mundo, e não importa o estilo de música. Sei fritar ovo sem estourar a gema. Sei que amar não é prender alguém ao seu lado e forçá-lo a ser alguém que você quer, mas apoiá-lo a fazer o que quer e estar ao lado dele quando for preciso, amando-o do jeito que é, inclusive os "defeitos". E eu te apoio e te amo do jeito que é, por isso eu não me importo que você esteja em outro continente, desde que continuemos a nos amar. Sei também que amar alguém é bem perto de se sentir no céu, porque todas as letras de músicas românticas dizem algo parecido — e porque é isso que eu sinto.

É, eu pensei nisso tudo enquanto estava sentado no café, vendo as garotas conversando. O que me faz lembrar de outra razão pela qual te escrevo esta carta: as novidades. Provavelmente vou acabar dizendo tudo de novo quando nos falarmos por telefone, mas estou empolgado. Sooyoung e Suji vão se mudar para Seul. Sooyoung quer começar uma marca de roupas, acho que ela vai se dar bem porque sempre gostou de roupas mais do que gostava de mim, eu acho. Encontrei com Seokjin esses dias e ele me disse que vai abrir um restaurante. Acho que ele e o Namjoon não deram muito certo como casal, e acontece, né? Nem todos os casais duram. Mas para balancear, olha só: Jimin me disse que o Yoongi pediu para morarem juntos! Emocionante, não é?! Ah, e eu tenho certeza de que você já recebeu a notícia pelo seu melhor amigo, mas estou tão, tão, tão animado que quero dizer também: o Hoseok e a Sung-Kyung vão se casar! E vão esperar para quando você puder comparecer!!! E a maior novidade de todas (para mim, pelo menos): a minha mãe decidiu pegar o dinheiro da parte dela nos negócios do papai e viajar pela Ásia. Não é legal? Vê-la finalmente fazer tudo que quer deixa meu coração feliz. E por falar em pai, ele apareceu esses dias. Me pediu perdão pelas coisas que fez e disse que não esperava que pudéssemos voltar a ser pai e filho. Respondi a ele que nunca fomos pai e filho de verdade... e que eu gostaria de tentar.

Voltando às cerejeiras, elas estavam lindas. Queria que você estivesse aqui para vê-las. Nunca fizemos esse passeio, então você tem que me prometer que o faremos quando você vier e que iremos tirar uma foto com elas no fundo. Percebi que precisamos de mais fotos, muito mais fotos! Ah, e, enquanto eu olhava as cerejeiras, eu acho que tive um vislumbre do futuro, como a música do Elvis Presley também me faz ter.

É que enquanto eu olhava para as flores, lembrei de um nome que vi uma vez: Bomsori. "O som da primavera". Você não acha que essas coisas de sons combinam conosco? Então o vislumbre do futuro me veio: uma garotinha lindinha chamada Bomsori. Será que estou te assustando agora? Mas, pense só, será que ela gostaria de rock ou de música clássica? Será que ela gostaria de tocar guitarra ou violino? Consegue imaginar os pezinhos dela percorrendo o chão da nossa casa e as mãozinhas fofas segurando seu cabelo? Ela teria pais descolados: um filósofo e um violinista. E eu realmente consigo imaginá-la com os seus olhos, com uma pálpebra diferente da outra e talvez dentes como os meus? Acho que assim você a chamaria de coelhinha.

Espero não estar te assustando. Você já é a minha família, Tae, e quanto mais eu penso em você, mais eu sei que não quero nunca mais ficar longe. Chega do seu doutorado e do meu doutorado, eu quero você perto de mim, quero estar com você em todos os momentos, os bons e os ruins. E quanto mais saudade eu sinto, mais eu tenho certeza de que eu jamais, jamais me arrependerei de ter te escolhido. Você é tudo para mim, tudo. E às vezes acho que não seria de todo ruim que fôssemos uma família um pouco maior.

Desculpe pela carta de seis páginas... espero que esteja bem. Não pule refeições, beba água, ouça músicas boas e pinte mais quadros! Ah, e eu li os livros que me falou; agora temos algumas questões existencialistas para debater, huh?

Saudades,

Jeongguk

 

Taehyung riu, balançando a cabeça enquanto deixava a xícara de café de lado. A carta estava bem atrasada: já era meio de dezembro. Jeongguk havia lhe dito há poucos dias que mandara uma carta, então ele concluía que o violinista a escrevera em abril e só a mandara em dezembro. Todas aquelas novidades não eram mais novidades, mas todas as outras coisas que estavam escritas ali... bem, todas essas eram novidades, uma vez que Jeongguk nunca lhe dissera nada daquilo.

Bomsori? Os dois nunca haviam falado nem em noivado, quanto menos numa garotinha que podia gostar de rock ou música clássica e tocar guitarra ou violino. Não, certamente ela tocaria piano, pensou Taehyung. Ou algo totalmente diferente... um saxofone? Ou nada, se assim ela quisesse. Eles seriam pais legais: deixariam a Bomsori fazer só o que quisesse.

Ao perceber que entrava na brincadeira de Jeongguk, Taehyung riu de si mesmo e se levantou. Aumentou um pouco o volume do rádio e a música da Amy Winehouse preencheu o ambiente. Ah, Guk, se você estivesse aqui, poderíamos dançar no meio dessa sala minúscula, riu, indo até a cozinha para fazer um sanduíche. Queria poder ligar para Jeongguk e falar sobre a carta, mas o violinista tinha algo importante para fazer e não podia conversar naquele dia.

Quando abria a geladeira e dançava sozinho cantando "no, no, no" junto à Amy, a campainha tocou. Ele deixou as coisas de lado e foi até a porta, imaginando se era a entrega dos livros que havia pedido por encomenda. Entretanto, ao abrir, tomou um susto.

— Jeongguk?! — riu, surpreso, e percebeu uma enorme mala ao lado do namorado. — Espera, o quê? Você está aqui mesmo? — perguntou, segurando os ombros alheios. Jeongguk segurou seus cotovelos e ironizou:

— Não! Eu estou em um dos seus sonhos eróticos e agora vamos transar ilogicamente no terraço. É claro que estou aqui, Taehyung!

Ele estava tão surpreso que não soube o que falar, apenas puxou Jeongguk para abraçá-lo com força.

— Eu vim ficar com você! — o violinista disse, empurrando o namorado para dentro, puxando a mala e fechando a porta. Abraçaram-se por mais uma fração de segundos antes de Taehyung segurar o rosto de Jeongguk entre as mãos e o beijar devagar. As mãos se entrelaçaram enquanto o beijo ficava mais profundo. Estavam há muito tempo sem se ver e poderiam se beijar por horas, mas Jeongguk se distanciou: — Eu recebi um convite para um recital.

— Isso é ótimo, eu não acredito que esteja aqui! Os meses sempre passam tão devagar quando estamos longe, esses seis meses desde que nos vimos pela última vez pareceram seis anos — Taehyung murmurou passando o nariz pela bochecha de Jeongguk, sentindo seu cheiro e recebendo um abraço pela nuca.

— Hum... você recebeu a minha carta?

— A de abril?

— É.

— Recebi. Mas por que só agora?

— Estava com medo de te mandar. Escrevi coisas bem vergonhosas.

Taehyung riu.

— Nada era vergonhoso, Guk.

— Bom, vamos comer algo? Estou morrendo de fome — Jeongguk pediu desvencilhando-se do aperto.

— Gukie, espera — Taehyung o puxou de volta e o encarou em silêncio.

— O quê? — riu. — O que foi, Tae? — tombou a cabeça, fazendo uma cara impaciente.

— Hum... já ouviu Amy Winehouse? — perguntou, subitamente sem coragem de dizer o que realmente queria dizer.

Jeongguk deixou os ombros caírem.

— Não sei, Tae.

— É essa que está tocando no rádio.

— Ah. Acho que já ouvi essa música... mas... Podemos comer? — pediu, se virando.

— Espera, Guk! — Taehyung o puxou de novo e encostou suas testas, lentamente encostando os narizes também. — Bomsori é um lindo nome e eu certamente a chamarei de coelhinha se ela tiver os seus dentes.

Jeongguk corou e abaixou a cabeça em completa timidez, mas Taehyung ergueu seu queixo.

— Eu te amo — disse-lhe, encostando seus narizes de novo.

— Eu também te amo — Jeongguk respondeu baixinho, dando-lhe um beijinho de esquimó.

— O que você acha de irmos a um show da Amy Winehouse?

— Não sei quem é, mas seria ótimo. Assim como seria ótimo... comer alguma coisa, meu estômago está roncando.

— Seria ótimo, sim — Taehyung riu, indo com Jeongguk até a cozinha. — Sabe o que mais seria ótimo?

— O quê?

— Ouvir Queen.

— Ah, eu quero Jimi Hendrix!

— Claro, todas as bandas que conhecemos.


Notas Finais


(parte em que a mayu escreve sobre ela mesma e agradece a vocês)

Não sei bem por onde começar, mas acho que vou começar por: meupaiamado não acredito que eu finalmente terminei, amém.

Eu queria agradecer a todos que leram, especialmente a quem leu até aqui (e nesta parte vocês podem me imaginar dando uma risadinha de choro porque esse "aqui" significa que acabooooou! e agora já não sei se fico feliz ou triste). Queria agradecer muito pelas mensagens encorajadoras que recebi ao longo da fanfic, falando bem sobre a minha escrita, sobre o enredo e, não menos importante, sobre os personagens. Isso significa muito para quem escreve e ajuda muito a continuar e concluir as histórias! Obrigada por terem me apoiado e me enviado tanto amor, fez muita diferença nos meus dias!! <3

(Aliás, não precisavam me mandar tantas ameaças de morte para terem um final feliz kkkk)

E por último, queria agradecer às pessoinhas maravilhosas que me ouviram reclamar, choramingar, surtar, morrer e sei lá mais o que eu fiz enquanto escrevia esta história... vocês me ajudaram muito (não só emocionalmente, mas também nesse enredo doido) eu amo vocês! (jujuba, juls, lala, maria, soph, vivi <3)

E muito obrigada pelas capas ao longo da fanfic, juls, madu e suicidejimin (no wattpad) e gukkieher!!! <333

Terminando com a frase da música do Queen: the show must go on! E isso quer dizer que espero poder reencontrá-los em outras coisas que eu escrever!

Conheci muita gente incrível e amorosa por causa dessa fanfic, espero poder continuar rodeada de pessoas maravilhosas!

Até breve, fiquem bem! <3


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