História Together by Chance - Se arrependimento matasse...

Capítulo #25 -

Sai do meu transe quando ouvi a Julie chorando e se debatendo dentro da coleira, tentando sair. Logo, ela se puxou com tanta força que a coleira escapou da minha mão e ela correu pro colo do Paulo.

O mesmo pegou ela no colo e começou a brincar com seu pelo branquinho. Eu fiquei de longe observando tudo, até que a Sofia resolveu passar a mão na minha cachorra também.

Aquilo me encheu de raiva, então eu fui até eles e tirei a Julie do colo do Paulo.

(Paulo) - Você por aqui? - falou sério.

- Vocês.. - apontei pra ele e pra Sofia. -.. por aqui?

(Sofia) - Depois da aula decidimos dar um passeio, né Paulinho?

(Paulo) - É, é... Que bom ver você Julie, papai estava com saudade já.

- Papai?

(Paulo) - É, não sei se você se esqueceu mas, o nome dela é Julie Guerra Gusman! Isso faz dela minha filha. Você mesma disse isso.

Merda de sobrenome que eu fui dar!

- Vamos, Julie. Temos que ir pra casa.

(Paulo) - Mas já?

- Sim, já!

Então ele pegou a cachorra no colo de novo, dei um beijo no topo da cabeça dela e quando a Sofia ia passar a mão nela de novo, eu a peguei de volta.

- Não ouse tocar na minha cachorra! Tudo bem que você é um animal igual a ela, mas não é bom misturar as espécies! 

Então eu sai andando rapidamente pra minha casa. Quando já estávamos longe da praça, comecei a brigar com a Julie como se ela fosse uma pessoa e fosse me entender.

- Da próxima vez que você fugir de mim pra ir falar com qualquer pessoa que seja, nunca mais sairemos pra passear. Sério que você tinha que ir correndo pros braços daquele idiota? Julie, achei que você fosse mais inteligente. Tudo bem que ele comprou você, adotou ou sei lá o que, mas eu sou sua dona! Você tem que me obedecer e não ficar indo atrás daquele ridículo, otário, idiota...

Notei que eu estava descontando a minha raiva e tristeza toda na cachorra. Mais uma vez isso! Eu tinha que parar com aquilo, imediatamente!

_Dias depois_

Depois de uma péssima noite de sono, eu fui obrigada a levantar e encarar a minha rotina sem graça.

É bem clichê dizer isso, mas depois que o meu namoro terminou, as coisas ficaram muito sem graça. O nosso grupo de amigos não parecia mais o mesmo. Era como se estivéssemos dividos. Ninguém brincava, nem conseguia manter alegria por muito tempo, pois alguém sempre dizia uma coisa inapropriada e estragava toda a coisa.

A cada dia que se passava, eu ficava com mais raiva do Paulo. Ele não parecia ser o mesmo, aquele que eu conhecia. Vivia rodeado de meninas, incluindo a Sofia. O Mário dizia que todas as festas que aconteciam ele queria estar presente pra encher a cara. Sem contar no jeito arrogante e inconveniente que havia dominado ele.

As meninas diziam que isso tudo era pra tentar me esquecer ou coisa assim, mas eu tinha minhas dúvidas. Talvez ele apenas estivesse aproveitando a vida de solteiro que ele tanto desejava ter.

Eu juro que tentei tirar ele da minha mente, me interessar por outras pessoas. Mas foi quase impossível! Eu nunca havia gostado de ninguém como gostava dele, e não ia ser agora que isso ia mudar.

Até que um dia, cansada de ver ele se pegando com qualquer vadia pelos cantos da escola, eu me sentei na arquibancada da quadra e fiquei olhando pro nada, pensando em como tudo havia mudado em tão pouco tempo.

Quando senti que a primeira lágrima iria escorrer, ouvi uma voz pertinho do meu ouvido.

(XxXx) - O que houve, princesa?

Me virei assustada e dei de cara com o par de olhos azuis do Leonardo.

- Ah, não, nada. Eu to bem! O que faz aqui?

(Leonardo) - Eu tava passando por aqui perto e te vi tristonha assim, quis saber o que houve. Soube que você e o Paulo terminaram... Liga pra ele não.

- Eu não quero falar sobre isso.

(Leonardo) - Ah claro, eu sou um idiota por tocar no assunto. Desculpa. Mas do fundo do coração, queria te dizer que não é pra você ficar assim. Uma menina tão linda, do sorriso tão lindo, merece sorrir sempre.

- Obrigada pelo elogio, mas não é tão fácil assim. - respondi de forma seca tentando cortar o assunto.

(Leonardo) - Se eu pudesse te consolar de alguma forma, eu juro que consolaria.

Então sem pensar em nada, eu fiz uma grande besteira. Beijei ele!

O motivo daquele beijo nem eu sabia. Talvez eu quisesse esquecer meus problemas de uma forma diferente. Mas errei feio quando achei que beijando o Leonardo eu iria melhorar.

Durante todos aqueles segundos em que nossas bocas estavam grudadas, eu procurei por algo que eu sabia que não iria achar ali. Afinal, somente uma pessoa tinha aquilo, e aquela pessoa definitivamente não era o Leonardo.

O beijo acabou e eu me separei dele de forma brusca. Se arrependimento matasse eu estava morta agora mesmo! Aquele foi o pior beijo que eu já dei na vida! Fechei os olhos com força para tentar esquecer o que acabará de acontecer e exatamente no momento em que eu os abri, dei de cara com um Guerra furioso pronto para acertar um belo soco na cara de Leonardo Almeida!