"Selena Marie Gomez é um dos nomes mais fixados todos os fins de semana nesta delegacia"
Me encontro sentada em um lugar comum e conhecido muito bem por mim. A sala do delegado. Enquanto meu pai e seu advogado conversam com o delegado, continuo a pensar em toda a droga em que perdi hoje. Levanto-me do meu lugar, jogo o chiclete no cesto de lixo e saio da sala sem dar ouvidos ao meu pai. Ouço passos rápidos atrás de mim e em seguida sinto meu braço ser puxado bruscamente.
- Você passou dos limites, Selena. -Meu pai diz fazendo-me encará-lo.
- Você sempre diz isso, papai. -Digo irônica.
Sinto o formigamento rápido em meu rosto e levo a mão ao local em que meu pai acabará de dar um forte tapa.
- Essa foi a última vez. -Ele diz alterando o tom de voz.
- Tente manter a calma Ricardo, se não eu precisarei te algemar. -Delegado Willis diz afastando meu pai de mim.
- Amanhã mesmo eu irei cuidar dos papéis na clínica Hartford Medical Center. -Philippe diz e meu pai o encara.
- Philippe, faça isso o mais rápido possível. Não quero Selena circulando nas ruas dessa cidade nem um dia mais. -Meu pai diz me puxando para fora da delegacia.
- Se você pensa que eu vou mesmo para essa clínica você está muito enganado. -Digo enquanto ele me força a entrar no carro.
- É o que veremos. A delegacia de Dallas não te suporta mais, muito menos eu e sua mãe. Você tem sorte de Willis ser o meu amigo de infância e sempre livrar a filha dele do xadrez. -Me empurra para dentro do carro e fecha a porta.
Meu pai troca mais algumas palavras com Willis e Philippe, logo em seguida entra no carro seguindo o caminho de casa. Do caminho até a porta de casa foi um silêncio absoluto, bastou entrar em casa que os minutos de paz acabaram novamente. Deixo meus pais discutindo e subo as escadas correndo para o meu quarto. Pego o meu celular e vejo que não tem nenhuma mensagem de Taylor.
Vadia, você me deixou sozinha nessa novamente. A maioria da droga era sua. -Envio a mensagem e jogo o celular em cima da cama.
[...]
Acordo com batidas irritantes na porta do meu quarto e levanto da cama cambaleando. Abro a porta do quarto e encontro meu pai com dois policiais atrás de si.
- Você tem apenas vinte minutos para se arrumar. Você irá para a clínica, por bem ou por mal. -Diz ríspido e eu reviro os olhos.
- Eu te odeio tanto. -Digo próximo ao rosto dele. - Me esperem na sala, não irei me atrasar e nem fugir. -Digo com cinismo.
Fecho a porta na cara dos três e vou para o banheiro me arrumar. Eu realmente não posso tentar fugir, se não meu pai irá tentar algo pior que me mandar para uma clínica de reabilitação.
[...]
Coloco meu óculos escuro assim que desço do carro. Sigo o mesmo caminho que meu pai e Philippe, logo atrás de mim os dois policiais. Adentramos em um grande corredor e paramos ao encontrar com um rapaz jovem, aparentava ser um pouco mais velho que eu, pelo o que vejo em seu jaleco branco, o seu nome é "Ryan Butler".
- Justin está aguardando vocês no escritório dele. -Ele diz ao meu pai.
Ryan abre uma das várias portas do grande corredor e entra na sala junto com meu pai e Philippe. Fico com os dois policias no corredor e inquieta pela demora deles dentro daquela sala.
- Selena Marie Gomez? -A voz rouca ecoa no corredor e eu olho para trás encarando o homem, que acabara de pronunciar meu nome. - Sou o Justin Bieber e a partir de hoje você é minha paciente. -Ele diz sorrindo simpático.
- Pode apostar que não será por muito tempo. -Digo com cinismo. - Onde fica a merda do meu quarto? -Pergunto enquanto caminho e carrego minhas malas.
- Justin Bieber, você tem um longo trabalho pela frente. -Ouço meu pai dizer.
- Nada que eu não resolva. -Justin diz e eu o vejo apertar a mão de meu pai.
Todos dizem que a droga irá acabar me matando, mas quem disse que eu dou ouvidos? Eu não consigo parar, sou completamente dependente. A droga e o álcool são minha sobrevivência e nada será capaz de me curar, nada.
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