História Together - Mex

Hermione

Eu já tinha conseguido os ingressos com o meu amigo. Neville era o filho do dono da boate mais agitada da cidade. Eu poderia agradecer pelo menos isso a minha mãe, o dono da boate é conhecido dela. Claro que Gina e eu estávamos exaustas pelo trabalho, mas como eu já sabia, quando a perguntei se ela queria se juntar a nós na balada, ela nem questionou. Ela disse que levaria o namorado, Harry. No início eu gostei dele. Era o tipo de cara perfeito. Bonito, simpático e carinhoso, mas de uns tempos pra cá, ele vem sendo rude e agressivo. Teve uma noite em que Gina foi para minha casa porque eles haviam discutido e Harry tinha batido nela. Eu fiquei irada e mesmo sob muitos protestos fui tirar minhas satisfações. Ele estava bêbado, e despois de fazer milhões de perguntas sobre Gina, disse que estava arrependido e que não voltaria a fazer isso. Ela voltou pra ele, mas toda vez que ele ta perto, eu procuro ficar de olho nele. No fim das contas falei com Gina para nos encontrarmos na rua detrás junto com o resto do pessoal. Eu já estava terminando de me arrumar, optei por vestir uma saia preta na metade da coxa, uma blusa verde musgo tomara que caia e um salto preto. Terminei de fazer a maquiagem, nada muito pesado, só o batom vermelho vinho. Peguei minha jaqueta e parti para me encontrar com todos.

Chegando lá, Theo já estava esperando. Ele vestia um jeans, tênis, uma blusa azul e uma jaqueta de couro preta. Ele me viu e lançou um sorriso, que eu ligo retribui. Ficamos conversando coisas amenas até o restante do pessoal chegar. Os próximos foram Blás e Pansy, depois Daphne e logo atrás, um pouco distanciado, Draco. Por último foram Gina e Harry que eu apresentei aos outros. Não sei se foi impressão minha mas Theo não tirou os olhos de Gina, e eu pude dizer o mesmo dela, que mesmo desviando, olhava de vez em quando para o moreno. Pansy, Blásio e Daphne foram no carro de Draco. Gina, Theo e eu fomos no de Harry. Enquanto estávamos no carro havia um silêncio que parecia nos sugar, o que era normal. Depois do que houve com Gina, nunca mais fui a mesma com Harry e ele sabe o porquê.

- Está bonita Hermione. – Harry tentou puxar assunto.

- Eu sei – respondi fria e seca. Eu não vê seria, sabia que se fez uma vez, poderia muito bem fazer de novo.

- Mione... – Gina pediu e eu só virei o rosto para a janela e continuei em silêncio até chegarmos na boate. Estacionamos atrás da boate e todos caminhamos para a entrada.

- Olha o tamanho da fila – disse Pansy olhando para a fila quilométrica.

- Deixa comigo – disse a piranha loira.

Ela caminhou até onde estava o Guarda. Eu só fiquei olhando, conhecia aquele cara, era o Fred. Ele era um fofo, uma pessoa muito boa mas ele NUNCA deixaria alguém passar a não ser que estivesse com os ingressos na fila ou seu nome na lista. Quando ela chegou nele, quase que se jogou em cima dele e ficou mexendo em uma mecha do cabelo, que vadia. Ele só revirou os olhos e aposto que mandou ela se fuder. Ela voltou parecendo um tomate de tão vermelha de raiva que estava. Todos nós caímos na risada.

- Deixo contigo – disse entre as risadas – eu vou lá.

Ela resmungou algo como “se eu não consegui você não consegue”, o que Daphne não sabia era que eu conhecia Fred desde que ele começou no Mex e eu estava na lista. Sempre. Caminhei até ele e lhe dei um sorriso e ele me abraçou, ele era tipo meu irmão mais velho e eu o considerava pra caralho.

- Mi, veio dar uma volta? – perguntou ele brincalhão – tem um tempo que não te vejo.

- Eu sei Fred, não tenho tido ânimo para sair – disse – principalmente em vir em baladas.

- E o que te fez mudar de ânimo? – ele levantou uma sobrancelha.

- Eu estou na lista, como sempre e trouxe amigos, vai nos deixar entrar ou vai ficar igual um poste no meio do caminho?

- Senti sua falta guria – ele falou abrindo a corda vermelha e dando espaço para passagem.

Dei um sorriso e chamei meus amigos que mesmo hesitantes vieram. Todos passaram na minha frente, inclusive Daphne que me encarou com fúria nos olhos. Eu sempre tive um sexto sentido e eu desde a primeira vez que vi essa garota não gostei dela, era só um pressentimento mas acho que ela ainda vai me dar dor de cabeça. Quando entramos a música estava alta o suficiente para sentirmos nos ouvidos, a cada batida. Na pista de dança, pessoas dançavam de diversas maneiras, gritando e pulando. Tinha realmente muito tempo que não vinha aqui e eu realmente senti falta desse lugar. Em um momento todos nos separamos. Eu como sou bem, eu fui para o var e pedi o de sempre, energético com uma grande dose de vodka e olha que esse é só o começo.

Depois de umas duas horas eu já estava um pouco alta e era exatamente isso que me divertia. Draco, Blásio e Theo estavam no bar conversando, enquanto Pansy e eu nos acabávamos na pista de dança. Pela primeira vez em anos eu me sentia feliz e acho eu, pelo menos esperava que não fosse só pela bebida. Nós estávamos pulando e dançando quando Pansy para subitamente e encara para um lugar específico. Vi que ela ficou tensa e irada de um momento para outro, quando vi o que ela encarava percebi o porquê, pois eu mesma fiquei. Daphne estava quase trepando com um cara qualquer em um canto da boate e isso fez meu sangue ferver, como ela poderia fazer isso com Draco e ainda por cima ficar brigando com as pessoas por ele ser seu namorado. Quando eu ia fazer alguma coisa, Pansy me segura pelo braço.

- Pan me solta – falei pra ela – olha o que aquela megera ta fazendo!

- Hermione eu sei – ela suspirou – Daphne sempre faz isso quando discute com Draco.

- Discute... por que eles discutiram?

- Draco não gostou do jeito que ela falou de você e com você. Então eles brigaram.

- E só por isso ela tem o direito de trair ele? – perguntei indignada.

- Ela sempre faz isso e ele sabe.

Eu queria discutir isso mas no momento em que eu me virei vi que Draco estava virado para aquele canto encarando aquela cobra disfarçada de ser humano com o semblante sério. Doeu ver aquilo, porque mesmo eu não gostando daquela coisa, eu sabia que se ele estava com ela era por algum motivo. Caminhei até o bar e pedi para o barista me ver duas doses de tequila, esperei até ele me trazer e as peguei levando em direção do Draco.

- Bebe – ordenei entregando o copo para ele que me encarou com dúvidas – olha, eu não sei por que você tá com aquela piranha, mas eu sei que não vou deixar você ficar mal por alguém que não merece que você fique não por ela. Agora bebe.

- Obrigado – ele agradeceu antes de virar o copo e eu fiz o mesmo.

Ficamos nessa por mais algum tempo, agora eu tinha certeza mais que absoluta que estava muito bêbada. Eu não conseguia mais ver nada com clareza, Draco e eu ficamos dançando juntos por horas, mas eu não conseguia mais sentir minhas pernas, ou ficar viva. Eu estava tão aérea que só senti Draco sussurrar alguma coisa no meu ouvido, e só esse gesto fez os pelos da minha nuca se eriçarem e eu não entendia o porquê. Ele começou a me puxar para fora da boate e eu só me deixei levar.

- Você tá péssima – ele falou o que fez cair na gargalhada – mesmo.

- Eu sei e adoro – disse rindo.

- Eu não posso te deixar na sua casa sozinha – tudo a minha volta começou a girar – eu já sei – foi a última coisa que ouvi antes de sentir braços fortes me pegando no colo e eu apaguei.

Gina

Hermione estava muito mal, vi que Draco cuidaria dela então não me preocupei em deixá-lá ir. Aquele Theo me chamou atenção por algum motivo, eu só não sabia por que. Quando nos conhecemos ele me encarou com tanta intensidade que eu tive que desviar o olhar, porém alguma força invisível me forçava a encará-lo. Eu fui ao banheiro e quando retornei vi Harry sentado no bar virando uma dose atrás da outra, suspirei e fui até lá.

- Harry, não acha que tá na hora de parar? – perguntei baixinho – você já bebeu demais.

- Quem é você para decidir o quanto eu bebo? – indagou ele gritando. – você é uma vadia qualquer.

- Você tá bêbado – disse – e já tá na hora de parar – peguei o copo de sua mão, ele me olhou irado.

- Me da isso sua vagabundo – falou ele vindo pra cima de mim. Ele pegou o copo e me deu um tapa na cara. – isso é pra você aprender.

Quando ele vinha para me acertar mais uma vez, alguém entrou na minha e segurou Harry. Foi no momento que vi quem era, Theo. Então ele nocauteou Harry derrubando-o no chão, já escorria sangue de seu nariz quando ele levantou e tentou acertar um chute na boca do estômago de Theo, mas ele desviou e acertou mais um soco no maxilar de Harry, então ele caiu e só para ter certeza deu um chute no esôfago dele. Theo me pegou gentilmente pelo braço e me levou para fora da boate.

- Você está bem? – ele perguntou passando o dedo na minha bochecha que só agora fui perceber, tinha um corte. – filho da puta.

- Eu to bem. – afirmei, mas não consegui segurar as lágrimas. – ele me prometeu que não faria de novo.

- Ele já tinha feito isso? – perguntou assombrado – e você voltou pra ele?

- Eu o amo – disse – ou pelo acho, eu sei que amava, quando o conheci. Mas agora...

Ele poderia ir embora, me deixar ali, chorando sozinha na rua, a mercê de qualquer coisa. Mas não fez e o que fez me surpreendeu, ele me abraçou. E antes que pudesse pensar também o abracei. E pela primeira vez em anos me senti segura dentro de um abraço, sabia que ali, ninguém poderia me fazer mal.

Draco

Eu tinha bebido, mas estava consciente o suficiente para saber que não seria uma boa ideia deixar Hermione naquele estado em casa sozinha. Então eu a levei para a minha casa, meu pai estava viajando em uma conferência e a casa estava vazia. Hermione era uma pessoa maravilhosa, não sabia como a família dela não via isso. Ela protegia as pessoas com quem se importava, disso eu já sabia a muito tempo, mas só fui descobrir que eu era importante para em agora. Como ela tentou me fazer esquecer de Daphne... Já estava na hora de terminar com essa palhaçada. Eu fingia estar com ela porque ela dizia que queria ficar comigo, que se importava comigo. Eu não acreditava nisso, óbvio. Mas eu nunca tentei me livrar e acho também que tinha medo de ser abandonado. Minha mãe me deixou e durante um tempo meu pai também me deixou, não fisicamente mas mentalmente. Ele nunca estava sóbrio e isso me limitava muito. E eu conseguia me ver preso a algo fixo com Daphne, mas não mais.

Eu cheguei em casa, depois de pedir um táxi. Deixei meu carro com Blásio. Entrei em casa e caminhei até meu quarto, abri o porta com cuidado para não acordar Hermione que estava nos meu braços com o rosto aninhado no meu pescoço. Coloquei ela cuidadosamente na cama. Tirei seus sapatos e peguei um cobertor para por sobre ela, quando ia embora sinto minha mão ser puxada e vejo que é ela que a segura.

- Fica – sussurra, ela estava sonolenta mas consciente – por favor.

Eu acendeu confirmando e ela chegou para o lado, tirei minhas botas e me deitei ao seu lado. Fiquei meio desconfortável mas ela logo tratou de apoiar sua cabeça no meu peitoral. Eu, então a abracei puxando-a mais para perto, parecia algo tão natural que me assustou e ficamos assim, em silêncio até nós dois pegarmos no sono.

Hermione

Acordei numa cama que não reconhecia, sentei na cama e olhei em volta, então as lembranças vieram. Sorri lembrando de como dormi esta noite, porém estranhei acordar sozinha. Minha cabeça latejava, parecia que uma manada de elefantes havia passado na minha cabeça. Me levantei e fui em direção uma porta que provavelmente seria o banheiro. Entrei e fui até a pia, lavei meu rosto e fiz um bochecho. Quando voltei para o quarto um loiro entrava com uma xícara na mão e um prato na outra, no momento em que me vou deu um sorriso.

- Imaginei que estivesse com fome – ele falou caminhando até a cama – e com muita dor de cabeça – ele me entregou o café e um comprimido que logo tratei de engolir.

- Obrigada – disse – você está bem? – perguntei.

- Era para Eu te fazer essa pergunta, não? – brincou, mas continuei o encarando – eu estou bem, era só o que faltava para eu ter a certeza de que não quero isso pra minha vida.

- Que bom. – depois de uns minutos de silêncio eu finalmente perguntei – e agora? Vai me contar a verdade? – ele suspirou mas afirmou.

- Mas vai ter que me prometer uma coisa. – falou e eu concordei – não contratará a ninguém e não terá medo de mim, nem me julgará. Não vou aguentar se você, principalmente você não ficar ao meu lado. Concorda?

- Sim – disse pondo minha mão encima da sua – agora, me conte tudo.