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História Together - KageHina - Abalo do Desamparo


Escrita por: Kyara-_- e Shobiio

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 4 - Abalo do Desamparo


Fanfic / Fanfiction Together - KageHina - Abalo do Desamparo


- Tudo bem, pode ir.

Kageyama, após receber a permissão, saiu do clube tentando achar o ruivo pelas redondezas.

Andou a passos meticulosos, atentando seus olhos para sua retina reproduir a cabeleleira ruiva.


O pequeno estava parado ao lado de fora da escola após ter pegado sua bicicleta, abrindo o pote com uma feição desanimada.

Ao abrir o tapoer, avistou a comida que sua mãe havia feito e já deu a primeira garfada, que foi interrompida pelo som de passos vindo por perto.

Parou qualquer ato que fazia ao ouvir uma voz grossa exatamente atrás de si. 

- Não o acho que jeito algum, que droga. - Mesmo que não tenha sido em tom alto, já era notável e reconhecível.


Estavam encostados de lados inversos do mesmo muro. Shoyo se arrepiava suavemente ao ouvir a respiração ofegante em suas costas. 


"Droga, o que ele faz aqui??

Não posso nem comer em paz!"


Fechou sua marmita e a colocou no bolso da frente de sua mochila, tentando ser silencioso.

Ao se levantar, se apoiou na bicicleta com o maior cuidado, mas se pôde ouvir a fricção da roda batendo contra a estrada quando descia da calçada.

O maior, do outro lado do muro, se atentou ao barulho e o seguiu, saindo correndo até a entrada da escola.

Aquele muro era tão pequeno, mas tão longo.

Ao andar todo o caminho, virou a parede que naquele momento tinha passado a não gostar.

Se deparou com Hinata pisando no pedal e metendo partida a frente.


- Hinata, espera! Você não ia comer?? Come aqui! Você está péssimo para andar de bicicleta! - Gritava, mas era como no dia anterior. Hinata fugia. 

Corria atrás do pequeno que se distânciava com a força restante.


Era doloroso fugir, agora não fisicamente.

O fósforo tinha que ser arrastado pela caixa para produzir o fogo, mas, para Hinata, seu fósforo parecia estar falho.

Hinata achava que era a caixa.

Achava que acenderia o fósforo.

Mas na verdade, ele era um fósforo que por acaso se acendeu sozinho e, consequentemente, apagaria com um fraco vento.


Tobio se cansou de tentar acompanhar a bicicleta com suas pernas, então apenas acompanhou com os olhos o movimento do corpo do ruivo até virar a Alameda.

"Por que foge de mim?

Eu não iria te fazer nada.

Então volta, vai.

Por favor?"

Ficou um minuto parado esperando que seu desejo fosse atendido, mas o pequeno não deu sinais.

(...)

Após pedalar uma distância considerável, olhou para trás e não viu ninguém o seguindo.

Em seguida, desacelerou um pouco.


"Eu não posso parar a bicicleta agora. Por causa da adrenalina, meu corpo não sente a dor do estômago.

Não posso simplesmente parar aqui no meio duma avenida principal e comer algo ou ir para o canto da calçada.

Nem sei onde eu tô na verdade.

Eu peço informação a alguém de onde exatamente eu vou para voltar para casa ou espero mais um pouco?

Acho melhor achar um lugar por perto primeiro. Minha casa deve ser longe daqui, não posso me sustentar até lá sem comer."


Olhou para os lados enquando pedalava ao meio da estrada e, pouco longe dali, avistou um pequeno monte.

"São aqueles montes que usam para fazer piqueniques. É um bom lugar pra passar o resto da tarde, já que não quero chegar mais cedo e me justificar para minha mãe."


Visou um relógio estampado acima de uma loja, marcando 16h30.

Tomou a decisão de repousar e comer algo no monte até o tempo necessário se passar.

Chegando ao pé da pequena colina, já em frente ao caminho de subida, começou a acelerar o pedalo para achar um lugar isolado e arejado, no qual possa comer e tirar um cochilo.

Durante essa mesma caminhada, observou um homem de costas olhando a vista. Ele tinha cabelos pretos, o fazendo memorar alguém semelhante.

Sua mente se encheu novamente.


"Naquela hora, Kageyama estava atrás de mim? Ele parecia estar preocupado comigo. 

Não, deve ter ido atrás de mim a mando de alguém. Ukai-san ou Takeda-san, talvez.

Me estressei de verdade mais cedo. Ele não parava de me encher o saco, suas reclamações pareciam até me seguir.  

Ontem ele estava tão calmo. 

Eu o tiro do sério tão facilmente assim?"

Já estava ao meio do pouco íngreme monte. Se via rodeado por vegetações de um lado e de outro uma cerca que dava limite, mostrando uma vista de uma pequena parte da cidade de Miyagi. 

Sentiu uma brisa leve e audível batendo em seu rosto melancólico.

"Por que eu ainda tenho algum tipo de esperança em cima disso?

Sou descartável para ele, apenas não tem opção a não ser me ter por perto. 

Quero afastá-lo, mas ao mesmo tempo mais perto do que nunca.

Talvez, ele me queira longe."


Normalmente admiraria a vista, mas ao invés disso preensava levemente seus olhos, segurando as lágrimas que não queria que fossem liberadas.

Ao tirar uma das mãos do guidão e colocar a frente de seu rosto, ouviu um chamado desesperado enquanto fazia uma curva.

- OLHA O CARRO, GAROTO!


(...) 


Karasuno havia saído do clube para fazer um treino de fortalecimento das pernas, correndo pelas regiões próximas.

Normalmente, Kageyama sempre estava juntamente a Hinata na frente de todos, competindo quem iria chegar primeiro.

Mas, dessa vez, Tobio era o que mais estava para trás.

Olhava em volta e não via a figura ruiva correndo ao seu lado. De alguma forma, doía.

Andava olhando para o chão, sem expressão formada.

Enquando visava a estrada, mentalizava os pequenos pés de Shoyo acompanhando o ritmo dos dele de forma extasiada, como sempre fazia.

Por que aquilo parecia... desanimador?

Kageyama sempre, sempre foi um prodígio graças ao esforço que fazia e o amor pelo que fazia. Desde criança, vôlei era um refúgio para ele.

Ao longo dos anos, começou a participar de jogos, entrou em times e intensificou seus treinos a ponto de ninguém de sua idade ser capaz de pará-lo.

Mesmo assim, buscava melhorar mais e mais para ficar o máximo de tempo em quadra e o máximo de tempo sentindo a sensação de seus dedos tocando a extremidade da superfície redonda.

Seu avô, antes de falecer, lhe disse uma frase:

"Se você ficar muito bom, eu te prometo que alguém ainda melhor virá ao seu encontro."

Essa foi a frase que mais o impactou.

Como se todos os seus músculos se animassem e sua mente se tornasse forte e motivada, continuou melhorando com tudo o que pôde fazer, esperando que esse alguém aparecesse.

Não fazia amigos e não dava a mínima importância a sua vida social.

Vôlei, apenas vôlei.

Obcecado por tudo do assunto, virou um grande mandão perfeccionista, por essa causa, acabou com um trauma.

Kitagawa Daiichi, seu antigo time, o recusou friamente cansado da opressão que o maior fazia em cima de todos.

Sem passar na Shiratorizawa, frustrado, entrou na Karasuno e reencontrou uma pessoa recuperou todos os seus ânimos.

Hinata Shoyo, um garoto que tinha uma paixão por vôlei tão grande quanto Tobio.

Porém, a diferença dos dois assustava.

Shoyo tinha sua experiência, músculos, estratégia, força, técnica, altura, todas inferiores a Kageyama.

Mesmo assim, falava que o alcançaria, que: "você é o melhor, e eu também me tornarei ainda melhor!"

Tornou as expectativas de Tobio mais fortes e mais um objetivo para crescer surgiu.

Kageyama, sem perceber, acabou achando outro refúgio.

Shoyo, aquele mesmo pequeno ruivo, tinha virado um dos motivos de sua motivação, um dos motivos para sua interna felicidade e interação do dia a dia.

Ele dava energia ao moreno, o fazia se sentir leve.

Sua cabeça era tomada por Hinata. Pensamentos nada frugais, completamente pessimistas sobre se o pequeno estava bem.

- Kageyama, vai acabar ficando para trás se não aumentar seu ritmo! - Tomando um leve susto com a fala de Sugawara, aumentou seu ritmo.

- Sim, desculpe. - Disse, parecendo cabisbaixo. Suga deu um leve sorriso.

- Está preocupado com Hinata? - Perguntou.

Kageyama era alguém muito fácil de se ler. 

Torceu sua face e fez um bico nos lábios, se recusando a responder a pergunta. 


(...)


- OLHA O CARRO, GAROTO! 

Quase instantaneamente depois de perceber que a afirmação era para si, retirou o braço do rosto, franzindo as sobrancelhas.

Olhando para sua frente teve a rápida visão da mulher de feição desesperada dentro do carro, que tentava frear bruscamente.

Seus olhos refletiam o automóvel de cor preta chegando cada vez mais perto e seus ouvidos escutavam o alto barulho da fricção da roda contra a estrada.

Seus reflexos agiram, agarrando o guidão e tentando virar bruscamente. Se assustou novamente com o barulho de sua bicicleta dando um grande estouro.

Estava quase fora da rota do carro quando sentiu o impacto do automóvel contra a ponta de sua roda traseira. 

O corpo de Hinata se descolou do banco, logo caindo e chocando o quadril na áspera superfície da estrada e sua cabeça batendo de forma leve no meio-fio.


Ao carro frear por completo, a mulher quase de imediato abriu a porta e correu até o garoto.

Se ajoelhou a frente de Shoyo, que estava deitado no chão com uma marca de sangue ao lado de sua perna.

- Garoto, garoto!!!

O pequeno, com o rosto virado para o asfalto, ainda não se mechia.

Estava pouco desnorteado, mas já havia acordado do breve apagão. 

Hinata rapidamente abriu os olhos, se sentando apressadamente ao processar a situação.

- Graças a Deus! - Disse a mulher. 

O ruivo olhava freneticamente para os lados, até parar a visão na moça que o encarava preocupadamente.

- Moça, você está bem?! - A mulher o olhou, confusa.

- Eu que te pergunto isso!! - Exclamou. -  Fique deitado, irei chamar uma ambulância!

Ao ouvir as palavras da mulher, se olhou de cima a baixo. 

Fez cara feia ao ver os ralados em uma de suas pernas e braços, mas de resto, não via nada grave.

- Não precisa, moça! - Afirmou para a mulher, que tentava tirar o celular do bolso.

- Do que está falando?! Olhe o sangue! - Apontou para a perna de Hinata.

- E-Eu sei! Mas olhe, são apenas ralados! Não foi tão ruim. - Tentou conformá-la. - Foram apenas alguns cortes, eu estou totalmente consciente e consigo me levantar. Realmente não precisa, moça!

Começou a tentar persuadir a adulta de que não foi algo tão feio quanto ela pensava, tendo um longo ciclo de perguntas.

Conseguiu, de alguma forma, convencê-la.

- E seu carro??? - Perguntou, nervoso para a resposta. A mulher se levantou e, se aproximando, falou:

- Apenas um arranhão, mas não se preocupe. 

- Tem certeza?? 

- Sim. Agora o foco é você! Tem mesmo certeza de que não quer ir ao hospital? - Questionou, disposta a concertar seu erro.

- Não, eu tenho certeza.

- Deixe-me te levar de volta a sua casa. - Tirou as chaves de seu bolso. 

- Ela é pertinho, eu chego rapidinho de bicicleta! Consigo pedalar. - Olhou para a bicicleta, que parecia intacta de longe. Ela não caberia no carro, então achou essa a melhor opção. 

Hinata se levantou e deu algumas voltas e pulos em torno de si mesmo para mostrar a moça que conseguia andar normalmente.

Conversou mais um tempo com a mulher, que lhe deu alguns curativos e o ajudou a colocá-los. 

- Realmente, você me assustou! - Ela suspirou, aliviada.

- Desculpe por andar tão distraído, não irá se repetir!

- Eu também deveria estar mais atenta, me desculpe também.

Após a moça ajudar o pequeno com os curativos, levantou a bicicleta do ruivo e a apoiou ao canto.

Ao a mulher conferir se ele não precisava de mais nada, se despediram.

Após ver o carro de coloragem preta sair de sua visão, se sentou sobre o chão antes de prosseguir. Mas, ao sentar colocando seu quadril ao chão, sentiu uma forte pontada no local.

Se virou e esticou um pouco sua bermuda, avistando ela com um grande rasgo em um lado, e de outro apenas um pouco raspada.

"É ... essa aqui já era."

Tocou mais a fundo na bermuda e quase gritou com a pontada de dor que veio ao seu corpo. Não havia visto tal corte.

Mordeu seus lábios e sentiu sua pressão cair.

"Comer, preciso comer."

Avistou a mochila ao canto da estrada. Estava pendurada na bicicleta, mas ao desviar do carro, se desprendeu e caiu.

"Por favor, que não tenha rasgado!"

Se esticou pegando a bolsa e suspirou aliviado apenas por estar suja de terra.

Retirou o pote de dentro e começou a comer rápido.

Para suprir o medo do que havia acabado de acontecer, tentava mentalizar algo pior do que aquilo que poderia ter ocorrido.

"Poderia ser pior.

Eu tive sorte de quando a bicicleta bateu eu não ter ido pra de baixo do carro, aí sim precisaria de uma ambulância.

Como vou explicar isso pra minha mãe?

Ela vai virar uma fera."

Ao sentir uma gota de sangue escorrendo em se quadril, pegou um pano branco que usava nos treinos e pressionou no lugar. Observou o pano branco sendo consumido pela coloração vermelha.

"Eu deveria ter visto esse corte antes, parece ser o pior."

Respirou fundo, voltando a comer enquanto pressionava o rasgo em sua pele.

"Era melhor eu ter ficado no clube e desmaiado lá, não aqui.

A moça parecia estar com pressa e a culpa foi minha, então foi melhor não ter aceitado a carona. Não quero atrapalhar ninguém por um desatento meu.

Como eu posso ser tão burro?

Eu nunca fui de me distrair na bicicleta, ainda mais no meio da estrada!"

Levantou e se apoiou na brecha do muro ao seu lado, sentindo uma pontada de dor em sua mão. Olhou para sua palma e viu um rasgo com o líquido vermelho comprimido.

"Na hora quando eu caí, coloquei a mão no chão? Devem ter mais machucados que eu não vi."

Sentindo a adrenalina passando, teve mais dificuldade ao andar por conta da dor em seu quadril.

Com a outra mão que não estava ferida, pegou no mesmo muro e mancou até uma área mais acima. 

Também se apoiando em sua bicicleta, se encostou em uma árvore e comeu mais uma maçã que estava em sua mochila. 

Permaneceu descansando por aproximadas uma hora, sem seu sangramento do corte mais feio passar completamente. 

Durante o tempo que se passou, sua adrenalina também se cessou por completo, o que resultou em aguentar a dor de todos os ralados em seu corpo, junto do corte em seu quadril. 

Também passou a sentir uma pontada de dor em sua cabeça, onde havia pouco sangue, o qual conseguiu estancar rápido.

O lugar onde estava era completamente vazio no momento. Assistia o pôr do sol sozinho.

"Realmente ninguém está aqui comigo.

Isso acabou sendo uma escolha minha. 

Se eu tivesse ficado na escola, Kageyama poderia estar comigo.

Ele poderia estar me perguntando como eu me sinto ou se eu queria algo a mais para comer. Poderia estar sentado ao meu lado me observando.

Para me livrar de piorar minha condição mental, acabei piorando a minha física. Também não é como se isso tivesse acontecido que a minha mental melhorou.

Por que eu fugi?" 


Sentindo uma brisa mais aquecedora batendo em seu rosto, percebeu o céu mais escuro do que antes.

Antes de ficar em pé, amarrou o pano em sua bermuda de forma que ainda estivesse em contato com sua ferida. 

Levantou com dificuldade e se apoiou no guidão de sua bicicleta, parando para visá-la antes de subir.

"Ah... não."

Ao ver algo estranho, lembrou do barulho que a bike fez ao tentar desviar do carro. 

O freio havia estourado. 

"Droga. Vendo de frente, o pneu traseiro não tá reto. Vou ter que ir a pé."

- Aquela moça não volta mais, né? - Choramingou, lembrando o caminho que teria que percorrer. 

(...)

Dava pausas durante o caminho para pegar água e descansar mais um pouco. Mesmo tendo comido, a dor em sua barriga prevalecia.

Se passaram 27 minutos até o pequeno chegar ao pé da colina. Logo ao ruivo sair da cobertura de árvores do monte, avistou mais pessoas.

Visou algumas crianças brincando e se aproximou delas.

- Com licença! - Chamou as criancas, que se aproximaram. - Desculpa interrompê-los, mas sabem em que direção fica a Karasuno?

- Ah! Sim!

As crianças deram instruções de como ir para lá. Mesmo pouco revoltado por elas serem quase de sua altura, agradeceu.

- Obrigado! Já vou indo. Não se distraiam no meio da estrada!

Shoyo foi a passos lerdos seguindo caminho informado pelas crianças, que ficaram confusas com a última afirmação.

Foi vendo em relógios pela rua o tempo se passando, o pôr do sol se concluir e a noite fresca começar a reinar.

Passou pela frente da Karasuno novamente e avistou a escola já com suas luzes desligadas. Suspirou de alívio e continuou caminho a sua casa.

"Ainda bem que todos já foram embora, seria péssimo ver alguém desse jeito.

Meu quadril dói mais. 

Devo estar forçando muito, só vai piorar."

Com sua forma de mancar piorando, foi fazendo mais e mais pausas até sua garrafa se esvaziar e sua fome aumentar novamente.

Foi visando os carros com os faróis vermelhos ligados iluminando a pista escura, gatos se lambendo em muros de casas até avistar um cenário que o fez encostar ao muro.

Ficou aliviado de finalmente ver sua casa.

Um relógio que viu dentro da janela de uma casa marcava 20h33.

Deu uma última pausa e foi rumo ao portãozinho da frente, o abrindo e já vendo a porta principal quase sendo arrombada pela sua própria mãe com uma feição extremamente preocupada.

O ruivo tentou acalmar a mãe e entrou para dentro de casa, explicou que havia "caído" da bicicleta. Preferiu não preocupá-la mais contando que havia sido "atropelado".

Atropelado levava o sentido de algo que te leva a ser internado, mas o verdadeiro sentido é quando há uma colisão de duas coisas, que acaba prejudicando a vítima.

Preferiu apenas ressaltar a queda que teve e não a causa dela. A mãe pediu mais explicações, mas ele inventou algumas desculpas para desviar do assunto.

- Quem te deu esses curativos?

- U-Uma moça me viu sangrando na rua e me ofereceu!

- Aonde você caiu??

- N-Não foi muito longe daqui. - Mentiu.

- Que horas que aconteceu??

- Há uns ... 20 minutos? - Mentiu novamente.

- Óbvio que o sangramento ainda não iria parar, olhe esse corte!

Na verdade, tinha acontecido há 3 horas. Shoyo apenas não queria que ela calculasse que ele tinha saído da escola muito tempo antes do que o normal.

- Não quer ajuda com os curativos?

- Não precisa.

- Fique sentado aí e espere a tremedeira das suas pernas passarem.

- Tremedeira?

- Olhe para você, está parecendo uma vara de bambu.

Ficou sentado como a mãe mandou, mas em uma tentativa de levantar, sentiu sua pressão caindo mais uma vez e se encostou no chão novamente.

- Mãe, posso pegar algo para comer?

- Deixe que eu pego, o que quer?

- Qualquer coisa que enche a barriga.

Depois da mãe buscar a comida, mesmo que não fosse a coisa que Shoyo mais gostasse, comeu como se fosse uma das melhores coisas que já provou na vida.

Após ter saciado sua fome, se levantou e foi direto tomar um banho.

Antes de entrar no banheiro, olhou a cabeceira ao lado da cama e pegou seu celular.

"15 mensagens?? De quem??

São do pessoal do time, Kenma e.... 5 chamadas perdidas do Kageyama?

Ele me ligou?? Por que ele me ligou??

19:01, 19:05, 19:09, 19:54 e 20:13.

Eu estava voltando para cá, provavelmente a mamãe não ouviu.

Agradeço por ela não ter ouvido, seria péssimo se soubesse o que realmente aconteceu.

Ele queria saber como eu estou ou algo assim?

Não, ele não se preocuparia comigo a esse nível.

Agora não adianta perguntar.

Vou ignorar as mensagens por enquanto, melhor eu ir tomar banho antes que a mamãe venha aqui."

Em seguida de entrado no banheiro e tirado sua roupa, sentou no chão, se apoiou na barra do box e se olhou no espelho, vendo a condição de seu corpo.

Uma ferida ao canto de sua cabeça, uma de cada lado de seu quadril, sendo a do direito pior por ter tomado o maior impacto e seu lado esquerdo apenas raspado, mas surpreendentemente o que mais doía.

Entrou no chuveiro e quase gritou de dor quando recebeu a primeira rajada de água batendo em suas laterais.

Passou um bom tempo tentando tomar um banho decente com sua mãe do lado de fora do banheiro vindo aproximadas três vezes perguntar se estava tudo bem. Shoyo afirmava que sim, mesmo que quase estivesse mordendo os próprios lábios, fazendo ruídos e gemidos de dor.

Ao terminar, sem conseguir ficar com a calça, que encostava na ferida, ficou apenas de cueca e uma blusa longa.

Saiu do banheiro e logo chamou a sua mãe denovo.

- Vá se deitar. Está tarde e é melhor você descansar.

- E a escola?

- Não precisava nem perguntar, você não vai ir de jeito nenhum. E nem venha com "mas", porque eu sei que quer ir apenas para jogar vôlei.

- Eu nem ia falar nada! - Falou, emburrado.

- Vou ligar para a escola avisando que você não irá.

Hinata voltou ao seu quarto. 

O pequeno tentou adormecer, e mesmo com sono, não conseguia dormir de jeito algum.

Nem ferrando que eu vou levantar denovo, foi o maior sacrifício para deitar. Minha mãe teve que me colocar igual a um bebê.

Meu celular. Cadê meu celular?"

Como estava escuro, ficou tateando o móvel ao seu lado e logo identificou a forma retangular do celular.

"Irei responder Kenma primeiro."


Kenma Kozume

________ online.


Hoje você ainda não falou nada. Imagino que tenha acontecido alguma merda.

- 20:19.

E você acertou.

- 22:09.


Já imaginava.

O que aconteceu?

________

Shoyo explicou tudo a Kenma, tendo que responder várias perguntas.

________

Você disse que estava distraído e foi depois de brigar com Kageyama. Se distraiu pensando no boy, não é?

É tão óbvio assim?

Shoyo, eu disse para você fazer o que achar melhor, mas como um conselho de amigo, é bom você contar logo. 

Guardar isso apenas está piorando sua situação mental juntamente sua física, como aconteceu hoje. 

O amor pode te quebrar em vários pedaços, mas talvez você possa juntar suas peças denovo com uma tentativa, mesmo que for falha.

Hum... 

É uma ofensa falar que eu nunca te imaginei falando isso?

Acho que não.

Apenas estou um pouco inspirado hoje.

Mas não mude de assunto!

Certo, certo!

Você tem razão, mas do mesmo jeito, ainda não sei o que fazer.

Tenho me resolver comigo mesmo primeiro.

Obrigado pelo conselho, Kenma!

Boa noite!

Boa noite.

Melhoras.


_________________ Off-line.


"Enquanto eu evito Kageyama, a situação pra mim só piora.

Seria algum tipo de aviso?"



Notas Finais


Para os interessados em saber o motivo de Kenma estar inspirado, fiz uma história que conta o beelo dia que ele teve!! 💞

Segue o link: https://www.spiritfanfiction.com/historia/quimica-22480342


Até o próximo capítulo!


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