Londres city, Jace Herondale, domingo, 11 de fevereiro, 2018.
08:30 AM
-- E então... - Alec acelerou, ficando no mesmo passo que eu. - Qual o motivo dessa corrida em volta da casa pela manhã?
-- Achei que eu fosse o preguiçoso.
-- Só estou curioso.
Bufei.
-- Nada.
-- O seu nada se resume em uma má noite?
-- O que quer dizer?
Ele arqueou as sombrancelhas para mim.
-- É meio óbvio. - Disse ele. - Você e a Clary...
-- Não. - Completei virando no pequeno pomar. - Ainda, não.
Ele concordou com a cabeça.
Meu sonho veio à tona. Não só aquele, depois dele teve outros. Cada um mais vívido que o outro. Todo aquele desejo fez com que eu acordasse suando e mais duro que aço. Resisti a vontade de arrancar a roupa de Clary, ou começar a beijá-la até que acordasse.
Acelerei o passo.
-- Vamos... dar... uma... pausa. - Alec faz um gesto com as mãos para a entrada da casa. - Já demos... voltas na propriedade inteira... umas três vezes... - Ele bufou. - Isso tem até um próprio cemitério!
-- Tudo bem. - Parei e entrei na casa, Alec me seguiu, contente. - Preciso comer algo.
Poof. Trombei com alguém. Clary.
Ah, que bela ironia.
-- Bom dia. - Ela sorriu e olhou para os lados. - Estava tentando encontrar... - Ela me analisa. - Alguém.
Olha Alec ao meu lado, arqueando as sombrancelhas.
-- Por que estão... - Ela aponta seu indicador para nós. - Assim.
-- Exercício matinal. - Alec respirou fundo. - Estou morrendo de fome.
-- Acordei por isso.
Agora eu vi que Clary ainda continuava de pijama. Uma regata, e um short simples. Suspirei e fitei o fim do corredor. Uma sombra vinha de lá.
-- George? - O empregado acelera pelo corredor e acena com a cabeça.
-- Sim?
-- Café da manhã, por favor.
Ele assente e avança para a direção que veio.
-- Acho que vou tomar um banho enquanto isso. - Alec sorri para nós. - E vou acordar Izzy.
-- Ela está tomando banho também. - Clary sorriu.
Alec anunhiu e subiu as escadas.
-- Exercício matinal? - Ela me fitou com cara de deboche.
-- Sim. - Dei de ombros.
-- Parece que vocês fugiram na madrugada, e antes de voltar mergulharam na piscina.
-- E você parece que acabou de ser atropelada, por elefantes.
Ela revirou os olhos.
-- Ah, valeu.
-- Não disse que está feia.
-- Disse que eu estou amassada.
-- Se os elefantes te amaciaram, eu quero ser um elefante.
-- Eu disse "amassada".
-- Eu sei.
Ela riu balançando a cabeça.
-- Será que tem alguém acordado nessa casa?
-- Eu.
Nos viramos, vendo Imogen descer as escadas.
-- Oi. - Clary cumprimentou com um sorriso simpático.
-- Oi, vó.
-- Oi, queridos. - Ela sorriu quando chegou ao chão. - Como foi a noite?
Dolorosamente e deliciosamente dos sonhos. Sendo bem literal.
-- Boa. - Respodemos em coro.
Minha vó deu um sorriso malicioso.
-- Hum...
-- Ahn... - Clary olhou para mim, constrangida, deixei uma risada escapar.
-- A cama continua macia. - Disse e Clary arregalou os olhos para mim. E depois riu para minha vó.
-- Entendo. - Imogen continuou com seu sorriso.
-- Estou brincando. - Passei um braço pelos ombros de Clary. - Não é?
-- Claro que sim. - Ela disse rapidamente. - Eu disse que ele escolheu esperar.
Ah, se minha avó não estivesse presente... Clary ia ver minha espera.
Imogen riu.
-- Claro, claro. - Me lançou um olhar de cumplicidade. - Pode me acompanhar, meu querido.
-- Claro. - Tirei meu braço de cima de Clary e fui seguir minha vó. A mesma olhou firmemente para mim e depois para Clary.
Segurei o suspiro.
Rodei meus calcanhares e beijei o alto da cabeça da ruiva.
-- Já volto.
Clary aquiesceu.
-- Tudo bem.
Viro para minha vó. Seguimos pelo corredor. Ela claramente feliz e satisfeita. Viramos vários corredores, até entrar em uma sala muito conhecida por mim. A sala de música.
Engoli em seco.
-- Continua treinando? - Minha vó passou a mão envelhecida pelo piano. E depois levantou tampa do piano. Exibindo as teclas bracas e pretas. Se senta lateralmente no banco estofado do piano.
-- Teclado. - Dei de ombros. - Mas toco mais violão.
Ela sorriu.
-- Fico triste que não possa seguir com isso. - Disse ela. - Na verdade, poder você pode.
-- Vó...
-- Não quer fazer administração, não quer seguir com a empr...
Fiz um gesto, dispensando o resto da frase.
-- Já conversamos sobre isso. Tomei minha decisão.
Minha vó esticou as pernas enrugadas.
-- Mas não dará certo. Nada dá certo se não tem amor.
-- Amor? - Ri com deboche. - A senhora sabe que eu...
-- Não acredita em amor. - Ela conclui.
-- É.
Fez-se um silêncio constragedor.
-- Bom, - ela deu de ombros. - Só não se esqueça meu, filho... - Ela se pôs de pé, com ajuda da bengala. - Decisões tem consequência, indecisões mais ainda.
-- Mas eu...
-- Jace. - Ela olhou firmemente para mim. - Eu conheço você. Sei que não quer seguir com a empresa, então não siga!
Suspirei fundo.
-- Não é tão simples.
-- Não vai ter amor. - Me forcei a não revirar os olhos. Amava minha avó, mas seu assunto sbre amor me cansava. - E não há nada sem amor. Não há vida! Como se vive sem amor?
-- Eu acho oxigênio mais importante. - Dei de ombros.
Ela prensou os lábios rachados em uma linha fina, em sinônimo de repreensão.
-- E vó. Com todo respeito; mas o jeito como vivo minha vida, é problema meu.
-- Eu sei. - Ela suspirou. - Mas não está tomando o caminho mais sábio.
-- Não sou conhecido por ser culto.
Ela balançou a cabeça.
-- Em relação a sua vida. - Ela se levantou e colocou uma mão sobre meu peito. - Pense.
Respirei fundo.
-- Disse que nunca arranjaria uma namorada. - Minha vó sorriu com orgulho. - E nessa aposta, você perdeu para mim.
Oh, Droga.
-- Mas...
-- "Mas" nada. - Ela apertou os olhos. - Vai ver que estou certa.
-- O ego é de família. - Murmurei.
Ela bateu no meu tornozelo com a bengala.
-- Ai!
》《
Por Clary Fray;
14:05 PM
-- Não disse que o centro era perto? - Perguntei olhando pela janela do carro. Muitas lojas de grifes caras, restaurantes, carros, e pessoas.
-- Mulheres Herondale não andam. - Jace afundou no banco. - Não entendi porque tenho que ir junto.
-- E eu. - Alec falou timidamente.
-- Ora. - Céline gesticulou as mãos como se fosse óbvio. -- Para comprar ternos.
-- Ternos?! - Jace e Alec exclamaram juntos.
-- Sim. - Imogen sorriu para Isabelle. O que era possível graças a limusine da família de Jace. Tinha o total de seis bancos de couro branco. Três virados de frente para os outros três.
Jace estava na janela, eu estava ao seu lado e Alec na outra janela. Na minha frente estava Imogen, na frente de Jace estava Izzy e na frente de Alec, Céline.
-- Isabelle teve uma idéia genial! - Céline bateu uma palma. - Fazer um baile.
-- Um baile? - Perguntei franzindo o cenho.
-- É! No estilo de antigamente, com vestidos longos e bufantes. Roupas antigas e tudo mais. - Ela me olhou com expectativa. - Não é incrível?
Afundei no banco.
-- É sim. - Forcei um sorriso.
-- Claro que sim! - Isabelle se ajeitou. - E Imogen adora tudo sobre essa época, não é?
-- Sim. - Imogen anuiu. - E será ótimo para te apresentar a sociedade querida.
-- Oi?! - A exclamação veio de Jace. - Explique isso direito.
Céline revirou os olhos.
-- Ela é sua namorada. E todos tem que saber.
Jace se ajeitou no banco. Jogando meu tronco para frente. Ele passou a mão envolta da minha cintura, para que eu não caísse.
-- Ninguém tem que saber! - Ele rosnou sem soltar sua mão.
-- E por que? - A mãe dele o confrontou com o olhar.
Oh, Jesus. Ia conversar mais a respeito sobre Izzy e suas viagens. Estar "namorando" com Jace já era um risco a minha carreira, mas ninguém na faculdade saberia. Agora se eu fosse em um baile como sua namorada oficial, isso poderia até sair nos jornais! Ah, não! Desespero tomou conta do meu peito. -- Porque sou tímida. - Respondi. - Não gostaria de me expor...
-- Isso. - Jace concordou. - E também o namoro é recente.
Céline arqueou as sombrancelhas.
-- Ela ainda pode ir como sua amiga. Assim como Alexander e Isabelle.
Jace bufou se encostando no banco de volta. Me coloquei no meu lugar também. A mão dele agora se encotrava distraidamente na minha coxa nua. Seu toque me enviou sensações por todo o corpo.
-- Mas gostei da idéia do baile. - Imogen disse. - Então ainda vamos ter.
Colei meu rosto no pescoço dele e inspirei fundo. Depois expirei. Seu perfume era delicioso.
-- Ótimo. - Sussurrei para ele. - Terei que usar vestidos bufantes como uma duquesa, e você roupas de um marquês, quem diria?
Jace riu.
》《
Por Jace Herondale;
14:30
Após finalmente chegarmos as lojas, rodamos o centro. Meus pés doiam. Eu e Alec serviamos de cabide; carregavamos várias sacolas cheias de sapatos e outros acessórios para o "baile".
Eu ia ter uma conversinha com a Dona Isabelle. Ela não pod... Droga, ela planejou tudo aquilo. Trouxe Clary na viagem, deu a idéia dela se passar por minha namorada, enquanto Clary dormia no avião. E ela ainda deu a idéia de um baile "comemorando" meu "namoro" com Clary. Eu ia matá-la! Garotinha esperta!
Logo percebi que Clary não estava mais na minha vista, nem minha vó. Todos pararam em uma lanchonete ali perto. As duas continuavam desaparecidas. Medo tomou conta de mim, aonde raios estaria minha vó? E Clary? Ela era grandinha para cuidar das duas. Tentei me lembrar disso enquanto procurava em todas as lojas ao redor.
Quando finalmente ouvi vozes familiares consegui respirar fundo. Adentrei ainda mais a loja de vestidos olhando em volta. Fui até uma área que pareciam ser os provadores. Ao chegar lá suspirei de alívio ao ver minha vó com um vestido da cor de champanhe com algumas pedras cintilantes presas formando desenhos. Fui até ela e a segurei pelos ombros com delicadeza, conferindo se estava bem.
-- Querido? - Seu olhar era confuso e curioso.
-- Graças a Deus! Que susto. Nunca mais suma assim! Rodei todas as lojas e...
-- Jace?
Ouvi a uma voz curiosa me chamar. Virei para trás, vendo Clary com uma sombrancelha arqueada. Mais nisso não prestei muita atenção. Ela usava um vestido azul escuro, um pouco bufante na saia e com alças grossas caídas propositalmente nos ombros. A cintura fina dela me deu vontade de encaixar minhas mãos ali e...
-- O que faz aqui, querido? - Minha vó me impede de babar a tempo.
-- Eu deveria perguntar isso a vocês duas. - Virei para Imogen. Me impedindo de ficar fitando Clary até que seu vestido se dissipasse no ar.
-- Provando vestidos. - Imogen deu de ombros.
Respirei fundo.
-- Certo. - Disse. - Mas agora todos estão na lanchonete. E vocês devem estar com fome.
-- Um pouco. - Clary admitiu se colocando ao lado da minha vó com um objeto brilhante nas mãos.
-- O que é isso, querida? - Imogen perguntou enquanto Clary posicionava o que parecia uma coroa fina e delicada para noivas. Encaixando na cabeça da minha vó como se estivesse coroada.
-- Estou mostrando para senhora, que o que lhe disse é verdade. - Elas deram meia volta e viraram para o espelho. Via o reflexo das duas perfeitamente.
Clary estava sorrindo como uma criança travessa. Minha vó sorria também, mas parecia confusa.
-- Disse que a senhora é uma rainha a ser respeitada. - Clary se abaixou um pouco e colocou o rosto ao lado do da minha vó. - E uma rainha merece uma coroa e um vestido bonito. Por mais que nem todas as rainhas usem isso o tempo todo.
Os olhos da minha vó brilharam com lágrimas. Ela se virou e abraçou Clary, murmurando algo em italiano que provavelmente Clary não entendeu. E vi, lágrimas escorrerem pela bochecha envelhecida e com algumas rugas. Merda, eu queria chorar aquela altura. Meu peito encheu de orgulho e compaixão a Clary. Queria segurar seu rosto e beija-lá. Tudo que deixava minha vó feliz, eu gostava. E nesse momento eu gostava mais da Clary do que pretendia.
》 《
Por Clary Fray;
17:30 PM
Quando estavamos voltando, Imogen passou algo pelo meu pescoço, prendendo. Percebi que era o colar de pedra azul que ela sempre usava. Me virei confusa para ela dentro do carro. Ela estava sorrindo, apesar da chuvarada que estava lá fora.
-- Gostou? - Ela perguntou baixinho, enquanto os outros conversavam paralelamente.
-- Eu... senhora...
-- A senhora está no céu, querida.
Sorriu.
-- Muito bem, Dona Imogen, eu não posso aceitar...
-- Claro que pode. - Ela pegou minhas mãos. - Já aceitou.
-- Eu não...
-- Você merece. - Ela acariciou as costas das minha mão - Agora fique.
Meu sorriso se alargou e eu a abracei.
-- Obrigada.
-- De nada, querida.
》 《
Por Alec Lightwood;
17:40 PM
Finalmente, ao meio da chuva que caia com força fora do carro. E do murmurinho de todos conversando. Ganhei coragem e mandei uma mensagem para Magnus.
*Obrigado. A viagem foi muito boa.
E como está ai em NY? Tudo bem?*
Antes que me arrependesse e apagasse a mensagem ele me respondeu. Me impressionei com a velocidade.
*Estou melhor agora, após receber notícias suas. Aqui está bem sim. E como está Londres?*
Sorri comigo mesmo e respondi.
*Está chovendo muito.*
Logo Magnus respondeu. Quase ri alto.
*Oh, pelo anjo. Coloque um casaco!*
Continuei com o humor, esperando que ele gostasse.
*Tudo bem, vô*
Ele demorou cinco segundos a mais para responder. Me deixando em pânico por breves instantes, até que meu coração falhou ao ler a próxima mensagem.
*Se ser seu vô significa que eu me importo com você, pode me chamar de vô.
Se cuide, Alexander, tenho que ir. Cat não sabe terminar uma receita.*
Uma alegria idiota me invadiu.
*Tudo bem, se cuide também.
Nos falamos depois*
Minha resposta não foi um texto, mas foi eficiente para me deixar alegre o resto do dia.
*;) <3*
》 《
Por Jace Herondale;
17:57 PM
Quando chegamos em casa, a chuva tinha piorado, e o céu ficou escuro como a noite. Gostava da temperatura, do frio. Da chuva. Mas só quando eu estava em casa. Apenas de pensar que teria que correr com um guarda chuva da distância de onde guardavam os carros, até a entrada da casa, me fazia ter vontade me me acomodar e passar a noite no carro. Não estava a fim de me molhar. Odiava a sensação da roupa grudada no corpo.
Me virei para situar da conversa, Clary estava conversando com minha vó. Sorri comigo mesmo ao ver a cena. Elas pareciam se dar tão bem. Imogen tinha gostado tanto de Clary, por que eu não poderia gostar um pouco? Afinal, ela é minha melhor amiga. Fizemos um acordo para que seja assim, então tudo bem... certo?
O carro parou, estacionando. Rapidamente o motorista desceu com um guarda chuva enorme. Primeiro ele levou minha vó e minha mãe para casa. Depois Eu e Alec. Ao chegar lá meus sapatos estavam parcialmente molhados. Me dando agonia. Esperamos todos no hall as duas últimas convidadas, mas quem entrou foi apenas Izzy. Dando um tchauzinho para o motorista.
Alec perguntou;
-- E Clary?
Izzy mordeu o lábio vermelho.
-- Ela disse que perdeu algo. Que caiu uma coisa importante, e saiu correndo na chuva.
Praguejei.
-- O que será que caiu? - Minha mãe franziu o cenho.
O clarão de um raio atingiu as janelas, depois um clarão ensurdecedor.
As mulheres gritaram, e eu e Alec pulamos de susto.
-- Seja o que for que caiu, Clary vai ter que voltar se não quiser virar churrasco. - Minha vó agitou as mãos.
-- Eu vou. - Caminhei até as portas duplas da frente.
-- Mas... - Minha vó e Alec tentaram prostestar.
-- Ficaremos bem. - Prometo e saio dali. Em menos de quinze segundos estou completamente ensopado.
Praguejo apertando os olhos para ver onde Clary estava. Tudo estava muito escuro, parecia noite, a chuva e leve neblina que se formava não estava ajudando em nada. Vejo uma sombra pequena e trêmula longe. Só podia ser ela.
Corro até lá. Sentindo o peso das roupas enchacadas. Meu cabelo atrapalhava ainda mais a visão. Meus sapatos estava charfundando levemente na grama, que estava cedendo e virando lama. Quando cheguei mais perto pude ver com clareza. Clary tremendo e se abraçando, procurando algo no chão.
-- Clary! - Chamei. - Clary, espera!
Ela se virou. O azul de seus lábios me preocupou assim como os tremores dela. A chuva estava gelada e ventava muito.
-- Jace. - Sua voz estava fraca.
-- Temos que ir. - Disse ficando próximo o suficiente para sentir sua respiração trêmula. A água escorria pelo seu rosto como lágrimas.
-- Não posso! - Ela exclamou e olhou para o chão de novo.
-- E por que?!
-- Eu perdi. - Ela colocou a mão na garganta. - Deve ter soltado no caminho...
-- O que? - Perguntei segurando seus ombros. Forçando-a a olhar diretamente para mim.
-- O colar da sua vó. - Outro tremor sacudiu o corpo dela. - Ela me deu, e eu perdi.
-- Um colar? - Estremeci também. Estava começando a sentir frio. Muito frio. - Ela tem milhares.
-- Mas...
-- Mas nada. Eu não vou deixar você ficar procurando um pedaço de corrente até adoecer. - Ela assentiu. - Vamos para casa. Prometo que depois procuramos.
Ela mordeu o lábio inferior relutante. Mas quando eu a puxei em direção a casa ela cedeu. Correndo abaixo daquela chuva gélida comigo. Os raios distantes estavam me preocupando um pouco. Até que em um poste muito próximo de nós, o poste que dava energia a casa e a cada parte do terreno. Desceu um raio nele. O clarão fez Clary tropeçar e cair contra minha camisa. Abracei-a e a trouxe para perto quando um barulho ensurdecedor eclodiu. Ela gritou e eu a apertei mais junto de mim.
-- Tudo bem?
-- F-f-frio. - Ela gaguejou.
-- Vamos.
Peguei Clary pelo pulso e sai correndo de novo com ela em direção a casa, agora totalmente apagada. A energia devia ter acabado por causa do raio. Que graças a Deus não derrubou o poste. Quando estavamos quase lá, ouvi outro grito e senti um puxão para trás.
-- Clary?
Me virei e a vi caida com o salto de suas botas entre duas pedras que começavam a formar um calçamento.
-- Meu Deus. - Me abaixei ao lado dela. - Tudo bem?
-- M-meu... tornozelo. - Ela tremeu. - D-doi.
-- Consegue andar?
Ela tentou se levantar e gemeu fazendo uma careta.
-- Oh, droga. - Praguejei e coloquei uma mão nas costas dela, e a outra embaixo das coxas. - Se apoie em mim.
Ela obedeceu. Encolhendo no meu colo. Colou seu rosto no meu pescoço. Pela primeira vez vi Clary que não era independe, arrogante e cheia de orgulho. Sim a dependente, tremendo e cheia de frio. Quando ela tossiu e tremeu de novo acelerei o passo, finalmente chegando em casa. Empurrei a porta com o ombro e cheguei no hall. A porta fechou em um estrondo.
Isabelle, Alec e minha mãe estavam com a laterna do celular ligada. Minha vó e outros empregados estavam com lanternas na mão. Meu pai veio do corredor lateral.
-- O que está acontecendo? - Perguntou para nós.
-- Acabou a luz. - Distribui o peso nas pernas. - Clary começava a ficar pesada. - Por causa do raio que caiu em um poste.
-- Ela está bem? - Isabelle correu até mim e Clary.
-- Torceu o tornozelo. - Respondi por ela. - E está tremendo.
-- Oh, céus! - Minha vó exclamou. - Preparem a lareira do quarto deles, e levem cobertores e toalhas. Você - Ela se virou para a cozinheira. - Faça uma sopa. Andem!
Eu só vi minha vó preocupada assim quando eu havia ficado doente. O que foi poucas vezes. Mas orgulho tomou conta de mim. Nunca me orgulhei tanto de ser neto dela como agora. Logo um tremor passou pelo meu corpo. Percebi que era Clary.
-- Melhor subirem. - Alec disse. - Guiamos vocês até o quarto. - Disse pegando a mão de Izzy.
Confesso que subir as escadas encharcado com alguém no colo tremendo não foi legal. Muito menos fácil. Mas quando cheguei ao quarto Izzy ajeitou um cobertor, fazendo um tapete em frente a lareira já acesa. Fiquei levemente espantado com a agilidade dos empregados. Deitei Clary ali.
-- Consegue cuidar dos dois? - Perguntou Alec. - Vamos ajudar lá embaixo.
-- Consigo. - Afirmei para ele e para Izzy. Que ajudava a amiga e secar o cabelo.
-- Ótimo. Tome a sopa. - Isabelle apontou para o degrau de pedra polida da minha cama. Onde jazia um prato e um chá fumegante.
Alec e Izzy se retiraram do quarto. Deixando eu e Clary sozinhos com a iluminação amarelada e o criptar da lareira. Me sentei ao lado dela.
-- Vai piorar se ficar com a roupa molhada. - Ela assentiu. Quando levou as mãos a barra da camisa encharcada, vi a ponta de seus dedos azuis, assim como seus lábios. Ela tremia.
-- Vou te ajudar. - Falei sem alguma malícia. Iria ajudá-la mesmo. Estava começando a me preocupar com ela.
Clary anuniu e levantou os braços enquanto eu erguia sua camisa empapada e deixava no chão.
-- A s-saia... - Ela apontou o tornozelo. - N-Não consig-go...
-- Tudo bem.
Tentei não tirar proveito da situação enquanto fazia esforço para manter meu olhar ocupado nos botões da saia, e não nas coxas nuas dela. Que estavam pálidas. Quando minha mão roçou ali, senti sua pele fria. Não pude não me preocupar. Arranquei sua saia o mais rápido e coloquei uma colcha grossa sob suas costas, esperando que o calor do fogo e a coberta a aquecece, enquanto eu fazia o mesmo comigo.
Após estar só de samba canção, peguei o chá e dei para ela. Clary fechou os olhos quando tocou a xícara.
-- Está quente.
-- Bebe. Vai te melhorar. - Disse pegando uma coberta mais fina para mim.
Ela bebeu um gole e deixou o chá ao lado.
-- Obrigada. - Tentou sorrir. Mas seus lábios ainda tremiam.
-- Ainda está com frio?
Ela assentiu.
-- Vem cá. - Cheguei mais perto e a envolvi nos meus braços. Ela estava fria. Um arrepio percorreu minha espinha. Clary me abraçou mais forte. Deixei a colcha envolve-la também. Afinal ela estava com muito mais frio.
Suspirei e enterrei meu rosto no cabelo úmido dela. Esperando-a parar de tremer com o pouco calor. Quando ela se alinhou mais perto ao meu peito, senti uma fonte fraca de calor. Vi seus lábios que tinham parado de tremer e estavam rosados. Sorri comigo mesmo.
-- Está melhor?
-- Sim. - Disse ela. - Obrigada.
Assenti e me afastei um pouco, encarando o rosto dela.
Clary estava com os olhos verdes e vibrantes. O cabelo úmido e enroscado a dava um ar bonito, sensual. A colcha enrolada ao redor dela fazia parecer que tinha acabado de fazer sexo. Ela bebeu mais um gole do chá e se voltou para mim com os olhos curiosos. Suas bochechas estavam coradas, provavelmente por estar aquecida finalmente. Ela sorriu e arqueou uma sombrancelha.
-- O que foi?
-- O que? - Perguntei sendo arrastado dos meus pensamentos.
-- Que está me encarando. - Ela assoprou uma mecha úmida de teimosa que continuava em seu rosto. A deixando parecer mais nova do que era. - Algum problema?
_Além do meu fascínio petulante em você? Nenhum._
Me aproximei e aqueci seus lábios vom os meus. Clary entreabriu a boca, deixando minha língua encontrar a dela. Segurei-a mais perto, a colcha escapou das costas dela. Passei minhas mãos por suas costas, sentindo as mesmas nuas. Quando a pressionei contra mim e a sentei em meu colo senti seus seios contra meu peitoral. Tomei total consciência que ela estava sem sutiã. Aquilo fez desejo palpitar pelo meu corpo. Me ajeitei no lugar, seus seios se esfregaram em meu peito. Suspirei sentindo seus mamilos carentes me cutucarem. Peguei Clary pela nuca, virando sua cabeça levemente para o lado, deixando seu pescoço livre.
Beijei, chupei e me deliciei com o mesmo. Clary arfava. Levantei levemente meus joelhos, fazendo o busto de Clary subir e ficar da altura do meu rosto. Sorri ao ver seus seios pequenos, mas provocantes. Os mamilos rosados e tesos. Me aproximei para toma-los na boca quando Clary me chama e faz menção de dair do meu colo.
-- Jace...
-- Não.
Prendo-a em meu colo. Não deixando Clary protestar de novo.
Começo beijando a parte inferior e macia de seus peitos. Depois chupei um mamilo para dentro da minha boca, fazendo Clary arfar. O contornei com a língua, deixando o duro como pedra. Enquanto eu mesmo já estava do mesmo jeito lá embaixo. Juntei os dois seios dela e distribui beijos por eles. Clary levou as mãos ao meu cabelo quando comecei a chupa-los. Ela gemia baixinho.
Desci minhas mãos para a perna dela, deslizando pela curva interna da coxa até dentro da calcinha. Ela deu um pulo me soltando.
-- Jace. - Me alertou.
Levei minha boca ao seu pescoço e enfiei um dedo dentro de sua calcinha, procurando seu ponto inchado.
Ela arfou.
-- Jace, não.
Ignorei de novo quando encontrei a saliência sensível e inflada dela, tocando-o e fazendo circulos. Eu já a sentia molhada.
-- Não... - Ela gemeu.
Quando ia deslizar meu indicador para dentro ela pulou do meu colo. Se cobrindo.
-- Eu disse não. - Ela me olhou assustada.
E eu que estava espantado com sua ação. Franzi o cenho para ela. Que parecia uma lagarta fechada até o queixo com aquela colcha xadrez verde escura.
-- E por que não?
-- Porque... - Ela mordeu a boca. - Eu...
-- Não minta. - Bufei. - Porque sempre se esquiva? Porque Clary?
-- Eu...
-- Não invente!
Ela engoliu em seco.
-- Muito bem. - Me olhou decidida. - Se você quer a verdade vai ter a verdade.
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