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História Todo meu (SasuSaku) - O pior pesadelo de um passado assombrado


Escrita por: Manu_Tavares e MT_Fanfics

Notas do Autor


Teaser da Fanfic:
https://youtu.be/6ydFyORbaV4

Trailer da Fanfic: https://youtu.be/7MjnRX5-7Gk

Dia 26/01 que era o dia que eu iria atualizar estarei participando da FLIBEP, nesse caso não irei escrever no dia, por conta disso terá capítulo novo apenas no dia seguinte.

Próxima atualização 27/01

Boa leitura...

Capítulo 14 - O pior pesadelo de um passado assombrado


Fanfic / Fanfiction Todo meu (SasuSaku) - O pior pesadelo de um passado assombrado

— O que aconteceu com ela? — Tsunade perguntou após servir uma xícara de chá para si e para o convidado da casa.

— Dessa vez o Sasuke foi longe demais, ele fez algo realmente terrível — Tomou posse de sua xícara. 

— E o que ele fez?

— Ele transou com outra na frente dela de propósito, eu cheguei em cima da hora — Soprou o líquido da xícara, quando já não estava tão quente tomou um gole.

— Em pensar que ela me desafiou porque dele — Virou a cabeça para os lados negando o ato ingênuo de sua afilhada — Mas vocês não tinham discutido? Como achou ela?

— O Hidan me ligou, disse que Sakura estava indo atrás dele e que era melhor eu trazê-la de volta — respirou fundo ao lembrar — O Hidan havia questionado o Sasuke antes e de acordo ele disse, Sasuke queria mesmo magoá-la. Ele é a pessoa mais próxima do Sasuke, pra recorrer a mim deve ter sido sério. 

— Nem eu imaginava isso. Você tem um bom coração, mesmo que ela tenha te expulsado você foi atrás dela.

— A Sakura não ouve ninguém quando está com raiva, sempre foi assim, é só esperar o tempo dela — Devolveu sua xícara para o pires. 

— Eu também havia discutido com a Sakura, na verdade, a bloqueei em tudo e estava na outra cidade porque ainda estava chateada — Tsunade terminou sua xícara — Mas já que você me ligou, voltei pra casa. Ontem ela estava realmente desolada

Tsunade coçou suas pálpebras lembrando do abraço repentino que tinha recebido e o quanto Sakura havia chorado.

— Eu avisei pra ela tantas vezes que homem não presta e ela ainda insistiu nele — Deu um soco com o lado de sua mão na palma de sua canhota.

Yahiko soltou um leve riso, por um momento Tsunade esqueceu que ele era homem.

— Ai, desculpa se te ofendi.

— Tá tudo bem.

— O que vamos fazer com ela? Ela não comeu nada do que levei. Bebeu somente a água e mesmo assim um copo — Tsunade contou suas preocupações, sabia que ela estava mal, mas a má alimentação iria prejudicá-la muito.

— Posso fazer uma pergunta? 

— Pode.

— Vocês encontraram outro doador compatível? — Yahiko a encarou seriamente. 

Tsunade não deixou de ficar surpresa, sabia do que ele falava. Ela apoiou suas costas no encosto, lembrou que Yahiko era Cahum e sendo assim, ele sabia do Setor Maior.

— Você contou para alguém?

— Por que eu contaria? — respondeu com outra pergunta — A Sakura já sabe? Eu ia contá-la na última vez que nos vimos quando crianças, mas teve aquilo tudo. Ao menos a essa altura vocês já devem ter contado.

A expressão de Tsunade dizia que Sakura ainda não sabia.

— Vocês não contaram? Ela não faz ideia? Como vocês esconderam isso dela por tanto tempo?

— Yahiko, é pro bem dela. A Sakura não tem um psicólogo forte, se contássemos, era capaz dela não aguentar — Tentou argumentar, porém, nenhuma explicação era viável para ele.

— É um direito dela, vocês não podem simplesmente tirar!

— Pode por favor não contar pra ela?

— Não. Todos vocês traíram ela. Eu não vou ajudá-los a manter essa mentira — Yahiko se pôs de pé e saiu.

No dia do incêndio, Yahiko pretendia contar para sua melhor amiga um fato de sua vida que seus pais escondiam com um grupo de pessoas, mas ele não teve tempo.

Sakura havia passado mal dois dias antes e precisou receber doação de sangue, não permitiram a visita dele. Como queria vê-la a qualquer custo, ele invadiu a casa da Haruno da mesma forma que usavam para fugir escondidos, por coincidência, Yahiko presenciou uma reunião do Setor Maior da NRH em que conversavam como as irmãs da Sakura podiam salvá-las.

Naquele dia, Yahiko descobriu que toda fragilidade de Sakura havia um motivo enorme por trás que nenhum adulto pretendia lhe contar, mas ele contaria, ele se colocou no lugar dela.

"Se fosse eu, gostaria de saber por mais difícil que fosse absorver essa informação", pensou consigo, Yahiko era fiel demais pra ser mais um dos que traiu Sakura, ele ficaria do lado dela, não dos outros.



Sasuke havia acordado mais tarde do que imaginava que acordaria. Pela noite perturbada, ficou tão incomodado que achou que não conseguiria dormir. Ino adormeceu pouco depois que os dois terminaram a relação.

Depois de tomar um banho de água fria demorado, Sasuke vestia um short de praia e colocou uma camisa branca no ombro. Ino voltou para o quarto com uma bandeja em mãos e um sorriso no rosto.

— Como você perdeu o café da manhã, trouxe um pessoalmente pra você! — Colocou a bandeja num baú que tinha ao pé da cama que dormiram.

Ele não a respondeu, terminou de arrumar seus cabelos e se dirigiu a porta.

— Onde vai? — perguntou em tom crítico, ele estava a ignorando.

— Pra qualquer lugar longe de você! — Lhe olhou pelo canto dos olhos furiosos.

Sasuke saiu. Ino olhou para a bandeja e deixou ali mesmo indo atrás de seu noivo.

— Por que está bravo comigo? — o acompanhou.

— Adivinha — Sasuke manteve os passos.

— Foi porque a Sakura apareceu? — Permaneceu seguindo até entrar no elevador.

Sasuke a encurralou no aço e bateu a palma de sua mão nele ao lado da cabeça de Ino.

— Eu estava bêbedo e você se aproveitou disso! — Quase cuspiu suas palavras.

— Eu não o forcei a nada! — Devolveu da mesma forma.

— Eu chamei ela. O nome dela! Você se passou por ela pra aproveitar a situação! — exclamou entre dentes.

— Você nem fala nada com nada, nem entendi nada do que você falou — Se fez de vítima.

— Mas entendeu quando perguntei se podia te beijar né? — Soltou um riso de raiva.

— Eu ia beijá-lo de qualquer jeito.

— Quer saber — Sasuke baixou seu braço, juntou a ponta de seus dedos indicadores e anelares inspirando e expirando devagar pra não perder a paciência — Espero que tenha conseguido o que queria, eu nunca mais tocarei um dedo em você!

As portas se abriram e Sasuke saiu. Ino o ultrapassou ficando em sua frente.

— Você não precisava me foder na frente deles, admita que também me usou! Não fique agindo como se fosse somente uma vítima!

— Tranquilo, Ino, realmente a usei, estamos quites! — Sorriu e  voltou a andar.

— Sasuke! — Bateu os pés no chão para que ele a esperasse, mas ele simplesmente continuou andando — Mas que droga!

Também chateada, Ino seguiu para a piscina do Hotel. Ela realmente havia tirado proveito, mas ele também não havia tirado?

“Era pra mim ficar furiosa com aquele idiota, foi ele que sem vergonha alguma transou comigo na frente de outras pessoas, será que ele pensa que não tenho dignidade alguma à esse ponto?”, reclamou em mente enquanto pisava forte rumo aos fundos.



Como sabia que Yahiko precisaria de tempo para esfriar sua cabeça e que Sakura não sairia daquele quarto tão cedo, Tsunade convocou alguns contatos para a casa dos Haruno com urgência. 

Com toda certeza, nenhum dos membros do Setor Maior sabia que o filho de Minato, Yahiko, tinha consciência da organização. A solicitação foi ouvida por todos, em menos de ma hora todos estavam reunidos na casa dos Haruno.

— Por que fomos chamados agora? Já não resolvemos o caso dos Yamanaka com os Uchiha? — Kaguya perguntou olhando para Inoichi.

— Falando nos uchiha, onde está o Itachi, ele não deveria estar aqui? — Sai questionou a falta do membro.

— No momento Itachi está num retiro com os funcionários a quatro horas dali, ele não tem como comparecer — justificou Tsunade.

— Já estamos todos aqui então, qual o motivo dessa reunião, Mebuki? — Kabuto olhou para a mulher que citou.

— Não fui eu quem os chamou, apenas cedi o espaço — Seus olhos foram para cima de Tsunade, estava curiosa como os outros para saber do que se trata?

— O Yahiko, filho do Minato, sabe de toda situação da Sakura. Ele também sabe sobre o Setor Maior — Tsunade informou para surpresa de todos.

O código de ética do Setor Maior envolvia nunca, jamais, citar nada que acontecia nas reuniões ou sequer compartilhar as informações que eles sabiam sobre a organização.

Minato virou alvo dos olhos presentes.

— Eu nunca infringi nenhum dos nossos regulamentos — Minato se defendeu firme, apesar de também estar surpreso, sua expressão era verdadeira.

— Ele está falando a verdade — Concordou Tsunade — Ele descobriu ainda pequeno, mas como perdeu o contato com Sakura, nunca contou nada para ela.

— Mas eles não se conheceram na Faculdade? Se fosse assim ele já não teria contado? — perguntou Kiba.

— Sim, eles se conheceram lá, mas quem sabia o segredo dela era o Cahum, não o Yahiko, por isso ele nunca contou nada, manteve sua identidade oculta. Mas agora, ele já sabe que a Sakura não faz ideia de nada e deixou claro que vai não vai esconder dela — Tsunade disse para preocupação de todos.

— Minato, você não é o pai dele? Ordene que ele não conte — sugeriu Shino.

— Quando se trata da amizade dos dois, ele nunca me obedece. Ele não vai me deixar intervir.

— Mas se a senhorita descobrir, ela vai ficar arrasada… — Kurotsuchi pensou alto, preocupada. Já havia visto algumas vezes Sakura no Hospital e sem saber ela já estava fragilizada, imagine quando descobrisse? Seria demais pra ela.

— Ela vai procurar respostas, o que faremos então? — Tsunade perguntou à espera que alguém falasse algo que ajudasse.

— Eu falei que era errado esconder desde o início, na infância dela era compreensível, mas ela é uma adulta agora, vai herdar a empresa, ela não vai perdoar se souber, conheço a minha menina! — Kizashi já estava agitado, sempre temeu o dia em que ela teria que saber, era contra a organização, mas sozinho sua opinião era nada e ele respeitava demais sua esposa pra ir contra sua vontade absoluta.

— Vamos negar até a morte — Finalmente Mebuki comentou algo do assunto — O hospital deve total sigilo, não irão contar nada mais do que estão programados para responder, se ela vier atrás do Setor Maior, vamos apenas dizer que é a administração da NRH, é uma resposta correta de qualquer jeito.

— Ainda assim, como isso pode garantir? — Kaguya ainda tinha dúvidas.

— É a palavra dele contra a nossa e dos médicos, ela só tem a opção de acreditar ou vai ficar procurando o final de um buraco negro — Mebuki parecia calma, mas estava realmente nervosa, tudo que ela lutou para esconder poderia estar por um fio.

— O Yahiko não é o herdeiro dos Uzumaki? Por que não o incluímos aqui para calá-lo? —  Sai lembrou da solução usada com Itachi.

— Nem pensar — Negou Mebuki.

— De qualquer jeito ele não aceitaria torná-la objeto de troca — Minato garantiu, conhecia Yahiko como conhecia a si mesmo.

— Apenas façam o que mandei. Se não tiverem mais perguntas, estão dispensados.

Um olhar foi passado de um para o outro, sem mais oposições, se levantaram para sair. Kizashi não era o único que achava que Sakura tinha o direito de saber, mas os demais membros do Setor Maior também não contrariavam sua líder.

Após saírem, Mebuki pegou a primeira peça de vidro que encontrou e açoitou numa parede com força causando um barulho que agitou os funcionários, eles vieram para sala rapidamente.

— Mebuki, fique calma! — Kizashi pediu, mas não se aproximava dela com medo de machucá-la ou ser machucado, nunca aconteceu, porém, ela piorava quando era contida.

Mebuki pegou mais outra peça e quebrou, fez isso com outras que encontrou. Kiba e Kurotsuchi apareceram Num ataque surpresa, Kiba passou seus braços por debaixo dos de Mebuki e prendeu suas mãos entrelaçadas atrás do pescoço da mesma, a imobilizando.

— Me solta! — gritou — Estou mandando me soltar, Kiba!

Começou a xingar tudo que era nome por ver que não tinha como sair.

— Kurotsuchi, está esperando o quê? — Kiba disse com instruções implícitas.

Kurotsuchi estava nervosa, nunca a viu tão brava. Ela seguiu correndo para trás da escada, havia um armário de vidro atrás cheio de medicamentos e objetos usados Lá, ela pegou um relógio de bolso sem tampa e voltou para sala.

— Olhe para o relógio — pediu Kurotsuchi, mas Mebuki virava a cabeça para os lados opostos que tentavam fazê-la olhar.

— Senhor Kizashi, precisamos que segure a cabeça dela — Kiba instruiu.

Kizashi balançou suas mãos nervoso, mas viu que não teria jeito. Colocou suas mãos uma em seu queixo e outra no alto da cabeça para que Mebuki ficasse quieta. Sem escolha, Mebuki acabou olhando para o relógio.

— Quando eu contar até três, você mergulha num mar de camomila com valeriana! — disse Kurotsuchi quando viu que os olhos de Mebuki seguiam os balanços de lado do relógio — Um… Dois… Três!

Ela estalou os dedos três vezes e aos poucos, Mebuki fechou seus olhos até realmente apagar. Kizashi aparou seu corpo mole.

— Eu te ajudo — Kiba disse tomando o peso do corpo de Mebuki — Onde é o quarto?

— Por aqui — Kizashi tomou a frente indo até as escadas — Kurotsuchi, tem o número da Yugito Nii?

— Tenho, vou ligar! — Foi até o telefone na parede da esquina de um dos corredores daquele andar, digitou o número que tinha em seu celular.

Houve dois toques antes da ligação ser atendida.

— Família Haruno? Qual a emergência?

— Desculpa ligar sem marcar horário, a Senhora Mebuki teve uma recaída, quebrou tudo e estava agressiva novamente.

— Estarei aí em vinte minutos! — garantiu e desligou.

Yugito Nii era uma psicoterapeuta formada em psicologia e especializada em psicanálise. Desde a morte das filhas de Mebuki, Yugito Nii cuidava de seu tratamento, teve que tentar diversas formas até que achasse uma que fizesse ela se abrir e principalmente, cuidar dos surtos. Todos os exames de Mebuki não tinham anormalidade na época, mas com um acompanhamento profissional e a sua volta com contato social, ela foi diagnosticada com TEI (transtorno explosivo intermitente). Desde que se conheceram, Kizashi notou as crises de raiva excessivas de Mebuki, mas só procurou um tratamento adequado quando já estava fora de controle após a morte de suas filhas.

Em vinte minutos, Yugito Nii estava na Mansão Haruno, ela procurou os detalhes dos acontecimentos e também chamou Tayuya que fazia o acompanhamento psicológico semanal para compartilharem informações e formas de tratamento.


[...]


Yahiko pensou muito antes de voltar para conversar com Sakura. Ele ainda tinha uma questão pendente com ela, ela havia acabado de ter um término deplorável e ainda por cima a notícia que tinha para lhe dar era como lhe dar um tiro no peito e roubar sua vida.

Quando entrou no quarto de Sakura sem bater nem pedir permissão, Yahiko tinha decidido que só a contaria quando estivesse melhor, mais viva, já que naquele momento, ela parecia viver porque seu corpo a forçava.

— Eu não te dei permissão para entrar — Sakura sabia quem era mesmo sem ver.

Quando mais nova, às vezes ela queria evitar tudo e todos, seu melhor amigo sempre ficava ao seu lado mesmo contra sua vontade. Ficava quieto sentado esperando o momento que ela iria querer se abrir e ele estaria ali.

Yahiko sentou no chão no pé da cama como de costume, ficou em total silêncio com a cabeça encostada no colchão confortável, até que Sakura virou para a parte debaixo da cama ficando mais próxima.

— Você também tava me usando? — Finalmente ela estava aberta para conversar.

— Quando o Minato queria usar a nossa amizade para conseguir a NRH, eu rejeitei. Escolhi continuar escondido porque no momento que me mostrasse pra você, ele ia ter o que queria — Encarou o nada, lembrando do quão controlador Minato era quando tinha força de vontade — Eu posso fazer tudo que ele mandar Sakura, menos trair a você, sou capaz de trair a mim mesmo, mas você… — Negou com a cabeça — Você é a única parte de mim que ainda me diz que eu sou aquela criança, que ainda sou o Cahum, que não totalmente moldado pelos Uzumaki.

Sakura o olhava com atenção. Por mais que tenha sido doloroso para si perder suas irmãs, Yahiko havia perdido tudo naquele incêndio; sua família, seu sobrenome e até ele mesmo.

— Não vou deixar que perca a si mesmo, Yahiko. O Cahum morreu quando aquele incêndio aconteceu, mas não se perca tentando se encaixar nos Uzumaki. Sua personalidade é algo que ninguém pode tirar de você e que só muda se você quiser mudar — disse de coração — Você não precisa se prender ao passado para não se perder no futuro, só precisa olhar para o futuro e ser quem você quiser no presente, tenho certeza que assim, quando você chegar lá na frente, será essa mesma pessoa maravilhosa.

Yahiko olhou encantado. Ele precisava daquilo, precisava se soltar das correntes que ele mesmo criou e escondeu a chave.

— É muito bom te ter de volta, se é que está mesmo de volta — sorriu fraco.

— O que tá escondendo? — Encarou seus olhos vendo uma certa tristeza ali.

— N-nada! — Mentiu, mas estava óbvio.

— Você gagueja sempre que mente — Sakura saiu na cama e sentou de frente para Yahiko.

— E-eu.. É… — Yahiko era um péssimo mentiroso — Eu não sei se já posso te contar, você não está no seu melhor momento.

Sakura fechou a cara desconfiada.

— Você tá igual aquele dia — Yahiko a olhou confuso — No dia do incêndio, você me olhou da mesma forma.

Sakura levantou seu dedo mindinho.

— O jura juradinho, lembra? Você disse que nunca me esconderia nada em jura juradinho.

— Eu sei… — admitiu triste.

— Tem haver com quê? — Começou a beirar para descobrir exatamente do que se tratava.

— Sua saúde — falou direto.

Sakura levou aquilo como bater de frente com uma parede. Tirou seus olhos de cima de Yahiko e se remexeu como se o chão pudesse ficar mais responsável.

— Você ainda fica doente como quando criança? — Yahiko não a olhava, mas continuava dando voltas.

— Não tanto quanto antes — Tentou lembrar dos últimos anos — Hoje em dia desmaio as vezes, mas o médico disse que era estresse.

— Isso é o que eles querem que você pense.

— Hã? Como assim?

— Você quer mesmo saber? — A olhou pra procurar certeza em seus olhos.

— Se existe algo que escondem de mim, eu quero saber. Mesmo que seja agora. Prefiro ter que engolir tudo agora, do que quando eu achar que estou feliz me decepcionar de novo — Não havia insegurança, Yahiko suspirou.

— Você nunca percebeu nada de estranho?

A pergunta de Yahiko a fez pensar. Sakura tocou o meio de seu braço pela parte interna.

— Algumas vezes quando acordo… Tenho certeza que estou recebendo sangue. Mas sempre durmo de novo porque uma enfermeira fica ao meu lado e me bota pra dormir — Pensou nas vezes em que sentiu o local doer — Eu sempre durmo bastante também.

— Eles realmente a controlando… — Yahiko balançava sua cabeça para os lados.

— Yahiko, o que você ia me contar naquele dia, que precisa me contar agora — perguntou firme, havia alguma coisa que ela não sabia.

— Antes do dia do incêndio, eu invadi sua casa pra te ver, quando passei na sala, seus pais estavam numa reunião com algumas pessoas que chamavam de Setor Maior, mas eram apenas membros de alto cargo da NRH. No entanto, eles estavam discutindo a tentativa falha quando a Mebuki teve suas irmãs, os cordões umbilicais delas não serviram para transplante pra você — Engoliu em seco — Quando entrei no seu quarto você estava recebendo sangue e um médico disse ao lado que se continuasse assim, seu câncer não seria curado.

Sakura ficou imóvel.

— Isso quer dizer…

— A Mebuki surtou não foi somente porque as filhas dela morreram, mas sim porque com a morte delas, as chances de conseguir uma medula óssea compatível para a filha mais velha dela se tornam muito pequenas. Você não passa por mal por conta de estresse, é porque seu corpo não aguenta muita coisa e tá sempre fraco. O tempo que você fica dormindo em excesso, provavelmente eles te dão sangue pra ver se fortalece seu corpo com a troca — explicou de vez.

Sakura lembrou das poucas lembranças que tinha de quando acordava e dormia de novo. Lembrava de como sua mãe falava que suas irmãs haviam nascido para salvar sua vida e que um dia, uma delas salvaria e ela tinha fé nisso, que era a sua última esperança.

Mebuki destruiu todas as coisas de suas filhas porque não suportava ver que todo seu esforço de arriscar sua própria vida para ser mãe de novo tinha sido em vão. Toda gravidez que ela teve era de risco, o médico sugeriu que ela não tivesse mais filhos depois que Sakura nasceu, mas então descobriu o traço com o qual ela havia nascido.

Na morte das irmãs de Sakura, Mebuki se fechou não foi porque suas “filhas favoritas”, como achava Sakura que era favoritismo, tinham morrido, mas sim porque ela teria que aceitar que a sua filha mais velha também ia morrer.

Sem esperanças, Mebuki decidiu rejeitar Sakura para que quando o pior viesse, ela não sofresse tanto. Ela escolheu deixar de ser mãe antes de perder seus filhos, escolheu fingir que não tinha filhos para não ter que lidar com a dor da perda, ela fez uma escolha que só a beneficiou, e quando escolheu esconder tudo de Sakura, também só estava pensando em si com a desculpa de que fazia isso por ela.

Para convencer a Itachi a separar Sakura de Sasuke, Mebuki precisou incluí-lo no Setor Maior para ter seu sigilo e o convenceu após revelar o cancer de sua filha. Itachi já havia visto o quanto Sasuke sofreu com a morte de Karin e ele não queria ver seu irmão se matar por dentro de novo porque de uma mulher que também morreria, com isso ele concordou em separá-lo para o bem dos dois.

A rejeição de Mebuki para conseguir um noivo pra sua filha vem decorrente de que quando ela assumir a empresa, precisaria de um homem ao seu lado pra caso o pior acontecesse, a empresa não ficasse com um furo no cargo, seu genro assumiria, mas ao aceitar o que casamento imposto pelo Setor Maior, também estaria declarando a futura morte de Sakura, por isso se negava.

— Isso quer dizer que… Todas aquelas vezes… Aqueles apagões… É por que eu tenho… leucemia?


Notas Finais


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Como as flores que tocaram aquela água (SasuSaku):
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Até o próximo Capítulo!


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