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História To Steal my Heart - Pergunta inconveniente.


Escrita por: Nandychan

Notas do Autor


Oi gente, voltei? Estão gostando? Espero que sim...
Pois é pois é pois é... ainda estou meio triste por ter terminado YTKAF ahuahauha' Não consigo arranjar muita coisa para falar... de qualquer forma, muito obrigada! ((:

Capítulo 3 - Pergunta inconveniente.


POV: Niall

 

                Eu estava ao lado do filho da senhora Tomlinson há horas e não estava gostando nada daquilo. Pra piorar tudo, tínhamos ficado na mesma sala e estávamos sentados um ao lado do outro. Amaldiçoei meu pai por ter me dado uma missão tão terrível como aquela. Como ele esperava que eu aguentasse tanto tempo ao lado daquele garoto idiota?

                Antes de sairmos de casa para ir até os Tomlinson, meu pai tinha dito que ia dar certo e que Louis era um garoto “incompreendido”. Agora eu compreendia totalmente aquele garoto, ele era um babaca.

                Não tinha sido nada fácil para mim, ouvi-lo reclamar de tudo que acontecia ao nosso redor. Ele tinha um dom de ser inconveniente e eu já estava de saco cheio. Tentei prestar atenção no que o professor falava, mas aquilo não estava me dando muito mais conforto, afinal física não era uma matéria muito chamativa.

                Olhei ao redor, aquela sala era horrível. Nenhum dos meus amigos mais íntimos tinha ficado na mesma sala que eu e, os que tinham me visto andando por aí com Louis Tomlinson, tinham simplesmente ignorado minha existência enquanto eu não estivesse sozinho para que eles pudessem perguntar o que diabos estava acontecendo.

                Zayn estava sentado uma carteira a minha frente e era possível sentir o cheiro de cigarro disfarçado pelo cheiro de café. Dentre todos os filhos de amigos dos nossos pais, Zayn era o único que eu tinha tido uma grande amizade. Nós sempre tínhamos nos dado muito bem, até que ele começou o ensino médio e decidiu que se tornaria um fumante anarquista.

                Depois daquela drástica mudança de personalidade, o garoto puro e engraçado tinha se tornado um garoto ácido que não falava com garotinhos do ensino fundamental. Tínhamos perdido totalmente o contato e nem sabia que ele tinha repetido o ano. No fundo, eu me sentia feliz por ele ter repetido, agora ele não era mais importante que ninguém.

                - Niall, você acha que o Liam ainda anda pegando garotinhos? – A voz de Louis foi um pouco mais alta que o comum para uma conversa paralela na sala de aula.

                Senti meu rosto corar imediatamente. Liam sempre tinha sido um grande retardado mental, nunca tínhamos conversado muito por ele ter o cérebro de uma criança, mas eu me sentira mal quando a questão de sua sexualidade tinha sido totalmente invadida por um bando de idiotas; e me sentira ainda mais mal quando descobri que o garoto que ele, supostamente, namorava tinha se suicidado.

                As pessoas que estavam mais próximas viraram a cabeça no mesmo momento. Senti os olhares de todos recaindo sobre mim. POR QUÊ? EU NEM TINHA FALADO NADA! Até mesmo Zayn tinha virado para olhar para mim, seus olhos estavam expressando uma aversão comum a de quem olha para fezes numa calçada.

                Louis também olhava para mim, curioso. Eu podia sentir que ele fizera aquilo por mal. Ele não era uma boa pessoa e eu queria socar a cara dele naquele exato momento. Retribui seu olhar, tentando dizer que eu realmente não iria responder aquilo.

                Um sussurro coletivo se iniciou na sala, as pessoas que tinham ouvido a pergunta de Louis estavam transmitindo a mensagem para os que estavam longe demais para ouvir. Aos poucos mais olhares eram atraídos para nós. Tentei ao máximo evitar olhar para Liam. Se ele ouvisse aquilo, o que ele faria?

                - Louis? – Uma voz nos chamou, alguém que estava sentado atrás da gente.

                Tomlinson virou-se primeiro, resisti ao impulso de olhar quem estava nos chamando, mas não desviei minha atenção, afinal queria saber o que iriam dizer para aquele garoto inconveniente.

                - Que é? – Até a resposta dele era mal educada.

                - Que tal você prestar atenção no que você fala. Você não está mais com seus amiguinhos... – Finalmente reconheci a voz, era de Sophie Edwards, a garota estranha que estudara comigo dois anos consecutivos.  – Se você quiser começar a praticar o seu bullying, que tal escolher alguém que se defenda?

                Concordei mentalmente com ela. Ela estava mais que certa, Liam era uma criança e não tinha conseguido se defender de ninguém durante o período em que os boatos começaram. Era até injusto fazer mal a ele. Eu não estudara com ele durante o primeiro e segundo ano, mas era notável que as pessoas da própria sala dele não tinham essa noção de que estavam fazendo mal a alguém inocente.

                - E Niall, eu realmente esperava mais de você... – Ela terminou sua fala. Eu realmente concorda... hã? Eu?!

                - Mas eu...

                - A conversa tá legal aí atrás? – A voz do professor interrompeu meus argumentos. – Já sei que não posso colocar vocês juntos no projeto da bolsa de estudo, né? Não vão conseguir calar a boca...

                Sophie desculpou-se com o professor e eu me apressei em imitá-la. O único que permaneceu calado foi Louis e, por mais incrível que parecesse, ele estava constrangido. Seu rosto estava ainda mais vermelho que o meu , mas ele não parecia estar com raiva; mordia levemente o lábio e parecia envergonhado do que acabara de fazer.

                Eu não sabia se tinha jugado ele mal ou se ele simplesmente tinha se tocado que aquele era um assunto delicado. De qualquer forma, minha mente ainda mandava que eu me afastasse dele o mais rápido possível. Não seria bom ter de ficar correndo atrás dele quando ele conseguisse que alguém, finalmente, socasse a cara dele.

                O problema era como eu iria me explicar ao meu pai se ele fosse dizer a mãe dele que eu não tinha acompanhado ele no seu primeiro dia de aula. Meu pai tinha dito que ele precisava se enturmar e que eu não deveria sair de perto dele, se eu desobedecesse, cabeças iriam rolar.

                - Então, podem pegar suas coisas e ir pro intervalo mais cedo. Depois do intervalo, o coordenador vai vir falar mais sobre o projeto da bolsa de estudo. – Minha atenção voltou-se ao professor.

                Todos se levantaram e saíram.  Louis foi levantando aos poucos e eu acompanhei seu ritmo. Ele não parecia muito sociável, mas mesmo assim segui seus passos. Pra piorar, Sophie tinha barroado nele de propósito na saída da sala. Ela estava acompanhada de Harry, eu não via aquele garoto há muito tempo, a mãe dele não o levava mais para minha casa quando ia visitar meu pai.

                Tive que sair do meu devaneio quando acompanhei Louis. Ele estava indo para um lado completamente diferente do que deveria ser o do refeitório. A princípio, acompanhei-o sem falar nada, ele devia saber pra onde estava indo, porém, após alguns metros, lembrei que ele tinha saído sem tomar café.

                - Louis... – chamei-o calmamente. – Você sabe que tem que comer, né? E eu também tô com fome...

                Ele simplesmente parou. Parou tão bruscamente que eu quase barroei nele. Amaldiçoei-o em minha cabeça, depois agradeci a Deus por ter me dado a grande virtude da calma. Seu corpo foi virando-se lentamente para mim, ele era o grande mestre da dramaticidade.

                - Qual o problema? Por que você não vai comer sem mim? – Sua voz estava engasgada. Estaria aquele ser chorando?

                - Mas...

                - Você nem quer estar aqui, pra início de conversa. – Finalmente pude ver seus olhos, estavam vermelhos, mas não haviam lágrimas neles. – Por que você não vai simplesmente embora? Não preciso da sua pena...

                Ele estava falando a verdade e, por mais verdade que aquilo fosse, era constrangedor e eu sentia vontade de negar. Não podia abandonar ele ali, chorando, sem saber o que se passava pela cabeça dele e o porquê de ele ter chegado naquele estado.

                Não era novidade ver Louis chorando, quando éramos crianças, ninguém podia tocar em seus brinquedos que ele chorava. Ele não era acostumado a perder e sempre demonstrava aquilo. Foi graças a esse pensamento que pude, finalmente, me colocar no lugar dele. Eu tinha sido injusto.

                Para um garoto como Louis Tomlinson, estar repetindo pela terceira vez devia ser um grande choque. Pra ele, era como se mostrasse que ele não era o melhor, que não era nem bom o suficiente para acompanhar as pessoas de sua idade. Claro que isso era idiotice, ele sempre fora muito inteligente até chegar no primeiro ano, eu lembrava do meu pai esfregar isso na minha cara várias vezes.

                - Louis... vamos... – Estendi minha mão, a fúria que ele tinha nos olhos foi amenizando. – Nós precisamos comer...

                Ele hesitou. Eu quase podia ouvir as engrenagens trabalhando em sua cabeça. Ele não conseguia decidir se segurar minha mão era um sinal de fraqueza, mas não era isso que eu estava tentando passar. Eu queria que ele percebesse que, a partir do momento em que ele deixava de ser o filho da puta frio que ele fingia ser, as pessoas passariam a se importar com ele.

                - Eu tenho uma séria impressão que você está com alergia a alguma coisa. Seus olhos estão irritados. - Falei sorrindo. Então, ele segurou minha mão.



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