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História Tormento - Um sopro


Escrita por: trishakarin

Notas do Autor


Mas gostam de uma treta viiiu kkkkkkk
Até sexta amores!!!
Meus dias andam tão corridos, que tô preocupada com o português da Fic, mas vc já sabem o esquema. Por sorte tinha capítulo fresquinho pronto, agora acabou, correr pra botar a cabeça pra trabalhar hahaha
Mas por vocês, façoooooooo todo esforço!!!
=*****

Capítulo 39 - Um sopro


Camila atravessou o corredor a caminho do quarto. A médica não parecia seguir o caminho para o quarto, apesar da garota a seguir. Determinado momento a mulher estancou o passo e deu o trabalho para uma das enfermeiras que passava pela área. Desaparecendo em outro quarto pelo caminho, a mulher que recebera a obrigação, com um sorriso bastante confortador, passou a guiá-la.

Chegaram ao último quarto do corredor e a enfermeira abriu cuidadosamente, evitando fazer muito barulho. O quarto estava a uma meia luz, havia seis camas no leito, apenas três estavam ocupadas, entre elas uma no final do quarto, ocultado por uma cortina discreta. A enfermeira seguiu diretamente para o soro que pingava lentamente, verificou os equipamentos, antes de sair. Camila ainda estava fora de vista, a mulher sorriu antes de deixar o quarto e ainda trêmula, a garota arriscou o primeiro passo. O rosto de Lauren logo foi se tornando visível e seu coração acelerava violentamente. A cantora tinha os olhos fechados, uma respiração tranquila. O rosto levemente pálido, mas sereno, carregado com um sorriso discreto.

Como se notasse os olhos que a observavam, Lauren vagarosamente abriu os seus. Aquele par de olhos de um verde tão intenso e claros, lhe fitaram. Camila sentiu um frio lhe percorrer a espinha, por algum motivo havia pensado o pior antes de vê-la arregalar os olhos. Havia pensado se a garota ainda a reconheceria de fato ou se fora algum ato impensado chamá-la até ali. Mas não demorou muito e Lauren deixou um sorriso encher seu rosto, tranquilizando o coração desesperado de Camila.

- Cam…

Sua voz era fraca, rouca, de quem acordou de um sono de muitas horas e ainda criava alguma força para continuar. Camila aproximou-se, ficou ao lado da cama e segurou sua mão com cuidado, mas muito carinho.

- Como você se sente? - Camila perguntou preocupada.

- Um pouco sonolenta. Estive preocupada com você, Cam.

- Por que?

- Se havia acontecido algo. Tive sonhos horríveis e quando acordei, estava aqui!

- Você sabe o que aconteceu, Lolo?

- Como assim?

- Sabe por que está aqui?

Lauren sorriu. Era um sorriso largo e confortador. Camila puxou uma cadeira próxima para mais perto e sentou ao lado da garota, sem sequer separar suas mãos. A cantora observava a amiga atentamente antes de continuar.

- Eu levei um tiro - disse pensativa.

- Sim…

- E o que houve?

- Ficou desacordada e conseguimos trazer você até aqui.

O olhar de Lauren de repente tornou-se distante e ainda mais pensativo do que já estava. O que estaria ela pensando em meio a toda aquela situação era obviamente algo completamente natural. Seus olhos tão claros e tão perdidos, focaram nos seus com delicadeza.

- O que aconteceu, Lolo? - Camila perguntou preocupada.

- Eu sabia que dificilmente sairíamos ilesas de tudo isso. Mas agora estamos aqui e há pelo menos 50% de chance de tudo isso finalmente chegar ao fim - seus olhos foram tomados pelas lágrimas - E eu tinha medo disso.

- Como assim? Por que teria medo desse pesadelo chegar ao fim?

- Porque ainda que fosse um pesadelo, foi o melhor sonho da minha vida.

Camila arregalou os olhos surpresa. Sentindo a mão de Lauren pressionar a sua com mais força. A lágrima que sorrateiramente havia inundado aquele par de olhos verdes, finalmente deixou-se cair e a garota sorriu timidamente.

- Por que diz isso?

- Porque em meio a toda aquela pressão que a gente tinha, havia um desespero muito grande em ficarmos juntas e eu sinto… - respirou fundo - Eu sinto que tudo isso está prestes a chegar ao fim. E no momento que senti essa dor - tocou o abdômen por baixo do lençol branco - eu fiquei curiosamente feliz. Eu pensei que ao menos seria eterno tudo o que nos aconteceu.

Talvez se não já estivesse sentada, iria deixar-se cair ao chão. O que Lauren dizia não era de todo um absurdo, quando intimamente pensava da mesma forma. Seus olhos eram sinceros e sua timidez diante o que foi dito, era nítida. Sabia que a amiga estava triste, sabia igualmente que queria todos os dias que passaram juntas, eternizado de alguma maneira. É impossível que toda aquela perfeição e cuidado fossem levados para fora dali. Para casa.

Apertou ainda mais forte a mão de Lauren, segurando-a com as duas mãos e olhando-a profundamente em seus olhos, sorriu docemente, como se aquele pequeno sorriso pudesse iluminar de alguma forma tudo o que seria dito. Todas as palavras que trancadas em seu peito, gritavam para fora.

- Eu pensei assim quando a gente ainda estava lá - baixou os olhos tímida - Talvez as coisas realmente mudem, mas prefiro acreditar que se houver alguma mudança, que seja para o melhor. Estaremos seguras em nossas casas, com nossos amigos, nossa família. Voltaremos ao palco, seremos enfim, um casal. Eu sei que não posso prometer ou oferecer o melhor, mas eu posso oferecer o esforço pelo melhor. Eu fui bastante sincera com você - Camila levantou os olhos para observá-la - Eu estou completamente apaixonada por você, Lolo e eu tenho certeza que aqui ou lá em nossa cidade, eu continuarei apaixonada por você da mesma intensidade ou até mais.

Havia ali um envolvimento muito grande, um sentimento que talvez elas ainda não percebessem a proporção, mas que ainda estava vivo. Talvez fosse verdade a ideia de que com o fim do sofrimento, ambas conseguissem separar melhor as coisas. Voltar a realidade após momentos tão impactantes não era ainda uma tarefa fácil. Lembravam também, que ainda estavam no México e que talvez não estivessem completamente seguras e a falta de coragem em encarar o mundo fora era muito maior que esperavam.

Pequenas batidas na porta anunciavam a chegada de alguém. Para surpresa de Lauren, que arregalou os olhos imediatamente, Larry entrou no quarto com cuidado. Ao ver a garota, sentiu o coração bater apressadamente e o alívio em poder olhá-la acordada e principalmente, viva.

- Lauren… meu Deus - o homem atravessou o quarto e aproximou-se da cama quase correndo, segurou a mão da cantora e levou aos lábios, beijando-os com força - Meu Deus, você está bem - tocou sua testa, como se a fim de descobrir que a garota estava quente, ergueu-se, beijou sua testa e voltou a fitá-la - Você nem imagina a felicidade que estou em poder ter ver. Em poder ver vocês duas.

- Quando chegou? - Lauren olhou para Camila como se perguntasse.

- Eu ia contar… estava apenas terminando nossa conversa - sorriu docemente - Nós vamos para casa, Lolo.

- Sim, vocês vão para casa.

- Nós estamos com…

- Eu conversei com as militares. Elas irão vir conosco para poder resolver o que de fato ocorreu a vocês. Quanto a esse ponto, não se preocupem, pois estarei responsável junto a elas com isso. Vocês duas, assim que chegarem em casa, irão se preparar para um bombardeio de informações. Com certeza quando a notícia for anunciada, a quantidade de fãs enviando presente, procurando, buscando vocês, a quantidade de jornalista que irão surgir, a quantidade de pessoas que irão criticar. Tudo… estejam prontas. A Jessyka está sabendo que vocês estão bem, então já está providenciando tudo…

- É muita informação de uma vez só - Lauren resmungou - Eu não quero saber de nada, Larry.

Larry encarou Camila, como se buscasse na latina alguma resposta para o que havia ocorrido ali. Camila balançou a cabeça negativamente, anunciando não ter conhecimento do que acontecia, mas deviam entender a situação a qual se encontravam.

- Lauren…

- Nós passamos o diabo durante esses dias. Ninguém veio nos buscar, ninguém veio nos procurar. Duas completas estranhas que insistiram em nós e finalmente nos encontraram. Elas nos ajudaram, nos tiraram daquele inferno e você está preocupado com a merda da imprensa? Anunciar que voltamos, viramos zumbis e voltamos da terra dos mortos, para anunciar nossa nova música, Carne Podre.

- Lauren, o que você está… - Larry mais uma vez tentou, inutilmente.

- Eu não quero saber mais de música, eu não quero mais saber do grupo, da imprensa. Eu vou sim avisar aos nossos fãs, porque eu sou uma e sei o quanto dói uma notícia trágica como essa. Mas eu desisto de tudo!

- Do que você está falando? - Camila perguntou.

- Sabe o que vão fazer com a gente? Sabe o que Larry vai fazer com a gente? Vai vender nossa relação, criar uma música imbecil que fale de descobertas sexuais e anexar a nós, pra vender mais. Porque nós duas venderíamos mais. É isso que somos. Poster na parede, prêmio na TV. Somos lixo… fomos deixadas no deserto, como lixo podre.

- Chega - Larry pediu - Eu…

- Larry, posso falar com você?

Algo estava acontecendo. Lauren que sempre fora uma garota tranquila, agora estava tomada de uma tensão fora do normal. Não, não era fora do normal, pensou Camila. Claro que seria natural a garota afundar meio a uma angústia após sobreviver um ataque incomum como o que havia sofrido. Lauren estava desnorteada, em um ataque de nervos.



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