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História Torture [Markson] - Uma única chance


Escrita por: jackssexuada

Capítulo 25 - Uma única chance


Mark On

Todos os tardes, enquanto estava eu sentando na poltrona ao lado da cama do hospital, ouvindo apenas os bips da máquina ao lado de Jackson, eu repassava todas as informações, todas as falas e todas as decisões. Havia sido assim por duas semanas. Era sempre a mesma rotina, eu frequentava a escola durante o dia enquanto a mãe desaparecida de Jackson ficava com o mesmo no hospital, assim que largava eu comia alguma coisa na própria lanchonete do ambiente e passava toda a tarde ao lado do garoto, enquanto seu pai não chegava para ficar durante a noite.

Encarar a expressão fria e descansada de Jackson me causava um aperto no coração insuportável, vê-lo naquele estado, sem abrir os olhos, sem se mover, vivo apenas pelas batidas de seu coração que oscilavam frequentemente. Em duas semanas muita coisa aconteceu, mas nada parecia me afetar diretamente, Jackson era a única coisa que me importava no momento. Sua mãe havia tentado se aproximar de mim, mas pelo que eu tinha entendido ela não tinha uma boa relação com o Senhor Wang, o que me fez pensar em como seria a sua relação com o próprio filho. Eu havia conseguido entrar em contato com meus pais que choraram ao ouvir minha voz e alegaram que com eles tudo estava bem. Jaebum quase me matou quando me viu, passando duas horas me dando sermão que nem minha mãe ou meu pai quiseram dar. Tudo parecia ligado a mim, mas nada me importava apenas o garoto com expressão serena deitado naquela cama.

Dou um fraco sorriso e me levanto olhando o relógio na parede do quarto, vejo algumas flores em um vaso que a mãe do garoto havia comprado com o intuito de deixar o local mais acolhedor, a carta que eu havia feito no dia anterior ao meu resgate estava em baixo no vaso, era o meu modo de estar ao lado de Jackson em pensamentos, mesmo quando o meu corpo se encontrasse longe. Caminho até a cama, me inclinando na direção do garoto, deposito um beijo no topo de sua cabeça e logo me retiro do quarto, vendo o homem mais velho já pronto para assumir o meu lugar ao lado do filho. O cumprimento com um leve aceno de cabeça e sigo para o ponto de táxi, entrando no primeiro vazio que havia encontrado.

 

Chegar em casa e deparar-se com seu melhor amigo aos beijos com o namorado é certamente um pouco constrangedor, finjo uma tosse enquanto fecho a porta atrás de mim causando um pouco de estrondo.

"Mark?" Jaebum indaga me encarando surpreso, enquanto Youngjae se afasta bruscamente do mais velho.

"Finjam que eu não estou aqui, ok? Vou ficar lá no quarto. Preciso descansar um pouco." Falo dando de ombros enquanto caminho até as escadas, indo em direção ao quarto.

 

Estava deitado em minha cama, com os fones de ouvido sem conseguir realmente prestar atenção na música que estava sendo tocada, quando sinto meu celular vibrar contra minha mão e a música ser interrompida pela metade. Olho a tela do aparelho vendo o nome da mãe de Jackson escrito no mesmo, rapidamente retiro os fones do celular e o levo ao ouvido.

"Senhora Zhou? Aconteceu alguma coisa com o Jackson?" pergunto antes mesmo de deixar a mulher falar.

"Você poderia vir aqui, Mark?" ela pergunta com a voz cheia de emoção.

"A senhora poderia me dizer o que aconteceu?" falo um pouco ríspido.

"O Jackson acordou e ele quer te ver." ela diz. Sinto um sorriso involuntário nascer em meu rosto.

"Já estou indo." digo por fim desligando a ligação logo depois.

Me levanto as pressas da cama sem me importar em sair de casa com uma calça moletom preta e um casaco casaco cinza do mesmo tecido com um desenho bordado na frente. Saio do quarto seguindo pelo corredor parando na frente do quarto de Jaebum, onde apenas conseguia ouvir respirações pesadas vindas do interior do mesmo, reviro os olhos antes de depositar duas batidas na porta.

"Jaebum, vou pegar seu carro. Ok?" pergunto, ouvindo uma afirmação de Jaebum que se encontrava com a voz totalmente rouca, rio baixo. Vou até a sala onde pelo a chave do carro em cima do centro, passo pela porta a fechando em seguida.

Dirigir a 80 quilômetros por hora no centro da cidade poderia trazer a Jaebum algumas multas graves, mas isso não parecia ser o problema no momento, eu estava eufórico, precisava chegar o mais rápido possível no hospital, precisava ouvir a voz de Jackson o quanto antes, eu precisava voltar a ver seus olhos negros que escondia tanto sentimento.

Após doze minutos de uma corrida contra o tempo, consigo facilmente estacionar em frente ao hospital devido a hora. Entro no hospital e vejo o relógio marcar duas da madrugada, sorrio para a recepcionista que já me conhecia e com um movimento com a cabeça me permitiu seguir pelo corredor, fazendo com que eu e ela ganhassemos olhares revoltados das pessoas que lá esperavam alguma permissão médica para visitarem seus enfermos queridos.

Avisto a mãe de Jackson de costas passando a mão pelo cabelo freneticamente, mania que o filho também tinha. Me aproximo da mulher e pouso minha mão sobre seu ombro, ela vira-se surpresa e um sorriso nasce em seus lábios assim que me vê.

"Como ele está?" pergunto observando pelo vidro Jackson conversando com o pai dentro do quarto, sinto meu coração acelerar  e no mesmo instante minha mão fica trêmula.

"Eu não sei. O pai dele achou melhor ele te ver primeiro e só depois eu falaria com ele." ela dá de ombros e eu assinto com a cabeça entendo os motivos que o homem tinha, ele só queria proteger o filho, ele queria adiar a reação que Jackson teria ao ver a mãe ali, do lado de fora era possível ver tudo o que acontecia dentro do quarto, mas a película posta no vidro, impossibilitava quem estava dentro de ver o que acontecia fora, uma forma de acomodar o paciente e deixar o local mais agradável. "Entra, ele pediu pra falar com você." Ela sorrio aperando meu braço como se estivesse transmitindo força. Assinto com a cabeça e dou dois toques na porta, antes de abrir a mesma. 

"Posso entrar?" falo educadamente observando ambos os homens me olharem, o mais velho rapidamente se levanta e caminha em minha direção passando por mim, antes de sair do quarto ele dá duas batidinhas em meu ombro e fecha a porta atrás de mim. Jackson abre o maior sorriso que eu já havia visto vindo de sua parte.

"Claro que pode" ele ri  fraco. Faço o mesmo e caminho até o garoto me sentando ao seu lado na cama, onde à poucos minutos seu pai estava. Aproximo meu rosto do dele e selo nossos lábios de uma forma calma, transmitindo toda a saudade e toda a necessidade que um tinha do outro. 

"Não era pra você está aí... Era pra eu estar aí. Aquele tiro era pra mim." Sussurro com meus lábios a poucos centímetros do dele, me afastando aos poucos. 

"Você já sofreu demais, Mark. Não merecia mais isso." o garoto leva uma de suas mãos ao meu rosto, seu braço estava repleto de fios que ligavam os soros injetados em suas veias, mas ele parecia não ligar. "Esquece o que passou, estamos bem agora, eu estou bem, muito melhor agora com você aqui." ele morde levemente meu lábio inferior me fazendo rir com seu comentário. "Eu li a sua carta, por um momento eu havia pensado que você me odiava, eu tinha decidido que iria te deixar em paz e foi o que eu fiz por um tempo, mas depois que eu li o que você escreveu... eu tenho mais coragem de fazer isso, de ignorar o que eu sinto por você, não sabendo que é recíproco." Ele sussurra acariciando meu rosto com seu polegar. Emocionado com o que ele havia dito, abraço seu tronco encostando meu rosto em seu peito evitando deixar o outro ver meus olhos marejados. "Então, Mark... Eu tomei coragem pra te fazer um pedido. Talvez, não seja aqui o lugar mais ideal, mas eu não aguento mais esperar. Mark Tuan, quer namorar comigo? Eu sei que eu sou chato e ignorante, arrogante e irritante também... Mas eu prometo que eu vou tentar ser o melhor namorado pra você." Me afasto rapidamente do maior encarando seu rosto com total surpresa, procuro algum vestígio que prove que aquilo seria apenas uma brincadeira, mas não acho nada. Ele realmente estava me pedindo em namoro, sorrio fraco, envergonhado, vendo Jackson arquear a sobrancelha a espera de uma resposta.

"Aceito! É claro que eu aceito." Falo alegremente passando meus braços envolta do seu pescoço, selo nossos lábios iniciando um beijo lento com calma. Após alguns segundos um gemido de dor é solto por Jackson o que me faz afastar rapidamente do garoto percebendo que estava apoiado em sua barriga. "Desculpa" Sorrio sem jeito.

"Não doeu." ele mente rindo em seguida. "É bom te ver assim" ele sussurra alto o suficiente para que eu ouvisse.

"Até que não é mal ser um assassino" falo no mesmo tom fazendo com que o mesmo gargalhe ainda mais.

"Jackson... Tem uma pessoa que quer muito falar com você... Mas você precisa ser paciente e compreensível com ela. Escuta ela, por favor." peço pegando sua mão e brincando com seus dedos. Observo o maior observar nossas mãos juntas e apenas assente com a cabeça parecendo confuso com a situação. Me afasto do garoto indo em direção a porta. 

"Pode entrar." falo após abrir a porta, a mãe de Jackson parece surpresa pela minha atitude, mas rapidamente assente com um movimento com a cabeça. Ela entra no quarto, observo Jackson que adquire uma expressão de susto quando vê a mulher. "Eu vou deixá-los a sós." 

"Não, Mark. Fica por favor" Escuto o pedido de Jackson assim que faço menção de deixar o cômodo, me viro em sua direção, lanço um olhar para a mulher que assente fracamente com a cabeça.  Caminho até o canto do quarto onde tinha um pequeno sofá, onde geralmente o pai de Jackson passava as noites, me sento no mesmo e observo os dois se encararem enquanto decidiam quem cederia primeiro.

"Jackson, eu sei-" a mulher começa, sendo interrompida pelo filho com uma risada sarcástica.

"Você não sabe de nada. O que você quer?  Apresentar a sua família perfeita? A sua filha e o seu marido? Quer mostrar mais uma vez que eles sim te fazem bem e que eu nunca fui nada pra você? Porque se for isso, pode ir embora. Eu já fiz questão da sua presença, mas hoje você não é mais nada pra mim, Zhou." Jackson falou com seriedade e desprezo enquanto a mulher mais velha apenas desviou o olhar do filho para o chão.

"Eu errei muito, Jackson. Eu sei disso, mas eu só te peço para me ouvir... Se mesmo depois de me ouvir, você continuar sem acreditar em mim, eu vou embora, eu sumo da sua vida. Apenas ouve." a mulher pede com a voz falha disfarçando um possível choro.

"Ok." Jackson fala sem nenhuma emoção.

"Jackson, quando eu fiquei grávida de você... Para mim foi um erro, porque eu não sabia como sustentar uma vida com você, eu não amava o seu pai e nossa relação não era nenhum pouco saudável, seu pai sempre foi um homem responsável, sempre teve uma meta e sempre se esforçou para obtê-la e eu? Era apenas uma adolescente querendo curtir a vida e que não sabia nem sustentar a si própria, imagine um filho? Eu sumi da sua vida e da do seu pai porque eu queria te dar uma condição de vida melhor e eu não queria ser um peso na vida do Wang, ele não me merecia, ele não merecia as minhas traições." ela faz uma pausa e encara o filho que não ousou desfiar o olhar da mulher, o olhar de Jackson era o tipo de olhar que ninguém gostaria de receber "Mas eu não sabia como estar longe de um filho é... Eu me sentia vazia todas as vezes que acordava e olhava para o lado e não vinha nenhum bebê que pudesse me chamar de mamãe, você era o meu primeiro pensamento ao acordar e o último ao dormir, todos os dias. Mas eu não podia voltar, eu não queria voltar, eu soube que seu pai tinha assumido a diretoria da escola em que você estudava, eu não queria ser o ruir dele novamente, não queria ser a sua má influência. Foi então que eu conheci o Robert e eu me apaixonei novamente, mas dessa vez eu sabia os meus limites e eu sabia os meus deveres, eu tinha aprendido e amadurecido e eu fiquei grávida da Sun Hee, eu aprendi a ser mãe e eu queria que você tivesse o mesmo amor que ela teve. Eu te procurei, mas eu não aguentei a pressão e as perguntas que você me fez eu não estava acostumada aquilo e foi por isso que falei aquelas coisas, Jackson. Eu agi sem pensar. Você é importante para mim, filho. Eu queria poder voltar no tempo e ter te dado o meu amor, ter te dado o meu carinho, mas eu sei que seu pai fez melhor do que teria sido comigo e é por isso que eu te peço apenas uma única chance, uma chance de fazer as coisas direito, de ser uma mãe para você." ela termina com os olhos molhados e a voz embargada, Jackson engole em seco e me lança um olhar indecifrável, mas logo volta a olhar para a mulher.

"Ok. Eu te dou uma segunda chance. eu imagino que para estar aqui no mínimo o meu pai te perdoou... Se ele foi capaz de fazer isso, quem sou eu para não fazê-lo? Eu só digo que é uma única chance e não pense que eu te perdoei, meu perdão você vai ter que conquistar e eu não vou te chamar de mamãe nem tão cedo porque se é pra fazer as coisas certas, eu quero que pelo menos seja algo sincero." Jackson fala dando de ombros, sua expressão era neutra, mas seu olhar tinha um excesso de confusão e insegurança impossível de conter. 



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