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História Treacherous - Loki - Má Cigana


Escrita por: AlexiaCarstairs

Capítulo 7 - Má Cigana


Saltos altos.

Era nisso que Loki estava pensando enquanto se arrastava nos corredores do supermercado debruçado no carrinho de compras. Carmem andava na frente, se balançando em seus altos e belos sapatos pretos. E aquilo era interessante de se olhar. Ela ficava com uma pose tão grandiosa que era até difícil manter a expressão entediada que ele tentava fazer o tempo todo.

Loki havia entendido, mesmo antes de saírem de casa que ele não precisava realmente dela. A ajuda dela era completamente inútil. Ele entendia os humanos. Eram tão parecidos com os deuses de Asgard, tirando apenas alguns milhares de anos, poderes e inteligência e força inimaginável. As ambições eram as mesmas. Riqueza e poder. As atrações eram as mesmas. Diversão e Sexo. Mas, diferentemente de Asgard, Midgard não sentia necessidade de um líder mundial, como os asgardianos veneravam Odin. Midgard era o lar de inúmeras culturas, línguas, leis... Um verdadeiro caos, que Loki adoraria governar.

Mas havia algo que movia os humanos, além do dinheiro e do prazer. Algo que ele ainda não tinha entendido, mas que ele não precisaria da ajuda de Carmem para entender.

Ele bufou pela décima vez enquanto ela escolhia bebidas.

Carmem o ignorou.

- Aposto que vocês não tem Hidromel.

- Não, mas temos Tequila, Whisky... e a mais gloriosa de todas... - Carmem agarrou uma garrafa entre os braços, como se fosse um bebê. - Jäggermeister®.

- Por que tanta bebida?

- Porque é bom - ela resmungou colocando as bebidas no carrinho e continuando a rebolar nos saltos.

Loki riu.

- Você fica diferente com essas roupas - ele disse, acompanhando ela de lado. Com ela de salto, ficavam do mesmo tamanho.

- Você gostou? - ela lançou um olhar malicioso, mas, cedo demais, voltou-se para as prateleiras. - Gosto de ser cigana, mas também posso ser... Urbana. Digamos que eu seja uma confusão ambulante. Ou apenas uma má cigana.

O sorriso dela era triste, quando ela voltou-se para ele.

Isso fez Loki se lembrar.

- Por que não quer voltar para o seu povo?

A pergunta pegou Carmem de surpresa. Ela olhou para os padrões quadriculados do chão enquanto pensava como poderia explicar para um ser de extrema grandeza os seus pequenos problemas. Loki a acompanhava em silêncio, sem provocações. Ela podia sentir os olhos verdes pousados sobre ela.

- Eu vivo numa caravana, nos bosques, fora da cidade. E... Outra caravana está atravessando esse caminho. Eles se encontrarão, fazendo festas, banquetes e essas coisas - ela sorriu de lado, para si mesma.

- E o que tem de errado?

Ela suspirou.

- Minha... mãe é parte dessa outra caravana.

- Vocês não se dão bem? - Loki estava de novo com o cenho franzido, parecendo interessado.

- Como eu disse, sou uma má cigana. Não sigo muitas tradições, porque algumas das tradições importantes foram tiradas de mim... - Carmem suspirou, afastando as memórias. - Minha mãe foi muito cruel comigo. Ela também queria que eu me casasse... Me vendeu, na verdade. Mas eu fugi.

Loki riu.

- Isso é que é odiar casamentos.

Carmem sorriu também, agradecendo por ele a ter distraído.

- Sou muito jovem para isso.

- Quantos anos você tem?

- 19 - ela disse, voltando sua atenção para mais prateleiras.

Loki tentou arduamente não fazer as contas, mas era impossível. Ele pegou-se imaginando se ela tinha ideia do quanto era breve perto dele.

Uma chama vermelha e brilhante sendo apagada por um vento quase eterno.



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