História Tornado - Forty Six

Hikari se encontrava no caminho de volta para o dormitório da U.A. Hawks insistira em leva-la, mas no meio do caminho encontraram um acidente complicado, que necessitava da ajuda do herói, e por isso a garota decidiu continuar sozinha, sob os pedidos de cuidado do homem.

Ela estava calma, enquanto virava as esquinas iluminadas pela luz dos postes. Viu alguns casais se abraçando e isso a fez pensar no herói alado, a fazendo corar instantaneamente. Sacudindo a cabeça continuou seu caminho, até que algo lhe chamou a atenção. Viu um homem parado contra a parede, e isso despertou um alerta dentro de si. Cruzou a rua para o outro lado, mas enquanto caminhava notou que o homem a seguia.

Ela sabia que se fosse atacada, poderia retribuir já que agora tinha a licença provisória, o que a permitiria se proteger, mas de repente, outra pessoa apareceu ao seu lado, a empurrando contra a parede. Ao contrário de bater na dura superfície, ela passou reto por um portal e se viu dentro de um local completamente branco, e em sua frente, para sua surpresa, estava Apolina.

- Onde eu estou? – Hikari exigiu para a mulher que apenas sorriu e jogou seus cabelos platinados trançados com fios de ouro, para trás.

- Faz um mês que não vejo minha filha, e é assim que ela me recebe? – Apolina fala ainda sorrindo, mas aquele sorriso causava arrepios no corpo da garota. – Você está aonde a muito tempo deveria estar, mas eu pensei que você poderia ser útil, minha pequena marionete, mas você se rebelou Hikari, você mordeu o dono que te tratou com tanto carinho.

- Eu não sou um cachorro, eu tenho desejos e vontades, sou humana e tenho o direito de viver por minhas escolhas. – Hikari retrucou.

- Um excelente ponto de vista, sabe me lembra o de uma pessoa... Quem era mesmo? Ah é! Gilbert, e você sabe bem o que aconteceu com ele. – Apolina falou com uma expressão histérica.

- Deixe o Gilbert fora disso. – Hikari esbravejou pronta para partir em direção a mulher, que fez um movimento com sua mão, fazendo com que uma pessoa atrás da garota criasse uma bolha de um material transparente ao redor dela, a impossibilitando de atacar. – O que você está fazendo? Enlouqueceu?

- Sabe, quando criança, minha mãe me contou a história de um vilão japonês que roubava as individualidades das pessoas, e podia replantar em outras pessoas, ou em si mesmo. – Apolina contou enquanto caminhava pelos corredores, sendo acompanhada por Hikari que continuava presa na bolha, e o homem que guiava a prisão da garota. – Eu fiquei apaixonada pela ideia, imagina?! Criar uma pessoa com diversas individualidades, e por isso eu vim ao Japão, mesmo sabendo que All Might já tinha derrotado ele, eu esperava ter a chance de o conhecer. E com isso criei esse laboratório, onde comecei a pesquisar individualidades e forçadamente comecei a tentar criar pessoas com mais individualidades.

A mulher fez uma pausa quando entraram em uma área, que poderia lembrar um “zoológico”. Haviam diversas pessoas enjauladas, algumas demonstravam sinais de loucura, outras eram extremamente deformadas, incluindo braços ou pernas a mais. Mas todos tinham algo em comum, cicatrizes por mais da conta.

- Você, minha filha, foi a primeira cobaia que deu certo. – Apolina falou tocando na bolha que prendia a garota. – Gilbert, foi um fracasso. Achei que nasceria com as duas individualidades, mas nasceu com apenas uma, igual à do idiota que chamo de marido. Mas você, Hikari, foi perfeita. Ou teria sido, se tivesse continuado a ser minha cobaia, mas agora, bem... Vamos ver quantas individualidades você consegue aguentar antes de enlouquecer.

- Me deixe ir! – Hikari gritou socando o material de sua prisão, apenas para receber um dano igual a força que usara para socar.

- Acabou minha princesinha. – Apolina falou, e uma espécie de gás começou a preencher a prisão da garota que desacordou quando o gás adentrou suas narinas.

Ao acordar, se encontrou presa em uma cadeira. Cordas circulavam seus braços e pernas. O cômodo era branco demais, e machucava seus olhos, por isso preciso piscar diversas vezes até se acostumar. Quando enfim pode encarar tudo, viu Apolina a um canto, seu vestido dourado parecia ressaltar sua beleza, a maleficência de seu olhar. Uma mesa repleta de agulhas e seringas estava a um canto, junto a um homem que ela não reconhecia, mas parecia um médico.

- Finalmente acordou. – Apolina falou sorrindo maleficamente, para então fazer uma falsa expressão de preocupação. – Estava com medo de que você não iria acordar.

- Me deixe em paz! – Hikari gritou deixando seus relâmpagos correrem por seus braços, mas nada no local parecia reverberar a energia para atingir a mulher.

- Que tal começarmos, doutor? – Apolina pediu e de repente ficou escuro no cômodo. – O que está acontecendo?

Sons de luta eram o único som que se era ouvido do lado de fora. De repente a porta do cômodo onde a garota se encontrava foi destruída, mas a única luz era visível, era uma fraca luz esverdeada, que Hikari sentia conhecer, mesmo em um ambiente hostil como aquele, aquela luz lhe parecia amigável.

Houve mais movimentos, ouviu o grito de Apolina e então silêncio. Medo, ela começou a sentir medo. Era escuro, e ela mal conseguia respirar de tanto medo. Seu corpo estava amarrado, as cordas fortes a prendiam a cadeira, e parecia que sua pele era pinicada por milhares de agulhas. Tentou iluminar o lugar com os relâmpagos que passaram de seu antebraço para seus dedos. O chão estava coberto de sangue, e a um canto ela viu alguém caído, e imediatamente reconheceu Apolina, e então um grito irrompeu de seus lábios quando ouviu passos em sua direção.

- Ri-chan... – Uma voz rouca, fraca pelo desuso, sussurrou e os olhos dela se arregalaram.