História Together Forever - Mudanças e Descobertas

Ayame Miyu é uma garota um pouco difícil de se lidar. É uma estudante que foi transferida de seu antigo colégio por faltas excessivas. Hoje, irá ter sua primeira aula no novo colégio, o colégio Sengoku. Seus pais fizeram questão de colocá-la num colégio bem longe de sua casa, eles trabalham fora e já que o antigo era bem perto de casa, ela se aproveitava disso para matar as aulas. Andar e acordar mais cedo não seria um problema, já que mesmo sendo tão inquieta ela dizia considerar o silêncio do amanhecer ‘’intenso’’ e ‘’que ajuda pensar’’. Como você já deve imaginar ela é uma pessoa intensa por si só, a cidade pequena em que mora não oferece muitos meios para extravasar tudo, mas isso não apaga seu aspecto gentil.

O novo colégio não é tão grande quanto o que ela estudava antigamente, porém não parecia ruim, era até confortável. Como o procedimento padrão, ela teve que se apresentar para a classe.

- Me chamo Ayame Miyu!

- Muito prazer Ayame Miyu! - respondeu a classe, às ordens do professor.

- Bem Ayame-san, pode sentar-se agora. - ele disse.

Ayame observou a classe atentamente e não demorou muito para tomar suas conclusões. De um lado encontrou as ‘’nerds’’ que ‘’não passariam uma resposta sequer e nem emprestariam um lápis’’, de outro, ‘’pessoas populares e convencidas que iriam caçoar dela por não chegar nem perto do seu nível de superficialidade’’ e para terminar: ‘’uns moleques que deviam fazer piada com catarro até hoje’’. Enfim, era uma sala de aula comum. Entretanto um garoto no canto direito da classe chamou sua atenção, ela o achou bonito e familiar, então decidiu que iria sentar-se à sua frente. Ele tinha cabelos e olhos castanhos juntos a um olhar calmo. Estava segurando seu queixo com a palma da mão enquanto admirava as nuvens passarem lentamente pela janela. Ayame sentou-se e aula começou.

Ei, Ei! - ela o chamou, mas parecia que ele ficava cada vez mais distraído com as nuvens. Ela então resolveu virar-se completamente para a carteira dele e apoiar sua cabeça na parede para poder encará-lo com mais conforto. Ele percebeu depois de alguns segundos.

- Oh, Oi! Desculpa não ter te notado, é que eu fico imerso demais às vezes. - ele disse enquanto sorria.

- Não tem problema - ela respondeu -, eu te conheço? 

- Hm, você se chama Ayame certo? Bem eu não me lembro de nenhuma Ayame, me chamo Amahiko Kazuki, muito prazer! - Foi aí que Ayame se lembrou.

- Kazuki-kun! Sério que você não se lembra? Nós éramos vizinhos, mas você se mudou depois. A gente até brincava de casinha juntos! - Amahiko ficou um pouco envergonhado com essa última informação.

- Ah! Me lembrei, desculpe, é que eu não me lembro muito bem da minha infância. Muito menos de brincar de casinha.

- Pois brincava sim! - ela o provocou. Ele logo mostrou um semblante de como se tivesse desistido.

- Bem, por que você se mudou para essa escola? O seu colégio não ficava quase do lado da sua casa? 

- Foi porque eu não tinha muitos amigos lá e também gosto de andar durante as manhãs... - mentiu.

-  Olha, Eu não imaginaria que você - 

- Com licença - interrompeu o professor. - Já irá causar problemas Ayame Miyu-san? E você, Amahiko Mizuki? 

- Não! Perdão professor. - os dois responderam.

A aula continuou e os dois permaneceram calados, porém de vez em quando, Ayame parava de copiar por alguns momentos e continuava encarando seu caderno, logo ouvia o som de Amahiko escrevendo e imaginava seu rosto, despreocupado, copiando a matéria ou desenhando uma nuvem. Na interação anterior ela mentiu, porém era verdade que ela não tinha muitos amigos na última escola, pois sempre achou todos as pessoas muito ‘’desinteressantes’’ e ‘’normais demais’’. Agora que reencontrou Amahiko, ficou animada com uma possível nova amizade, já que ela já o conhecia e ele parecia ser interessante. 

- Amahiko-san - chamou Ayame.

- Sim?

- É, bem, eu não vou ter muito tempo livre hoje pois uma instrutora vai me mostrar a escola no intervalo. Nós poderíamos conversar amanhã? - ela perguntou, se comprimindo de vergonha. Ayame é uma garota confiante e que sabe o que quer, porém isto não faz desaparecer seu constrangimento, que ela sempre escolhe enfrentar.

- Claro! - ele respondeu depois de pensar um pouco. Amahiko não tinha muita certeza do que estava acontecendo ali. As pessoas não tinha muito interesse nele geralmente. Ele sempre foi conhecido como ‘’o garoto que fica ali’’. Não se destaca, de maneira ruim, ou boa. Não fala muito, mas fala quando precisa. Não chama a atenção, porém existe, está sempre ali. Ele lembrou-se da época de alguns anos anteriores, onde as algumas meninas fingiam ter interesse nele só para rir de sua desilusão mais tarde.

Ao entardecer, o colégio passava uma sensação de conforto ainda maior. Num final de outono, os alaranjados raios de sol perpassavam todas as frestas e quinas de sua arquitetura, o silêncio se perpetuava com a exceção de abruptos barulhos na mata. Depois das grades, o colégio era cercado de árvores, onde hoje, as folhas caíam com uma brisa um pouco mais forte do que o comum. Amahiko escolheu seu lugar justamente por isso. Ao lado de uma janela, poderia observar a natureza sem problemas, o que mais gostava de encontrar eram flores diversas e borboletas azuis.

Os dois se despediram brevemente e logo uma aflição atingiu Ayame. Mesmo que já tivessem se passado alguns dias, seus pais ainda não estavam muito contentes com ela, considerando que ela mentiu para os dois por tanto tempo sobre estar frequentando a escola regularmente. Ela sabia que estava errada, mas ainda achava difícil suportar a aura de desconfiança que rondava as duas pessoas que ela mais confiava no mundo.