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História Todo meu (SasuSaku) - A realidade mais dura é aquela que ninguém quer ver


Escrita por: Manu_Tavares e MT_Fanfics

Notas do Autor


Teaser da Fanfic:
https://youtu.be/6ydFyORbaV4

Trailer da Fanfic: https://youtu.be/7MjnRX5-7Gk

Próxima atualização 23/01

Boa leitura...

Capítulo 13 - A realidade mais dura é aquela que ninguém quer ver


Fanfic / Fanfiction Todo meu (SasuSaku) - A realidade mais dura é aquela que ninguém quer ver

Sakura permaneceu deitada naquela cama de barriga pra cima, imóvel. Uma lágrima rolou em seu rosto ao lembrar dos acontecimentos recentes. Sua vontade de levantar dali era exatamente zero.

O tempo continuou passando enquanto ela continuava deitada. Pensava o que tinha acontecido para que Sasuke a afastasse desse jeito, sem aviso, sem briga, sem desentendimento. Lembrou-se de cada momento que passou com ele e procurou um motivo para que ele fosse direto para os braços de outra, mas simplesmente não achou.

Entregar sua confiança à alguém não era tão fácil para Sakura, mas ela havia feito isso com Sasuke. Ela procurou a ajudar, achou até mesmo que conseguiu isso quando conquistou seu coração, ou ao menos ela achava que tinha conquistado.

“Onde foi que eu errei? Onde eu falhei? Será que eu nunca vou descobrir onde? Deve ter uma razão, uma explicação. Mas, se tivesse, ele deveria ter me falado, não?”, era muito mais fácil para ela aceitar que tinha errado, do que aceitar que a escolha de Sasuke não tinha sido ela.

Virou de lado depois de sentir seu corpo dormente por passar tanto tempo na mesma posição. Somente se virando que Sakura notou que Yahiko se encontrava sentado na pequena poltrona que tinha naquele quarto.

Lentamente, Sakura sentou na cama e abaixou suas pernas colocando seus pés num par de pantufas que parecia ter sido colocadas ali justamente para quando levantasse.

— Há quanto está aí?

— Eu não fui embora, se é isso que quer saber — Se pôs de pé — Fiquei esperando você acordar e reagir — Aguardou que ela dissesse alguma palavra, com o silêncio como resposta, ele decidiu continuar falando — Tem uma toalha e roupas no closet. Primeiro tome um banho, vai te ajudar a despertar.

— Yahiko — Chamou quando ele deu as costas para sair, Yahiko virou a esperando dizer o que queria — Nós temos que conversar.

Yahiko baixou o olhar, sabia do que se tratava, por conta disso ele ficou hesitante. Saiu do quarto após acenar. Sakura espreguiçou-se e seguiu para o banheiro, levou quase vinte minutos no banho, precisava sentir a água fria em seu corpo para trazê-la de volta à realidade.

Ao se dirigir ao closet, ele estava realmente cheio de roupas. Sakura havia passado por ali quando trouxe sua roupa para se trocar, sabia que estava tudo vazio antes, Yahiko devia ter trazido enquanto ela dormia.

Escolheu uma blusa branca de manga com caída no ombro que tinha o desenho de um gato na frente e um short jeans curto. Foi até a sala, pretendia se sentar e conversar logo, mas antes que ela se aproximasse, Yahiko apontou para a cozinha. Um copo de chocolate quente branco e uma bandeja com takoyaki com alguns palitos em cima.

Sakura olhou para sala surpresa pelo café da manhã, se é que podia ser considerado assim. Yahiko ainda se lembrava de como ela amava takoyaki com chocolate quente branco, especificamente o que ele fazia.

Sentada da mesa, Sakura não fez desfeita. Comeu alegre com aquele sabor familiar. Quanto tempo fazia que ela nem comia nem bebia aquela comida. Terminando, voltou para sala e sentou no sofá oposto ficando de frente para Yahiko.

Cahum era Yahiko. Yahiko era Cahum. Como ela não percebeu antes? Talvez só a ideia de que ele morreu já era o suficiente para que seus olhos se fechassem para enxergar as semelhanças entre eles.

A quantidade de perguntas que pretendia fazer eram tantas, mas com ele em sua frente, parecia impossível fazê-las tão diretamente. Yahiko percebeu que ela não iria iniciar aquela conversa, então apenas decidiu começar a falar,

— Eu pretendia continuar afastado de você — Sakura ergueu suas costas como se tivesse sido empurrada, surpresa — Mas então soube do Naruto, pedi a transferência de faculdade. Achei que você precisaria de apoio, como eu era pra você, mas ao mesmo tempo, eu não podia me aproximar muito de você.

— Por que fingiu a própria morte?

— Eu não fingi — Pôs a mão ao peito como se ela tivesse o ofendido, e realmente, ofendeu — Suas irmãs se separaram em desespero e eu também. Quase morri, mas o Minato me achou pouco antes dos bombeiros chegarem. Ele cuidou de mim, fiquei muito tempo desacordado e com algumas queimaduras no corpo que deixaram marcas — Mostrou a mancha que havia ficado em seu pulso — Ele arrumou o melhor dermatologista e cirurgião plástico, eles cuidaram da minha derme.

— Então por qual motivo não apareceu pra mim? — Perguntou ressentida.

— Assim que melhorei, o meu pai me mandou para o exterior contra minha vontade, voltei somente quando concluí o ensino médio — suspirou, parecia cansado só de falar — Ele me fez prometer esquecer que um dia fui Cahum e as pessoas com quem eu me importava que ainda estavam vivas, você. Meu pai me educou para herdar as empresas Uzumaki, ele nunca confiou no Naruto. Agora ele está me empurrando pra você porque da NRH, ele que deve ter mandado publicar essa matéria.

Sakura se pôs de pé.

— Você voltou a se aproximar de mim por que da NRH? — Sobressaltou incrédula.

Yahiko também se pôs de pé.

— Não. Quero dizer- — Tentou explicar, mas Sakura nem lhe deu tempo.

— Ai meu Deus, você realmente voltou porque da NRH — Sakura levou a mão à testa e a outra na cintura desacreditada, dando uma meia volta.

— Dá pra você me ouvir? — Pediu um pouco de espaço e vez para falar.

— Você não é diferente dele, é igualzinho a ele — Dizia isso mais para si mesma.

— Sakura-

— Vai embora — Pediu tentando manter a calma.

— Não é- — Deu um passo para se aproximar com a mão erguida, ela deu um passo contrário.

— Vai embora, porra! — Gritou Sakura.

Seus olhos estavam vermelhos de raiva. “Ela não vai me ouvir”, suspirou ao pensar. Nem era para eles terem dito aquela conversa. Se Sakura não está disposta a ouvir ninguém, nem mesmo ele seria ouvido, ele sabia.

Yahiko baixou seu braço. Passou pela porta e deu uma última olhada em Sakura antes de seguir para o elevador. “Espero que você fique bem”, em seu coração, já que não podia dizer em voz alta.

 

 

Enquanto Óbito fazia a chamada, Itachi passava os olhos pelo ônibus para conferir que estavam presentes quando levantavam uma mão ao ser chamado.

Ao terminar a chamada no último ônibus, saíram e deram o "ok" para que os motoristas pudessem seguir o rumo.

Os dois irmãos não foram juntos com os funcionários, foram de carro próprio, porém, separados. Graças a ideia de Itachi, Ino decidiu ir também na viagem anual da empresa.

A NRH tentava fazer o possível para manter os noivos perto um do outro e para isso, cancelou o contrato do lançamento da coleção feita por Sakura onde Ino era a modelo principal e a substituíram por outra.

Itachi levou consigo seu braço direito e esquerdo, Konan e Óbito, enquanto Sasuke iria sozinho com Ino.

A loira estava um pouco nervosa, era a primeira vez que ficava oficialmente sozinha com Sasuke, e ficaria por cerca de quatro horas até chegar ao seu destino.

— Tá um pouco silencioso, né? — Comentou Ino desconfortável.

— Se quiser ouvir alguma coisa pode ligar o som — Sasuke respondeu sem emoção, os olhos presos na estrada.

— O que você gosta de ouvir? — Ligou o som do carro abrindo a pasta de músicas que havia nele.

— Piano, qualquer coisa tocada nele me agrada.

— Ótimo — Ino se animou um pouco mais ao achar algo comum — Gosto de música clássica, gosto de Franz Schubert, tem alguma dele?

— Tem, a quarta pasta é dele — Olhou pelo canto do olho e clicou na pasta que havia dito.

Ino regulou o volume e encostou mais relaxada.

— Realmente gosta? — perguntou a vendo extremamente confortável.

— Sim, desde novinha eu dançava balé com músicas, até hoje na verdade — respondeu com os olhos fechados desfrutando da música.

— Deve ser uma boa bailarina, por que não ouvi falar de você pela área?

— Ainda me apresento em concertos, mas não quis ir mais longe — Olhou para Sasuke, ele a olhava de vez em quando — Optei por abrir uma escola de balé para turma iniciante de garotas que não tem como pagar em uma comunidade.

— Fez mesmo isso? — Sasuke teve que a olhar surpresa.

— Sim, atualmente a turma tem vinte pequenas bailarinas — Sorriu lembrando das garotinhas — Todo final de ano a escola em que estudei faz uma audiência com a Dream of the Ballet, a minha escola, eles cedem cinco bolsas para ensino avançado.

— Por essa eu não esperava — Voltou seus olhos para frente.

— É tão difícil assim acreditar em pessoas que fazem boas ações? — Revirou os olhos e finalmente conseguiu tirar um sorriso de Sasuke.

— É difícil acreditar que você seja uma pessoa que faz boas ações.

— Agora me ofendeu — disse, mas na verdade ria.

Assim como sua mãe, ela amava balé. Sua mãe havia morrido  quando ela nasceu, então não tinha lembranças dela se não as fotos, os vídeos e as histórias que ouvia de seu pai.

Saber que tinha ao menos uma coisa em comum com sua mãe, fazia a dor e a falta que não sentia dela diminuir. Não era substituível, mas para ela, bastava.

 

[...]

 

A viagem da empresa dessa vez foi para um hotel à beira mar. Como era um hotel muito movimentado, Itachi alugou os quartos com oito meses de antecedência para os funcionários da empresa. Cada quarto era dividido por duas pessoas, e aproveitando a oportunidade, Itachi juntou o quarto de Ino e Sasuke.

— Só pode estar de brincadeira — Sasuke disse negativamente ao ver Ino passar com sua mala pela porta do quarto.

— O Itachi disse que dividiremos o quarto — Disse deixando sua mala e dando uma olhada no quarto.

— E você concordou?

— Não exatamente — Corou — Mas parece que não tive escolha.

Inoichi havia armado com Itachi aquela dupla, Ino havia rejeitado a ideia porque não achava conveniente, mas eles simplesmente disseram que não tinha o que fazer.

Ino gostava sim de Sasuke, mas o método daqueles dois era extremista e ela não era do mesmo tipo.

— O que vai ser depois? — Sasuke encheu-se de sarcasmo — Vão mandar você pra morar comigo?

— Seria inconveniente vivermos separados depois que nos casarmos — respondeu inocentemente passando despercebida da real intenção daquela frase.

Alguém tocou a campainha e Ino abriu a porta depois de confirmar que era Óbito.

— Em vinte minutos vocês devem estar na praia, está bem? — Informou e saiu.

Ino olhou para Sasuke, esse que se dirigiu ao banheiro.

— Eu vou primeiro — Entrou e trancou a porta.

Enquanto Sasuke tomava seu banho. Ino arrumou suas coisas e colocou no pequeno o guarda-roupa que estava vazio. Suas roupas vieram a maioria em cabides, foi simples arrumar.

Quando Sasuke saiu, usava um short tactel azul com flores brancas e uma toalha jogada nos ombros.

— Que foi? — perguntou ao notar que Ino a olhava.

— Nada — disse já vermelha, meu sua roupa e se dirigiu ao banheiro.

Trancou a porta atrás de si e respirou fundo. "Ele é realmente de tirar o fôlego!", admirou Ino em pensamento.

 

 

Todos se encontraram na praia. Ino acabou chegando com Konan, sendo as últimas a se juntarem à turma.

As duas não estavam tão à vontade para usar suas roupas de banho em meio à tanta gente, mas sabiam que era algo delas, os demais estavam extremamente confortável.

Na praia, haviam três tipos de jogos diferentes — vôlei, futebol de areia e cinco cortes — e em que os funcionários se dividiram em grupos e formaram duplas ou equipes para jogarem.

— O que você vai jogar? — Konan tentou interagir com a loira.

— Futebol! — Apontou animada para o lado onde eles formavam os times.

— Adoro futebol! — Konan disse com animação.

As duas se aproximaram dos grupos.

— Podemos jogar? — perguntou Konan.

Os rapazes se olharam para então rir.

— Vocês, meninas, querem jogar futebol? Um cinco cortes te cairia melhor, não? — provocou o líder do time amarelo.

— Que machista — sussurrou Konan.

— Eu gosto de revolução feminina! — Sasuke comentou, ele liderava o time verde — Querem ficar no nosso time?

— Eu topo! — Ino socou o ar.

— Posso ser a goleira? — Konan adorava ficar no gol.

— Quero ser atacante — Pediu Ino, era sua melhor posição.

— Pode ser, eu sou zagueiro, vou apresentar os demais à vocês — Chamou Sasuke.

— Eles acham mesmo que vão ganhar assim? — Subestimou o líder do time amarelo.

Cada um tomou ciência de sua posição e juntos, decidiram sua formação.

Konan e Ino decidiram deixar a timidez de lado para jogar com mais liberdade, ficaram apenas de biquíni e colocaram a camisa verde de seu time por cima.

Passaram cerca de uma hora e meia jogando, e para calar a boca daqueles que a subestimaram, o placar final foi de 6x0, o time verde ganhou. Terminado o jogo, eles tiraram suas camisas dos times.

— Ainda acha que consegue fazer um gol em cima de mim? — Konan provocou o adversário que havia a limitado por ser mulher.

— Acho que devo um pedido de desculpas — disse sincero o rapaz.

— Pode ficar tranquilo — Konan quebrou o gelo, viu que ele estava ficando tenso — Foi um bom jogo.

— Ultimamente você está bem mais ousada, não é, Konan? — Itachi interveio na conversa.

Pegou uma saída de praia branca que tinha em mãos e passou em volta de Konan. Itachi percebeu que aquele funcionário não tirava os olhos de cima dela. Ele limpou a garganta expulsando o rapaz com um olhar.

— Em que exatamente?

— Flertando.

— Que eu me lembre… — Fingiu pensar, cheia de cinismo — Ah é, eu não tenho namorado, mas talvez hoje eu arrume um.

— Konan! — disse imediatamente.

— Que foi, Itachi? Não tem como ter ciúmes se não temos nada sério — Jogou em sua cara suas próprias palavras.

Itachi não queria um relacionamento sério, em sua vida existia apenas Konan, assim como para ela existia somente ele, porém, Konan estava cansada de ser apenas um objeto em poder de Itachi. Ou ele decide o que quer de verdade com ela, ou não vai demorar a vê-la com outro.

— Quando eu tiver um namorado irei parar de flertar com outros caras — Piscou pra ele em provocação e saiu.

"Ela quer me deixar louco?", a seguiu com os olhos. "O que ela pensa que está fazendo?"

Itachi não podia nem queria demonstrar ou exibir seus sentimentos, considerava uma fraqueza, mas a única fraqueza que ele tinha agora fazia de tudo para ser atingida, como ele não poderia fazer nada? Até quando suportaria?

 

 

No decorrer do dia até final da tarde, todos estavam bronzeados do sol e já haviam gastado suas energias e liberado seus estresses. À noite, havia uma fogueira, churrasco e bebida. A refeição principal foi feita na área aberta do Hotel onde uma mesa estava à espera dos famintos.

Konan e Ino acabaram fazendo amizade durante o dia, sendo assim, passaram a se dar bem e desfrutarem da companhia uma da outra.

No finalzinho da tarde após o pôr-do-sol, as duas foram à vila comprar uma roupa que combinasse. Escolheram o mesmo estilo de cropped e saia longa de seda com forro até o meio das coxas. Konan ficou com a cor roxa e Ino com azul turquesa, as cores davam mais vidas aos seus olhos.

— Minha nossa — Itachi disse ao ver as duas garotas se aproximarem.

— Seria muita audácia minha dizer que se você continuar vacilando, vai perder um mulherão? — Óbito ousou realmente com a intenção de provocá-lo.

— Eu ainda sou seu chefe!

— Não estamos em horário de trabalho, lembra? — O olhou de lado — Somos apenas, colegas.

Ergueu sua taça com vinho tinto e se retirou. Obviamente, Óbito sabia do romance sem compromisso dos dois, então sempre o aconselhava por fora do horário de trabalho e quando Itachi trazia a rara exceção de convocar seu amigo em horário de trabalho invés do seu funcionário.

— Quem aí topa um desafio do vinho? — Alguém sugeriu e o pessoal vibrou se juntando à uma mesa na área aberta.

Diferente dos demais, Sasuke sentou à beira da água com seis garrafas de vinho em um balde de gelo.

Ino deixou sua parceira ao ver aquele rapaz isolado, com sua taça em mãos, decidiu fazer companhia sem perguntar se ele queria, sentando-se ao seu lado.

— Por que ficou aqui sozinho? Se queria tanto beber, podia se juntar à competição — Comentou, referindo-se ao balde ao seu lado.

— Não estou no clima pra socializar — disse e virou uma taça de vinho.

— Tá bem — Colocou uma perna em cima da outra e encheu seu próprio copo — Vamos apenas beber, ver as ondas e observar esse céu lindo.

Olhou para o alto, a noite estava bonita, céu aberto e iluminado pela luz natural. Os dois permaneceram ali, bebendo sob aquele céu e olhando as ondas que iam e vinham.

— Ino — Sasuke a chamou, mas não virou seu rosto — O que você viu em mim?

— Hm? — Ficou surpresa por um tempo, mas entendeu sua pergunta — Você acha que eu preciso de uma razão?

Ino ganhou a atenção de Sasuke.

— Coisas assim não tem explicação. Quando a pessoa que você gosta está sorrindo ou chorando, isso vai incomodar você. Você quer estar com ela independente de quando ou como. Seu coração parece alegre na presença dessa pessoa — Ino lembrava de cada momento em que havia observado Sasuke de longe, mesmo que ele nunca tivesse notado sua presença, ela estava ali, o tempo todo — Isso são apenas sintomas, para você, não será preciso ver algo que alguém não viu, só precisa ver, o que consegue enxergar com o coração. Só isso.

Ino o olhou pelo canto dos olhos. Sasuke chorava. Pensando que seria melhor fingir que não viu, Ino permaneceu olhando para frente. Sasuke esvaziou seu copo mais uma vez e o deixou de lado, decidindo beber diretamente da garrafa.

Naquele momento, Ino pôde ver que ele tinha alguém em seu coração. Seria egoísta da parte dela pensar apenas em seus sentimentos, mas também não podia voltar atrás, não queria.

Durante toda sua vida, Ino sempre fez o que as pessoas queriam, quando queriam e como queriam. Pela primeira vez ela tinha algo que não queria ceder para ninguém. “Desculpe-me por ser tão mesquinha, mas também há algo que eu quero muito", pensou ela consigo.

Acompanhando a forma rápida de se embriagar e sentir pena de si mesmo de Sasuke, Ino também abandonou sua taça e tomou uma garrafa de vinho nova para si.

— Acredito que entendo como se sente, mesmo que não seja pela mesma pessoa — Sasuke ergueu sua garrafa, sugerindo um brinde que logo Ino aceitou. Os dois levaram a boca da garrafa aos lábios e beberam um grande gole.

“Você nunca vai poder ter meu amor, nem eu poderei ter quem eu amo. Somos dignos de pena”, Sasuke declarou sua própria desgraça. Por mais que quisesse estar com Sakura, não foi com ela que ele decidiu ficar, agora, sofreria para aceitar isso.

 

 

Sakura nunca foi de aceitar o que lhe era imposto — desde que não fosse sua madrinha, mas ainda assim, ultimamente ela havia se tornado ainda mais rebelde a ponto até de enfrentá-las — e por conta disso, simplesmente aceitar um término sem nem conversar a deixava perturbada.

Como era o último dia do desfile, ela teria que fazer seu fechamento. Ao terminar seus afazeres obrigatórios do desfile da coleção da NRH, Sakura se preparou para ir atrás de Sasuke.

O procurou Sasuke em todos lugares possíveis, até na empresa, mas estava tudo fechado. Quando estava quase desistindo, Sakura lembrou de alguém que sempre sabia de tudo e com toda certeza, saberia onde Sasuke estava.

— Isso sim que considero uma chamada que nunca se espera receber! — Hidan soltou uma piada ao atender — Diga senhorita Haruno, melhor, herdeira da NRH, em que posso ajudar?

— Você sabe onde o Sasuke tá? Eu não consigo entrar em contato com ele.

— Ah — disse do outro lado da linha sem animação — Não sei se devo responder isso, Sakura. Eu vi as fotos do Réveillon dos Uchiha com os Yamanaka…

Nem precisou dizer mais que isso, o que Hidan realmente queria dizer, era que sabia que Sasuke havia a deixado, mas como ele poderia dizer isso em voz alta se nem ele acreditava na capacidade covarde de seu amigo?

— Hidan, eu preciso ver ele. Se ele nunca me explicar… — Sakura engoliu em seco, sentiu sua voz trêmula — Como posso viver com algo que perturba tanto meu coração?

Hidan se manteve quieto por alguns instantes até decidir falar algo.

— Mandarei o endereço por mensagem — desligou logo depois.

Mesmo sendo o amigo mais próximo de Sasuke, Hidan não fazia ideia do que estava acontecendo com o Uchiha. Sabia que era tudo repentino e ninguém melhor que ele sabia como ser abandonado sem explicação doía e atormentava.

Poucos segundos depois Sakura recebeu o endereço de Sasuke. Pelo horário e o local longe, decidiu dirigir um carro que seu pai lhe deu no último aniversário.

Como já estava entardecendo, as ruas estavam mais vazias e Sakura podia dirigir na velocidade máxima permitida no trânsito sem hesitar, levando duas horas e quarenta e cinco minutos para chegar ao destino.

Sakura sabia que Ino estaria com Sasuke, seu coração acelerava só de pensar em encarar os dois, mas ela precisava daquilo para então seguir outra etapa. A farra da equipe já havia terminado quando Sakura chegou, quase não a deixaram entrar, usou o nome de sua empresa para que liberassem sua entrada sem aviso prévio.

Sakura seguiu para o quarto que a recepcionista indicou que Sasuke estava hospedado, mas ela não fazia ideia de que encontraria os dois dividindo o mesmo quarto.

Cada passo que dava adentro, via as peças de roupas deixadas no chão, a última delas era um sutiã pendurado na porta do banheiro que estava encostada. Sakura pôs a mão na maçaneta e então percebeu quão medrosa ela estava.

Empurrou o mínimo da porta para então decidir voltar atrás e não ver o que aqueles dois estavam fazendo no mesmo banheiro e sem roupas. “Não posso fazer isso comigo mesma, ainda não”, pensou, protegendo a si mesma.

Sakura estava pronta para sair do quarto, quando viu que Itachi estava na ponta do corredor que dava pro elevador conversando com alguém na outra esquina, voltou para dentro e se escondeu atrás da porta do quarto, deixando aberta como quando a encontrou.

— Sasuke? — Itachi chamou na porta ao vê-la aberta. Ele olhou um pouco para dentro vendo as peças no chão — Pelo jeito eles terão uma boa noite.

Sorriu, assim que viu que a porta do banheiro se abrindo pela parte de dentro Itachi saiu e fechou a porta do quarto que ficou aberta, expondo o esconderijo de Sakura.

Os olhos da Haruno se sobressaltaram e encheram de lágrimas que nem lutaram para segurar quando viram aquela cena. Ino estava com os braços envoltos no pescoço de Sasuke, suas pernas presas em sua cintura. Sasuke a segurava pelas nádegas nuas, seu membro não estava à vista porque estava dentro dela.

Ao deitarem na cama e Ino sentar por cima do Uchiha, ela notou a presença de mais uma pessoa no quarto.

— Sakura? — Ino disse surpresa.

Saiu imediatamente da posição que estava e entrou para debaixo dos lençóis. Sakura chorava como um bebê. Tirou a mão da boca que havia colocado para prender seus soluços, engoliu o nó na garganta que sentia e parou a tremura de seu corpo fechando suas mãos a ponto de suas unhas que estavam crescendo machucarem suas palmas.

— Sério que é você está aqui? — Sasuke virou-se, esfregou os olhos e suspirou — O que está fazendo aqui? Virou seu hobby perseguir invadir o quarto dos outros?

Ele não media suas palavras.

— Olhando bem, talvez nem todos rumores sobre você ser psicopata parece mentira, você me seguiu até aqui — Sorriu ladino, ainda fingia pensar na possibilidade que disse.

— Não estou aqui porque estou o perseguindo! — respondeu com a voz hesitante.

— Por que então?

Sakura mordeu os próprios lábios inferiores, olhou para Ino escondida nas costas de Sasuke com um lençol embaixo dos braços e deu alguns passos para frente.

— Vocês dois… Realmente… — Sakura não conseguia dizer em voz alta.

— Se quer tanto saber, sim, nós vamos nos casar, sim, nós transamos — Passou uma mão pelos cabelos colocando-os para trás — O que mais precisa ver para acreditar? Acabou, Sakura.

— Você algum dia… Me amou?

Sasuke não respondeu de imediato, mas seus olhos continuavam duros e frios.

— Precisa ouvir isso pra sumir da minha cola e aceitar o nosso término?

Sakura assentiu e Sasuke se pôs de pé.

— Sakura, eu nunca te amei, nem por um segundo. Queria estar com você pela NRH, não sabia inicialmente que era a herdeira, mas já que tinha a chance de ter sua empresa, por que eu desperdiçaria?

As lágrimas de Sakura voltaram a rolar sem controle.

— Seus pais se recusaram a aceitar a proposta de casamento da minha empresa, então busquei uma que aceitasse. O tempo todo, você foi apenas isso: um objeto que tinha valor se pudesse estar em minha posse. Mas já que não tem o que eu quero, você não é nada pra mim. Já ouviu o que queria? Tenho algo a terminar.

Sasuke ofereceu uma mão a Ino que parecia completamente perdida, mas segurou. Sasuke levou as mãos da loira para cima de sua cabeça e segurou seus pulsos com uma mão. Retirou o lençol que cobria seu corpo e se posicionou entre suas pernas.

Olhou pelos cantos dos olhos e Sakura ainda estava ali, decidiu sua presença. A porta do quarto foi aberta rapidamente e antes que visse o homem que amava no ato com outra, seus olhos foram cobertos pela mão de alguém e seu corpo enorme impediu que visse tudo aquilo.

— Você não tem que ver isso, eu não vou deixar que se machuque tanto, não desse jeito!


Notas Finais


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Até o próximo Capítulo!


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