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História Traída ( Kim Taehyung ) - Um


Escrita por: birdgirl

Capítulo 2 - Um


 

Eu seguia lentamente para meu trabalho, fazendo a costumeira rota das três ruas e virar a direita na cafeteria Holly’s do lado da conveniência Papyrus Store. Passar por aquele lugar me dava uma sensação de nostalgia; e eu não lembrava o porquê até ontem à noite.

Fora o lugar que eu conhecera o Kim. Gozado eu ter conseguido esquecer daquilo, já que foi tão importante para mim. Pensar nele era algo que eu não fazia constantemente, eu tentava me manter ocupada o tempo todo, assim desacostumando minha mente a filosofar sobre minha vida e consequentemente pensar nele novamente.

- Já faz tanto tempo. – Murmurei para mim enquanto virava a esquina. – Ah, tanto faz.

Era verdade, já fazia muito tempo desde que tudo aconteceu. Eu já havia me acostumado ao que minha mente de quatro anos atrás não acreditava que era possível e minha vida seguia em um ritmo agradável; eu não poderia deixar de estar mais tranquila em relação a tudo.

Infelizmente, Taehyung tinha costurado uma marca muito forte no meu coração e alguma vezes eu acabava lembrando uma vez ou outra dele, mas com um pouco de esforço, tudo não passava de uma pequena onda em um mar turbulento.

Meu celular começou a tocar quando passei em frente ao meu antigo prédio.

- Aily, você já está vindo para o serviço? – Era minha superior e melhor amiga, Chae-Rin, com uma voz estranhamente cansada.

- Estou. Por quê? – Coloquei o celular no viva-voz e o larguei no banco do passageiro. .

- Poderia comprar café da manhã pra todo mundo? – Chae perguntou e eu fiz uma careta. – Eu esqueci totalmente.

- Claro, sem problemas. – Respondi, sem retirar os olhos da rua. – Vão querer o de sempre?

- O de sempre. – Ela pareceu aliviada. – Obrigada, querida.

Aquilo significava três caixas de donuts variados da conveniência e doze cafés expresso da Holly’s; minha cafeteria preferida em Daegu.

Mudei todo o percurso e voltei para pegar as rosquinhas.

- Bem que estranhei a Chae-rin não ter passado aqui mais cedo. – Disse o dono, que já conhecia metade da central por fazer os melhores donuts da cidade. – Sexta-feira é dia sagrado para vocês, não é?

- Sexta-feira sem os donuts do Jiyong não é sexta-feira que se dê respeito. – Respondi, arrancando uma risada do homem enquanto ele me ajudava a colocar as caixas no meu carro.

Durante o percurso, meus olhos foram atraídos para uma pequena placa perto de onde estacionei. Nada nela era muito interessante, mas sim o que estava acima de si. Um inseto relativamente grande e altamente chamativo; uma borboleta azul anil, batendo sutilmente suas asas.

Jiyong não pareceu nota-la e continuou andando até meu carro. Eu parei por um momento, buscando em minhas memórias a resposta do porque eu achava aquele inseto tão familiar.  

Acabei me lembrando ocasionalmente. Uma delas havia entrado pela minha varanda no dia em que eu descobri a traição e eu nunca mais havia visto uma desde então.

Minha mente se grudou naquilo durante minha ida até a Holly’s, o que desembaraçou outra lembrança importante para mim.

- Ei, moça, posso perguntar de que é seu café? – Senti um leve toque no meu ombro e me virei para um garoto de cabelos roxos claros. Ele sorriu torto e apontou para meu copo.

- É um caramelo médio com dupla canela e duplo chantili – Eu sorri para ele, tentando fazer meu coreano soar melhor do que já fora antes. Fazia pouco tempo em que eu havia chegado na Coreia e ainda não me sentia totalmente confortável com minha fala, mas eu tentava meu melhor. – É uma delícia, você deveria provar.

Ele assentiu e provavelmente pelo cheiro que meu café emanava, resolveu fazer o que eu dizia.

- Licença, eu quero um desse aqui. – Ele apontou para meu café e se sentou ao balcão também. – Igualzinho ao dela.

- Obrigado. – Disse para mim, dessa vez. Eu acenei com a cabeça e voltei a ler meu mangá.

Menos de cinco minutos depois, o sujeito voltou a falar comigo.

- É Shingeki no Kyojin?  – Perguntou. – Eu adoro.

- Eu adoraria mais se o autor não matasse literalmente todos os personagens que eu gosto. – Eu respondi, dando uma bebericada no meu café e assistindo o garçom entregar o do garoto exatamente igual.

Ele voltou com o assunto e a gente discutiu mais sobre o mangá. No começo, acabei ficando receosa em começar a conversar de verdade com um coreano, mas a forma como aquele garoto não parecia se importar com minha linguagem ainda meio travada e demonstrava cada vez mais interesse na pauta, conseguiu me deixar confortável.

- Desculpe, você não é daqui, né? – Ele perguntou com um sorriso quando o assunto acabou. – Seu coreano é diferente.

- Não. – Dei de ombros e murchei um pouco minha expressão. -  Desculpe se não deu para entender algumas coisas.

- Não, não, você falou perfeitamente. – Ele me encarou, sério e acrescentou rapidamente. – Desculpe soar tão estranho, eu só estava curioso. – Quando o garoto percebeu meu sorriso voltando, acabou retribuindo e perguntando mais uma coisa. – Qual seu nome?

- Alysson – Respondi. –  Mas gosto que me chamem de Aily.

- Alysson? Meu Deus, acho que nem consigo escrever isso.

- É fácil. – Eu ri e abri minha bolsa. Procurei meu bloquinho, o que estava usando para anotar palavras novas e que tinha as folhas bonitinhas, e escrevi em hangul meu nome para ele. – Tome, é assim.

● 

Entrei na cafeteria já cheia, por conta do horário. As pessoas de Daegu não curtiam acordar de verdade sem antes um café ou um leite com chocolate. O cheiro continuava o mesmo: pães de queijo e capuchino misturados com a aparência rústica do local, era realmente um ótimo estabelecimento.

Fui a bancada e pedi os cafés, assistindo com diversão a expressão curiosa que os atendentes sempre faziam quando escutavam meu pedido.

Uma sensação de nostalgia me tomou naquele momento, me fazendo lembrar de quando eu passava dez minutos treinando meu coreano para poder pedir alguma coisa aqui, para não passar vergonha; agora, ninguém nem notava meu coreano aprendido.

Uma pequena garçonete me atendeu e logo anotou os pedidos.

- E um caramelo médio com dupla canela e duplo chantili – Acrescentei de última hora, com a boca cheia de água por lembrar do delicioso sabor daquela bebida. – Por favor.

- Já estão saindo. Se a senhora já quiser pagar. – Ela me entregou o papel com a conta e apontou com a cabeça para um balcão ao lado de uma janela grande. – O caixa fica ali.

- Obrigada. – Fui em direção ao caixa e esperei na fila.

- Próximo!

Dei um passo para frente, ainda sem olhar para frente, e senti uma dor no meu nariz. Eu acabei batendo de cara nas costas de alguém que havia acabado de ser atendido.

- Ai! Me desculpe. – Eu me curvei, altamente envergonhada, antes de ver a pessoa no qual eu havia esbarrado.

Quando eu levantei o olhar, minhas mãos suaram, e minha barriga doeu. Minha visão turvou fazendo com que o ambiente se tornasse apenas um borrão, e o homem fosse o único foco. Kim Taehyung.

Parecia que todas as lembranças e momentos tivessem caído em cima de mim, esmagando meu corpo com toda a força.

Ele estava mais alto, sua pele continuava levemente caramelo, o cabelo agora era marrom e não tão bagunçado como antes. Taehyung piscou algumas vezes, como se não estivesse tão surpreso por me ver.

As pessoas passaram na minha frente na fila, mas aquilo não importava. Ele estendeu sua mão como se fosse tocar meu rosto, mas recuou e então vi algo incomum em sua mão. Uma aliança brilhava em seu anelar direito.

E tudo se desmoronou como uma casa feita de cartas.

- Tae? – Uma voz feminina cortou o momento. De cara reconheci a dona; Min-Ki. – O que está fazendo?

Ele não respondeu, apenas continuou me fitando, com um olhar vazio, triste.

Era ele mesmo?

- Desculpe. – Eu curvei-me mais uma vez. – Eu esbarrei nele sem querer.

- Tudo bem. – Min-Ki sorriu falsamente para mim. Era óbvio que me reconhecia. – Vamos, amor.

Taehyung se virou para ela e depois para mim, com uma expressão confusa no rosto bonito como o céu daquela manhã.

- Papai? – Uma menina de uns quatro anos agarrou-se as pernas dele. – Vamos, eu quero ir para casa.

Papai?

- Já estou indo, querida, espera só o papai terminar aqui.

Era aquilo mesmo?

- Resolver o que, amor? – Min-Ki disse, em um tom manhoso e que causou ânsia em mim. – Vamos logo.

- Me deixe só cumprimentá-la. – Taehyung respondeu, aborrecido.

- Está tudo bem, pode ir. – Eu sorri, cravando as unhas na minha palma. – Desculpe mais uma vez.

Pode ir? 

- Está vendo? Ela disse que podemos ir. – A mulher o puxou pelo braço e Taehyung revirou os olhos. – Vamos logo.

- Moça. – A garotinha se aproximou de mim e tocou minha coxa. – Por favor, o papai já pode ir? Estamos com pressa.

- Ah, claro que pode. – Eu me abaixei levemente e afaguei seus cabelos castanhos, como o do pai. – Você é bem-educada para uma garotinha da sua idade, sabia?

Que sorte sua mãe teve.

- Eu entendi a indireta para a sua informação. – Respondeu a mulher, soando ríspida.

- Não foi uma indireta, eu apenas elogiei sua filha. – Devolvi a resposta com um tom indiferente, observando aquilo ter o efeito desejado em Min-Ki. Eu sorri vitoriosa por dentro.

- Exatamente, minha filha, não sua. - Ela parecia prestes a explodir, o que me deixou um ainda mais contente.

Infelizmente seu pai não teve tanta. 

A menininha sorriu orgulhosa e voltou para o pai, pegando em sua mão.

- Vamos, papai?

- Vamos. – Ele levantou o olhar para mim e um sorriso triste brotou em seus lábios. – Bom te ver, Alysson.

Acenei para eles e fui para o caixa. Chegando lá, entreguei minha notinha junto com o dinheiro. Enquanto a mulher contava as cédulas, olhei novamente para a janela. Agora eles estavam entrando no carro, bem quase. Tae estava girando a filha no ar enquanto sua mulher ria compulsivamente com aquilo.

Aquela era a vida que eu tinha certeza que seria a minha. 

- Senhora? – A atendente tocou em meu braço, me fazendo acordar.

- Oh, desculpe. – Eu pisquei um pouco mais forte para me conectar com a realidade novamente. – O que foi?

- Seu troco. – Ela riu e me entregou as notas; haviam mais do que eu imaginava.

- Senhorita, o troco está errado, só o preço do meu café daria mais do que isso. - Eu estendi as duas notas que estavam se excedendo do valor e levantei uma sobrancelha para ela.

- O caramelo médio com dupla canela e duplo chantilly? – Estranhamente, a atendente as empurrou de volta e perguntou em um tom suave.

- Sim. – Meu tom saiu mais duvidoso do que afirmativo. – Não seria?

- Ah, claro! Eu estava esquecendo.  – Ela então falou um pouco mais alto e riu, se abaixando mais no balcão para pegar algo nas gavetas por trás dele. – Aquele senhor que estava conversando com você me pediu para te entregar isso.

Era um pequeno papel colorido, dobrado duas vezes até formar um quadrado pequeno. O peguei cuidadosamente e o abri.

Um choque passou por minha espinha.

Eu reconhecia aquela folha. Era aquela anotação de meu nome. A que eu lhe dei quando Taehyung me conheceu, naquele dia na Holly’s.

Tive que abaixar a cabeça rapidamente, para a mulher do caixa não ver minhas lágrimas finas, que desceram sem permissão.

Meu coração doía como se tivesse sendo apertado pela coisa mais forte do mundo.

Por que aquilo havia acontecido comigo?

Escreve assim: ALYSSON ʕू•̫͡•ूʔ

Ei, ALYSSON! Faz tanto tempo que eu não te vejo e olha só que coincidência, no mesmo lugar que eu te conheci, vejo você novamente, e comprando o mesmo café, então decidi pagar ele para você. O motivo? Acho que pelas noites acordado pensando em você. Eu sei que você passou também. Desculpe-me pela minha letra, tive que escrever isso bem rápido, já que você está atrás de mim na fila. Eu não deveria tremer, não é? Então por que estou tremendo? Você fica assim também? A folha está acabando, eu não deveria me empolgar tanto, já se passou tanto tempo, então por que eu estou tão empolgado? (͡๏̯͡๏)

- Tae.

ʚĭɞ

 

 


Notas Finais


AKDAKDKAJDKJA
DESCULPEM
EU TO CHORANDO SEILA PQ
TO MT SENTIMENTAL ESSES DIAS
AAAAAAAA :C


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