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História Tradições Não Mentem - Capítulo Único


Escrita por: AdamBolls

Notas do Autor


Meu primeiro especial de Natal fora de época e também um especial de noventa histórias um tanto atrasado que desenvolvi através de uma doação de ideias natalinas no Tumblr! Eu não sei se isso está bom, mas é resumidamente uma tentativa de comédia sem graça.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Infelizmente, o gerente da maior loja de cosméticos da Cidade S decidiu que colocaria dois funcionários para trabalhar na véspera de Natal. 

 

Josuke sempre foi ótimo quando o assunto era trabalhar em equipe, mas seus acessos súbitos de raiva eram considerados um problema. Rohan era um designer muitíssimo dedicado, sendo capaz de atrair multidões de consumidores; no entanto, sua personalidade cortante havia lhe proporcionado poucos amigos. Quando o artista fez uma crítica cruel ao comportamento de Josuke, uma discussão se iniciou num piscar de olhos.

 

"Como alguém com um penteado tão idiota faz parte do staff?", foi o que Rohan disse. Desde então, uma animosidade impressionante se instalou entre eles.

 

Todavia, nenhum deles poderia impedir o que estava por vir. O chefe havia sido claro ao destacar que, caso rejeitassem a ideia, deveriam reunir seus pertences e ir embora definitivamente.

 

"Você achou mesmo que eu seria como os outros e amaciaria seu ego só porque você é filho do chefe?" Kishibe riu de maneira sarcástica enquanto limpava o setor principal. "Eu não aceito nepotismo com tanta facilidade e eu não vou me dar bem com você só porque o senhor Joestar pediu para que eu fizesse isso."

 

Josuke revirou os olhos, puxando um tapete grande e verde que daria suporte à árvore — e que, relutantemente, Rohan escolheu.

 

"Pode reclamar o quanto quiser, Rohan. Meu pai não vai mudar de ideia, e apesar de depender da sua cooperação, sei que você é incapaz de agir civilizadamente."

 

Eles observaram os adereços espalhados no chão, em silêncio.

 

"Espero que seu espírito natalino não esteja morto, porque precisamos montar essa árvore até o final do expediente."

 

Rohan o encarou com uma expressão debochada.

 

"O expediente já acabou há muito tempo. Você é burro por natureza ou seu relógio barato quebrou?"

 

Josuke havia acabado de perceber que já estava de noite. Nesse ritmo, os dois terminariam tudo apenas de madrugada. Mentalmente, ele quis morrer ao pensar que passaria tanto tempo ao lado de Rohan.

 

"Ah, não... Talvez você não tenha aprendido a contar na escola. Pobre Josuke, quando aprenderá a ler os ponteiros?"

 

"Você pode calar a boca?" Higashikata vociferou, começando a abrir os galhos e ramos da árvore. "Me dá o pisca-pisca."

 

Era quase meia-noite no momento em que Rohan depositou a estrela no topo da árvore, sobre uma cadeira que ele se recusou a deixar Josuke segurar.

 

"Tem certeza que está tudo certo?", o analista questionou, sentindo-se exausto. 

 

Rohan parecia muito mais calmo naquele instante, começando a se acostumar com a presença do outro homem. Até mesmo suas sobrancelhas finas estavam relaxadas quando ele olhou para baixo e viu Josuke tremer por causa do frio. 

 

"Sei o que estou fazendo. Olhe só para essas fitas e enfeites deslumbrantes."

 

Os ombros de Higashikata subiram e desceram.

 

"É claro. A única coisa que pude fazer foi distribuir as guirlandas e iluminar os galpões."

 

E Josuke nem sequer sonhava em reclamar: afinal, havia arte fluindo pelo corpo de Rohan em vez de sangue, e isso era inegável.

 

"Precisamos embalar os presentes agora." Rohan desceu da cadeira, suspirando antes de se afastar e encarar a montanha inóspita de caixas.

 

Ele observou a árvore montada (ou melhor, sua obra de arte). Apenas um olhar bastou para revelar que até o Papai Noel estava orgulhoso. Enquanto isso, Josuke achou interessante como os olhos dele refletiam as luzes cintilantes e douradas da árvore. Parecia bonito e tal.

 

"Se eu ganhar meias de Natal de novo este ano, eu vou me demitir.”

 

Higashikata sorriu, tardando a acreditar que talvez Rohan não fosse sem graça em tempo integral.

 

"Deveríamos planejar um amigo secreto. Acho que gostariam dessa ideia."

 

Kishibe ponderou. Eles finalmente tinham concluído a decoração. Ao olhar para Higashikata a fim de comentar o próximo passo, notou que ele estava petrificado.

 

"O que foi?" Rohan cruzou os braços. Josuke guiou o olhar dele com seu dedo indicador.

 

Um visco pairava despretensiosamente acima de suas cabeças.

 

O mais jovem engoliu em seco, olhando para qualquer lugar que não fosse a estrutura confusa de seu suposto rival. 


"D-Duas pessoas devem se beijar ao passar sob um ramo de visco..." Ele tomou coragem, sentindo suas orelhas queimarem. "É uma tradição."

 

As coisas ficaram tensas repentinamente. Um clima constrangedor havia acabado de ser montado, causando borboletas imparáveis no estômago de Josuke. Ele nunca tinha pensado sobre isso.

 

Quer dizer, seria uma mentira se ele dissesse que os lábios avermelhados que o designer ostentou eram algo senão muito convidativos.

 

"Você achou que eu fiz isso de propósito?" A fala de Kishibe ecoou como uma risada no cômodo decorado, abaixo do visco.

 

Ah, não. Agora, Rohan tinha mais um argumento para jogar contra ele sempre que quisesse infernizá-lo e abusar de sua paciência.

 

Higashikata engasgou, procurando palavras para se explicar. 


"Eu-"

 

No entanto, o mais velho o interrompeu, cobrindo a boca de Josuke com sua mão direita antes mesmo que ele pudesse terminar. O artista se aproximou sorrateiramente de seus ouvidos, pondo-se na ponta dos pés ao sussurrar: 


"Eu fiz. Eu queria beijar você." E chegou mais perto, perfurando-o com seu olhar mais penetrante do que qualquer faca que o maior pudesse ter em sua cozinha. “Há muito tempo, a propósito."

 

Higashikata viu Rohan se aproximar de forma lenta, se apoiando em seus ombros. Quando o hálito do homem mais baixo tocou seu nariz e seus cílios bateram morosamente em suas bochechas, o jovem o afastou.

 

"R-Rohan, qual é o seu desejo de Natal?"

 

O designer piscou, suspirando ao massagear as têmporas e segurar o rosto do analista.

 

"Eu desejo que você cale a boca."

 

Rohan enrolou seus dedos nas madeixas de Josuke, e Josuke enroscou sua língua em torno dos lábios de Rohan. Ele acariciou seu abdômen sob a blusa, agarrando sua nuca; toda a tensão sexual reprimida sendo esvaziada através dos toques, tomando o dono de sua aspiração no carpete que ambos estiveram organizando minutos atrás.

 

Ocasionalmente, músicas natalinas de péssimo gosto tocaram na sala de estar do mais velho durante a véspera de Natal. A neve ainda congelava as janelas dos corredores e estufava as portas em seu quintal, porém, o evento havia sido mais do que um sucesso e, graças a isso, seu salário receberia muitos zeros suplementares a partir de então.

 

Ele passou seus olhos pela árvore bastante medíocre que repousava perto de sua lareira, nada realmente comparável ao trabalho que ele e Higashikata fizeram no escritório da empresa. Um presente à primeira vista anônimo tomou seu colo no fim da contagem e Rohan descobriu que Josuke não o tirou no amigo secreto, mas deu a ele um par de meias do Grinch.

 

"Estava esgotado em todos os lugares, então eu andei por toda a cidade atrás disso. Espero que possa valorizar meu esforço, pois ele parece demais com você!"

 

De seu querido inimigo,

— Higashikata Josuke


Notas Finais


O presente do Rohan (aka Grinch) foi algo assim:
https://galleryrock.vteximg.com.br/arquivos/ids/179911-1000-1000/meia-stance-grinch.jpg?v=636806789043800000

Muito obrigado por ler — e me desculpe pela qualidade duvidosa.


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