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História TobiDei AU - Desejo entre Kages - Velha infância


Escrita por: MH-The-Cat

Notas do Autor


AVISO; O COMEÇO DO TEXTO POSSUÍ MENÇÕES GRÁFICAS SOBRE ABUSO DOMÉSTICO. Se sentir desconforto, evite, pule.

Capítulo 14 - Velha infância


Fanfic / Fanfiction TobiDei AU - Desejo entre Kages - Velha infância

Seu corpo doía, pressionado contra o chão frio e arenoso, suas feridas, ralados de suas pernas sendo invadidos pela sujeira, seus braços para trás, imobilizado, segurados de forma grosseira, prestes a partir-lhes os ossos. O joelho de seu "mestre" pesando no meio de suas costas, sentindo suas costelas se esforçando para não partirem. 

"On-noki! M-Me solta, eu não consigo respirar!!" implorava, em meio a soluços, com lágrimas e sangue em escorrendo pelo seu infantil rosto. 

"Você só me decepciona. Você não passa de um birrento.. ESSE é o peso que carregará em suas costas a sua VIDA TODA. Iwagakure será responsável por te esmagar.." o velho aproximou o rosto á nuca de Deidara, encarando as marcas do Kinjutsu com desgosto, aumentando o peso nas costas do jovem garoto. "Um Kage deve manter-se forte, independente da situação.. o que, pelo visto, um inútil como você não consegue. Talvez, se eu te QUEBRAR inteiro, você seja mais útil como uma mobília." Declarou morbidamente, ao torcer com força os cotovelos do loiro de 14 anos. Uma criança.

 

Deidara acordou em um susto, suando frio, com seu coração a mil por hora, desesperadamente abraçando seus próprios braços, como se amenizasse a dor em seu corpo. Não havia dor.. Onoki não estava lá.

Foi só um pesadelo com os "Treinos particulares"  que, o idoso sempre proclamou ser o MELHOR dos ensinamentos, contudo, que Dei levaria para a vida toda como grandes traumas. Gatilhos.

Todos diziam que Onoki só o tratava assim pelo seu bem, para que se fortalecesse e que o idoso realmente o amava como um filho.. Se isso é amor. Se ser proibido de comer, ser feito de saco de pancadas, espancado, xingado, humilhado todas as noites era "AMOR".. ele se recusaria a ser amado. Vivenciar aquilo de novo, aquela tortura.. era o que mais temia.

De olhos fechados, sentado no sofá, o jovem abraçou seu próprio corpo e respirou fundo algumas vezes, para recuperar-se do espanto, sentindo a presença das luvas em suas mãos. Mesmo sendo completamente diferentes em aparência e material, aquelas luvas sempre o lembrava de algemas. Um tecido que cobria parte de seus pulsos, e que o lembraria eternamente sobre seus pecados. O condenariam, para sempre o lembrando da monstruosidade que era. Acessórios que lhe tiravam a liberdade, assim como o cargo que recebeu.

Ao se sentir mais calmo, abriu os olhos descartando a possibilidade de voltar a dormir. Depois disso, estava desperto até demais. Ao notar que não estava em seu quarto, onde dormiu em todas as outras noites, ficou completamente confuso. 

*Apartir de agora a história é do Deidara POV, pq o Autor é burro pra caralho*

 

..Será que eu ainda estou sonhando?? Onde eu estou? Esse não é o quarto que estava hospedado, com Kurotsuchi e Aka.. O que aconteceu na última noite..? Ah, droga, eu pareço tão irresponsável, espero que os Kages não escutem sobre isso..

..K...Kage.. AH?! HOKAGE?? ESSA É A SALA DO HOKAGE! POR QUE EU TÔ DORMINDO NO SOFÁ DO ESCRITÓRIO DELE?? E ONDE ELE ESTÁ? 

..espera.. 

ONTEM!! POR DEUS, EU CHOREI COMO UMA CRIANÇA NA FRENTE DELE! I-ISSO É TÃO VERGONHOSO!! 

O que aconteceu depois?? E-Eu.. não lembro! Oh, isso é tão constrangedor!! Essa deve ter sido a pior primeira-impressão que ele deve ter presenciado! EU SOU UM DESASTRE! EU PAREÇO UM SEM-TETO. Eu sou um caso perdido!! 

Cobri o rosto com minhas mãos, sentindo meu rosto ferver de vergonha alheia. Se antes meu coração batia de susto, agora com certeza vai PARAR de PÂNICO!  

Okay.. calma.. Respire fundo, Deidara. Nada de combustão espontânea. Talvez nós.. tenhamos trabalhado até tarde..?? Isso soaria mais profissional. é.. faz sentido.. Mas.. onde está Obito?? e por que ele não me acordou para voltarmos ao trabalho? Aquela pilha de papéis parece gigante. 

Me levantei e me aproximei da mesa, observando meu reflexo no vidro da janela, aproveitei para pentear meus bagunçados cabelos com os dedos e refazer meu rabo de cavalo. Quando terminei, olhei a paisagem; o céu limpo, azulado, os verdes dos campos.. Meu corpo se arrepiou. Enquanto analisava a paisagem, enxerguei Obito, aparentemente nos jardins do palácio.. mordi o lábio, pensativo. Acho que.. ele saiu, enquanto eu dormia?? Não seria má ideia buscá-lo para voltar aos documentos.. 

Ajeitei minhas roupas, abandonando o manto e o chapéu de Tsuchikage nos móveis mesmo, e andei até a porta, me esgueirando nos vazios corredores, mantendo meus olhos atentos para não me perder como na última vez. Rapidamente cheguei ao lado de fora, e não demorou muito tempo para avistar Obito, mesmo de longe, os trajes brancos e vermelhos de Hokage eram inconfundíveis. Caminhei tranquilamente até ele, apreciando a brisa leve em meu rosto, e parei próximo a ele, estranhando vê-lo ajoelhado, colhendo algo.

"Bom dia, Obito." falei. Ele se assustou comigo, mas logo riu

"Ah, bom dia, Deidara! Não ouvi você chegar"

"Hun.. o que você tá fazendo agachado aí, hn?" 

Sem qualquer dificuldade, ele se levantou (esqueci que ele era tão alto assim..) e, com uma das mãos em formato de concha, ele me mostrou as pétalas avermelhadas que coletara.

"Era Hibisco, certo?" ele perguntou sorrindo de maneira simpática. "Que você disse que gostava de beber, enquanto trabalhava.."

Senti minhas bochechas esquentarem, e me senti estranho. Geralmente as pessoas não prestavam atenção quando eu falava sobre mim.

"...uh.. P-Por falar em trabalho.. a gente devia voltar, certo?? Quanto mais cedo acabarmos os papéis pendentes, melhor, hun." 

"..Você é realmente esforçado." ele coçou a nuca, como se demonstrasse desinteresse "Sabe, a manhã está tão bonita.. que tal caminharmos um pouco, pelos jardins?"

"Mas.. o trabalho, os documentos-" fui interrompido por uma aproximação repentina. Ele colocou sua mão vazia em meu ombro e se inclinou ao meu rosto

"Não se preocupe, eles não sairão correndo do escritório. E mais.. várias das flores estão desabrochando nesse período.. seria uma pena se ninguém as admirasse. Elas são tão lindas.." ele falou olhando profundamente em meus olhos, com um sorriso confiante.

OKAY, TALVEZ SEJA MEU EMOCIONAL QUE TENHA DESPERTADO ABALADO HOJE, MAS ISSO QUASE SOOU COMO UM FLERTE.

Engoli em seco, desviando o olhar, mas suspirei, e concordei derrotado. Quer dizer.. Nesse território, ele é quem manda, então eu devo obedecer o momento de trabalho dele. Mas, admito que não é má ideia. Passamos quase todos esses quatro dias colados, e a companhia dele sempre me faz muito bem. Posso soar desesperado ou esquisito, mas.. é quase como se o destino quisesse que eu ficasse ao seu lado..

Os jardins eram extensos, gigantes! Divididos entre seções de importância, compostos por cores vibrantes, inimagináveis, como um conto de fadas. Obito me mostrou desde os canteiros, até o armazenamento de sementes, e os locais mais confidenciais. Em certos momentos, passávamos por árvores carregadas de frutos, que ele me ofereceu por não ter comido nada como café da manhã. Geralmente tenho náuseas quando tento comer ao acordar, mas hoje foi diferente; As frutas eram doces, naturais,  mais ricas.. Comer uma fruta direto do pé, me trouxe uma grande sensação de nostalgia e alegria, me recordando das vezes que fazia isso quando ainda era livre, durante a infância. Subir em árvores e passar as tardes com Kuro e Aika, conversando, aprontando e brincando.. ah, infância livre.. velha infância. 

"Confesso que não imaginava que.. Konoha era tão preservada em relação ao meio ambiente, hun." Comentei enquanto mordia um morango, com cuidado para não me sujar ou manchar minhas roupas. "Ou.. bem.. produtiva na agricultura. Nos pomares.." 

"Heh, como o meio medicinal vem crescendo muito recentemente, tentamos manter um estoque grande de Ervas e afins.. além, claro, da produção de perfumes, velas aromáticas, alimentos,  papel, essas coisas. Graças aos esforços da Tsunade, a conscientização vem aumentando cada vez mais.."

Por algum motivo, ouvi-lo falando tão animado sobre essa mulher me deu um leve embrulho no estômago.

"..a... secretária..?" 

"Aham, ela mesma." 

"..hun.. vocês.. namoram.. ou algo do tipo..? hun."

"AH? N-Não, hah, nada disso! Na verdade ela é 'quase' casada com o sensei do meu sensei" 

Suspirei aliviado. A ansiedade imediatamente desapareceu. 

"...hun.. como assim 'quase casada'? " perguntei meio confuso

"Ah, eles tem um jeito meio de amor e ódio, mas todos sabem que um não vive sem o outro. Sabe, ela é meio.. firme demais com a carreira medicinal e política, e.."

"OBITOOOOOO, DATTEBAYO." uma voz rouca berrou de longe, quando estávamos no Jardim da frente da mansão. 

Paramos e vimos um garoto loiro, balançando os braços histericamente, animado, acompanhado de outras duas pessoas. Estranhei, mas Obito riu e acenou de volta, e em pouco tempo os três andaram até nós. O garoto loiro, com bigodes de gato, estava acompanhado de duas garotas, uma de olhos verdes e cabelos rosados, e outra de olhos brancos e cabelos escuros, a qual segurava a mão do garoto, entrelaçando os dedos.

"Naruto! Que surpresa! Faz tempo que não te vejo por aí.. vejo que ficou ocupado."  Obito brincou, vendo que os dois estavam de mãos dadas. "Ah, deixa eu lhes apresentar! Deidara, esse é Naruto Uzumaki, Jiinchuriki, filho do meu sensei. Essa é Sakura Haruno, e essa é Hinata Hyuuga." 

"Muito prazer!" as garotas sorriram, animadas. Assenti com a cabeça, mas antes que pudesse falar, fui cortado pelo moleque 

"IIIIH, pelo visto o Hokage também tá cheio de namoradinha, HEIN HEIN?" ele deu cotoveladas no braço de Obito, de maneira provocativa. 

Cerrei os pulsos, e tive que me esforçar para manter o "SORRISO" no rosto, mesmo cerrando os dentes.

"você.. disse.....namoradiNHA..?" 

Nem me importei com a provocação de casal de volta, mas eu não admito ser confundido com uma mulher.

A garota de cabelos cor-de-rosa imediatamente fez o que, eu me segurava para não fazer; Socou o garoto de maneira que foi arremessado para longe. 

"SEU IDIOTA! VOCÊ NÃO SABE QUE TÁ FALANDO COM O TSUCHIKAGE?!'' 

"N-Naruto-kun!" ela correu, preocupada com o namorado  de boca no chão.

"QUE? COMO ASSIM, TSUCHIKAGE? MAI ELE NEM TÁ COM O CHAPÉU!" 

"ISSO QUE DÁ, NÃO PRESTAR ATENÇÃO NOS ANÚNCIOS SOBRE POLÍTICA!! SEU IMBE-"

"Uuuh, foi bom ver vocês, crianças, mas nós precisamos voltar ao trabalho! H-Hahah, até mais!!" Obito nervosamente agarrou meu braço e me puxou para sairmos daquela situação constrangedora o mais rápido possível. 

Andamos pelos corredores em absoluto silêncio, eu ainda estava indignado até o fundo da minha alma, mas tentei manter minha postura. Quando retornamos ao escritório, Obito gesticulou para que eu entrasse primeiro, e suspirou aflito

"..essas crianças não mudam nunca. Sinto muito por isso, Deidara.. sabe como é.. adolescentes.. hah." ele falou constrangido enquanto trancava a porta.  

Me joguei na poltrona, de braços cruzados, absolutamente estupefato, murmurando xingamentos. Obito foi aos fundos do escritório, fazer algo que eu sequer me interessei em ver, de tão enraivecido que estava.

"De verdade, peço desculpas.." ele falava me encarando por cima do ombro, me guiando a atenção mesmo de costas, ocupado com o que quer que estivesse fazendo. "Sei que você deve se sentir mal por.. ser desrespeitado, como autoridade, é que Naruto é aluno do meu melhor amigo, e ele cria.. amizades rápido. É meio.. cabeça oca. Sabe. Adoro ele, mas ele não pensa direito e.."

"..Você acha que eu pareço uma mulher?!"  exclamei preocupado.

Ele parou por alguns instantes, e se virou completamente pra minha direção, com um olhar incerto.

"..é por isso que você se ofendeu??" 

"Por que mais seria?" 

Ele olhou para o lado, pensativo, e voltou sua atenção para o que estava fazendo, de costas para mim.

"..Olha. Eu diria que é uma pergunta um pouco complicada.. digo.. Você não aparenta ser 'afeminado', a ponto de ser confundido com uma mulher. Sua voz é grave, mas seu corpo é.. diferente, em comparação a maior parte dos ninjas. Pela altura e porte físico, sabe."

Meu silêncio começou a ser de chateação ao invés de raiva. Quando notei, Obito veio em minha direção, se ajoelhando ao lado da poltrona para ficar á minha altura, com duas xícaras nas mãos.

"..mas se você fosse uma mulher, eu com certeza te consideraria a mulher mais forte do mundo. Até casava contigo! ou.... uuh... quer dizer.. não precisa ser... mulher.." ele murmurou baixo

Arregalei meus olhos e senti meu rosto ferver, provavelmente parecia um tomate. Seu rosto parecia se aproximar cada vez mais, eu sentia falta de ar perante a situação.

"...h..Hokage?? você... tá perto.. d-demais. hun."

A ficha pareceu cair e ele se ergueu, colocando as xícaras de chá sob a mesa.

"Hah! d-desculpe, costume de proximidade, eu acho! ..bem, o que me diz?" ele falou enquanto colocava as folhas de hibisco cuidadosamente sob um pires. "...vamos acabar o trabalho, e fazer seu drink de vinho e açúcar? Se não tiver outra reunião, claro.."

Sem hesitar, concordei com a cabeça, ainda duvidando de seu comportamento. Vamos acabar esse trabalho logo. Eu quero ficar com tempo livre para conversar e conhecer mais sobre ele..

 

 

...o Obito é.. diferente. Ele me faz sentir diferente.. em um jeito.. bom..



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