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História Travels - Ignição


Escrita por: ALTER_Goat13

Notas do Autor


Olars
MAIS UM CAP
YEEEEEEEEE

Capítulo 9 - Ignição



Uma... Duas... Três batidas na porta do lado direito do caminhão de cor cinza. Rogério estava basculando a caçamba carregada no local adequado para a carga, então aproveitou essa distração dos funcionários para que os dois jovens pudessem chegar a seu destino. Quando saíram, ele disse rapidamente:
- Se escondam debaixo do caminhão até que possam seguir. Boa sorte pra vocês, moleques.
Ambos assentiram, seguindo o conselho do velho caminhoneiro e ficando debaixo do enorme veículo até que a passagem estivesse livre. Rogério estava assinando uma papelada para comprovar a entrega da carga de carvão quando uma máquina chegou para puxar a grande quantidade de pó preto até uma "vala" onde era levado à linha de processamento. Seria arriscado se meter ali agora? 99% de chance de lhes pegarem. Mas Alexandre é teimoso, e a teimosia é sua maior virtude. 
Dois passos até o carvão, e a máquina começou a arrastá-los junto ao minério para a entrada da vala, que era um tanto inclinada para que a carga descesse até o tubo de acesso sem que houvessem desperdícios. 
No entanto, Augusto não pensou que deveriam descer sem a carga para não serem sufocados. À altura em que percebeu isso, estavam literalmente na boca da morte. Num rápido reflexo, Matheus se segurou na entrada do canal, prendendo consigo o amigo. O carvão rolou com menos facilidade, e logo os dois estavam expostos e pintados em preto. Um dos funcionários conseguiu vê-los, alertando todos os outros. 
- Matheus, precisamos descer, tipo, agora!
- Não dá, não consigo soltar a borda! - disse o ruivo com visível medo na voz.
- Me desculpe por isso.
- Isso o q...
Antes que terminasse a frase, o moreno já havia batido nas duas mãos do rapaz e os dois jovens estavam indo tubo abaixo até a linha de processamento.
- O que faremos com eles, chefe? - perguntou um dos funcionários no topo da cavidade.
- Deixe que enfrentem o inferno. - disse friamente - Se sobreviverem, vão encarar o próprio Demônio.
Logo, a sala se mostrou o verdadeiro terror: um maldito calor de 70°C rondava o local devido às várias caldeiras lá existentes. O fumo deixava qualquer um praticamente cego. A esteira em que estavam parecia arder com o calor, sendo o principal motivo para que ambos estivessem correndo o máximo para chegar ao fim daquela sala. Se encontrassem alguma porta com aquela visibilidade poderiam se considerar águias em corpos humanos. Mas o pior ainda estava por vir.
Ao fim da linha de processamento de minérios, estava a Caldeira Central, um enorme forno de trinta e cinco metros de comprimento, mais seis de altura e oito de largura, com centenas de tubos em seu topo, que levavam para toda a cidade. Caso fosse desligado, todo o domo seria tomado por um frio imensurável. O calor que seu interior atingia era alto demais para qualquer ser vivo suportar.
Os dois Deltas vasculhavam cada canto visível dentro daquele inferno atrás de uma porta ou saída, mas nada. Até que surge uma única esperança, mas que qualquer erro custaria a vida de ambos.
- Alex, ali, no alto do forno! - Matheus apontou para uma escotilha, cerca de um metro acima da tubulação da Caldeira. - Pode ser nossa única chance.
- Você tá louco?! - relutou o moreno. - Vamos virar cinzas se chegarmos perto disso aí!
- Não custa tentar. Quando estivermos quase caindo dentro da boca do "Demônio", saltamos para aquela tubulação mais próxima.
- E se não der certo?
O ruivo não respondeu, o que preocupou ainda mais Alexamdre. A esteira se movia cada vez mais para perto do gigantesco forno. O calor aumentava cruelmente, indicando que o fim da linha estava cada vez mais próximo. Cerca de um metro e meio para a queda livre, os dois deram dois passos e saltaram com tudo para o alto, tentando agarrar a primeira tubulação que estava por ali.
Alexandre agarrou firmemente seu tubo, assim como o amigo. Um tanto aliviados, mas com as mãos ardendo, começaram a se mover para frente, visando se aproximar da possível única saída daquele local. No entanto, um som de rangido metálico ressoou. Matheus tremeu por um momento e seu tubo se desencaixou, forçando o jovem a soltar e consequentemente, cair em direção à boca do Demônio.
No entanto, antes que pudesse pensar ser tragado em chamas ardentes, uma mão antes pálida o segurou pelo pulso, fazendo de Alex a única coisa que poderia salvar o amigo. Mas como fazer isso? Se soltasse a outra mão, cairiam ambos. Se não soltasse, seu tubo se daria a esse trabalho.
Era um beco sem saída.
* * *
Sala de reuniões do Tribunal Máximo de Delta da Paz, 3:07 da madrugada.
- Isso é um absurdo! - Daves Juarez ralhou com Paul.
- Acalme-se Juarez. - disse Jonathan em resposta - A DESIDEL não pode operar fora dos domínios de Delta da Paz, e você sabe onde os rapazes foram parar depois do nono andar. Afinal, você conduziu as pesquisas.
- Isso não é relevante! São dois procurados que estavam em perseguição, bastasse que os militares os seguissem!
- O local de desova da máquina é aleatório, não haveria como saber onde iriam parar. Não há nem como saber se os dois chegaram inteiros.
- Eu sei muito bem. Agora há dois fugitivos em Gama, nossa fornecedora de energia. - fez uma breve pausa - O que acha que o governo de lá pensaria se soubesse desse nosso erro?
- Entenderia as circunstâncias.
- Senhor, - se pronunciou o capitão da DESIDEL - se me permite, o Acordo de Estabilidade impede que as forças defensivas internas de uma civilização atuem no território de outra.
- Acha que eu mesmo não sei sob qual ordem atuamos?
- Senhor, caso eles voltem, garanto que serão detidos.
- Não detidos. Mortos.
Foram as ultimas palavras de Juarez antes de se retirar da sala, batendo estrondosamente a porta. Greathouse balançou a cabeça em desgosto, olhando as prateleiras com centenas de livros, todos com relação às leis sob a qual Delta da Paz estava.
- Ele não irá descansar, não é? - questionou West.
- Não o julgo. - suspirou - Também faria tais ações se minha família também tivesse sido morta por rebeldes.
O juiz fitou um livro em especial e se levantou. Dirigiu-se até onde estava o mesmo e o retirou da prateleira. A capa era de um tom de verde-oliva detalhada em ouro. Na capa frontal, os dizeres "Punições máximas a delitos no território de DP". Era um dos poucos livros que sobrara, quase todos os remanescentes eram de leis. O senador abriu o documento e caçou no sumário.
- Meritíssimo? - Paul chamou.
- Só acho engraçado que... - folheou mais algumas páginas. - As leis dizem respeito sobre mortes em território de Delta da Paz.
- E o que isso quer dizer?
- Quero dizer que... - encontrou uma página em específico. - ... não podemos punir com pena máxima, delitos que não resultaram na morte de um concidadão. Qualquer outro crime apenas poderá ter, como pena máxima, o exílio de nossa civilização.
- Em palavras mais simples?
- Caso retornem, deverão ser deportados outra vez. Não mais poderão ser chamados de Deltas, e sim, Sigmas.


Notas Finais


Espero não ter ficado curto
De novo ;u;
É que realmente não ia dar pra escrever muito mais (desculpa, gosto de criar espectativas)
Bem, até o próximo o/


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