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História Tragédia - Quando se está em família


Escrita por: AlwaysEvil

Notas do Autor


Hello, hello!!! Demorei, eu sei. Desculpem o atraso, mas é que estava com dificuldades pra escrever, então não conseguia fazer isso.

Não sei se vcs viram, mas eu postei uma OS há algumas semanas. Irei deixar o link lá no final pra quem quiser.

Músicas: One Call Away e Heaven (Dominique). Link nas notas finais.

Sem revisão.

Aproveitem o último cap desse ano. Boa leitura, fadas!

Capítulo 20 - Quando se está em família


Fanfic / Fanfiction Tragédia - Quando se está em família

A sensação de bem-estar se tornara algo contínuo e prazeroso quando estavam na companhia um do outro, quando compartilhavam bons momentos juntos e criavam memórias afetivas de cada segundo vivido entre eles.

Deixavam as coisas transcorrer de forma natural, sem nenhum tipo de pressão ou cobrança. Eram levados pelo sentimento como se estivessem na superfície das águas do mar, onde as ondas se davam o trabalho de guiar e conduzir seus corpos, e o tempo... Este a cada instante lhes mostravam o que reservava para os dois, o que seriam dali por diante. Revelava que suas vidas estavam entrelaçadas uma na outra e que o elo que os ligavam jamais poderia ser rompido. Podia sim passar por transformações, mudar de cor ou forma, mas esse não poderia ser cortado. Pertenciam um ao outro, sentiam sem reservas ou receios, e nada seria capaz de mudar essa verdade. 

O companheirismo, o carinho e a compreensão marcavam presença no dia à dia do casal, marcavam presença em cada ato ou gesto revelado. Cuidavam-se, apoiavam-se, preocupavam-se com o bem do outro, queriam saber se o companheiro estava precisando de algo e faziam de tudo para sempre agradar aquele que tinha seu coração nas mãos. 

Sabiam se respeitar, sabiam respeitar o tempo e espaço que o parceiro dizia precisar e acima de tudo, sabiam confiar nas palavras que eram ditas e ouvidas, pois estas soavam sinceras aos seus ouvidos. 

Aos poucos, aprendiam a conviver juntos, o que acabou por se mostrar algo fácil já que estavam adorando ficar os finais de semana juntos.

Aos poucos a paixão ia dando lugar à um sentimento mais genuíno que transbordava e os inundavam por completo. Não estavam desperdiçando nenhuma das oportunidades de externarem todo sentimento crescente que carregavam dentro do peito. Demonstravam afeto, carinho, demonstravam alegria e também saudade quando não dava para se verem devido a algo que ocorrera durante a agitação do dia à dia.

Suspiros apaixonados eram dados. Sorrisos bobos acabara por encontar seu lugar na rotina de Regina e Robin, e a todo momento eram soltos entre eles. Seja lá quando estavam conversando por mensagens ou pessoalmente, sempre sorriam sem ao menos perceberem. Apenas sorriam. Mergulhavam sem medo no mar da paixão e eram embalados e guiados por ele. 

Seus olhares se entendiam como ninguém. Desvendavam o que o outro queria dizer sem que precisassem de palavras para isso. Conectavam-se de maneira rápida, como se seus mundos dependessem daquele simples contato para não chegar ao fim. As orbes castanhas, ao passar dos dias, adquiriria ainda mais brilho, ficava ainda mais iluminada e refletia a tão sonhada felicidade que ela tanto almejou encontrar durante anos. Ela estava conseguindo, Regina estava sendo feliz e não podia mais enxergar sua vida sem aquela sensação prazerosa de alegria que instalava-se em seu peito. Ansiava do fundo de seu âmago que as coisas fossem ainda melhores do que já estavam sendo no momento e se dependesse de Robin, seriam. Locksley achara que não haviam mais chances para o amor em sua vida. Achara que desperdiçou a oportunidade que teve tempos atrás, mas toda vez em que tinha a morena em seus braços, via todas as suas errôneas constatações caírem por terra pois havia sim uma chance para ele e ela estava bem ali diante de seus olhos, estava bem ali ao seu lado lhe cuidando e deixando ser cuidada por ele. 

Mills aprendia com o loiro como era estar em um relacionamento amoroso. Robin lhe demonstrava através de simples gestos como era estar com alguém, como era zelar e cuidar daquilo que vinham construindo, como era respeitar o espaço do outro e como tudo funcionava para que o namoro deles viesse dar certo e ela repetia os feitos dele. Até então, o que começou como algo totalmente fora de sua realidade, acabou por tomar um caminho do qual ela trilhava sem dúvidas ou arrependimentos. Estavam indo bem.

Algo dentro do loiro dizia que com ela as coisas seriam diferentes, que com Regina tudo daria certo e que se ela quisesse eles poderiam sim, ir muito mais além do que imaginavam ser capazes de ir. Desde que estivessem juntos, não importava para onde a vida os levariam.

Trocavam carícias inocentes e beijos gostosos e duradouros na diretoria do colégio. Esse era o primeiro dia de volta ao trabalho depois do acidente.

Locksley estava escorado na mesa de Regina e ela encontrava-se de frente para ele. Os braços firmes e fortes dele, prendiam-na num abraço enquanto as mãos da morena apertavam com certa força os seus músculos, devido a intensidade do beijo. Paravam somente quando o oxigênio tornava-se extremamente imprescindível para eles. Estavam naquela troca por alguns minutos, ora ou outra se fitavam com ternura para logo depois retomarem o contato.

"Rum-rum." - um pigarro ecoou por seus ouvidos os tirando da bolha que abrigavam-os.

No mesmo momento, a morena afastou sua boca da dele e por estar de costas para a pessoa não tinha como ver de quem se tratava, mas ela tinha noção, diria até certeza, de quem havia chegado.

"Apenas dando boas vindas." - fingindo que não haviam sido pegos, a voz do homem se fez presente e Mills apoiou sua testa no ombro dele já ruborizada pelo que o loiro acabara de dizer. A ruiva riu e revirou os olhos.

"Você é muito cara-de-pau, maninho." - disse ela ainda rindo.

"Bom dia, Zelena." - depois de respirar fundo, Regina se virou e cumprimentou sua chefe/cunhada.

"Bom dia, Regina. Como está?" - sorriu e perguntou se aproximando dela.

"Estou, bem obrigada." - se afastou um pouco do loiro.

"Fico feliz." - falou sincera - "Agora me dê um abraço e por Deus, não nos dê outro susto como esse." - dando um suspiro de alívio, ela pediu de braços abertos.

"Não darei." - sorriu indo abraça-la.

"Seja bem vinda outra vez." - disse entre o abraço.

"Obrigada. Não via a hora de poder voltar." - suspirou finalmente aliviada por poder retomar sua rotina.

"Confesso que também estava ansiosa, isso aqui já não é mais a mesma coisa sem você." - declarou mirando-a nos olhos.

"Nisso terei que concordar, realmente não é a mesma coisa." - Locksley se manifestou outra vez abraçando a namorada por trás, beijando sua bochecha.

"Deixa de ser safado que eu estou falando sério." - a morena riu com a fala da cunhada.

"Eu também estou, ruiva." - afirmou para a irmã - "Saiba que a senhorita fez muita falta e não fui só eu quem senti." - disse próximo ao ouvido de Regina, lhe causando um arrepio gostoso.

"Verdade, o pessoal estava perguntando quando iria voltar. Depois você vai lá falar com Granny, Archie e Leroy, eles foram os que mais perguntaram." - orientou Zelena.

"Pode deixar." - confirmou ela, sorrindo.

"Maninha, será que agora pode nos dar licença? Você acabou atrapalhando, sabe..." - com a cara mais lavada do mundo, o loiro proferiu as palavras de maneira sacana.

"Robin!" - Mills deu uma cotovelada nele que reclamou - "Desculpa Zel, é palhaçada dele. Não liga." - pediu nervosamente. Robin e sua mania de deixá-la sem jeito, seja quando ficava encarando-a sem nada dizer ou dizendo alguma graça perto de alguém, como era o caso agora.

"Não é brincadeira não, morena."

"Quieto."

"Não se preocupa que com esse aí que eu já estou acostumada." - começou a ruiva - "Mas ainda está valendo aquilo que disse sobre namoro em horário de expediente." - salientou.

"Sei que está." - assentiu Regina.

"Não digo por você, o problema aqui é ele." - apontou para o loiro.

"Mas não está no horário de trabalho." - Robin se defendeu.

"Não?" - indagou Zelena.

"Claro que não, ainda faltam três minutos e vinte e sete segundos pra começar." - disse fitando seu relógio de pulso - "Eu poderia estar aproveitando o tempo restante junto da minha morena fazendo você sabe o quê, só que senhorita está atrapalhando." - encarou os olhos azuis como os seus.

"Robin, tchau." - Regina já estava ficando vermelha outra vez.

"Babe, você tinha que está do meu lado e não me dando tchau." 

"Dessa vez você me pegou." - disse Zelena para Robin - "Mas se em três minutos você não estiver vazado daqui e Regina não entrar por aquela porta, eu proíbo a entrada do bonitão nessa diretoria e você minha querida cunhada, estará proíbida de ir lá em cima levar seja lá o que for." - ameaçou olhando de um para o outro.

"Atitudes extremas não serão necessárias." - Regina se apressou em dizer.

"Assim espero."

"Que maldade." - Robin se manifestou incrédulo. Sabia que a irmã realmente seria capaz de fazer isso.

"Alguém precisa colocar ordem aqui, não é mesmo?" - indagou piscando para ele - "Então tomem cuidado que eu estou de olho." - declarou por fim, entrando em sua sala, deixando-os à sós. 

"Você tem que parar com essa mania de ficar falando gracinha. Tem coisa que você diz que eu não sei onde é que vou enfiar minha cara de tanta vergonha." - ela se pôs na frente dele outra vez.

"Morena, é mais forte que eu. Não é minha intenção te deixar envergonhada, mas quando vou ver já disse..." - falou com um sorriso cínico estampado no rosto.

"Como você é sonso." - riu - "Eu mereço." - negou com a cabeça ainda rindo.

"Mas é claro que me merece, afinal, eu sou um excelente partido, mocinha." - disse com um ar presunçoso pairando sobre si, fazendo-a gargalhar. Amava o som de sua risada e por isso estava sempre fazendo com que ela se desmanchasse em risos.

"E a humildade, onde está?"

"Esqueci em casa, coitada." - debochou e Regina riu ainda mais - "Saí tão apressado pra te ver logo que acabei deixando-a em cima da cama. Só mais tarde agora."

"Ai Robin, só você mesmo." - falou rindo - "Agora vamos parar de ocupar a boca falando gracinhas e vamos ocupar fazendo outra coisa. O tempo está passando." - disse de maneira insinuativa enquanto enlaçava o pescoço dele com seus braços.

"Tem razão." - mordiscou o lábio inferior dela para logo depois invadir sua boca com a língua e transitar com ela por toda aquela extensão deliciosa e tentadora.

"Eu nunca vou me cansar disso." - confessou ela com a respiração levemente desregulada. Robin sorriu contra os lábios dela.

"Estarei te esperando no estacionamento às 12:30, nem um minuto à mais, nem um à menos." - fora a vez dele dizer.

"Para onde vamos?"

"Um restaurante, a comida é ótima. Acho que vai gostar." - seu indicador dobrado, alisouo rosto dela - "Sei que prefere ficar por aqui, mas quero muito te levar lá."

"Se tem comida boa, eu vou." - seu sorriso sapeca o fez gargalhar.

"Por isso que disse que a comida é boa. Te conheço, senhorita Mills."

"Sorte a minha então." - sorriu.

"Eu não quero, mas tenho que ir." - torceu a boca.

"Eu também." - suspirou - "Até logo."

"Até."

Despediram-se com vários selinhos e se afastaram já sentindo falta de seus corpos próximos e a saudade dando sinais de aparição dentro do peito.




☆-☆-☆




🎵 One Call Away - Charlie Puth🎵


Saindo da casa de sua mãe, o loiro tinha acabado de entrar no carro para ir ao apartamento de Regina, estava morrendo de saudades e queria fazer uma surpresa.

Seu celular começara tocar e por coincidência do destino, era ela.

Ligação on...

Robin: Fala, morena.

Regina: Ladrão, estou com fome.

Robin: Me ligou para me dizer que está com fome?

Riu da situação.

Regina: Foi você quem disse que se eu precisasse de alguma coisa era só te ligar. Preciso de comida.

Robin: Não quis fazer janta?

Regina: Tem pronta, mas eu não estou com fome de comida. Tô com fome de lanche.

Disse de maneira comum o fazendo rir.

Robin: E tem isso?

Regina: Claro que tem.

Robin: O que quer comer?

Regina: Vai trazer?

Robin: Se estou perguntando é porque vou, né sua cabeçuda?!

Regina: Tenha mais respeito por sua namorada, fazendo favor.

Fingiu falsa ofensa e ele riu.

Robin: Diz logo o que quer.

Regina: Cheeseburger!

Robin: Não sei nem porque perguntei.

Negou com a cabeça após ouvir o desejo dela. Era a coisa mais óbvia do mundo. Se deixasse era bem capaz de Regina se casar com um cheeseburger.

Regina: Quero um cheeseburger duplo... Huum... Ou melhor, quero um triplo. Uma Coca-Cola de 300ml... é... 300ml, não...

Ela dizia pensativa enquanto ele apenas ria do outro lado da linha.

Regina: Quem bebe uma coca de 300ml, bebe uma de 500ml, não é mesmo? Traz a de 500ml.

Robin: Acabou?

Regina: Não. Traz uma batatinha com bastante cheddar e bacon. Pode ser da pequena mesmo porque estou de dieta.

Finalizou fazendo-o cair na gargalhada.

Robin: Imagine se não estivesse.

Regina: Bom... se eu não estivesse, a batata seria grande, você teria que trazer um milkshake também grande e um sorvetinho com muita, mais muita calda. Huuuum, deu até água na boca. Traz sorvete também, ladrão.

Robin: Só isso tudo?

Debochou.

Regina: Só.

Robin: Okay, daqui a pouco estou aí.

Regina: Não demora.

Robin: Sim, senhora.

Ambos riram. Ele já não ia mais chegar de surpresa na casa dela.

Ligação off.

Ela estava deitada no sofá junto de Lola, esperando o loiro chegar. Já haviam passado alguns minutos desde se falaram pelo celular.

O soar da campainha tirou-a do tédio em que estava e a morena se levantou apressadamente. Quase que caiu.

"Graças aos Céus você chegou, já estava toda desfalecida no sofá." - disse assim que abriu a porta. Ela pegou o saco de papel da mão dele e retornou para onde estava, deixando-o na entrada.

"Trocado por um lanche." - disse ele entrando e fechando a porta. Lola correu até o loiro - "Hey, garota!" - fez um carinho nela com a mão livre. Depois de receber o afago, a cadela voltou a se entreter com seus brinquedos que estavam espalhados na sala.

"Me dá, me dá." - vendo que ele ainda segurava seu refrigerante, a morena o pediu.

"Faça bom proveito." - disse entregando-a. Parecia até criança vendo doce, pensou.

Sentando-se ao lado dela, o loiro pegou uma de suas batatas.

"Robin!" - reclamou.

"Calma, meu amor. Foi só uma." - levantou os braços em rendição.

"Pode comer, eu deixo." - se derreteu ao ouvi-lo chamá-la de amor e deu uma batata na boca dele - "Cadê o sorvete?" - perguntou após procurar e não encontrar.

"Estava falando sério? Pensei que fosse brincadeira."

"Desde quando eu brinco com coisa séria, Robin? Agora ficará me devendo."

"Posso pagar com beijo?" 

"Até pode, mas mesmo assim eu vou querer o sorvete." - sorriu mordendo o lábio.

"Uma parte eu pago agora e a outra depois."

"Fechado."

Colando seu lábio no dela, Locksley lhe beijou fazendo-a perder o fôlego.

"Pronto." - disse ele, vendo-a ofegante.

"Vou querer outros desse." 

"Não era você que já estava desfalecida no sofá por causa da fome?" - ergueu suas sobrancelhas, encarando-a de forma inquisidora.

"Vou querer outros depois, porque agora vou comer."

A morena saboreava seu lanche sob o olhar dele que a via comer com gosto. Ele achava incrível a forma que ela se alegrava com qualquer coisa ou gesto, mesmo que pequeno e por isso estava ali sempre pronto para agrada-la pois conseguia ver em seu olhar que ela realmente gostara. Dividiram somente as batatas e o refrigerante, pois Regina se negou até o último momento e por fim acabou comendo o cheeseburger sozinha.

"Estava uma delícia." - a morena se jogou no sofá assim que voltou da cozinha, onde se livrou do lixo. Ela se escorou no peito dele que estava recostado do encosto do móvel - "Obrigada, você é o máximo." - agradeceu sorrindo e beijou o queixo dele.

"Estou às ordens para o que precisar."

"Depois não reclame, hein." - alertou referindo-se à ela ter ligado para pedir lanche. O loiro riu - "Amor, e o Roland? Achei que ia trazer ele." - questionou observando sua mão que havia se entrelaçado à dele num encaixe perfeito.

"Repete." - pediu com um sorriso bobo marcando seus lábios.

"Roland, onde ele está?" 

"Não, repete tudo... Do mesmo jeito." - a princípio Regina ficara sem entender, mas relembrando o que dissera segundos atrás, ela conseguiu compreender o pedido.

"Amor..." - disse tímida. Mais uma vez eles selaram seus lábios num beijo lento e apaixonado - "Roland, ladrão. Você não deixou o menino em casa sozinho, não né?" 

"Claro que não, jamais faria isso. Ele ficou na minha mãe, eu estava lá antes de vim pra cá. Vic, comprou um jogo novo para eles e Ugarra não quis voltar pra casa, então deixei ele dormir lá."

"Ah, sim."

"Meu filho me trocou por um jogo e depois minha namorada me trocou por um lanche. Estou bem." - fingiu indignação e tristeza.

"Dramaaatico." - cantarolou rindo - "Se ele vai dormir lá, você bem que podia ficar aqui comigo, não é mesmo?" - indagou como quem não quer nada.

"Não sei se está merecendo minha companhia."

"Oi???" - ajeitando-se no sofá ela se sentou ficando de frente para ele com uma expressão incrédula no rosto.

"É brincadeira." - riu.

"Ah, sim. Fiquei até sem entender porque eu sou uma excelente companhia." - disse cheia de si. 

"Depois sou eu que me acho." - declarou ele rindo.


"Você e eu conseguimos ir para qualquer lugar. Por agora, podemos ficar aqui um pouco. Porque você sabe, quero ver seu sorriso. Não importa aonde vá, você sabe que não está sozinha."


Assuntos diversos e variados começaram à surgir e ambos iam emendando um no outro. Com Robin recostado no sofá e Regina com a cabeça apoiada no peito dele, eles observavam suas mãos unidas e seus polegares batalhavam em um brincadeira simples e divertida. A conversa seguia-se de forma natural e descontraída. Diziam seus gostos, preferências e coisas que menos gostavam de fazer durante o dia à dia. Trocavam informações entre si, compartilhavam aquilo que queriam compartilhar no momento e se divertiam com alguma história contada por ele. Os minutos iam passando sem que percebessem e continuavam ali, se conhecendo melhor e fortalecendo ainda mais o laço de carinho e afeto criado ao longo dos dias. Alguns beijos, recheados de sentimentos recíprocos, foram trocados entre uma palavra ou outra. 

"Morena, você não se incomoda com nossa diferença de idade? Não que eu me importe com isso, mas queria saber de você." - mais um assunto entrou na conversa deles. 

"Que diferença?"

"Bom, eu sou muito mais velho que você."

"Como sabe se nunca te disse minha idade?"

"Vi nos seus documentos que estão no colégio. Vinte e três aninhos..." 

"Às vezes eu esqueço que tudo lá tem que passar por você." - disse - "Nunca parei pra pensar nisso."

"Eu já e tenho um pouco de medo de me achar velho demais para você."

"Nossa." - riu - "Afinal, quantos anos você tem?" 

"Trinta e seis."

"Por Deus, Robin!" - exclamou rindo - "Do jeito que falou achei que diria uns cinquenta ou sessenta, sei lá." 

"Também não é pra tanto, morena."

"Confesso que achei que era menos, mas não vejo nenhum problema nisso. Você vê?"

"Nenhum."

"Então está tudo certo. A idade é o que menos importa." - sorriu inclinando o rosto para cima e deu um selinho nele.

Os dois estavam em silêncio, apenas trocando carinhos entre si. Regina queria saber um pouco mais sobre um determinado assunto, mas não sabia se devia ou não tocar nessa questão já que eles já não tinham mais nada. Só que algumas coisas lhe incomodavam e estava se roendo por dentro. Perguntar ou não? Pensava. 

"O que foi? Está inquieta, posso sentir." - desvendar os sentimentos dela não era uma tarefa árdua, Locksley já conhecia-a o suficiente para saber que tinha algo rondando sua mente.

"Não é nada..." - suspirou - "Bem, ao mesmo tempo que quero saber um pouco mais do que já sei, eu não quero. Entende?" - perguntou um pouco sem jeito.

"Sim." - ele tinha seus olhos fechados e sua mão que antes estava unida junto à dela, agora, estava em meios aos fios negros da morena e fazia um carinho terno em sua cabeça.

"Quando eu estava internada, você disse que se eu quisesse saber de algo era pra te perguntar e enfim..."

"O que quer saber?"

"Sobre você e Abigail." - disse um pouco receosa da reação dele.

"Eu e Abigail..." - suspirou pesado.

"Não precisa falar se não quiser."

"Não, está tudo bem." - falou encorajando-a à perguntar o que quisesse - "Pode perguntar."

"Ah, são coisas do tipo: como começou, quando começou, o que tinham ao certo, se gostava dela..." - a última frase causou-lhe um certo desconforto, mas sabia que não tinha o direito de resmungar caso a resposta fosse sim - "Coisas assim."

"Bom, vejamos..." - falou pensativo, tentando recordar-se de tudo - "Ela começou a trabalhar com Zelena. Na época minha assistente era uma jovem muito parecida com a Zel, até. Eu e Mérida nos dávamos bem, ela sempre foi competente só que de uma hora pra outra ela começou a pisar na bola. Chegava tarde, não comparecia nas reuniões, às vezes não cuidava de alguma papelada que eu pedia e o pior era que ela dizia que eu que havia mudado o horário de alguma reunião, cancelado algum pedido, confundia algumas coisas e etc... Mas eu não fazia nada disso, não sou louco, se tivesse feito me lembraria. Por fim eu acabei dispensando-a, pois invés de me ajudar, ela estava me atrapalhando. Foi aí que entrou Abigail." - contava sob o olhar atento e curioso de Regina que prestava atenção em cada palavra proferida por ele - "Como estávamos numa fase mais agitada, eu precisava de alguém que já conhecesse o trabalho, pois até treinar outra pessoa demoraria um pouco. Conversei com ela e resolvemos tudo para que ela ficasse comigo e não mais com Zelena. Começamos à trabalhar juntos e nos entendamos muito bem e... bom..." - coçou a nuca não sabendo como iria dizer o restante da frase."

"Continua." - pediu fitando-o.

"Bom... Ela é uma mulher bonita, inteligente, estava bem ali fazendo insinuações... Eu não tinha nenhum compromisso com ninguém, Abbie também não. Não tinha nada que me impedisse, então entrei na dela e começamos a nos envolver, assim como me envolvi com quem veio antes dela." - continuou contando de maneira detalhada - "A situação era cômoda para ambos os lados, nos satisfaziamos, enfim, digamos que unimos o útil ao agradável."

"Você gostou dela?"

"Sim e para falar a verdade, ainda gosto." - Regina ergueu ambas as sobrancelhas em surpresa e antes que pudesse tirar suas próprias conclusões, o loiro prosseguiu - "Não da maneira que está pensando. Gosto e admiro o relacionamento dela com os pais, gosto do jeito determinado dela, resumindo... Eu gosto da pessoa que ela é, mas é só isso. Sempre deixei claro a nossa real relação, nunca foi minha intenção iludi-la, lhe prometer algo do qual não poderia cumprir. Quando começamos a ficar foi por atração, ou sei lá, como disse: era cômodo para nós dois. Mas aí ela começou a querer algo que eu não podia dar, as coisas mudaram,ela estava sofrendo e não tinha mais sentido mantermos a relação."

"O que ela queria?"

"Um relacionamento de verdade."

"E você não?"

"Não, isso não era algo que eu quisesse. O que eu sentia por ela não era o suficiente para tal coisa."

"E o que mudou?" - perguntou recordando-se do que ele dissera.

"Você." - sorriu deixando suas covinhas marcarem presença em seu rosto - "Você apareceu e as coisas começaram à mudar, meus sentimentos voltaram-se para você e eu só queria te ter por perto, te agradar, ficar conversando contigo, enfim..."

"Por que comigo foi diferente?"

"Não sei explicar, só sei que foi e é diferente. É como se algo tivesse nos ligado desde quando vi seus olhos. Com você sinto a necessidade de cuida-la, protegê-la... Coisas que não sentia por Abbie e nenhuma outra antes dela. Com você as coisas são especiais!" - disse mirando-a nos olhos. A morena que antes tinha suas costas apoiada no peito dele, agora estava sentada defronte para o homem e sorria de forma singela - "Eu realmente te quero bem!" - suas palavras soaram veridicas.

"Eu também te quero muito bem e sinto o mesmo por você, Robin. Nunca ninguém despertou tanta coisa boa dentro de mim como você vem fazendo. Não sabe como sou grata por ter entrado na minha vida!" - declarou alisando a barba por fazer dele. 

Seus rostos se aproximaram e seus lábios selaram um beijo doce e delicado.

"Só não entendi o seu interesse nisso." - falou ele voltando à acariciar os cabelos dela que apoiou-se em seu peito outra vez - "Por acaso, Abigail fez ou disse algo?"

"Não." - respondeu prontamente - "Ela é super educada comigo, me trata bem até. Posso até soar ridícula, mas é que não gosto do jeito que ela te olha. Agora consigo entender um pouco o porquê." - disse baixo com a voz trazendo tons de timidez.

"E que jeito ela me olha?" 

"Como se a qualquer momento fosse pular em cima de você." - revelou revirando os olhos e o loiro começou rir - "Robin, eu não vejo graça nisso, estou falando sério. Não gosto e gosto muito menos quando ela fica toda se insinuando na cara dura." 

"Regina, está com ciúmes?" - perguntou ainda rindo. Estava se divertindo com o jeito que ela falava.

"Oras, ladrão. Deixe de besteira!" - se levantou depressa.

"Você não vai fugir, não." - se levantou segurando o braço dela com cuidado - "Confessa que está com ciúmes." 

"Não. Não vou confessar, porque não estou."

"Está sim, está escrito na sua testa." 

"Ah, Robin. Me deixa." - tentou se soltar dele.

"Negativo, mocinha." - suas mãos passaram à pousar na cintura dela, puxando-a mais para perto - "Está com ciúmes, não está?"

"Quer saber?" - perguntou olhando nas íris azuis dele - "Sim, eu estou com ciúmes." - confessou - "Ela fica o tempo todo te secando... É Robin pra cá, Robin pra lá." - revirou os olhos e cruzou os braços - "E eu não sei se você é muito lesado, ou se faz, porque não é possível que não tenha percebido que falta pouco ela se jogar em cima de você. Poxa, se ela sabe que estamos juntos pra quê isso?" - indagou chateada.

"Morena..." - disse de forma doce. Estava achando tão bonitinho Regina com os braços cruzados e cara emburrada - "Não precisa sentir ciúmes e não ligue pra Abbie. O que importa é que só tenho olhos pra você e nem Abigail, nem ninguém vai mudar isso." 

Colando sua palma no rosto dela, Locksley alisou sua bochecha e depositou uma série de selinhos por toda extensão do rosto feminino. Mesmo chateada, a morena sorriu e descruzou os braços, logo segurando nos dele. Eles se olharam e sorriram. Cada vez mais próximos estavam e mais uma vez seus lábios se tocaram e suas línguas iniciaram a dança já tão conhecida e ao mesmo tempo inédita à cada repetição.

O beijo seguia-se com certa rapidez, como se estivessem à décadas sem aquele contato. Se desprendendo da boca de Regina, o loiro passou a beijar seu queixo para logo depois iniciar uma série de beijos no pescoço dela. Inebriava-se com o cheiro cítrico que ela possuía.

Acomodando-se no sofá novamente, Mills estava deitada sobre o mesmo, enquanto o loiro estava sobre ela, sem soltar de fato seu peso. Beijavam-se com necessidade, queriam sentir mais o gosto da boca do outro. A mão esquerda dele fazia certa pressão na nuca dela, enquanto a direita pressionava de leve sua cintura. Mais uma vez o loiro trilhou beijos por toda extensão do pescoço de Regina que tombou a cabeça lhe dando mais acesso. Estava gostando de receber todos esses carinhos dele. Descendo um pouco mais, Locksley começou a dá atenção a clavícula de Mills. Ele encontra-se enlouquecido por ela. Ambos estavam ofegantes e aproveitavam o momento intenso.

"Robin, não. Para." - engolindo seco, ela pediu assim que ele afastou a alça de sua blusa, desnudando seu ombro para que pudesse beijar livremente.

"O que foi?" - perguntou sem entender. Achou que ela estava gostando.

"Nada, eu só não quero continuar." - revelou torcendo para que ele entendesse o que ela estava se referindo. Estava um pouco assustada.

"Okay." - havia entendido.

"Desculpa." - pediu sem jeito. Não queria decepciona-lo.

"Não precisa disso, babe. Está tudo bem." - tentando lhe passar tranquilidade, ele sorriu e disse afagando o rosto alvo - "Vem, vamos dormir que já está tarde." - levantando-se, o loiro estendeu a mão para ela que ainda estava deitava no sofá.

Regina nada disse, apenas sorriu em retribuição e segurou na mão dele. O casal foi em direção ao quarto e se ajeitando, logo pegaram no sono.




☆-☆-☆




"Morena pra quê tanto suspense?" - questionou ele seguindo-a até o quarto dela.

Alguns dias haviam se passado, o colégio já havia entrado em recesso devido às férias escolares e o casal, agora, passava todos os finais de semana juntos na companhia de Roland, Lola e tinha vezes que iam para a casa da família dele. Quando o loiro queria passar um momento à sós com ela, seja para passearem ou apenas passarem a noite em claro conversando, Martha estava sempre à disposição do filho para que pudesse ficar com o neto. O menino não reclamava ou questionava, gostava de dormir na casa da avó.

"Calma, ladrão." - pediu ela abrindo a porta de seu quarto e entrando com ele - "Esse é o primeiro. Daqui a pouco te dou o segundo." - disse parando em frente a cômoda de roupas e indicando à ele uma das gavetas.

Era domingo, dia 23 de dezembro. Regina havia o chamado dizendo que precisava falar com ele algo muito sério, mas na verdade era para que o loiro fosse ver e buscar seu presente de Natal, mesmo ele dizendo que não precisava.

"Se tivesse me avisado que me presentearia hoje, eu teria trago o seu." 

"Não tem problema. De acordo com a tradição, teria de ser amanhã, mas digamos que não sou muito de seguir tradições. Somente algumas, mas não todas." - falou rindo - "Pode abrir." - deu permissão.

Com toda curiosidade do mundo, Robin abriu a gaveta e a encarou com o cenho franzido, sem nada entender.

"Está vazia." - indagou ele olhando o fundo tentando encontrar algo.

"Sim, está." 

"Desculpa, morena. Não entendi." - coçou a nuca ainda mirando-a.

"Estou vendo que não." - riu - "Ela é sua."

"Minha?" - ela assentiu.

"Quero que traga suas coisas pra cá. Quero que tenha um espaço seu aqui em casa." 

"Assim eu posso ficar quando quiser." - concluiu entendendo o significado do presente.

"Exatamente." - sorriu - "Esse aqui é o segundo." - pegando uma caixinha de provençal, a morena o entregou.

Abrindo o pequeno objeto, Locksley encontrou uma chave dentro. Sorriu sabendo de onde era.

"É daqui?" - perguntou retóricamente. Ela acenou que sim.

"Te dou passe livre. Agora, poderá vir quando quiser, poderá entrar e sair a hora que quiser. Quero que veja minha casa como extensão da sua e que se sinta ainda mais à vontade aqui." - dizia de maneira calma e doce - "Não estou te entregando somente a chave do meu apartamento, te entrego a chave do meu coração e desse eu desejo demais que você só entre e não pense em sair jamais." - declarou fitando-o nas íris azuis que tanto adorava, deixando-o sem reação. 

"Você sabe como me surpreender, morena." - disse ainda boquiaberto - "De onde saiu e por que não apareceu antes?" - alisando o rosto dela, o loiro perguntou.

Com as testas unidas, azul e castanho miravam-se em silêncio. Conversavam entre si e diziam através de suas orbes as mais belas palavras. Palavras que vinham de seus corações, palavras que nem o melhor dos poetas podia se quer ter pensado em escrever. Seus narizes se roçaram, seus olhos se fecharam já sabendo o próximo passo e então, seus lábios se tocaram iniciando um beijo terno, sentindo a maciez dos lábios do outro contra os seus. As línguas se tocavam e começavam a vagar e explorar toda a extensão de ambas as bocas. Buscavam por dominância e não se importavam quem iria conseguir dominar, pois no final das contas, nenhum dos dois sairiam perdendo. Era uma batalha onde o sentimento verdadeiro vencia e prevalecia em meio às dores e dissabores da vida. Findaram o beijo com sorrisos reluzentes estampados em seus rostos.

"Não poderia receber presente melhor que esse." - falou o homem acolhendo-a em meio aos seus braços - "Amanhã mesmo quando vier te buscar trarei roupas para deixar aqui." - não foi capaz de esconder sua animação - "Posso?" - perguntou afastando-se um pouco para que pudesse olha-la.

"Quando quiser, Robin." - deu ênfase às suas palavras mostrando-o a chave.

O loiro deu um selinho nela e voltou a abraça-la com afeto. Regina fechou os olhos sentindo uma paz apoderar-se de si e respirou calmamente ouvindo as batidas lentas e ritmadas do coração dele.




☆-☆-☆




24 de Dezembro, Véspera de Natal!

Manhattan, a cidade novaiorquina, amanhecera mais agitada que de costume. As pessoas andavam com certa pressa em meio às extensas avenidas. Times Square? Parecia até um formigueiro humano. Todos corriam contra o tempo para poder comprar presentes para aqueles que amavam e que queriam bem. Mães, pais, filhos, maridos, esposas... Todos, sem exceção, enfrentavam filas em lojas de roupas, brinquedos, supermercados, confeitarias e todo e qualquer tipo de estabelecimento que pudesse fornecer coisas para que pudessem compor a tradicional Ceia Natalina. Andar no centro da cidade não era algo tão agradável no dia a dia e nessa época se tornava impossível. Os aeroportos estavam movimentados, pessoas entravam e saíam da cidade afim de estar perto da família e amigos. O trânsito encontrava-se engarrafado e as calçadas cheias, como em qualquer outro lugar naquela data.

O clima era frio e a neve cobria o chão formando uma imensa cobertura branca por todo canto. Crianças corriam de um lado para o outro em meio ao Central Park. Deitavam-se sobre o solo com seus pequenos corpinhos e movimentavam seus braços e pernas formando anjos na neve. Vislumbravam-se com as mais variadas decorações repletas de luzes piscantes e papais noéis.

Algumas pessoas não alegravam-se com a data, não comemoravam por se lembrarem de entes queridos que haviam perdido ao longo do ano, ou por se recordarem de coisas ruins, por não terem a vida que gostariam de ter ou por estarem triste devido a algo que lhe aconteceu e não encontrarem motivos para comemorar. Tinham esse direito, pois só elas sabiam o que se passava dentro de si e ninguém podia questiona-las ou julga-las por isso. Já outras pessoas, encontravam-se mais solidárias devido a época. Mesmo em meio ao caos que se encontrava a cidade, ajudavam-se, sorriam deixando o espírito natalino tomarem conta de si, eram gentis e desejavam coisas boas umas às outras.

Era Natal, a maioria estava em clima de Natal, em clima de festa.

Uma certa cobertura que abrigava uma certa família não muito normal, digamos assim, representava perfeitamente a correria no preparo dos alimentos e na arrumação para o jantar. O dia parecera ter voado de tão rápido que passou e logo anoiteceu.

Uma imensa árvore de Natal estava posta no centro da sala-de- estar. Meias natalinas enfeitavam a parte superior da lareira que mantinha suas chamas acesas deixando a temperatura do ambiente um pouco mais agradável e acolhedora. Pisca-piscas e guirlandas foram espalhados por toda extensão do apartamento, juntamente com bengalas doces, estrelas e bolas coloridas. Presentes foram colocados ao redor da árvore que tinha uma brilhante estrela dourada em seu topo. Na sala de jantar, a mesa estava farta de comidas e muitas guloseimas que as crianças gostavam.

"Eu não sei porque temos que nos arrumar para ficar dentro de casa." - disse Rose descendo as escadas. A loira trajava um vestido preto tubinho e em seus pés um salto na mesma cor da roupa.

"É pro papai Noel vê a gente bonito quando chegar." - falou Roland ajeitando a gola de sua camisa polo.

"Santa inocência!" - declarou Victoria. Ela vestia uma pantalona bege e uma blusa branca.

"Deixa ele pensar assim." - disse Martha olhando à sua volta para ver se tudo estava em ordem. Sorriu ao constatar que sim. Com uma saia corte fino e uma blusa solta, a matriarca esbanjava elegância.

"Seria bem mais fácil todo mundo usar um pijamão." - constatou a loira mais nova.

"Também acho." - concordou a mais velha.

"Henry o que você estava comendo?" - vendo a boca do filho suja, Zelena perguntou. Usando um vestido verde musgo que ia até a altura de sua panturrilha, a ruiva exibia toda sua beleza.

"Nada." - respondeu o menino limpando o rosto com o dorso da mão. Assim como Roland, ele usava tênis, calça jeans e blusa polo.

"Isso aí está com cara de caramelo e o que naquela mesa está cheio de caramelo?" - indagou Hades sentado no sofá.

"Pudim!" - acertou Arthur que estava ao lado dele.

"Eu não comi pudim." - negou o menino.

"Sossegue nesse sofá, antes que se suje todo." - instruiu Zelena.

"Mas Roland está brincando com a Lola, ele também vai se sujar."

"Não vou nada." - disse o pequeno encarando o primo com cara de poucos amigos.

"Ai!" - reclamou Robin assim que Martha lhe deu um tapa na mão quando ia pegar uma rabanada. Assim como os outros homens, ele usava calça jeans e blusão social dobrado até a altura do cotovelo. Só que diferente deles, a sua blusa na cor preta estava por fora da calça.

"Ainda não está na hora de comer." - disse a mais velha tampando novamente o doce - "Apenas as crianças podem comer antes da 0:00h." - relembrou à ele a tradição natalina.

"Então pode comer mais pudim?" - perguntou Henry olhando em direção à sobremesa.

"Ué, mas não tinha sido ele que não havia comido?" - questionou Gaston.

"Foi pego no pulo." - falou Rose, rindo.

"Não era pra mim, mamãe. Regina está com fome." - o loiro explicou seu quase roubo.

"Robin!" - a morena o mirou incrédula após ouvir tamanha mentira - "Eu não disse nada dona Martha, ele que falou que queria comer rabanada." - A família Locksley, em uma das idas da morena na casa deles, haviam em peso convidado-a para passar o Natal com eles. Martha não deixara espaço para que ela viesse negar e então Regina acabou aceitando. A morena estava usando um vestido azul, pouco justo, meia-calças preta, salto médio e um sobretudo preto que havia deixado na entrada da casa por não estar frio dentro do recinto.

"Eu sei que não tem nada a ver com isso. Conheço muito bem meus filhos." - disse encarando o loiro com os olhos semicerrados - "No natal do ano passado, Robin sumiu e quando apareceu tinha comido a travessa de rabanada sozinho." - contou ela.

"Zel se lembra muito bem disso." - alfinetou Rose.

"Ôh se lembra." - Victoria começou rir.

"Ah, nem me fale." - bufou a ruiva mais nova.

"Zelena quase saiu no tapa com ele porque ela também adora e não comeu nenhuma." - Martha continuou a história.

"Mãe, para de queimar meu filme." - pediu o loiro rindo.

"Você que não me apronte outra dessa bonitão, vai dá ruim pro seu lado." - Zelena o ameaçou.

"Prometo deixar um pedacinho pra você."

"Depois que parar lá embaixo não reclame." - lhe direcionou um olhar ameaçador.

"Então Roland teve a quem puxar." - constatou Regina.

"Amiga, aqui todo mundo é igual formiga pra doce. Vic é a rainha."

"Adoro uma Nutella." - disse a loira salivando.

"Nutella? Cadê?" - com os ouvidos atentos, Roland logo se animou ao ouvir o nome do chocolate.

"Você quer?" - Victoria perguntou e ele assentiu.

"Eu também quero." - Henry logo se manifestou.

"A titia dá. Querem mais o quê? É só falar com a tia Vic." - disse ela olhando de um sobrinho para o outro.

"Ela estraga as crianças." - suspirou Zelena.

"Por que a Tinker está de luto?" - implicou Robin observando a arrumação da irmã.

"Lá vem ele." - Gaston riu.

"Já estou preparada pro teu enterro caso Zelena te jogue lá embaixo."

"Começou." - falou Hades bebericando seu vinho.

"É, lá vamos nós outra vez." - disse Arthur se divertindo com a situação e as séries de implicância que ainda viriam ao longo da noite.




☆-☆-☆




Ainda faltavam alguns minutos para 0:00h. Todos estavam na sala sorrindo e jogando conversa fora enquanto aguardavam o momento de Ceiar, com exceção de Regina que se encontrava em um canto mais afastado.

Observando o céu através da parede de vidro, seu nariz estava vermelho e algumas lágrimas escapavam de seus olhos. Abraçava fortemente a única lembrança que podia tocar.

"O que faz aqui sozinha, morena?" - abraçando-a por trás, Robin perguntou apoiando seu queixo no ombro dela.

"Nada." - disse fungando. Torcia para que ele nada percebesse, mas acabou por torcer pouco.

"Está chorando?" - notando o tom melancólico presente em sua voz, o loiro virou-a para ele preocupado - "O que aconteceu?" - perguntou sentindo seu coração se apertar ao ver tristeza nas orbes castanhas.

"Não foi nada. Eu já estou bem." - forçou um sorriso.

"Nós sabemos que não está."

"Mas eu vou ficar, prometo." - falou sentindo sua voz embargar novamente.

Ao piscar lentamente, uma lágrima escorreu por sua face e o loiro a limpou. Sentiu o choro em sua garganta e não permitiu que ele saísse.

"Eu estou aqui." - mesmo sem saber o que estava acontecendo ele confortou-a com suas palavras. Tomou o rosto com traços finos por entre as mãos e beijou-a na testa.

"Sei que está." - conseguiu sorrir com sinceridade.

Abraçando-a, Locksley procurava conforta-la. Seja lá o que estivesse deixando-a triste naquele momento, ele estaria ali ao seu lado, pronto para dizer-lhe coisas que aqueceriam seu coração ou até mesmo ficar apenas em silêncio lhe fazendo companhia. Em meio ao abraço ela mantinha seus olhos fechados, sentia-os pinicar devido as lágrimas. Ao se afastarem um pouco, Regina desgrudou a fotografia que apertava contra o próprio peito, revelando-o a imagem da mesma.

Na foto, Regina estava mais nova e uma mulher mais velha abraçava-a por trás assim como ele havia feito minutos atrás. Era Cora e as duas sorriam largamente.

"Espere só um momento, já volto." - pediu ele entendendo do que se tratava. Acompanhando-o com o olhar, a morena o viu se aproximar da matriarca e cochichar algo no ouvido dela. A ruiva olhou em sua direção e sorriu, para logo depois assentir algo ao filho - "Vem comigo, vamos descer um pouco." - chamou-a e assim que colocaram seus agasalhos, deixaram a moradia.


🎵Heaven - Dominique Van Hulst 🎵


Caminhavam por entre as árvores do parque, em silêncio. A brisa gélida batia contra seus rostos quentes, causando-os arrepios. Seus passos eram lentos, assim como a respiração calma de ambos. Poucas pessoas estavam ali naquele lugar que muita das vezes fora testemunha das diversas lágrimas derramadas por Robin em momentos de angústia. Encontrara na natureza um refúgio. Perdia-se admirando a beleza da paisagem, das folhas, as cores das flores, o som dos pássaros cantando e assim esquecia-se de seus problemas e nada melhor que o parque naquele instante. Queria que Regina se sentisse mais próxima da natureza, queria que se conectasse com ela e inspirasse o ar puro da mesma. Queria que ela se sentisse em paz, queria que ela deixasse seus sentimentos vir a tona. Queria que o coração de sua morena sentisse um pouco mais de conforto naquele momento, queria que ali ela encontrasse um paraíso particular onde pudesse visitar todas as vezes que o mundo exterior parecesse cruel demais aos seus olhos, mas mal sabia ele que ela já havia encontrado seu paraíso. Encontrou-o no calor de seus braços e abraços.

Encontrando um banco vazio, ambos se sentaram. O braço esquerdo do homem passou por trás do pescoço dela, dando espaço para que a morena deitasse a cabeça em seu ombro. Mantinham-se em silêncio, apenas o som de suas respirações se faziam presentes. Locksley alisava o braço de Regina de cima para baixo e vice-versa. Sem perceber fazia carinho nela. Estava ali caso ela quisesse falar ou caso quisesse permanecer calada. Se falasse a escutaria e lhe diria coisas que a fizessem se sentir bem. Se ficasse muda, entenderia. Não importava a escolha dela, apenas queria que Regina soubesse que ele estava ali com ela e para ela.

"É minha mãe." - a voz dela quebrou o silêncio. Olhava fixamente para a fotografia em sua mão.

"Eu imaginei." - limitou-se a dizer.

"Sinto falta dela. Todos os dias." - começou a falar e o sentiupuxa-la mais para si - "Mas hoje pareceu aumentar ainda mais, acho que é por causa do dia. Nessa época todo mundo procura estar junto da família e ela era a única que eu tinha, ela era minha única família. Não teve um Natal que tenhamos ficado longe uma da outra, até que ela se foi e desde então só me restam as lembranças." - engoliu seco - "Eu passei o dia inteiro observando as pessoas se divertindo junto de seus entes queridos. Elas se abraçavam e sorriam. Confesso que senti inveja, queria estar no lugar delas." - disse amargurada, partindo em pedaços o coração do loiro.

"Como ela era?" - perguntou tentando fazê-la desabafar ao menos um pouco.

"Minha mãe?"

"Sim."

"Ela era linda, inteligente e super gente boa. Me conhecia como ninguém e tinha um sorriso mágico, capaz de mudar tudo. Toda vez que eu a olhava e ela sorria pra mim o mundo parecia não mais existir, éramos apenas nós duas. Ela era meu alicerce, minha força. Dona Cora foi a melhor mãe e amiga que eu pude ter." - um sorriso genuíno brotou em seus lábios - "Ela sempre fez de tudo para que eu ficasse bem, para me deixar feliz... Ela foi a mulher mais forte e guerreira que já conheci em toda minha vida. Pode até não acreditar, mas eu sinto falta até das broncas dela." - ambos riram - "Eram pro meu bem." - suspirou - "Ela me ensinou o certo e o errado, me ensinou a ter caráter, me ensinou a ser boa e sempre procurar ver o lado bom das coisas por mais ruins que elas fossem. Confesso que falhei um pouco nesse aspecto, mas venho tentando fazer isso. Ela também me ensinou a correr atrás daquilo que queria e jamais desistir. Bom... teve um momento que eu quase desisti, mas eu não podia fazer isso, não podia decepciona-la a tal ponto, não depois de tudo que ela fez por mim. Nós nos entendiamos muito bem. Com ela, aprendi o significado da palavra força e resistência. Ela foi uma pessoa resistente. Resistiu até o fim, resistiu até não poder mais. Ela resistiu por mim. Como disse, eu não podia ter tido mãe melhor."

Sentindo os olhos marejados, ela parou de falar por um momento. Robin se mantinha em silêncio apenas escutando-a. Regina agradecia mentalmente por ele estar ali ouvindo-a dizer aquelas coisas, ouvindo-a se esvaziar um pouco.

"Eu até tive uma família com pai, mãe e irmão, mas foi só por um tempo. No final, éramos só nós duas mesmo." - retornou a falar - "Um dia as coisas viraram de ponta cabeça e toda vida feliz que achávamos que tinhamos, não mais existia. Ela ficou doente, era câncer." - sentiu a necessidade de falar e por mais que remexer naquela parte da sua vida doesse, ela queria compartilhar com ele - "Tudo mudou a partir desse dia. Se antes já éramos unidas, ficamos ainda mais. Eu era tão nova e tive que amadurecer depressa. Então os papéis se inverteram e eu passei a cuidar dela. Comecei a acompanha-la nas consultas, procurei tirar todas as minhas dúvidas em relação a doença, sobre o tratamento, remédios... tudo mesmo. A luta contra a doença começou e eu me mantinha esperançosa em relação à cura, mas ela nunca veio." - fechando os olhos, ela negou com a cabeça e permitiu que suas lágrimas rolassem livremente por seu rosto - "A doença foi progredindo com o passar do tempo e eu não podia fazer nada para mudar isso, estava de mãos atadas. Eu só via. Via ela piorando a cada dia, via o sofrimento cada mais mais presente, via dor. Eu só via. Via e não podia fazer absolutamente NADA." - Robin pôde sentir o amargor em suas palavras - "Eu sempre fui uma pessoa crente, sempre cri que lá em cima existe um ser todo poderoso capaz de fazer coisas extraordinárias e eu costumava agradecê-lo pela vida que tinha, mas um dia eu deixei de agradecer, não tinha mais motivos para isso e então passei a apenas pedir. Talvez esse tenha sido meu erro." - constatou triste - "Passei a pedir pela cura, passei a pedir pela melhora dela, passei a implorar para que tudo voltasse a ser como era antes, mas nenhum dos meus pedidos foram atendidos. Então abandonei minha crença, deixei de acreditar que Ele me ouvia e passei a crer que estávamos abandonadas a própria sorte. As coisas foram piorando e eu fazia de tudo para que ela pudesse se sentir melhor. Cozinhava para ela, ajudava-a a tomar banho e se arrumar mesmo que não fosse sair de casa, ela sempre estava arrumada. Eu passava praticamente o dia inteiro ao seu lado. Conversávamos, assistíamos tv, riamos à beça, fazíamos qualquer coisas para esquecermos ao menos por um minuto, tudo o que estava acontecendo. Só que eu via em seu olhar tamanha dor, ela sofria tanto e se não fosse por mim, ela não teria lutado tanto para se manter viva. Muitas vezes eu desejei que ela não estivesse sã, muitas vezes desejei que sua lucidez fosse embora... eu sabia que era errado querer uma coisa dessas, mas pelo menos assim ela não teria consciência de que estava morrendo. Desejei também que ela não partisse, mesmo vendo o sofrimento dela, eu desejei. Sei que fui egoísta, mas ela era tudo o que eu tinha, não queria perdê-la, não aceitava perdê-la." - voltou a encarar a foto que havia se molhado um pouco pelas lágrimas que caíram sobre ela - "O dia que eu mais temia, chegou. Aquela noite havia sido uma das piores da minha vida e quando amanheceu as coisas estavam estranhas, era como se soubéssemos. Fizemos as mesmas coisas rotineiras e ela me disse que queria comer torta, então teria que sair para comprar os ingredientes. Antes de sair de casa para ir ao supermercado, ela me chamou e disse que me amava. Nos abraçamos com tanto carinho... A última lembrança que tenho dela viva, é dela sorrindo pra mim."

Regina não mais se preocupava em chorar, fazia isso sem reservas, deixava seu coração e mente serem inundados pelas lembranças de sua mãe, pelas lembranças delas juntas... Sentia saudades, como sentia, mas também sentia conforto. Confortava-se por saber que tinha feito o possível e o impossível por ela. Confortava-se por ter a consciência que jamais a abandonou, que esteve ao seu lado até o último momento, mas mesmo assim sentia saudades, nunca deixaria de sentir.

"Quando cheguei em casa, ela tinha partido e então fiquei perdida, minha vida não tinha mais sentido. Não sabia o que fazer, ainda não conseguia acreditar que ela realmente não estava mais ali. Veio o enterro tornando tudo real pra mim. Ela estava em paz, seu rosto estava em paz. Ela conseguiu descansar." - limpando o rosto, ela continuou falando - "Depois desse dia, muitas coisas aconteceram e eu queria ter forças pra continuar colocando pra fora, mas por ora isso é tudo que consigo." - lamentou. Havia chegado ao seu limite - "Meu Natal jamais foi o mesmo depois da morte dela. Eu fiquei sozinha, por mais que tivesse alguns amigos, eu fiquei sozinha. Eu sou sozinha e nesse dia onde todos estão celebrando junto daqueles que amam, eu só queria que ela estivesse aqui comigo para me abraçar e me dizer que tudo ficaria bem. Queria tê-la nem que fosse apenas por um segundo. Um segundinho só, onde eu pudesse matar ao menos um pouco da saudade. Daria tudo pra que fosse possível, mas não é." - não aguentando mais tamanho aperto, Regina se agarrou ainda mais ao loiro e chorou sendo acolhida por ele. Chorou nos braços daquele que estava trazendo mais vida para sua vida.

"Shiiiii." - com o rosto marcado pelas lágrimas que nem se dera conta de quando começara derramar, Robin sussurrou abraçando-a com força. Queria protegê-la de todo mal que o mundo pudesse lhe causar - "Você não está mais sozinha. Não, não está." - disse do fundo de sua alma - "Eu estou aqui." - beijando o topo da cabeça dela, o loiro dizia-a sentindo a respiração acelerada da mesma.

"Durante anos eu esperei por alguma coisa que chegasse e mudasse tudo trazendo felicidade para minha vida, então você apareceu." - recuperando-se do choro, a morena disse passando a encarar as íris celestes do loiro.

"Uma vez na vida você acha alguém que vai fazer seu mundo virar, que vai trazer novas sensações... Alguém que vai te colocar para cima quando você estiver se sentindo pra baixo. Você é esse alguém para mim, Regina. E nada vai mudar o que sentimos um pelo outro." - seus dedos passaram a toca-la no rosto, com carinho - "Quando a tenho em meus braços é muito difícil de acreditar que eu não esteja num paraíso. Então, não. Você não está sozinha, morena. Seja nos bons ou nos maus momentos, eu estarei lá por você. Tem muitas coisas que eu poderia te dizer neste momento, mas eu prefiro te abraçar. Prefiro deixar que meus sentimentos falem por mim e que seu coração se sinta melhor." - declarou ele encarando-a nos olhos.

Limpando o rosto alvo marcado pelas lágrimas, Locksley voltou a envolve-la em seus braços e em silêncio, os dois permaneceram abraçados por incontáveis minutos. Seus corações gritavam à plenos pulmões tudo o que sentiam um pelo outro. Agradeciam por terem um ao outro ali naquele instante. Robin estava contente por conhecer um pouco da história dela, mas também estava triste ao ver tudo o que ela passou e mais triste ainda por não poder arrancar toda aquela dor do peito de Regina.

"Você é tudo que eu quero." - sussurrou o homem alisando o cabelo dela - "Você é tudo que eu preciso." - eles continuavam abraçados - "E você não está sozinha, não vou te deixar sozinha." - disse em forma de prece - "Sua mãe deve estar orgulhosa da pessoa que se tornou."

"Você acha?" - buscou pela mirada dele.

"Eu tenho certeza." - olhando-a com intensidade, ele disse sincero - "Você também foi forte por ela, fez tudo o que podia fazer e jamais a abandonou. Sim, ela está orgulhosa da filha que tem e seja lá onde ela estiver agora, ela está bem. Sei que ela quer que você seja feliz, que fique bem também e que se alegre em dias como o de hoje. Recordar-se dela, sentir saudades... é inevitável, isso não vai mudar. Então se apegue as boas lembranças, pois elas irão te confortar, irão aplacar nem que seja um pouquinho a falta que sente e até mesmo te fazer sorrir toda vez que lembrar-se de sua mãe. Sei que pode fazer isso, não pode?"

"Posso." - sorriu.

"Feche seus olhos, relembre os melhores dias que tiveram e quando se sentir pronta para celebrar o Natal, abra-os novamente e permita-se sorrir." - pediu.

Fazendo aquilo que ele dissera, Regina fechou seus olhos e imagens com Cora vieram a sua mente. Recordou-se apenas dos bons momentos, como ele disse. Derramou algumas lágrimas, mas não de tristeza, em meio aos sorrisos que dera. Teve seu momento e quando se sentiu pronta para celebrar a magia daquele dia, abriu-os dando de cara com as orbes azuis penetrantes.

"Você é incrível, sabia?" - sorriu emocionada - "Obrigada por isso, obrigada me ouvir."

"Não tem o que agradecer. Faço o que for preciso para te ver bem."

"Mesmo assim, sou muito grata por tudo que fez e faz por mim." - sorriram.

Levantando-se do banco, Robin ficou de frente para ela que permaneceu sentada.

"Me deixa ser sua família à partir de agora?" - perguntou estendendo sua destra à ela - "Já é muito bem vinda na minha."

"Sim." - segurando na mão dele, Mills assentiu com os olhos cheios e um sorriso reluzente.

Frente à frente eles estavam. Seus olhares iluminados, sorriam exibindo tamanho brilho e esplendor. Acariciando o rosto ainda vermelho por conta do choro, Robin tocava-a com desvelo e sentia a pele macia na ponta de seus dedos. Suas miradas mantinham contato e no que dependesse deles, permaneceriam assim durante toda eternidade. Colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha dela, Locksley aproveitou para apoiar sua mão na nuca dela e acariciar a pele de seu pescoço. Ele se u ainda mais dela e seu nariz passou a vagar pela face de Regina que fechou os olhos procurando a apenas sentir o momento. Às mãos dela pousaram no peitoral sadio do loiro e ali permaneceram. Diminuindo a distância de seus lábios, ambos se roçaram com carinho. Logo, apenas o roçar de lábios se tornara pouco, necessitavam de mais, necessitavam sentir suas bocas unidas e suas línguas provando uma do sabor da outra. Então fizeram. Os lábios moviam-se sem pressa, apreciavam o gosto singular que o beijo tinha. Suas línguas tocavam-se com cuidar, com respeito e com afeto. Descobriam novos caminhos e refaziam os já conhecidos por eles. Executavam um gesto simples, mas ao mesmo tempo tão belo, pois através do beijo deixavam os sentimentos tomarem conta de seus seres e davam voz às asas da paixão. Davam voz ao amor que nascia em ambos os corações. Completamente apaixonados, estavam perdidos naquela troca que nem ao menos se deram conta que um novo dia havia se inciado à alguns segundos.

"FELIZ NATAL, CASAL!" - despertando-os do momento que mais parecera um sonho de tão bom que estava, ambos riram ainda contra a boca do outro, com o grito de um homem que ali passara.

"Feliz Natal, morena." - ele desejou fitando as orbes castanhas e logo em seguida depositou um beijo em sua testa.

"Feliz Natal, ladrão." - sorriu alegremente.

"Vamos celebrar com a nossa família?" - perguntou ele arrancando um sorriso ainda mais reluzente dos lábios dela.

"Vamos!" - sentindo seu coração se aquecer, eles se abraçaram e lado a lado começaram à caminhar para se encontrarem com os outros.

Naquela noite, Regina foi verdadeiramente feliz. Junto daquelas pessoas se sentiu amada e acolhida. Sorriu sem medo, recebeu e deu amor. Aquele Natal seria lembrado pra sempre em sua vida, pois ele marcava uma nova era, uma nova fase, uma nova Regina que agora não estava mais sozinha. Agora, ela tinha uma família. Podia até não ser uma família de sangue, mas isso era o de menos. Família não está somente relacionado aos laços sanguíneos, mas também aos laços do espírito, aos laços do coração. Agora, ela tinha pessoas ao seu lado. Agora, por mais que ainda não soubesse disso, ela tinha o grande amor de sua vida bem ali diante de seus olhos e apartir  daquele dia as coisas nunca mais seriam as mesmas.

Neste Natal, desejo a todos tudo de bom que a vida tem para oferecer. Peço que deixem que a magia deste dia iluminem os vossos corações e os encham de coisas boas. Peço também que procurem incessantemente motivos para sorrir, mesmo que não tenham razões para isso. Sei que muita das vezes às circunstâncias nos roubam sorrisos e acabamos ficando a mercê da tristeza e muita das vezes, da solidão. Não permita que a escuridão entre na sua vida, pois uma vez dentro, difícil será dela sair. Então lutem com todas as suas forças para serem pessoas felizes e realizadas. Está certo que ninguém é feliz o tempo todo, também não precisa ser. Todo mundo tem seus momentos, tem seus dias, sejam eles bons ou ruins. Se tiver algo para dizer, diga. Se sentir vontade de gritar, grite. Se sentir vontade de sorrir, sorria. Se sentir vontade de chorar, chore até não ter mais lágrimas para isso. Coloque pra fora tudo o que sente, seja esse sentimento bom ou não. Desabafe com alguém que confie ou desabafe em voz alta para você mesmo, mas apenas desabafe. Sei que você que está lendo isso agora, pode não ter motivos para comemorar esta data e tem direito de não o fazer. Apenas peço que se lembre do verdadeiro significado do Natal; NASCIMENTO. Nasça outra vez, deixe que uma nova criatura nasça dentro de você e que esse novo ser venha repleto de sonhos e determinação para realiza-los. Tenham fé que o hoje será melhor que o ontem e que o amanhã será muito melhor do que hoje, e se não for não tem problema. Corram atrás, batalhem para que no dia seguinte o sol volte a brilhar em sua vida. Encham-se de esperança já que sem ela nós não somos nada. Por mais difícil que seja de acreditar ou não, tenham esperanças de que o ano que está por vir será melhor do que esse que está chegando ao fim. Libertem-se de tudo aquilo que lhe fazem mal e lhe tragam dor. Não tenham medo, ele só atrapalha. Sejam fortes e corajosas. Sejam gentis e espalhem amor. Sejam maduras e encarem seus problemas como adultas, mas também sejam crianças. Sejam crianças e se alegrem com as pequenas coisas e pequenos gestos. Sejam luz ao invés de trevas. Sejam tudo aquilo que quiserem ser, sei que são capazes disto. Permitam-se sonhar, permitam-se sentir, permitam-se sorrir e chorar, permitam-se amar e ser amado. Permitam-se! Voem. Ultrapassem as as barreiras do impossível e façam coisas extraordinárias. Façam as pazes com quem está brigado, peçam perdão e não guardem rancor. Abrace a quem você ama. Abrace bem forte seus entes queridos e digam a eles o quanto os querem bem. Aproveite enquanto ainda estão aqui, pois infelizmente eles não são eternos e um dia restarão apenas lembranças. Então aproveitem ao máximo o tempo que estão tendo ao lado daqueles que amam para que depois não hajam arrependimentos e nem fiquem imaginando como seriam as coisas caso tivesse feito/dito isso ou aquilo. Quebrem a cara quantas vezes for necessário, mas concretizem seus sonhos. A vida não vai facilitar as coisas para você, portanto para de choramingar, ergua sua cabeça e se levante de todas as rasteiras que ela te deu e ainda vai te dar ao longo de sua trajetória. Por fim, vivam. Vivam intensamente tudo que têm para viver. Não desistam de suas vidas, pois elas valem muito e o mundo não será mais o mesmo sem você nele. Se amem acima de tudo e não permitam que ninguém dêem menos do que vocês mereçam. Desejo de coração que consigam de tudo e mais um pouco e que sejam muito felizes!!

Feliz Natal, meus anjos.

Com amor, Carol!


☆-☆-☆


Notas Finais


Músicas:
One Call Away:
https://youtu.be/RPYumdhRMkU

Heaven:
https://youtu.be/qZ7JIrvUF1E

OneShot - Outra Chance: https://www.spiritfanfiction.com/historia/outra-chance-14986118

Twitter: @starparrillax e @_tragedia

Como não volto antes do fim do ano, Feliz Ano novo galerinha.
Beijos de luz amores, até qualquer dia! ✨


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